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Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC

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09/03/2015 
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Prof. Leandro Lima Resende 
CONTABILIDADE E CONTROLADORIA II 
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas - ICSA 
Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC 
 Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, 
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio 
da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e 
V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
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Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC 
Art. 176. 
 § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, 
na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois 
milhões de reais) não será obrigada à elaboração e 
publicação da demonstração dos fluxos de caixa. 
 
 
 O CFC a tornou obrigatória para todas as demais 
sociedades. 
Objetivos e benefícios das informações 
 Visa demonstrar como ocorreram as movimentações 
de disponibilidades em um dado período de 
tempo; 
 
 Auxilia os usuários das demonstrações contábeis na 
análise da capacidade da entidade gerar caixa e 
equivalentes de caixa, bem como suas necessidades 
para utilizar esses fluxos de caixa. 
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Disponibilidades de caixa e equivalentes de 
caixa 
 CPC 03: 
 Caixa compreende numerário em espécie e depósitos bancários 
disponíveis; 
 
 Equivalentes de caixa são investimentos de curto prazo, de alta 
liquidez, prontamente conversíveis em um montante conhecido 
de caixa e que apresentam um insignificante risco de mudança 
de valor. 
Para fins da DFC, o conceito de caixa é ampliado 
para contemplar também os investimentos 
qualificados como equivalentes de caixa. 
Algumas empresas apesar de 
apresentarem uma sucessão de lucros, 
podem falir por não serem capazes de 
gerar caixa suficiente para cobrir seus 
custos operacionais, de serviço da dívida e 
de investimento. 
POR QUE A PRIORIDADE É O CAIXA? 
Stickney e Weil (2001) 
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CAIXA 
 
venda de bens 
ou serviços aos 
clientes 
venda de ativo 
permanente 
emissão de 
ações, 
empréstimos 
CP e LP 
compra de bens 
e serviços para 
as operações 
compra de ativo 
permanente 
pagamento de 
dividendos, 
resgate de ações, 
INVESTIMENTOS 
OPERAÇÕES 
FINANCIAMENTO 
ENTRADAS DE 
CAIXA 
SAÍDAS DE 
CAIXA 
ENTRADAS E SAÍDAS DE CAIXA 
Stickney e Weil (2001) 
Classificação das movimentações de caixa 
por atividade 
 Divide os fluxos de entrada e saída em 3 grupos: 
CPC 03 
Atividades de Financiamento 
Atividades Operacionais 
Atividades de Investimento 
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Atividades Operacionais 
 Normalmente, relacionam-se com as transações que 
aparecem na DRE 
Atividades relacionadas com a produção e entrega 
de bens e serviços 
ENTRADAS (recebimentos ) 
 Recebimentos pela venda de produtos e serviços; 
 
 Recebimentos de juros s/ empréstimos concedidos e 
aplicações financeiras em outras entidades; 
Atividades Operacionais 
 Recebimentos de dividendos e juros s/ capital próprio; 
 
 Recebimentos que não se originem de atividades de 
investimento ou financiamento, como: 
 Recebimentos de sentenças judiciais, reembolso de fornecedores, 
indenização de sinistros 
 
 Recebimentos de aluguéis, royalties, direito de franquia e 
vendas de ativos para esse fim. 
 
 Recebimentos de honorários e comissões 
ENTRADAS (recebimentos) 
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Atividades Operacionais 
 Pagamentos a fornecedores, incluídos os serviços prestados por 
terceiros; 
 
 Pagamentos a empregados ou por conta de empregados; 
 
 Pagamentos ao governo, referentes a tributos, multas, alfândega e 
outras taxas, exceto quando identificados com as atividades de 
financiamentos ou investimentos; 
 
 Pagamentos de juros dos financiamentos obtidos; 
 
 Pagamentos para a produção ou aquisição de ativos destinados a 
aluguel e subsequente venda. 
 
 
SAÍDAS (pagamentos) 
Atividades de investimentos 
 Exemplos de entradas: 
 
 Recebimentos pela venda de imobilizado, intangível e 
outros ativos não circulantes utilizados na produção; 
 
 Recebimentos pela venda de participações em outras 
empresas ou instrumentos de dívida de outras entidades e 
participações societárias joint ventures, exceto 
recebimentos de títulos classificados como equivalentes de 
caixa e mantidos para a negociação; 
Relacionam-se, normalmente, com o aumento e 
diminuição dos ativos de longo prazo que a empresa 
utiliza para produzir bens e serviços. 
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Atividades de investimentos 
 Exemplos de entradas: 
 
 Resgates do principal de aplicações financeiras não 
classificadas como equivalentes de caixa; 
 
 Recebimentos referentes a contratos futuros, a termo, de 
opções e swap, exceto quando forem mantidos para 
negociação imediata ou venda futura ou quando 
classificados como atividades de financiamento; 
 
 Recebimentos de adiantamentos ou amortização de 
empréstimos concedidos. 
Atividades de investimentos 
 
 Exemplos de saídas: 
 
 Pagamentos, no momento da compra ou em data 
próxima, de ativos fixos utilizados na produção referente 
à aquisição de ativo imobilizado; 
 
 Pagamentos pela aquisição de títulos patrimoniais de 
outras empresas ou instrumentos de dívida de outras 
entidades e participações em joint ventures, exceto 
referentes a títulos classificados como equivalentes de 
caixa ou mantidos para a venda; 
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Atividades de investimentos 
 Exemplos de saídas: 
 
 Desembolsos dos empréstimos concedidos e pagamento 
pela aquisição de títulos de investimento de outras 
entidades; 
 
 Pagamentos de contratos futuros, a termo, de opções e 
swap, exceto quando forem mantidos para negociação 
imediata ou venda futura ou quando classificados como 
atividades de financiamento; 
 
 Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros. 
Atividades de financiamento 
 Exemplos de entradas: 
 
 Venda de ações emitidas; 
 
 Empréstimos obtidos, notas promissórias, debêntures 
ou outros instrumentos de dívida de curto ou longo 
prazos; 
 
 Recebimentos de contribuições, de caráter permanente 
ou temporário, que têm a finalidade de construir ou 
expandir a planta instalada. 
Relacionam-se com os empréstimos de credores 
e investidores à entidade 
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Atividades de financiamento 
 
 Exemplos de saídas: 
 
 Pagamento de dividendos e juros s/ capital próprio ou 
outras distribuições aos donos, incluindo o resgate de 
ações da própria empresa; 
 
 Pagamento dos empréstimos obtidos (exceto juros); 
 
 Pagamento do principal referente a imobilizado 
adquirido a prazo e referente a arrendamento mercantil 
financeiro. 
Fluxos de caixa em moeda estrangeira 
 
 Devem ser registrados na moeda em que estão 
expressas as demonstrações contábeis da entidade; 
 
 Converte-se à taxa cambial na data do fluxo de caixa. 
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Caixa Recebido pela 
Venda de Bens e 
Prestação de Serviços 
Caixa Pago pela 
Aquisição de Bens e 
Serviços 
Fluxo de Caixa 
Operacional 
Caixa Recebido pela 
Venda de 
Investimentos e de 
Imobilizações 
Caixa Pago pela Aquisição 
de Investimentos e de 
Imobilizações 
Fluxo de Caixa dos 
Investimentos 
Fluxo de Caixa 
Recebido pela Emissão 
de Debêntures e Ações 
Caixa Pago pela Distribuição 
de Dividendos e pela 
Recompra de Ações ou de 
debêntures 
Fluxo de Caixa do 
Financiamento 
Alteraçãodo Saldo de 
Caixa no Período 
OPERAÇÕES 
INVESTIMENTOS 
FINANCIAMENTOS 
- 
- 
- 
= 
= 
= 
+- 
+- 
= 
COMPONENTES DA DFC 
Stickney e Weil (2001) 
TÉCNICA GERAL DE ELABORAÇÃO DA DFC 
 obter os balanços do período inicial e final e DRE do 
período; 
 calcular a variação de cada conta do balanço, 
expressando-as em positivas ou negativas; 
classificar as variações em atividades operacionais, 
de investimento e financiamento; 
somar os valores das variações e verificar se o total é 
igual à alteração no saldo da conta caixa e 
equivalente-caixa. 
Stickney e Weil (2001) 
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Métodos de elaboração 
 
 Método direto 
 
 Método indireto (método da conciliação) 
MÉTODO DIRETO 
• evidencia as entradas e 
saídas brutas de dinheiro dos 
principais componentes das 
atividades operacionais. 
• parte dos componentes da 
DRE e os ajustam pelas 
variações nas contas 
circulantes do Balanço 
vinculadas às operações 
• recomendado - FASB e IASB 
• faz a conciliação entre o lucro 
líquido da DRE e o caixa gerado 
pelas operações - método da 
reconciliação 
• mais utilizado 
MÉTODO INDIRETO X 
Diferença: forma de evidenciar o caixa 
das atividades operacionais 
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Método Direto 
 Detalhar os fluxos das operações: 
 
 Recebimentos de clientes, incluindo arrendatários, 
concessionárias e similares; 
 
 Recebimentos de juros e dividendos; 
 
 Pagamentos a empregados e fornecedores de produtos e 
serviços, aí incluídos segurança, propaganda, publicidade 
e similares; 
 
 Juros pagos; 
 
 Impostos pagos; 
 
 Outros recebimentos e pagamentos de operações, se 
houver. 
OBSERVAÇÕES - MÉTODO DIRETO 
• há transações no circulante que não pertencem às 
atividades operacionais (empréstimos de curto 
prazo) 
 
• há transações fora do circulante que pertencem às 
atividades operacionais (juros e impostos a pagar LP 
e créditos de LP) 
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Método Indireto 
 Para conciliar o lucro líquido e o caixa gerado pela pelas 
operações é necessário: 
 
 Remover do lucro líquido os diferimentos de transações que foram 
caixa no passado (gastos antecipados, etc) e as alocações no 
resultado de eventos que podem ser caixa no futuro (alterações 
em contas a receber e a pagar do período); e 
 
 Remover do lucro líquido as alocações ao período do consumo de 
ativos não circulante e aqueles itens cujos efeitos no caixa sejam 
classificados como atividades de investimento ou financiamento: 
 Depreciação; 
 Amortização de intangível; 
 Ganhos e perdas na venda de imobilizado e/ou em operações de 
descontinuidade; e 
 Ganhos e perdas na baixa de empréstimos. 
Técnicas de elaboração – Método direto 
(atividades operacionais) 
 Informar as entradas e saídas de caixa 
 
 Parte dos componentes da DRE e os ajusta pelas variações nas 
contas do BP 
 
 Assim: 
 Receita ou despesa (DRE) (+/-) Ajustes pela variação do 
Balanço 
 
 Genericamente: 
 Aumento no saldo das contas do ativo vinculadas às operações 
diminui o caixa; 
 Diminuição no saldo dessas contas aumenta o caixa; 
 Acréscimo no saldo das contas do passivo vinculadas às 
operações aumenta o caixa; 
 Diminuição no saldo dessas contas produz redução (saída) no 
caixa. 
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Técnicas de elaboração – Método indireto 
(atividades operacionais) 
 Registrar o lucro líquido; 
 
 Somar (ou subtrair) os lançamentos que afetam o lucro, mas 
que não têm efeito no caixa; 
 
 Somar (ou subtrair) os lançamentos que afetam o caixa mas 
não pertencem às atividades operacionais; 
 
 Somar as reduções nos saldos das contas do AC e RLP 
vinculadas às operações; 
 
 Subtrair os acréscimos nos saldos das contas do AC e RLP 
vinculadas às operações; 
 
 Somar os acréscimos nos saldos das contas do PC e ELP 
vinculadas às operações; 
 
 Subtrair as reduções nos saldos das contas do PC e ELP 
vinculadas às operações. 
Regra de ouro 
Ativo Passivo e PL 
Reduz Caixa 
Aumenta Caixa 
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Exemplo 
Balanço Patrimonial 
ATIVO 20X3 20X2 PASSIVO E PL 20X3 20X2 
Caixas e Bancos 2.000 3.000 Fornecedores 22.000 11.000 
Clientes 18.000 16.000 Empréstimos a LP 5.000 12.000 
Estoque 21.000 14.000 
Desp. Antecipadas 1.000 2.000 Capital 20.000 20.000 
Títulos a Receber 5.000 5.000 Reservas de Capital 6.000 6.000 
Terrenos 13.000 10.000 Reservas de Lucros 7.000 1.000 
Total do Ativo 60.000 50.000 Total do Passivo e PL 60.000 50.000 
Informações Adicionais (Notas Explicativas): 
Variação de Terreno somente por compra de um Terreno 
Variação de Empréstimo a LP somente por pagamento de Empréstimos 
Exemplo 
DLPA, ano 20x3 
Saldo em 31-12-20x2 0 
Lucro Líquido de 20x3 10.000 
Destinação p/ Reservas de Lucros 6.000 
Dividendos Distribuídos (4.000) 
Saldo em 31-12-20x3 0 
DRE, ano 20x3 
Vendas Líquidas 130.000 
CMV (85.000) 
Lucro Bruto 45.000 
Desp. Administrativas (25.000) 
Desp. com Vendas (10.000) 
Lucro Líquido 10.000 
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Método Direto 
Demonstração de Fluxo de Caixa, ano 20x3 
Atividades Operacionais 
 Recebimento de Vendas 128.000 
 (-) Pagamentos a Fornecedores (81.000) 
 (-) Pagamentos de Despesas (34.000) 
 Caixa Líquido das Atividades Operacionais 13.000 
Atividades de Investimento 
 Compra de Terrenos (3.000) 
 Caixa Líquido das Atividades de Investimento (3.000) 
Atividades de Financiamento 
 Pagamento de Dividendos (4.000) 
 Pagamento de Empréstimos a LP (7.000) 
 Caixa Líquido das Atividades de Financiamento (11.000) 
 
Redução das Disponibilidades (1.000) 
Saldo de Caixa + Equivalente de Caixa em x2 3.000 
Saldo de Caixa + Equivalente de Caixa em x3 2.000 
Método Indireto 
Demonstração de Fluxo de Caixa, ano 20x3 
Atividades Operacionais 
 Lucro Líquido 10.000 
 (+) Aumento em Fornecedores 11.000 
 (+) Diminuição em Despesas Antecipadas 1.000 
 (-) Aumento de Clientes (2.000) 
 (-) Aumento de Mercadorias (7.000) 
 Caixa Líquido das Atividades Operacionais 13.000 
Atividades de Investimento 
 Compra de Terrenos (3.000) 
 Caixa Líquido das Atividades de Investimento (3.000) 
Atividades de Financiamento 
 Pagamento de Dividendos (4.000) 
 Pagamento de Empréstimos a LP (7.000) 
 Caixa Líquido das Atividades de Financiamento (11.000) 
 
Redução das Disponibilidades (1.000) 
Saldo de Caixa + Equivalente de Caixa em x2 3.000 
Saldo de Caixa + Equivalente de Caixa em x3 2.000 
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Fluxo Econômico X Fluxo Financeiro 
DRE DFC Variações 
Receita Bruta 130.000 128.000 (2.000) 
(-) CMV (85.000) (81.000) 4.000 
(-) Despesas (35.000) (34.000) 1.000 
Resultado Operacional 10.000 13.000 3.000 
(-) Compra Terreno - (3.000) (3.000) 
(-) Dividendos - (4.000) (4.000) 
(-) Amortização Dívidas - (7.000) (7.000) 
Resultado Final 10.000 (1.000) (11.000) 
Exemplo Inicial 
 
 Desenvolvimento DFC Método Direto e Indireto da 
Empresa Simples 
 
 
 
 
 Fonte: Silva (2005) com adaptações

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