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PROCESSO PENAL II - TEORIA DA PROVA: A denuncia requer o mínimo probatório, todavia a condenação necessita de certeza, a verdade real buscada no processo, não sendo possível, aplica-se o principio in dubio pro réu, de modo a absolver o acusado. Prova irá ser todo o conteúdo colhido sob o manto do contraditório, no processo penal é aceita a prova emprestada, desde que tenham as mesmas partes, havendo possibilidade de ampla defesa. Entende-se que inquérito policial não é propriamente prova, pois não possui contraditório e ampla defesa, porém aquilo que for colhido no inquérito poderá ser levado ao processo para que a parte contraria exerça o contraditório e passe a contar como prova. Existem 3 sistemas de provas, sendo eles: o da prova tarifada, onde o legislador atribui o valor que cada prova terá no processo, sendo a confissão a rainha das provas; o da intima convicção (prova livre), o magistrado tem ampla liberdade de apreciação probatória, sentenciando aquilo que estiver de acordo com o seu convencimento sem necessidade de justificativa; e por fim, o livre convencimento motivado, que é o sistema vigente no Brasil, as provas não possuem valor, mas servem para o convencimento do juiz, que na hora de sentenciar deve fundamentar sua decisão. O livre convencimento motivado encontra-se sob a luz do artigo 93 CF/88, devendo a decisão além de ser motivada, ser fundamentada de forma escrita contendo as provas que levaram a tal conclusão, as provas usadas para o convencimento devem obrigatoriamente estar nos autos, sendo produzidas respeitando o princípio do contraditório. ART 155 CPP: o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvados as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. O tribunal do Júri é um resquício do sistema da intima convicção, pois não há necessidade de fundamentação para a decisão do júri. Já no artigo 155 pu do CPP, podemos encontrar o resquício da prova tarifada, quando na redação desse artigo fala das restrições do estado civil das pessoas. Elementos da prova: - objeto da prova: é exatamente o que se quer provar ou que quer que o juiz saiba. Lembrando que de acordo com o art 156 CPP, incube provar a alegação quem a fizer, sendo facultado ao juiz fazer de oficio. Obs: Todas as vezes que no CPP trouxerem a redação que o juiz pode produzir provas de oficio, estará em conflito com a Constituição Federal, deste modo sempre será ponto controverso da doutrina e jurisprudência, pois de acordo com CF/88 o juiz ao agir de oficio fere o sistema acusatório, passando ele a agir como julgador, acusador e defesa. O entendimento majoritário do STF entende que o juiz pode agir de oficio na produção probatória apenas no curso do processo. A doutrina critica qualquer possibilidade de ação por oficio do juiz no conteúdo probatório. - sujeito da prova: pessoa física que traz o que se quer provar. - meio de prova: se iniciam no artigo 158 CPP, que são os meios de provas nominados pela lei, porém sendo certo de que não há limitações para obtenção de prova, desde que sejam lícitas. O artigo 157 CPP, define que as provas não admitidas serão desentranhadas do processo, ou seja, as ilícitas, aquelas que violam normas constitucionais ou legais, sendo salvo para beneficio do réu, deste modo serão admitidas. O paragrafo 1º e 2º do artigo 157 CPP, discorrem sobre as provas obtidas por derivação de meio ilícito, estas também não serão admitidas, somente se puderem ser consideradas independentes, ou seja, que mesmo sem a ilicitude, seguindo apenas os trâmites de praxe, teria se chegado à prova. Momento da prova: 1º momento: proposição. Aquele que quiser produzir prova, deve requerer ao magistrado a produção da mesma. (ex: prova testemunhal) 2º momento: admissão. O magistrado irá deferir ou indeferir a prova proposta. (ex: admite a prova testemunhal) 3º momento: produção. Ocorre quando a prova é realizada. (ex: ouve-se a testemunha) 4º momento: valoração. O magistrado se pronuncia sobre a prova, valorando sua produção. Ônus da prova: Vem descrito no artigo 156 CPP, obedecendo à regra de que incumbe a quem alega provar o que foi alegado. Podendo o juiz agir de oficio no sentido de produzir provas, inciso I e II do referido artigo, ou seja, ordenar mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da media. E também determinar, no curso da instrução, ou antes, de proferir a sentença, a realização de diligências para dirimir a duvida sobre ponto relevante. Princípios aplicados na Teoria da Prova: - Verdade Real: busca a verdade real do que aconteceu de fato, principio que na pratica é inaplicável de forma plena, já que não se pode voltar ao momento do delito e a verdade real passa a ser a verdade processual, que nem sempre a mesma. Desde modo, por esse principio, o juiz teria a liberdade na produção de prova, visando à descoberta da verdade real. Este princípio é extremamente controverso, pois ele se choca frontalmente com o in dubio pro réu (subprincípio da presunção de inocência). - Auto responsabilidade das partes: cada parte tem que assumir as consequências de suas atividades ou inatividades. - Comunhão das provas ou aquisição das provas: uma vez produzidas pertencem ao processo e não as partes que produziram ou que se beneficiaram. - Livre convencimento motivado: artigo 155 do CPP c/c artigo 93 CF/88. - Nemo tenetur se degenere Classificação das provas: - quanto ao conteúdo: a. Prova direta: refere-se ao que se pretende provar. Ex: testemunha ocular do crime b. Prova indireta: refere-se a algo onde se deduz o que pretende-se provar. (ex: testemunha do álibi) - quanto ao sujeito: a. Prova pessoal: toda afirmativa consciente destinada a comprovar a veracidade dos fatos. (ex: testemunha) b. Prova Real: oriunda de vestígios deixados pelo crime, ou seja, prova encontrada na “res” (ex: perícia) - quanto à forma: a. Testemunhal: é feita por declaração oral, sendo prevista em lei a possibilidade da forma escrita. Genericamente pode-se dizer que são provas testemunhais: o depoimento pessoal do acusado, do ofendido e as produzidas por 3° que testemunhou o fato, ou algo que possa falar sobre o mesmo. b. documental: prova escrita ou gravada, como por exemplo cartas, mensagens, registros públicos etc c. material: prova consistente de qualquer materialidade que sirva de elemento para elaborar a convicção. São as provas pericias, corpo de delito, instrumento do crime. - quanto a finalidade: a. incriminatória: como o próprio nome já diz, tem a finalidade de provar a autoria do fato pelo acusado. b. dirimente: irá buscar a absolvição do réu c. corroborante: busca reforçar alguma prova d. infirmativa: busca desacreditar alguma prova - quanto a necessidade de repetição: a. irrepetível: aquela que só poderá ser feita apenas uma vez, como por exemplo o exame cadavérico. b. repetíves: aquelas que podem ser colhidas mais de uma vez, como por exemplo o testemunho. Meios de prova em espécie: Em regra, todos os meios de prova são admitidos, desde que lícitos, não há taxativade para a produção, porém aqueles que estão elencados no CPP, serão provas nominadas e aqueles que não, serão provas inominadas. 1. Interceptação telefônica: possui fundamento constitucional no artigo 5º inciso XII da CF/88 e na Lei 9296/96. E pode ser efetuada de 4 modos: - interceptação telefônica em sentido estrito (grampeamento): realizada por terceiro, sem consentimento dos interlocutores. - escuta telefônica: captação de voz por terceiro como consentimento de um dos interlocutores. - gravação clandestina: um dos interlocutores grava a conversa sem o consentimento do outro interlocutor -gravação ambiental: captação oculta da conversa entre presentes, por terceiro, no local onde a conversa se realiza. O artigo 3º da lei 9296/96 traz a possibilidade de interceptação telefônica de oficio, fazendo com que haja 3 correntes para a possibilidade, sendo a primeira do STF, que aceita o juiz determinar de oficio a interceptação, desde que dentro do processo; a segunda corrente, que é a lei, permite o juiz de oficio requerer esse tipo de diligência, pois é um resquício do sistema inquisitivo; terceira corrente, doutrina, não aceita a possibilidade do juiz de oficio requer a interceptação telefônica. Obs: sempre que um terceiro estiver envolvido necessita de autorização judicial, este entendimento é firmado pelo STJ. Apensar da CF/88 no artigo 5º falar em autorização da interceptação telefônica apenas para fins criminais, o STF entendeu que após a interceptação ser realizada e transcrita convolando-se em autos, torna-se publica e poderá ser utilizada para outros fins excepcionais. SERENDIPIDADE: descoberta fortuita de crime, na interceptação telefônica. Há três correntes, a primeira é de que o crime só pode ser punível se tiver um liame subjetivo com o crime que gerou a interceptação; a segunda corrente além de exigir o liame subjetivo, também exige que o crime seja punível com pena de reclusão; a terceira corrente, que é do STF, acredita que tudo que for encontrado em interceptação telefônica lícita, é valido, desde que respeitado o contraditório e a ampla defesa. 2. Corpo de Delito/Pericial: presente no artigo 158 CPP, quando a infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. - Delito não transeunte: são delitos que deixam vestígios matérias. - Delito transeunte: que se caracterizam pela inexistência de vestígios. A pericia é um meio instrumental, técnico opinativo e alicerçador da sentença. Deverão ser realizadas por meio de perito oficial, portador de diploma de curso superior, na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 pessoas idôneas, portadoras de curso superior preferencialmente na área específica da natureza do exame. Será dentro do prazo de 10 dias elaborado um laudo pericial, podendo ser estendido em casos excepcionais, o laudo será composto com minucia do que foi examinado e respondendo a quesitos formulados. Durante o curso do processo, é permitido as partes, quanto a perícia, requererem a oitiva do perito para esclarecerem a prova, indicar assistente técnico que poderão apresentar pareceres técnicos em prazo fixado pelo juízo. A autópsia será feita pelo menos 6 horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidencia dos sinais de morte, julgarem que pode ser antes do prazo determinado. Não sendo possível o corpo de delito pela ausência de vestígios a prova testemunhal poderá suprir a falta. O juiz não fica adstrito ao laudo pericial, este apenas tem o objetivo de formar a motivação do convencimento do juiz. Obs: no caso do crime tipificado no artigo 129 CP, lesão corporal, o paragrafo 2º do artigo 168 CPP, é fundamental para a caracterização do delito, devendo o exame pericial ser efetuado no prazo de 30 dias a contar da data do crime. Obs2: o artigo 174 CPP traz a possibilidade de pericia em escrita, o inciso 4 desde artigo é inconstitucional pois fere o direito da não incriminação. 3. Interrogatório: a citação no processo penal é sempre pessoal, a revelia não gera efeitos como no processo civil. Não há preclusão para o interrogatório, ou seja, pode ocorrer em qualquer momento processual. O acusado que será qualificado e interrogado na presença do seu defensor constituído ou nominado. O direito de permanecer calado esta previsto no artigo 186 CPP, não podendo por ele presumir-se a autoria do fato pelo acusado. O interrogatório será constituído de 2 fases, a primeira onde o acusado responderá sobre questões pessoas, ou seja, onde reside, meios de vida ou profissão, lugar onde exerce sua atividade, filhos, cônjuge, se já foi preso ou processado alguma vez, etc. Na segunda fase, responderá questões sobre os fatos que lhe estão sendo imputados. A duas correntes sobre o silencio no interrogatório, a primeira entende que o acusado pode permanecer em silencio nas duas fases do interrogatório, já a segunda corrente, majoritária, entende que apenas referente a segunda fase poderá exercer o silencio, pois a primeira, caracterizaria o ilícito previsto no artigo 68 da lei de contravenção penal. Havendo mais de um acusado, o interrogatório irá se proceder separadamente. A todo tempo, o juiz poderá proceder a novo interrogatório, de oficio ou fundamentado por qualquer uma das partes. Day in Court: o dia na corte é o direito em que o acusado tem que estar de frente para o seu julgador, sob a luz do artigo 399 do CPP. Pode ser feito também por vídeo conferencia, mas na pratica quase não ocorre por questões de logística. 4. Confissão: o artigo 197 CPP, prevê possibilidades de atenuantes da pena para o réu confesso. O artigo 198 CPP é inconstitucional, pois o silencio do acusado não pode servir de elemento para a formação do convencimento motivado do magistrado. 5. Delação Premiada: lei 12.850/2013. O juiz poderá a requerimento das partes conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 a pena privativa de liberdade o substitui-la por restritiva de direito daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e processo criminal, desde que essa colaboração produza os resultados previstos nos incisos do artigo 4 da referida lei. São resultados que podem gerar a premiação da delação: a identificação dos demais coautores e participes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da OC; recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela OC; a localização de eventual vitima com a sua integridade física preservada. Esse instituto relativiza o principio da obrigatoriedade da ação do MP, 6. Ofendido: sempre que possível o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem presuma ser o seu autor e as provas que possa indicar, sendo reduzido a termo suas declarações. O ofendido será sempre comunicado dos atos processuais e das eventuais saídas do acusado da prisão. 7. Testemunhas: Toda pessoa poderá ser testemunha. As características desse tipo de prova são: oralidade – art 204 CPP, todo depoimento deverá ser oral; objetividade – art 213 CPP, a testemunha deve ser objetiva quanto aquilo que lhe for perguntado. Classificação das testemunhas: - direta (viso): o depoente presenciou o fato - indireta: o depoente depõe sobre o que ouviu dizer - instrumental: depõe sobre um ato jurídico do inquérito ou do processo, dando lhe autenticidade. (ex: pessoa que só presenciou a prisão em flagrante, sem saber do fato em si) - informante: não presta o compromisso de dizer a verdade. - referida: é mencionado no depoimento de outra testemunha e por isso vai depor. - de caráter: não fala sobre o fato e sim sobre o autor do fato. As testemunhas não têm direito ao silencio, salvo se o que ela disser puder incrimina-la. O artigo 207 traz as pessoas que são proibidas a testemunhas por prerrogativa de função, ex psicólogo, padre etc. Se a testemunha estiver constrangida ou não se sentir a vontade de prestar depoimento na frente do réu, este será retirado para que a testemunha preste seu depoimento.8. Reconhecimento de pessoas e coisas: a pessoa que tiver que fazer o reconhecimento será convidada para descrever a pessoa que deva ser reconhecida. Não poderá ser realizada sem outras pessoas junto com a suposta pessoa a ser reconhecida, devendo as demais terem características semelhantes. 9. Documentos: poderá ser juntado documento a todo tempo, salvo os casos expressos em lei. É vedado a interceptação de cartas particulares, violando o art 5º da CF/88. - PROCEDIMENTOS: Podem ser classificados em ordinário, sumário, sumaríssimo e procedimentos especiais. Procedimento Ordinário: Será aplicado esse procedimento para crimes com a pena máxima maior ou igual a 4 anos. - Fases do Procedimento Ordinário: 1. Oferecimento da denuncia/queixa: artigo 41 CPP. Conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimento pelo qual possa identifica-lo, a classificação do crime, e quando necessário o rol de testemunhas. Obs: art 401 CPP: será possível o arrolamento de 8 testemunhas pela defesa e 8 pela acusação, vinculado ao fato criminoso. 2. Recebimento da Denuncia: será rejeitada quando for manifestamente inepta, faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação ou faltar justa causa, mínimo probatório. Obs: Pressuposto de existência: partes, demanda e investidura. Pressuposto de Validade: Capacidade das partes, ineditismo da demanda e competência. 3. Citação: a formação do processo se da, quando realizada a citação do acusado, não é formada da juntada do mandado. A citação é pessoal, conhecida como real, não pode ser ficta ou presumida. O mandado de citação conterá requisitos intrínsecos, que são eles, nome do juiz, nome do querelante nas ações iniciadas por queixa, nome do réu, residência do réu, se esta for conhecida, juízo, o lugar e a hora que o réu deve comparecer. Os requisitos extrínsecos são a forma em que irá acontecer a citação, será feita por OAJ, através da leitura do mandado, com entrega de contra fé ao acusado e declaração do OAJ na certidão de cumprimento positivo do mandado. Ainda que citado e não assine a citação, o OAJ pode informar que foi citado, pois é constituído de fé publica. A citação do militar será feita por intermédio do chefe do respectivo serviço. A citação por edital só irá acontecer caso o réu esteja em lugar incerto e desconhecido, conforme artigo 363 §1º CPP. A revelia no processo penal não possui os mesmos efeitos da revelia no processo civil, logo o MP ou o querelante terá que provar todos os fatos alegados. 4. Resposta do réu: é a defesa do acusado. Após sua citação o acusado terá o prazo de 10 dias corridos para apresentar sua peça de defesa, que deve conter toda matéria de defesa, incluído todas as provas que requer produzir, sob pena de preclusão do direito. As preliminares serão arguidas na mesma peça, salvo a de incompetência relativa de lugar, que deverá ocorrer em autos apartados. É obrigatória a oferta da resposta do réu, então caso esse não ofereça no prazo legal, ou se o acusado não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, dando vista dos autos pelo prazo de 10 dias. 5. Possibilidade de Absolvição Sumária: art 397 CPP. Faz coisa julgada material, os motivos para a aplicação desse instituto estão elencados nos incisos do referido artigo, que são: a existência de manifesta causa de excludente de ilicitude do fato; excludente de culpabilidade, salvo inimputável; que o fato narrado evidentemente não constitui crime; extinta a punibilidade do agente. 6. Audiência de Instrução e Julgamento: será realizada no prazo máximo de 60 dias, as provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, o esclarecimento dos peritos deve ser requerido com antecedência. Poderão ser arroladas até 8 testemunhas pela acusação e 8 pela defesa, neste numero não se compreendem as que não prestam compromisso e as referidas. Ordem dos atos na AIJ: A. Oitiva da vitima B. Oitiva das testemunhas de acusação C. Oitiva das testemunhas de defesa D. Interrogatório E. Diligências F. Alegações finais G. Sentença Caso haja a cisão da audiência, segundo o entendimento dos Tribunais Superiores, é de que o interrogatório que vinculará o juiz, que irá prolatar a sentença. Afim de que exerça o direito de ampla defesa, o interrogatório deverá ser realizado após todo o conteúdo de acusação. O artigo 400 CPP é claro quando a ordem das oitivas das testemunhas, caso seja violado, poderá ser arguida a nulidade do ato. Esta nulidade pode ser arguida de 2 formas, por reclamação/correição parcial, sendo realizada de forma imediata, a fim de que gere a nulidade do ato ou em recurso de apelação, após a sentença, arguindo a violação do devido processo legal e ampla defesa. Produzidas as provas, o MP, o querelante e assistente e a seguir o acusado, poderão requerer diligências, desde que sejam relacionadas a matéria trazida na produção de provas. As diligências que ocorrerem nesse momento processual são excepcionais. (art 402 CPP) Não havendo requerimento para diligência ou indeferimento das mesmas, passa a ser o momento do oferecimento das alegações finais, que é obrigatório para todos, exceto o assistente de acusação. Em regra, deverão ser feitas de forma oral, todavia é pouco utilizado na pratica, podendo ser oferecida por petição. Na forma oral terá o prazo de 20 minutos para cada parte, podendo ser prorrogado por mais 10. Caso não haja o oferecimento das alegações finais por parte do MP, aplica-se o art 28 CPP c/c 42 CPP, encaminhando para o PGJ, oferecer as alegações ou requerer que o MP as faça. Por parte do querelante, ocorrerá a perempção sob a luz do artigo 60, III CP. Por parte do defensor dativo, aplica-se o art 28 CPP, por analogia. Por parte do defensor constituído (privado), o juiz irá orientar o réu da necessidade da peça para que o mesmo exija do seu patrono ou escolha outro patrono para oferecer. Após as alegações finais, o juiz proferira a sentença na AIJ ou no prazo de 10 dias no caso de Alegações Finais por petição devido as diligências. Procedimento Sumário: Será aplicado esse procedimento aos crimes que tiverem pena máxima superior a 2 anos e inferior a 4 anos. Os atos processuais serão os mesmos que no rito Ordinário, ou seja, Oferecimento da Denuncia; Recebimento da Denuncia; Citação; Resposta do Réu; AIJ. As diferenças entre o procedimento ordinário e sumário estão no prazo para a marcação da AIJ, que no processo sumario será de 30 dias, de acordo com art 531 CPP, sendo respeitada a mesma ordem de atos na AIJ que no processo ordinário e no numero de testemunhas arroladas também reduz para 5 testemunhas para acusação e 5 para defesa. Procedimento Sumaríssimo: Será aplicado esse procedimento em crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, com pena máxima igual ou inferior a 2 anos. JECRIM. - Fases do procedimento sumaríssimo: 1. Termo circunstanciado: é a narrativa dos fatos perante ao Delegado que lavrará o respectivo documento, encaminhando imediatamente para o JECRIM, com o autor e a vitima providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. O autor do fato que, após a lavratura do termo se comprometer a comparecer na audiência preliminar, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. 2. Audiência preliminar: será marcada uma audiência preliminar de conciliação entre as partes, que deverão ir com seus respectivos advogados. 3. Composição entre as partes: medida despenalizadora, que visa a composição dos danos civis, é um acordo entre a vítima e o suposto autor do fato. 4. Representação da Vitima: caso não seja resolvido em danos civis, o advogado da vitima, faz a sua representaçãopara dar continuidade ao processo. 5. Proposta de Transação Penal: o MP oferece ao suposto autor do fato um acordo para encerrar o processo. É também uma medida despenalizadora. A aceitação por parte do suposto autor do fato, não imputa a ele que esteja assumindo o crime, mas sim que não tem interesse em prosseguir com o feito. 6. Oferecimento da denuncia: caso não seja aceita a proposta de transação penal, o MP oferece a denuncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis. 7. Citação: se o acusado não estiver presente na audiência, será citado e tomará ciência da AIJ já designada, caso esteja na audiência já imediatamente se dará por citado e com o devido conhecimento da AIJ. 8. AIJ: devem comparecer as partes com seus advogados e testemunhas. -Atos da AIJ: a. Renovação da proposta de composição civil b. Renovação da representação c. Renovação da proposta de transação penal d. Defesa preliminar e. Recebimento da denuncia ou queixa f. Proposta de sursis processual: pena mínima igual ou inferior a 1 ano. g. oitiva da vitima h. oitiva das testemunhas de acusação: até 5 testemunhas i. oitiva das testemunhas de defesa: ate 5 testemunhas j. interrogatório k. debates orais l. sentença Esse procedimento no que for omisso, utilizara-se subsidiariamente do rito sumario. Procedimento nos crimes praticados por funcionário publico: Será utilizado o rito processual que se adequar a pena do crime praticado, ou seja, ordinário ou sumário. A peculiaridade desse procedimento, esta na forma de composição. Nos crimes afiançáveis, estando a denuncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autua-la e ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15 dias. A resposta do acusado poderá ser instruída com documentos e justificativas que achar necessário. O magistrado ao receber a petição do acusado, se por ela se convencer de que não houve crime, ou da improcedência da ação, recusará a denuncia ou queixa. Caso após essa reposta preliminar o magistrado entenda que houve delito, o processo segue de forma normal, de acordo com o rito que se enquadrar. Procedimento especial dos crimes contra a honra: Estão nesse procedimento os crimes contra a honra que não vão para o JECRIM, ou seja, a única hipótese existente é no crime de calunia com o aumento previsto no 141 CP, que são aqueles praticados contra funcionário publico em razão de suas funções, na presença de varias pessoas ou por meio que facilite a propagação, contra pessoa maior de 60 anos. Antes de iniciar o rito sumario, as partes tentaram se reconciliar, art 520. Não havendo a reconciliação, segue-se normalmente o rito sumario. Procedimento especial da Lei 11343/06: - Oferecimento da denuncia: O MP no momento do oferecimento da denuncia, arrola 5 testemunhas e requer as provas que irá desejar produzir. - Defesa prévia: o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 dias, onde o acusado irá arguir toda a matéria de defesa, oferecer documentos e justificações, arrolar 5 testemunhas e requerer as provas que pretende produzir. - recebimento da denuncia: o juiz designará data e hora para audiência de instrução e julgamento, intimando o MP, o acusado e seu patrono, a AIJ será designada no prazo de 30 dias, salvo se determinada avaliação de dependência de drogas, quando então a AIJ será marcada no prazo de 90 dias. - citação do réu: conforme já estudado nos outros procedimentos. - AIJ: de acordo com o artigo 57, acontecerá na seguinte ordem: interrogatório, testemunhas, sustentação do MP e da defesa. Obs: de acordo com a lei o interrogatório é o primeiro ato, mas buscando não ir de encontro com o artigo 400 CPP, na pratica o interrogatório fica sendo o ultimo ato. Quanto as testemunhas, pela lei, pode ser em qualquer ordem, mas os juízes tentam também manter o art 400 CPP. A sustentação será feita em 20 minutos pelo MP e pela defesa, ou poderão ser por memoriais, de acordo com art 403/404 CPP.
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