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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II. CASO CONCRETO. SEMANA 3. ESTÁCIO. FIC. 2018

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II. 
CASO CONCRETO SEMANA 3
Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC
(Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das passagens aéreas que
as empresas cobrariam dos passageiros, e na composição daquele preço o
ICMS não foi incluído. Não obstante, os Estados cobravam das Cias aéreas
uma vultosa quantia a título de ICMS. Posteriormente, aquele ICMS veio a ser
considerado inconstitucional, sendo possível, em tese, o pedido de restituição.
Imediatamente a CIA AÉREA VOE BEM - tempestivamente - pleiteou a
restituição, via ação de repetição de indébito, em dobro, do ICMS
indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no entanto, contestou o pedido
alegando, em preliminar, a ilegitimidade da CIA AÉREA, por descumprimento
do art. 166 do CTN, uma vez que o ICMS é imposto indireto, no qual ocorre a
transferência do encargo financeiro, bem como ocorreu a prescrição. No
mérito, sustenta a impossibilidade de devolução do valor pago em dobro.
Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com fundamento
na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são procedentes ou
improcedentes as alegações apresentadas. 
No caso houve o pagamento indevido do tributo do ICMS por anos
a fio, tendo sido reconhecido o seu teor inconstitucional em decisão
judicial declarativa, gerando, assim, efeitos retroativos (ex-tunc),
assistindo razão, deste modo, às organizações aéreas que na época
pagaram indevidamente, e sozinhas, sem transferência de tributos aos
consumidores, o imposto cobrado, conforme artigo 165 e seguintes do
CTN. 
Além disso, registre-se a impossibilidade do pagamento em dobro
por parte da fazenda pública, vez que não há imposição de tal penalidade
prescrita em lei em face desta, sendo o referido instituto concernente às
relações consumeristas.
Não ocorrera a prescrição em na espécie, uma vez que é informado
que as empresas aéreas tempestivamente requereram o direito. 
SÚMULA 546 DO STF
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Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando
reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou
do contribuinte de facto o quantum respectivo.
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto,
à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência
de qualquer documento relativo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na
mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as
referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da
restituição.
 Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do
trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do
prazo de 5 (cinco) anos, contados:
2
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito
tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva
a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha
reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa
que denegar a restituição.
 Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação
judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.
(CTN)
Questão objetiva 
João realizou pagamento a maior do IPVA relativo ao fato gerador ocorrido em
2007. Tendo consultado o valor do imposto em relação ao fato gerador ocorrido
em 2008, o contribuinte identificou que o valor pago a maior em 2007 é
suficiente para quitar o tributo devido em 2008. Diante disso, pretende requerer
a seu Estado a utilização do excesso pago em 2007 para liquidar o imposto de
2008. Considerando que inexiste lei específica disciplinando a matéria no
Estado, marque a alternativa correta: 
a. (X) João deverá proceder ao pagamento do IPVA/2008 e requerer a
restituição do IPVA/2007 pago a maior. 
b. ( ) João poderá compensar o IPVA/2007 com o IPVA devido em 2008. 
c. ( ) O pedido de compensação deverá ficar sobrestado até que sobrevenha lei
estadual específica.
d. ( ) O pedido de compensação será indeferido porque o IPVA/2007 pago a
maior só pode ser utilizado na compensação de débitos de exercícios
anteriores.
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