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INDENIZAÇÃO CIVIL POR ALEGAÇÃO DE FALSO IMPEDIMENTO MATRIMONIAL

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INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS – IAESB
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS – FASB
CURSO DE DIREITO
DIANE KELLY SOUZA DA SILVA
GILSON PEREIRA DOS SANTOS
LUCAS MAIA DE ALENCAR
MARIA APARECIDA ALVES BARRETO DE SOUZA
	
INDENIZAÇÃO CIVIL POR ALEGAÇÃO DE FALSO IMPEDIMENTO MATRIMONIAL
	
BARREIRAS-BA
2017
DIANE KELLY SOUZA DA SILVA
GILSON PEREIRA DOS SANTOS
LUCAS MAIA DE ALENCAR
MARIA APARECIDA ALVES BARRETO DE SOUZA
	
INDENIZAÇÃO CIVIL POR ALEGAÇÃO DE FALSO IMPEDIMENTO MATRIMONIAL
Trabalho apresentado à Faculdade São Francisco de Barreiras, como requisito parcial de avaliação das disciplinas de Responsabilidade Civil e Direito Processual Civil V.
Orientação: Chandrélin de Paula Cardoso dos Reis e Juliana Venâncio Silva Naves.
BARREIRAS-BA
2017
INDENIZAÇÃO CIVIL POR ALEGAÇÃO DE FALSO IMPEDIMENTO MATRIMONIAL
Diane Kelly Souza da Silva [1: Acadêmica do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.]
(kellystronda10@gmail.com)
Gilson Pereira dos Santos[2: Acadêmico do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB]
Lucas Maia de Alencar[3: Acadêmico do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB]
Maria Aparecida Alves Barreto Souza[4: Acadêmica do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB]
 Chandrélin de Paula Cardoso dos Reis[5: Profª. Orientadora do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. ⁶ Profª. Orientadora do 7º Semestre do curso de Direito da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.]
chandrelin@fasb.edu.br
Juliana Venâncio Silva Naves⁶
julianavenansilva@gmail.com
RESUMO
O presente artigo intitulado “indenização civil por alegação de falso impedimento matrimonial” tem por objetivo entender a responsabilidade civil em detrimento do falso testemunho matrimonial. Para isso, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, através de autores experientes no âmbito de Direito Civil e Direito de família, além de artigos, publicações em revistas, para alcançar a resolução da problemática em foco. Sabe-se que o casamento trata-se de uma relação de comunhão de afetos, criando assim um vínculo intenso entre as partes, e por se tratar de uma instituição solene não pode ser realizado a qualquer modo, o artigo 1521 do Código Civil, expressa os impedimentos matrimoniais, que tem por si a função de evitar inconvenientes em casamentos, relativos ao direito dos nubentes, ou que venham a prejudicar interesses de terceiros. Sabe-se que há a possibilidade de sabe-se responsabilização civil em detrimento de falso impedimento matrimonial, tendo em vista que muitas vezes essas ações causam sofrimento, vergonha, humilhação e dor ao indivíduo, que pode permear a obrigação de reparação. Porém, ainda trata-se de uma temática pouco trabalhada, e contanto restrita as decisões jurisprudenciais mínimas. 
PALAVRAS-CHAVE: Indenização civil, impedimento matrimonial, casamento;
ABSTRACT
This article entitled "civil indemnity for alleged wrongful impediment to marriage" aims to understand civil liability over false witness. For this, we used bibliographical research, through experienced authors in the scope of Civil Law and Family Law,
well as articles, publications in journals, to reach the resolution of the problematic in focus. It is known that marriage is a relationship of communion of affections, thus creating an intense bond between the parties, and since it is a solemn institution can not be carried out in any way, Article 1521 of the Civil Code, expressed Marriage impediments, which has the function of avoiding inconveniences in marriages, relating to the rights of the spouses, or that may harm the interests of third parties. It is known that there is a possibility that civil liability is known to the detriment of a false marital impediment, since these actions often cause suffering, shame, humiliation and pain to the individual, which can permeate the obligation of reparation. However, it is still a little elaborated subject, and subject to minimal jurisprudential decisions.
KEY WORDS: Civil indemnity, marital impediment, marriage;
INTRODUÇÃO 
O presente artigo tem como função esclarecer a possibilidade de indenização civil por alegação de falso impedimento matrimonial, devido aos diversos problemas encontrados por falsas declarações de impedimento matrimonial. 
Sabe-se que o casamento trata-se de uma relação de comunhão de afetos, criando assim um vínculo intenso entre as partes, este fator demonstra que para se instituir o matrimônio devem-se existir aspectos inerentes de afinidade entre os cônjuges. 
Todavia, por se tratar de uma instituição solene não pode ser realizado a qualquer modo, o artigo 1521 do Código Civil, expressa os impedimentos matrimoniais, que tem por si a função de evitar inconvenientes em casamentos, relativos ao direito dos nubentes, ou que venham a prejudicar interesses de terceiros.
O questionamento que permeia a construção do presente, se refere a possibilidade de indenização decorrente do falso impedimento matrimonial, tendo em vista os diversos problemas encontrados nos casamentos constituídos, os quais descobrem posteriormente algum impedimento que anula o casamento, ocasionando em sofrimento, humilhação, entre outros sentimentos ao um dos cônjuges. 
Desta forma, sabe-se que a responsabilidade civil é uma obrigação de reparação ao prejuízo que fora causado a outrem, mesmo que o fato tenha sido ocasionado por fato próprio, de outrem ou de coisas que venham a depender delas.
Ademais, a construção desta pesquisa está fundamentada no método dedutivo, e a análise temática atrelada essencialmente a pesquisas bibliográficas, utilizando-se autores experientes no âmbito de Direito Civil e Direito de família. 
Assim, seu primeiro tópico abordará um breve conceito sobre casamento, em segundo momento se elencara os impedimentos matrimoniais, seguido pela definição de Responsabilidade Civil. E, por fim, apontar-se-á a indenização proveniente da alegação de falso impedimento matrimonial. 
 CASAMENTO
A instituição do casamento para a ótica popular constitui-se apenas da união entre um homem e uma mulher. Historicamente falando o casamento era reconhecido apenas para o objetivo reprodutivo, neste viés, Pontes de Miranda (2011, p.93) afirma que o casamento era “a regulamentação social do instinto de reprodução”.
Com o passar do tempo o conceito de casamento foi se modificando e perdeu a característica apenas de reprodução e passou a ser considerada uma relação constituída por laços afetivos. Conforme pode ser elucidado por Dias (2015, p. 148):
O sentido da relação matrimonial melhor se expressa pela noção de comunhão de vidas, ou comunhão de afetos. O ato do casamento cria um vínculo entre os noivos, que passam a desfrutar do estado de casados. A plena comunhão de vida é o efeito por excelência do casamento. São de tal ordem as sequelas de natureza patrimonial que não corre prescrição entre os cônjuges.
Segundo o aludido, o casamento é uma relação de comunhão de afetos, criando assim um vínculo intenso entre as partes, este fator demonstra que para se instituir o matrimônio devem-se existir aspectos inerentes de afinidade entre os cônjuges.
Tendo em mente a ideia de afinidade, Farias (2011, p. 140) aduz:
O casamento não é a única forma de constituição de família, mas uma delas, formada pela união formal, solene, entre pessoas que se entrelaçam afetivamente, estabelecendo uma comunhão de vida. Aliás, nessa referência à comunhão de vida, realçamos que a presença de sexualidade, do auxílio mútuo do projeto de vida em comum, que são marcas características do casamento.
Conforme observado, o matrimônio é essencialmente a união de pessoas que possuem afeto mútuo e que por escolha decidem assumir o compromisso formal e jurídico de apesar de compartilharema suas vidas uns com os outros. Todavia, o casamento por ser uma instituição solene não pode ser realizado a qualquer modo, assim analisar-se-á a seguir os impedimentos matrimoniais.
2.0 DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
De acordo com Tributtati (2009, p. 1) no que se refere aos impedimentos matrimoniais, os mesmos se caracterizam por “condições positivas ou negativas, de fato ou de direito, físicas ou jurídicas, expressamente especificadas pela lei, que permanente ou temporariamente, proíbem o casamento”. É possível observar aqui de maneira simples que, os impedimentos matrimoniais constituem-se como forma de suspenção do processo de celebração do casamento.
No Código Civil de 1916, com relação aos impedimentos relativos ao casamento, estes se referiam aos dirimentes públicos, privados ou relativas aos impedientes. Os dois últimos impedimentos eram tidos como de menor acuidade, estando em incisos específicos com embasamento no artigo 183, do aludido Código. Estes também eram instituídos com fulcro no interesse do particular, ou de um dos nubentes, e só assim poderiam anular o casamento e gerar certas punições civis aos cônjuges. (DINIZ, 2004)
Nos dias atuais, segundo o artigo 1521 do Código Civil (BRASIL, 2002) não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II – os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
A seguir destacar-se-á as principais causas de impedimentos matrimoniais.
2.1 PRINCIPAIS CAUSAS DE IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
Ao se tratar de impedimentos, sabe-se que estes estão elencados no artigo 1521 do Código Civil, como exposto anteriormente, e tem por si a função de evitar inconvenientes em casamentos, relativos ao direito dos nubentes, ou que venham a prejudicar interesses de terceiros, conforme elucida:
Ao elencar exaustivamente os incisos do art. 1521 do CC, que discriminam os impedimentos matrimoniais entre nós, teve, sem dúvida, o legislador, a intenção de evitar a realização de núpcias que se apresentem inconvenientes, ou porque representam agravo ao direito dos nubentes, ou porque prejudicam interesses de terceiros. (HIRONAKA, 2011, p. 6)
O legislador tenta proteger os direitos de forma minuciosa, porém não veio a definir de modo claro, como deveria ser interpretado esses impedimentos, de modo, que, deixou aos doutrinadores a tarefa árdua de interpreta-los.
O Código Civil brasileiro, que enumera, minuciosamente, os impedimentos matrimoniais, não definiu o nomen juris, o que torna árdua a tarefa dos doutrinadores, mesmo porque, também, não enuncia o nosso Código Civil as condições sob as quais seria considerado válido um casamento. (HIRONAKA, 2011, p. 6)
Ademais, a legislação pátria, não definiu em seu contexto quais seriam as condições que norteariam um casamento considerado válido. 
A doutrina, então, tem se situado da seguinte maneira: se a condição de invalidade do casamento, em relação a alguém, for absoluta, esta será uma situação de incapacidade; mas se, por outro lado, essa mesma condição, relativamente a certa pessoa, for relativa, estaremos diante de um impedimento. (HIRONAKA, 2011, p. 6)
Assim, a doutrina vem se posicionando da seguinte maneira, se a condição de invalidade for absoluta, se tratará de uma situação de incapacidade, mas se for, a condição relativa, estará se falando de um impedimento. O qual “emerge a incapacidade matrimonial quando a pessoa sobre quem se indaga, não pode casar com quem quer que seja, como ocorre, exemplificativamente, com aquelas que já são casadas”. (HIRONAKA, 2011, p. 6)
A incapacidade será vislumbrada quando a pessoa a não pode casar de forma nenhuma, ou seja, a sua união matrimonial é absolutamente vedada, conforme elucida o autor supracitado.
Os impedimentos matrimoniais se dividem em três categorias, segundo a doutrina atual, sendo os impedimentos dirimentes absolutos, impedimentos dirimentes relativos e os impedimentos proibitivos (HIRONAKA, 2011).
Sendo que, os impedimentos dirimentes absolutos ocasionam na nulidade absoluta do casamento, não produzindo quaisquer efeitos; os impedimentos dirimentes relativos trazem consigo a possibilidade anulatória do casamento, produzindo efeito até ser anulável, de modo que pode ou não se constituir, pois sua destruição é relativa; por fim, os impedimentos proibitivos, ocasionam meramente em sanções aos cônjuges, não invalidando o matrimônio, geralmente são referentes ao regime da separação de bens (HIRONAKA, 2011).
Os impedimentos dirimentes absolutos, estão elencados nos incisos I e VIII do art. 1521 do CC, e estão relacionados diretamente ao parentesco entre os nubentes, relacionados a vínculo matrimonial preexistente e vinculados a crimes. São estes impedimentos relativos a proibição do casamento com relação ao parentesco natural, parentesco por afinidade e o parentesco civil (HIRONAKA, 2011).
a.a.a) Quanto ao impedimento de consangüinidade (incisos. I, 1.ª parte, e IV), as razões da proibição são de ordem eugênica, pois casamentos entre parentes poderiam gerar filhos defeituosos, portadores de taras fisiológicas etc. Este tipo de proibição abrange os irmãos, legítimos ou ilegítimos, germanos ou não, e os colaterais, legítimos ou ilegítimos, até o 3.º grau, inclusive.
O impedimento relativo ao parentesco natural, está relacionado ao parentesco em linha direta, ou seja, pai com filha, neto com neta, etc. e o parentesco de 2º grau, sendo irmã com irmão, sendo absolutamente vedados e invencíveis. Vale ressaltar que a relação entre parentes de 3º grau, sendo tio e sobrinha, não é mais invencível, havendo divergência de opiniões quanto a questão (HIRONAKA, 2011). 
Esses impedimentos são baseados nas razões morais, objetivando impedir núpcias incestuosas no ambiente familiar, como também está baseada principalmente nas razões biológicas ou eugênicas, preservando a prole de taras fisiológicas, malformação somática e defeitos psíquicos.
a.a.b) Quanto ao impedimento de afinidade (inc. II) possui ele um fundamento moral e ético. É o impedimento do inc. II do art. 183 do CC, que dispõe que “não podem casar os afins em linha reta, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo”. O parentesco por afinidade é aquele que se estabelece em virtude de casamento entre um dos cônjuges e os parentes do outro. (HIRONAKA, 2011, p.7/8).
Os impedimentos quanto ao parentesco de afinidade, estão relacionados a proibição de matrimônios entre afins em linha reta, sendo eles, sogro e nora ou até o casamento entre cunhado, sendo estes fundados na ética e na moral. 
a.a.c) Quanto ao impedimento por adoção (incisos I, parte final, III e V), possui um fundamento de ordem moral. O art. 336 do CC prescreve que: “A adoção estabelece parentesco meramente civil entre o adotante e o adotado”. E o art. 183, I, parte final, do mesmo instrumento legislativo, vem dispor que não podem casar os ascendentes com os descendentes de vínculo civil. Portanto, o adotante não pode contrair matrimônio com a adotada, p. ex. (HIRONAKA, 2011, p.7/8).
Por fim, fala-se nos impedimentos por adoção, o qual está pautado na vedação do matrimonio entre adotante e adotado, adotante e cônjuge do adotado, e adotado com o cônjuge do adotante, de modo que ao adotar alguém é gerado vinculo civil, portanto é expressamente vedado o matrimonio entre estes.
Ao se falar em os impedimentos dirimentes relativos, estes são distribuídos em quatro espécies sendo os impedimento por coação, por rapto, relativo a terceiros e por idade, enfeixados entre os incisos. IX e XII do mesmo dispositivo legal. O primeiro, por coação, está pautado na manifestação da vontade entre as partes, de modo que está deve ser livre,e não provocada pelo medo. O Impedimento por rapto, está pautado na impossibilidade de manifestação vontade, gerada pelo domínio do raptor não podendo manifestar o seu consenso (HIRONAKA, 2011). 
 Quanto ao Impedimento relativo a terceiros, trata-se de uma proibição relativa ao matrimonio entre “os sujeitos ao pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto não obtiverem ou lhes for suprido o consentimento do pai, tutor ou curador”. Ao se falar em Impedimento por idade, condiciona-se ao suprimento de idade, para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal, ressaltando que o art. 215 do CC que impede a anulação de casamento por defeito de idade, caso dele resulte gravidez (HIRONAKA, 2011). 
Os impedimentos proibitivos, os quais também são conhecidos como facultativos englobam hipóteses dos incisos XIII a XVI do art. 183 do Código Civil, fazem referência a algumas circunstancias diversas, como o impedimento por viuvez, nos casos que cita, visa evitar que se haja a confusão entre as outras modalidades de impedimento (HIRONAKA, 2011). 
São divididos em Impedimento patrimonial da viuvez, inciso XIII, o qual faz referência a proibição de novo casamento com objetivo de proteger o patrimônio dos filhos do primeiro casamento, para que não haja confusão quanto ao patrimônio novo e o antigo. 
Acontecendo de vir a ser desatendido o impedimento, sofrerão os cônjuges infratores as sanções previstas nos artigos. 225 do CC, pelo qual o infrator perde o direito ao usufruto dos bens dos mesmos filhos, e 226, conjugado com o parágrafo único, I, do art. 258 do CC, segundo os quais obriga-se a regência do novo casamento pelo regime de separação de bens, vedadas, inclusive, doações ante ou pós-núpcias. (HIRONAKA, 2011, p.8).
Ademais, ao descumprir o determinado na lei, poderá os cônjuges sofrerem sanções, podendo perder o direito ao usufruto dos bens dos filhos, além de ter que reger o novo matrimonio ao regime de separação total de bens, com vedações especiais, a fim de proteger os bens do casamento anterior.
Seguido pelo impedimento à viúva destinado a evitar a confusão de sangue, disposto no inciso XIV, o qual possui a finalidade evitar confusão sanguínea, tendo em vista que gera uma certa dúvida quanto à paternidade do filho oriundo do casamento anterior, isto é, se o filho seria originado pelo primeiro ou pelo atual marido. Nas palavras de Monteiro (apud HIRONAKA, 2011, p.8), “incerta seria a paternidade do filho nascido no sétimo mês do segundo casamento, realizado três meses após a morte do primeiro marido. O recém-nascido poderia ser filho tanto do primeiro como do segundo cônjuge”. 
Por fim, os Impedimento a tutores, curadores e parentes, no inciso XV, exposto anteriormente e o Impedimento aos juízes, escrivães e parentes disposto no inciso XVI o qual visa impedir o casamento entre pessoas, que de certa forma estejam sob o poder de outra.
3.0 RESPONSABILIDADE CIVIL E SEUS ELEMENTOS 
 
A Responsabilidade Civil é aplicada quando um fato praticado venha a lesionar o direito de alguém, seja este ato cometido por imprudência, imperícia ou negligência, será o agente obrigado a reparar o dano cometido. Nas palavras de Gagliano e Pamplona Filho (2009, p. 3):
Responsabilidade, para o Direito, nada mais é, portanto, que uma obrigação derivada – um dever jurídico sucessivo – de assumir as consequências jurídicas de um fato, consequências essas que podem variar (reparação dos danos e/ou punição pessoal do agente lesionante) de acordo com os interesses lesados. 
	
A responsabilidade civil é uma obrigação de reparação ao prejuízo que fora causado a outrem, mesmo que o fato tenha sido ocasionado por fato próprio, de outrem ou de coisas que venham a depender delas.
Ainda nas palavras dos autores supracitados, a responsabilidade civil possui três funções, sendo a primeira de natureza compensatória, a segunda punitiva e a terceira desmotivação social da conduta lesiva, conforme explica ao dizer que:
Na primeira função, encontra-se o objetivo básico e finalidade da reparação civil: retornar as coisas ao status quo ante. Repõe-se o bem perdido diretamente ou, quando não é mais possível tal circunstância, impõe-se o pagamento de um quantum indenizatório, em importância equivalente ao valor do bem material ou compensatório do direito não redutível pecuniariamente. 
Como uma função secundária em relação à reposição das coisas ao estado em que se encontravam, mas igualmente relevante, está a ideia de punição do ofensor. Embora não seja a finalidade básica (admitindo-se inclusive a sua não-incidência quando possível a restituição integral à situação jurídica anterior), a prestação imposta ao ofensor também gera um efeito punitivo pela ausência de cautela na prática de seus atos, persuadindo-o a não mais lesionar.
 E essa persuasão não se limita à figura do ofensor, acabando por incidir num terceira função, de cunho socioeducativo, que é a de tornar público que condutas semelhantes não são toleradas. Assim, alcança-se, por via indireta, a própria sociedade, restabelecendo-se o equilíbrio e a segurança desejados pelo Direito. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2009, p. 21)
Principalmente no que tange as decisões jurisprudenciais no que se refere ao dano moral, é visto que a indenização tem por si valor a função compensatória, além de cunho punitivo, preventivo e repressor, pois este não serve apenas para que se tenha reparação do dano, como também visa agir de maneira educativa ou pedagógica evitando que o agente volte a cometer o mesmo ato que ocasionem em perdas e danos futuros (VENOSA, 2007).
Vale ressaltar que a responsabilidade recai não somente sobre os atos praticados por pessoas físicas, recaindo também sobre os atos praticados por pessoas jurídicas, de modo que toda atividade que venha a ocasionar prejuízo a outrem dará margem à responsabilidade ou dever de indenizar (VENOSA, 2007).
A Responsabilidade Civil pode ser caracterizada como Objetiva ou Subjetiva. Nas palavras de Diniz (2003, p.36):
Poder-se-á definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou de fato de coisa ou de animal sob sua guarda (responsabilidade subjetiva), ou, ainda, de simples imposição legal (responsabilidade objetiva).
 Quanto à responsabilidade Subjetiva, explica Venosa que: 
 
Na responsabilidade subjetiva, o centro de exame é o ato ilícito. O dever de indenizar vai repousar justamente no exame de transgressão ao dever de conduta que constitui o ato ilícito. Como vimos, sua conceituação vem exposta no art. 186 (antigo artigo 1559). (VENOSA, 2007, p. 22).
Para que se possa caracterizar a responsabilidade subjetiva, faz-se necessário que a conduta praticada tenha sido culposa, de modo que está conduta viole um dever jurídico ocasionando prejuízos a outrem. 
A culpa se converte em um limite de autonomia da vontade e a responsabilidade em um princípio de ordem moral. Isto significa que caberia à vítima demonstrar que o dano derivou de um ato de vontade do autor do fato, ou seja, que o agente poderia ter escolhido outra forma de agir, mas não o fez. (FARIAS, ROSENVALD; NETO, 2015, p.501)
Portanto, a responsabilidade subjetiva está interligada a comprovação da culpa por parte do agente, de modo a expor que o agente poderia ter escolhido outra forma de agir, mas assim não procedeu. 
Já no que se trata a responsabilidade objetiva, está no risco, ou seja, não há a necessidade de comprovação de culpa, estando baseada apenas no risco produzido aos direitos de outrem, ao se comprovar o nexo causal entre o prejuízo sofrido e a ação do agente, surgirá o dever de reparação. Nas palavras de Venosa (2007, p.22):
Na responsabilidade objetiva, o ato ilícito mostra-se incompleto, pois é suprimido o substrato da culpa. No sistema de responsabilidade subjetiva, o elemento subjetivo do ato ilícito, que gera o dever de indenizar, está na imputabilidadeda conduta do agente. 
Desta forma, o agente ao assumir o risco inerente a uma atividade, tem por si o dever obrigacional de responder civilmente pelos danos dela decorrentes, sem que haja a necessidade de existência de culpa.
Após o levantamento dos aspectos mais importantes da Responsabilidade Civil, faz-se necessária uma análise sobre a possibilidade da responsabilização civil em detrimento da alegação de falso impedimento matrimonial.
4.0 IDENIZAÇÃO CIVIL POR ALEGAÇÃO DE FALSO IMPEDIMENTO MATRIMONIAL
A duvidas que permeiam a questão dos impedimentos matrimoniais, dizem respeito a quebra das regras relacionadas ao casamento, haja vista, que em tese alguns casos necessitam da tutela jurisdicional com o objetivo de reparar o dano causado pelo seu cônjuge. 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. SEPARAÇÃO LITIGIOSA. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NÃO CONHECIMENTO EM RAZÃO DA INCOMPATIBILIDADE DE RITOS. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO (CPC, ART. 292, § 2º). CULPA PELA SEPARAÇÃO DO VARÃO. ADULTÉRIO COMPROVADO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR CARACTERIZADA. É permitida a cumulação de vários pedidos num único processo, contra o mesmo réu ou reconvinte, quando preenchidos os requisitos do artigo 292, § 1º, do Código de Processo Civil. A desobediência ao dever de fidelidade recíproca acarreta dor moral ao cônjuge enganado, autorizando a condenação do consorte infiel ao pagamento de indenização por danos morais. O valor da indenização do dano moral deve ser arbitrado pelo juiz de maneira a servir, por um lado, de lenitivo para a dor psíquica sofrida pelo lesado, sem importar a ele enriquecimento sem causa ou estímulo ao abalo suportado; e, por outro, deve desempenhar função pedagógica e séria reprimenda ao ofensor, a fim de evitar a recidiva. (TJ-SC, Relator: Luiz Carlos Freyesleben. Data de Julgamento: 05/05/2005, Segunda Câmara de Direito Civil) 
Sabe-se que um dos impedimentos constantes no artigo 1521 do Código Civil, trata-se da violação da concepção de Matrimonio por pessoas casadas, é deveras comum, casos de pessoas que possuem relacionamentos extraconjugais, os quais constituem como união estável, possuindo os mesmos direitos e obrigações de um casamento. 
Desta forma, ao se obter uma separação conturbada em detrimento dessas relações, que ocasionaram em sofrimento e humilhação a um dos cônjuges, responderá este por danos morais com o objetivo de desempenhar função pedagógica ao ofensor. 
Ao se questionar sobre a possibilidade de responsabilização civil, por alegação de falso impedimento matrimonial, pode-se afirmar que está é possível, em detrimento de que o indivíduo ao alegar ter impedimento matrimonial, com objetivo de anular o casamento, está de certa forma em busca de acarretar danos a outrem.
Baseado nessa afirmação, poderá a parte que se sentiu lesada, entrar com pedido de indenização civil, com o objetivo de reparar o dano moral sofrido, assim como causar uma reprimenda ao ofensor, de modo que este não venha a praticar o ato novamente. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os impedimentos são baseados nas razões morais, objetivando impedir núpcias incestuosas no ambiente familiar, como também está baseada principalmente nas razões biológicas ou eugênicas, preservando a prole de taras fisiológicas, malformação somática e defeitos psíquicos.
Já a responsabilidade civil possui três funções, sendo a primeira de natureza compensatória, a segunda punitiva e a terceira desmotivação social da conduta lesiva.
Quando um indivíduo vem a alegar falso impedimento matrimonial, com objetivo de anular o casamento, está de certa forma em busca de acarretar danos a outrem. Baseado nessa afirmação, poderá a parte que se sentiu lesada, entrar com pedido de indenização civil, com o objetivo de reparar o dano moral sofrido, assim como causar uma reprimenda ao ofensor, de modo que este não venha a praticar o ato novamente. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Divórcio e Separação. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direitos das Famílias. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2015.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito brasileiro: responsabilidade civil. v 7. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito brasileiro: responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva. 2004.
FARIAS, Cristiano.C.; Rosenvald. N.; Direito das Famílias. Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2011.
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson; NETTO, Felipe Peixoto Braga. Curso de Direito Civil 3. 2ª edição. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2015. 
GAGLIANO, Pablo StolzE. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. v. III. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Casamento conceito e natureza jurídica - impedimentos e nulidades matrimoniais. Doutrinas Essenciais Família e Sucessões | vol. 2 | p. 315 - 338 | Ago / 2011. Disponível em: <http://www.revistadostribunais.com.br>. Acesso em 7 de maio de 2017.
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