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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL Fichamento de Estudo de Caso WESLEY ALEXANDRE JERONIMO NABARRO Trabalho da disciplina Contabilidade Tutor: Prof. Claudia Basilio Local Brasília Ano 2018 2 Estudo de Caso de Harvard: Cafés Monte Bianco. Referência: Robert L. Simons. Antônio Davila. Texto do Fichamento 1 CAFÉS MONTE BIANCO: ELABORANDO UM PLANO FINANCEIRO Giacomo Salvetti, presidente do Cafés Monte Bianco, convocou uma reunião para delinear o futuro da empresa. A produção de cafés com marcas próprias de supermercados italianos salvou a empresa de uma crise há 3 anos, mas Giacomo tinha dúvidas de se a empresa deveria continuar investindo neste mercado. Toda a direção da empresa estava reunida, com a exceção de Roberto Bianchi, diretor de P&D, que estava na Colômbia. Estavam presentes à reunião Giovanni Calvaro, diretor de marketing; Paolo Cantara, diretor de produção; Dino Bastico, diretor financeiro e Carla Salvetti, diretora de planejamento estratégico. A empresa Cafés Monte Bianco, locada em Milão, era produtora e distribuidora de cafés premium. Os cafés da empresa, distribuídos em toda a Europa tinham a reputação de serem dos melhores do continente. A empresa foi fundada no início do século por Mario Salvetti, avô do atual presidente da empresa. Mario Salvetti, após passar várias décadas na América do Sul trabalhando em plantações de café, voltou à Itália para combinar os melhores grãos que havia encontrado em sua carreira. Rapidamente a Cafés Monte Bianco se tornou conhecida na região de Milão pelo sabor e qualidade de seus cafés. A cada ano, Giacomo passava 2 meses viajando ao redor do mundo visitando plantações de café, aprendendo a respeito de grãos e mantendo contato com produtores de cafés. A empresa possuía um laboratório com 6 pesquisadores em busca de novas combinações de sabores e testando produtos já existentes no mercado. 3 2 O FUTURO DA CAFÉS MONTE BIANCO Giacomo, pretendendo superar o sucesso do avô, desejava aumentar agressivamente o negócio. Ao longo dos últimos 5 anos, ele expandiu a capacidade da empresa, através da construção de caras instalações “estado da arte”. Um importante fator para o sucesso foi a produção de marcas próprias para duas importantes cadeias de supermercados na Itália. Embora Giacomo tenha inicialmente se oposto à ideia, a desaceleração do mercado em 1998 convenceu-o que marcas próprias eram uma boa alternativa para ocupar a capacidade produtiva e absorver custos fixos. Muitos varejistas abordaram a Monte Bianco com pedidos de fornecimento de café a ser distribuído sob as respectivas marcas próprias. Contudo, para atender a esta crescente demanda, a empresa teria que reduzir sua presença de cafés premium em 2001 por conta de sua limitação de capacidade produtiva. A capacidade produtiva teórica no ano 2000 era de 350.000 quilos/mês. A última fase da expansão da linha de produção, concluída em dezembro de 2000, adicionou uma capacidade de mais 150.000 quilos/ mês. O custo desta expansão foi de 6 bilhões de Liras, com vida útil prevista de 15 anos. Ele precisava de mais fatos sobre a lucratividade da estratégia de marcas próprias. Estava relutante em mudar a direção estratégia da empresa de forma tão drástica sem o completo entendimento do seu impacto financeiro. Ele concluiu esta primeira reunião com a recomendação que o time executivo aprofundasse a analise com fatos e números para uma tomada de decisão mais segura. “O segmento de marcas próprias é muito mais estável. Nós podemos garantir a completa ocupação da capacidade produtiva instalada ao preço atual de 8.800 liras. Mas se nós decidirmos operar neste mercado teremos que nos comprometer no longo prazo. Os clientes negociam fortemente preços e esperam estabilidade e continuidade no suprimento. Se nós não entregarmos um serviço consistente ao longo do tempo, os clientes simplesmente mudarão de fornecedor e não retornarão mais. Os preços neste segmento são muito mais baixos que no segmento premium e o volume depende de quantos varejistas nós queremos atender. Durante o ano 2000 nós alocamos boa parte de nossa capacidade produtiva a dois varejistas. Cada varejista adicional irá demandar no mínimo 500.000 quilos por ano. ” Giacomo: “Está certo..., mas e o outro lado da equação? Como estão nossos custos de produção? 4 Paolo (diretor de produção): “Meu departamento preparou as informações sobre custos unitários previstos que você solicitou. Como vocês podem ver, os custos variam com o volume e a qualidade dos grãos. Esses custos são baseados em nossa experiência. ” Dino (diretor financeiro): “Esses custos incluem apenas os custos de produção?” Paolo: “Sim. Esses custos incluem o custo dos grãos e da mão-de obra, bem como os custos fixos que nós alocamos em função do volume. Vocês podem notar que se nós vendermos apenas marcas próprias, nossos custos fixos ficariam 781 milhões de liras menor. Outra vantagem da produção de marcas próprias é a simplificação do plano de produção, já que este tipo de café pode ser estocado. Nós não podemos estocar cafés premium se desejarmos manter o nosso padrão de qualidade e frescor. ” Carla (diretora de Planejamento Estratégico) ansiosamente: “Giacomo, a produção de marcas próprias será ainda mais vantajosa caso consideremos da redução das despesas de propaganda, de vendas, administrativas e de P&D. Se formos para o segmento de marcas próprias, minhas estivas são que podemos economizar 65% com despesas de vendas, 75% nos custos de P&D e 50% em despesas administrativas. ” Giacomo: “Ok, mas como ficará o nosso fluxo de caixa se nós mudarmos completamente para marcas próprias? ” Houve um silencio embaraçoso ao redor da mesa. Giacomo: “Alguém analisou nosso fluxo de caixa? ” Dino: “Bom, como você pode ver pelas nossas vendas de 2000, nossa demanda está muito menor no verão. Isto pode ser um problema. A projeção é de que, até o final do ano, estaremos utilizando todo nosso limite de crédito de 25 bilhões de liras. Isto ocorrerá por que os varejistas de marcas próprias exigem um prazo de pagamento muito maior, de 90 dias ao invés do prazo a que estamos acostumados a trabalhar, de 30 dias”. Giacomo (visivelmente zangado): “Como vocês esperam que eu tome esta decisão? Vocês querem que eu mude a direção da empresa! Alguns de vocês estão me dizendo que devemos abrir mão de trabalhar no segmento premium e ocupar nossa fábrica com marcas próprias, mas não conseguem nem ao menos me informar de que modo a mudança irá afetar a liquidez da empresa?” Silencio absoluto na sala. Carla: “Giacomo, talvez devêssemos. ” 5 Giacomo (atirando longe os papéis): “Não. Carla, eu quero que você e Dino me digam exatamente quais são as implicações de trabalhar no segmento de marcas próprias. Elaborem um plano financeiro para 2001, considerando a capacidade adicional de produção de 1.800.000 kg de cafés e a produção apenas de marcas próprias. Eu desejo saber como ficará a saúde financeira da empresa. Fui claro? ” Carla: “Sim. ” Giacomo: “Quando vocês terão isto pronto? ” Dino: “Depois de amanhã. ” De acordo com a demonstração de Resultado e valor do ROE a empresa não deve comercializar o mix de marcas.