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Apostila de Ciência Política – 2º Bimestre – Profa. Solange Varella
Conceito de Estado
	O Estado é um organismo criado e mantido pelas sociedades complexas, que visa através do poder político, do direito e do poder de polícia, resolver os conflitos internos e externos, procurando obter a paz social. (Fábio Paino).
	O Estado é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território (Dalmo Dallari)
A questão da finalidade do Estado:
A maioria dos estudiosos que discutem o problema da principal finalidade do estado se agrupam em dois blocos. Os que acreditam que a finalidade do Estado deve ser à busca do bem comum (Dalmo Dallari), que é tudo aquilo que a sociedade produz e por ela é utilizado ou usufruído, materialmente (como universidade, os hospitais, as praças) ou espiritualmente (como caridade, o auxílio) (Dalmo Dallari), e aqueles que sustentam que a finalidade do Estado deve ser a obtenção da paz social, que é a ordem, a segurança, é tudo aquilo que faz com que a sociedade possa produzir o bem comum. Para esta corrente, se não houver paz social não pode haver o bem comum. A paz social deve anteceder ao bem comum.
Elementos Constitutivos do Estado
Povo: é o conjunto de cidadão do Estado, de todos aqueles que podem participar da vida política do Estado. Não se deve confundir povo com população, já que população é o conjunto das pessoas que vivem no território do estado, mesmo que nele se achem temporariamente, é o conjunto dos habitantes do Estado.
Território: o elemento material, espacial do Estado.
Características do Território
Não existe Estado sem território
O território estabelece o limite da ação soberana do estado.
O território é objeto de direitos do Estado
O território é impenetrável
Limites do território com relação ao solo, subsolo, mar e ar.
Solo: se estabelece através de fronteiras. Estas podem ser de suas formas:
Fronteiras naturais: estabelecidas por acidentes geográficos (rios, montanhas, vales).
Fronteiras artificiais: estabelecidas através de tratados
	As fronteiras naturais geralmente são irregulares, enquanto as fronteiras artificiais são em geral em linha reta.
Subsolo: em geral, se admite a regra de que o que está no subsolo do território do Estado pertence ao mesmo. Entretanto, pode não pertencer necessariamente ao Estado, mas ao proprietário daquele solo.
Mar: devido às imensas possibilidades de utilização econômica do mar, vários Estados celebraram tratados. Até o século XX delimitar o território marítimo era um problema de ordem de segurança do Estado que determinava a extensão do mar territorial, o critério utilizado do século XVII ao XX era o alcance do tiro de canhão (O poder da terra termina onde termina a força das armas).
Espaço Aéreo: estabelece limites do território na coluna de ar acima do mesmo. No entanto, foram celebrados tratados para permitir a aviação civil internacional. Com o grande desenvolvimento das conquistas espaciais, a ONU, em 1963, aprovou declaração de princípios jurídicos aplicáveis às atividades dos Estados na exploração e uso do espaço exterior, pelo qual ficou estabelecido que nenhum Estado poderá se apossar, no todo ou em parte, do espaço exterior, da lua, de qualquer planeta ou satélite.
Soberania
	O conceito de soberania teoricamente definido a partir do século XVI. O conceito de soberania é uma das bases da idéia de estado Moderno, sendo um dos elementos fundamentais do Estado.
	Na concepção de Ortega y Gasset, a soberania é a origem de todo o poder, de todo Estado, e nele de toda a lei. É o fundamento de todo poder.
	Segundo Miguel Reale, a soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.
	A soberania é o poder de decidir, é aquele que efetivamente dá as ordens. É o poder que não pode ser contestado. É o mais alto poder do Estado, porém depende de condições.
Características da Soberania:
- Una porque não se admite no mesmo Estado a convivência de duas soberanias
- Indivisível porque é inadmissível a existência de várias partes separadas da mesma soberania. Não se deve confundir com a teoria da divisão de poderes, que nada mais é do que distribuição de funções.
-Inalienável porque o Estado que detém soberania desaparece se ficar sem ela.
- Imprescritível porque soberania jamais seria o poder mais alto se tivesse prazo certo de duração.
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Estado Unitário e Estado Federal
Sob o ponto de vista do direito público interno, mais precisamente do Direito Constitucional, os Estados dividem-se em unitários e federais.
	
Estado Unitário – é aquele que apresenta uma organização política singular, com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam simplesmente de ordem administrativa. O Estado unitário é do tipo normal, o Estado padrão. A França é um Estado unitário, assim como Portugal, Bélgica, Holanda, Uruguai, Panamá, Peru são Estados unitários. Embora descentralizados em municípios, distritos ou departamentos, tais divisões são de direito administrativo. Não tem esses organismos menores uma autonomia política.
Estado Federal – é aquele que se divide em províncias politicamente autônomas, possuindo duas fontes paralelas de direito público, uma nacional e outra provincial. Brasil, EUA, México, Argentina, Venezuela são Estados federais. O que caracteriza o Estado federal é justamente o fato de, sobre o mesmo território e sobre as mesmas pessoas, se exercer, harmônica e simultaneamente, a ação pública de dois governos distintos: o federal e o estadual. O Estado federal é um Estado formado pela união de vários Estados.
Características do Estado Federal
A união faz nascer um novo Estado e, concomitantemente, aqueles Estados que aderiram à Federação perdem a condição de Estado.
- O Brasil não possui esta característica, pois provém de capitanias e províncias, não tendo sido originado por nenhuma união. No caso dos EUA, em 1776, existiam 13 colônias que se tornaram independentes. Sua união fez nascer um novo Estado: os EUA
b) A base jurídica do Estado Federal é uma constituição e não um tratado.
O Brasil tem essa característica, pois sua base jurídica é a Constituição.
c) Na Federação não existe o direito de secessão (separação)
Quando um Estado entra para a Federação já não pode separar-se.
d) Só no Estado Federal há soberania; as Unidades Federadas não a possuem.
e) No Estado Federal as atribuições da União e as atribuições das Unidades Federadas são fixadas na Constituição por meio de uma distribuição de competências.
No Brasil, teoricamente, esta característica aparece. Porém, a distribuição de competências é desigual em favor da União, o que não ocorre nos EUA, cujas competências de Federação são mínimas, sendo todas as restantes competências dos Estados Federados.
f) O poder político é compartilhado pela União e pelas Unidades Federadas.
g) Os cidadãos do Estado que aderem à Federação adquirem a cidadania do Estado Federal e perdem a anterior.
Desde a independência do Brasil os cidadãos eram brasileiros e continuaram a sê-lo na República. Nos EUA, diversamente, a partir da independência, eles adquirem a cidadania dos Estados independentes, e depois a da União, a do Estado Federal.
	A forma federativa moderna não se estruturou sobre bases teóricas. Ela é produto de uma experiência bem sucedida – a experiência norte americana.
	As federações na antiguidade foram instáveis e efêmeras. Extinguiram-se antes que pudessem comprovar resultados positivos em função dos problemas que a inspiraram. Foram experiências de descentralização administrativa, não de descentralização política, que é característica primacial do sistema federativo. Apenas a Suíça manteve-se até agora, conservando, em linhas gerais, os princípios básicos da antiga Confederação Helvética*(atualSuíça), natureza federativa.
A forma federativa consiste essencialmente na descentralização política: as unidades elegem seus próprios governantes e elaboram as leis relativas ao seu peculiar interesse, agindo com autonomia predefinida, ou seja, dentro dos limites que elas mesmas estipularam no pacto federativo.
Estado Federal nos Estados Unidos da América
	O princípio constitucional sobre o qual se fundam os EUA é um pacto entre 50 Estados que delegam ao governo federal, competente pelo território inteiro, uma quantidade mínima de poderes indispensáveis para garantir a unidade política e econômica. Todos os poderes restantes são reservados aos contraentes do pacto (Estados membros). Fundamentalmente, o governo federal se ocupa da política externa, defesa, moeda, obstáculos de natureza alfandegária e dos rumos gerais da política econômica, enquanto aos Estados federados ficam as outras competências. Em caso de conflito entre um Estado federado e o Governo federal, o poder de resolver a controvérsia é reservado à Suprema Corte, isto é, a uma autoridade neutra, a mesma à qual é confiado também o poder de revisão constitucional das leis. A estabilidade da federação é assegurada por um presidente, que reúne os poderes de chefe de estado e chefe de governo. O congresso tem somente funções legislativas nas matérias de competência do Estado Federal.
Formas de qualificar a unidade federada: Estado-Membro ou Estado Federado (Brasil, EUA, México); Laender (Alemanha); Cantões (Confederação Helvética); Província (Argentina).
*Origem da palavra federal: A palavra “federal” se originou do latim foedus, que significa pacto ou aliança. A primeira federação que a história conheceu foi a Confederação Helvética, em 1291, que contava apenas com quatro cantões. Em 1815 esta já contava com 25 cantões. Em 1848 foi promulgada sua constituição, e em 1979 ganhou mais um cantão, totalizando 26 cantões, ou seja, a atual Confederação Suíça, é esse o nome utilizado hoje, conta com 26 cantões, nome dado a unidade federada na Suíça
Distinção entre formas de Estado e formas de Governo
Governo – são as pessoas que se instalam na máquina estatal e a dirigem; é o componente humano da direção do Estado.
Formas de Estado – são aquelas que levam em consideração o sistema de poder e suas relações com a sociedade, a nação, a história, a economia, a religião, as ideologias, etc. Quando afirmamos que o Estado é medieval, consideramos o Sistema de Poder e a História. Já nos Estados teocráticos, consideramos o Sistema de poder e a religião, por exemplo.
Em ciência política, chama-se forma de governo (ou sistema político) o conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. 
Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais membros da sociedade (os administrados).
A forma de governo adotada por um Estado não deve ser confundida com a forma de Estado (unitária ou federal) nem com seu sistema de governo (Monarquismo, presidencialismo, parlamentarismo, dentre outros).
Repúblicas presidencialistas – Brasil, EUA, Argentina...
Repúblicas semipresidencialistas – Rússia, França, Portugal...
Repúblicas parlamentaristas – Alemanha, Itália, Índia...
Estados unipartidários –China..
Monarquias constitucionais parlamentares – Espanha, Canadá...
Tipos Clássicos das Formas de Governo 
	O primeiro pensador que se propôs a estudar as formas de governo foi Aristóteles. Este utilizou para distinguir as formas de governo basicamente os seguintes critérios:
o número de governantes
a renda dos governantes
forma de escolha dos governantes
As formas de governo em Aristóteles, resumidamente, são:
- Monarquia ou governo de um só;
- Aristocracia ou governo de poucos;
- Democracia ou governo do povo
- Politeia ou governo de muitos
É importante salientar que Aristóteles teria encontrado 18 formas de governo.
As formas de governo em Maquiavel são:
- Monarquia Absoluta ou limitada
- República – esta se subdivide em aristocrática (governo de poucos) e democrática (governo de muitos)
As formas de governo em Montesquieu são:
- Monarquia
- República
- Despotismo (governo do déspota, daquele que governa para si mesmo, arbitrário, tirano).
Principais Formas de Governo
I – Monarquia
	O vocábulo monarquia vem do Grego mono arken e do latim monarchia, que significava a forma de governo em que o poder supremo está nas mãos de um monarca.
Monarquia Absoluta – é aquela em que todo o poder se concentra na pessoa do monarca. Exerce, por direito próprio, as funções de legislador, administrador e supremo aplicador da justiça. Age por seu próprio e exclusivo arbítrio, não tendo que prestar contas dos seus atos senão a Deus.
	São limitadas as monarquias onde o poder central se reparte admitindo órgãos autônomos de função paralela, ou se submete esse poder às manifestações da soberania nacional.
	Destacam-se três tipos de Monarquias Limitadas: a) Tradicional ou de Estamentos; b) Constitucional; c) Parlamentar.
Monarquia Tradicional: é aquela onde o Rei descentraliza certas funções que são delegadas a elementos da nobreza reunidos em Cortes, ou órgãos semelhantes que funcionam como desdobramentos do poder real. É forma típica do regime feudal, na Idade Média.
Monarquia Constitucional é aquela em que o Rei só exerce o poder executivo, ao lado dos poderes legislativo e judiciário, nos termos de uma Constituição escrita.
Monarquia Parlamentar: é aquela em que o Rei não exerce função no governo – o Rei reina, mas não governa, segundo a fórmula dos ingleses. O poder executivo é exercido por um Conselho de Ministros (Gabinete) responsável perante o parlamento.
Ao Rei se atribui um quarto poder – Poder Moderador – com ascendência moral sobre o povo e sobre os próprios órgãos governamentais, um “símbolo vivo da nação”, porém sem participação ativa no funcionamento da máquina estatal. É exatamente a forma decorrente da adoção do sistema parlamentarista do Estado monárquico. O Rei preside a Nação; não propriamente o Governo.
Características da Monarquia:
Vitaliciedade: o monarca governa por tempo indeterminado, enquanto tiver condições para governar (é vitalício).
Hereditariedade: a escolha do monarca é feita pela linha de sucessão hereditária. Morrendo este, ou deixando o governo por qualquer razão, será substituído pelo herdeiro da coroa.
Irresponsabilidade: o rei ou monarca não tem responsabilidade política, não responde pelos atos do seu governo, já que é uma figura sagrada, porém governa através de ministros, que respondem perante o parlamento ou povo pelos atos do governo. O governo é responsável.
II – República
	A origem do vocábulo vem do latim res pubblica, que significa coisa pública.
É uma forma de governo que se diferencia da monarquia por diversos aspectos. Um deles é o número de governantes, que pode ser o governo de poucos (República Aristocrática) ou de muitos (República Democrática). República é o governo temporário e eletivo
República Aristocrática: é o governo de uma classe privilegiada por direitos de nascimento ou de conquista. É o governo dos melhores, no exato sentido do termo, pois a palavra aristoi não corresponde, especificamente, a nobreza, mas a escol social, isto é, os melhores da sociedade. Atenas foi uma República aristocrática. Pode ser direta ou indireta, conforme seja o poder do governo exercido diretamente pela classe dominante, em assembleias gerais, ou por delegados eleitos, em assembleias representativas.
República Democrática: é aquela em que todo poder emana do povo. Pode ser direta, indireta ou semidireta. 
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Estado Moderno e Democracia
	O Estado Democrático moderno nasceu das lutas contra o absolutismo, sobretudo através da afirmação dosdireitos naturais da pessoa humana. É através de três grandes movimentos político-sociais que se transpõe do plano teórico para o prático os princípios que iriam conduzir ao Estado Democrático: o primeiro desses movimentos foi o que muitos denominam de Revolução Inglesa, representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje; o segundo foi a Revolução Americana, cujos princípios foram expressos na Declaração de Independência das treze colônias americanas, em 1776; e o terceiro foi a Revolução Francesa, que teve sobre os demais a virtude de dar universalidade aos seus princípios, os quais foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789. 
	Os princípios que passaram a nortear os Estados, como exigências da democracia, são: a supremacia da vontade popular, que colocou o problema da participação popular no governo, a preservação da liberdade e a igualdade de direitos.
	Portanto, o Estado Democrático leva em consideração a vontade popular, direta ou indiretamente, para decisões políticas.
Tipos de Democracia
Democracia Direta
É aquela em que o povo, entendido como conjunto de cidadãos daqueles que podem tomar decisões políticas, decide diretamente, nas assembléias, os rumos e as diretrizes da política. Nas próprias assembléias são recrutados os governantes. Como exemplo os atenienses.
Democracia Representativa
Por uma série de fatores, dentre eles o aumento populacional e a centralização do poder, surge a democracia representativa, que significa o Governo do Povo, exercido através de representantes. Nas eleições, o povo na condição de eleitor elege seus representantes que por um “mandato político” devem tomar as decisões, no lugar dos eleitores, nas Câmaras ou Parlamentos. A Democracia Representativa passou a ser adotada nos Estados Modernos Europeus e posteriormente nas mais diversas nações.
Democracia Semidireta ou mista
É o conjunto dos modelos acima apresentados. São institutos da democracia direta que existem nas democracias representativas. Consiste em restringir o poder da assembléia representativa, reservando-se ao pronunciamento direto das assembleias dos cidadãos os assuntos de maior importância, particularmente de ordem constitucional.
O Referendum – Consiste na consulta popular para a introdução de uma Emenda Constitucional ou de uma Lei Ordinária de interesse público relevante. Na prática consiste em se dizer sim ou não a uma norma vigente ou a uma que venha a ser proposta ao eleitor.
O Plebiscito – Consiste numa consulta prévia à opinião pública e conforme o resultado é que se adotam medidas legislativas. Na prática consiste na escolha entre algumas opções, como, por exemplo, escolher entre Monarquia e República, Parlamentarismo ou Presidencialismo.
A Iniciativa Popular – Confere a um certo número de eleitores, através da coleta de assinaturas, o direito de propor um projeto de lei ou uma emenda constitucional.
O Veto Popular – Seria o contrário da iniciativa popular. Pelo veto dá-se aos eleitores, após a aprovação de um projeto de lei e, antes de sua entrada em vigor, um prazo para o leitor manifestar –se pela sua aprovação ou não. No caso negativo, a lei não entraria em vigor e no caso positivo, ela seria referendada.
Sistemas de Governo
Em ciência política, o sistema de governo é a maneira pela qual o poder político é dividido e exercido no âmbito de um Estado. O sistema de governo varia de acordo com o grau de separação dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes legislativo e executivo (presidencialismo), de que é exemplo o sistema de governo dos Estados Unidos, até a dependência completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo), caso do sistema de governo do Reino Unido.
O sistema de governo adotado por um Estado não deve ser confundido com a sua forma de Estado (Estado unitário ou federal) ou com a sua forma de governo (monarquia, república etc.).
1) Sistema parlamentarista de governo ou do tipo inglês
	É o sistema em que o poder Executivo, além do Legislativo, está com o Parlamento. Este governa através do Primeiro-Ministro e nomeia o Presidente, nas repúblicas. É conhecido como sistema do Tipo Inglês porque foi criado na Inglaterra com as Câmaras dos Lords e dos Comuns. O surgimento dessas câmaras e sua consolidação como órgão de poder foi um processo lento que começa com reuniões entre nobres ingleses e no ano de 1295 o rei Eduardo I oficializa essas reuniões, criando o parlamento. Houve depois a distinção entre nobres e comuns e estes formaram sua própria assembleia, chamada Câmara dos Comuns e os primeiros a sua chamada Câmara dos Lords.
	Principais características:
Distinção entre chefe de Estado e chefe de governo, sendo que o presidente, no caso da república, e o rei, no caso da monarquia, são chefes de Estado, e o primeiro-ministro é o chefe de governo.
O governo é exercido pelo primeiro-ministro e outros ministros, recebendo o nome de gabinete.
O governo não tem prazo determinado de duração, havendo apenas um limite máximo, que é estabelecido pelos mandatos dos parlamentares.
O primeiro-ministro governa com a maioria parlamentar e, em caso de perda da maioria, cai o governo.
Presença do chamado voto de desconfiança. Dependendo da Constituição pode haver a dissolução do parlamento e a marcação de novas eleições.
Exemplos de sistema parlamentarista: Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha (o nome dado ao chefe do governo é Chanceler e não 1º ministro), Holanda, Japão.
2) Sistema presidencialista de governo
	Tem origem americana e seu principal teórico foi Thomas Jefferson. A base doutrinária do presidencialismo é a teoria política de Montesquieu, abstraída de sua noção de constituição inglesa e a doutrina de separação dos poderes. Foi idealizado na convenção de Filadélfia, sendo o resultado da aplicação das ideias democráticas baseadas na liberdade, igualdade e na soberania popular.
Principais características:
a) O chefe de Estado é também o chefe de governo, que é o presidente da república; a chefia do executivo é unipessoal.
b) O presidente é escolhido pelo voto, direta ou indiretamente.
c) É escolhido por prazo determinado.
d) O presidente tem poder de veto sobre as normas elaboradas pelo parlamento.
e) Pode ser afastado do cargo antes do final do mandato, no caso de crimes de responsabilidade, através do processo de impeachment.
Exemplos: os EUA e toda a América Latina, com exceção do Suriname e Canadá.
Da duração dos mandatos:
	No Brasil o mandato do presidente da república é quatro anos, podendo haver uma reeleição. Na maioria dos Estados que adotam o presidencialismo os mandatos são de quatro ou cinco anos.
	A França adota um sistema misto, inclinado para o presidencialismo eleito pelo povo que permanece no cargo por sete anos, e um primeiro-ministro.
	Com relação à eleição do presidente, esta pode ser direta, quando o eleitor vota diretamente nos candidatos, como ocorre no Brasil e na Argentina ou indireta, quando um colégio eleitoral, eleito pelo povo, é quem elege o presidente, como acontece nos EUA.
	Não se pode afirmar a supremacia de um sistema em relação ao outro. O importante é verificar as características histórico-culturais de cada povo e suas inclinações para um ou outro sistema. Tanto pode “funcionar” bem o sistema parlamentarista como o presidencialista. São os casos da Inglaterra e dos Estados Unidos, cada qual adotando um sistema e ambos funcionam muito bem.
	A adoção do melhor sistema depende das características de cada Estado e de sua cultura.
O Sufrágio
	O sufrágio (voto) é o meio pelo qual se manifesta à vontade do povo na formação do governo democrático. É o processo legal de escolha das pessoas que irãorepresentar o povo no exercício das funções eletivas.
Sufrágio universal: deve ser entendido como a participação ativa da totalidade dos habitantes do país nas eleições, sem distinção de raça, sexo, crença ou estado social. No entanto a ideias de sufrágio universal absoluto não ocorre, visto que o Estado restringe a capacidade eleitoral, requisitos mínimos para o exercício do direito de voto. No Brasil, por exemplo, estão excluídos os estrangeiros não naturalizados, os menores de 16 anos e os recrutas durante o período do serviço militar obrigatório.
Até o século XIX, por "sufrágio universal" compreendia-se apenas o voto de homens adultos. Entretanto, a partir do início do século XX, com o movimento das sufragistas o direito ao voto foi estendido às mulheres na maioria dos países democráticos.
Pode ser direto, no qual todos os eleitores votam, ou indireto, quando os eleitores elegem um colégio eleitoral o qual, por sua vez, elege um dos candidatos à magistratura em questão. Este método é usado, por exemplo, nos EUA para escolha do presidente e do vice-presidente da república.
No Brasil os principais movimentos reivindicatórios sobre a matéria eleitoral, foram a luta pelo voto secreto e pelo voto feminino, que só vieram a ser adotados após a Revolução de 30. A junta militar que assumiu o poder estabeleceu uma comissão para reformar a legislação eleitoral, cujo trabalho resultou no Código Eleitoral constituído pelo Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932. Além de criar a Justiça Eleitoral, que passou a ser responsável por todos os trabalhos eleitorais: alistamento, organização das mesas, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos, o Decreto nº 21.076 regulou as eleições federais, estaduais e municipais além de instituir a representação proporcional. Sob a égide desse código foi também eleita a primeira parlamentar brasileira, a deputada constituinte Carlota Pereira Queiroz. O voto do analfabeto foi restabelecido por Emenda Constitucional em 1985, (na época do Império era permitido), e mantido com o caráter de facultativo na Constituição de 1988.
Sufrágio restrito: aquele que impõe restrições ao direito de voto, que podem ser em razão de sexo, da raça e da renda.
Sistemas eleitorais:
Sistema de representação majoritária: é aquele em que é eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos, sendo que, do segundo colocado em diante, desprezam-se os votos dados. É utilizado nas eleições para os cargos do Executivo (presidente, governador, prefeito) e para o Senado.
Nas eleições majoritárias pode ocorrer o processo de dois turnos, onde os dois candidatos mais votados no primeiro turno disputam a vaga no segundo turno.
Exemplo: Brasil, EUA, França, Argentina, etc.
2)	Sistema de representação proporcional: é aquele que elege os candidatos na proporção de votos dados a eles e ao partido. É utilizado para os cargos do Legislativo (deputados federais, estaduais e vereadores). É um sistema que vem sendo abandonado na maioria dos Estados.
	Exemplo; Brasil e Alemanha.
Quociente eleitoral – é a soma dos votos válidos dados aos partidos, divididos pelo número de cadeiras.
Quociente partidário – é a divisão entre o número de votos dados ao partido e o quociente eleitoral
Para recalcular o quociente partidário no caso de sobras, divide-se o número de votos deste partido pelo número de vagas que ele elegeu, mais um. O partido que obtiver o quociente mais alto fica com a primeira cadeira que sobrar, e assim por diante.
Toda vez que um partido ganhar uma cadeira deve-se recalcular o QP.
Sistema de distritos eleitorais ou distrital: é aquele em que se divide um determinado território em distritos eleitorais e faz-se uma eleição majoritária dentro de cada distrito, para cargos no legislativo.
Exemplo: França, Inglaterra e EUA.
Divide-se o número de cadeiras pelo número de distritos e faz-se eleição majoritária.
4)	Sistema distrital misto: é aquele que procura conjugar o sistema proporcional com o sistema majoritário. Pega-se o número de cadeiras disponíveis no Parlamento e divide-se: uma parte elege-se pelo voto proporcional e a outra pelo voto majoritário dentro do distrito. É um sistema utilizado para os cargos do legislativo.
	Exemplo: Itália
Partidos Políticos
	A origem dos partidos políticos teve seu berço na Inglaterra, nação precursora do constitucionalismo, quando no ano de 1680 apareceram em formações mais definidamente políticas os dois grandes grupos que, por tanto tempo, disputariam o poder: os “Tories”, representantes dos interesses remanescentes do feudalismo agrário...e os “Whigs”, expressão das novas forças urbanas e capitalistas, que, embora também monarquistas, esposavam os princípios mais liberais sem os quais não se poderiam desenvolver os interesses novos que representavam. Desses dois grupos adversários, surgiram mais tarde, em lineamentos definidos, os dois grandes e tradicionais partidos políticos, Conservador e Liberal.
Os primeiros partidos políticos, na história do constitucionalismo, representaram as tendências conservadoras e liberais da sociedade.
	No Brasil, os dois primeiros partidos, também sob a denominação clássica de Conservador e Liberal, surgiram na fase final da Regência Trina, durante a legislatura de 1838. Ainda durante o Império, foi constituído o Partido Republicano (1870), desdobrou-se em agremiações políticas provinciais, destacando-se as duas correntes de maior pujança, que foram os famosos Partidos Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). 
	A Constituição de 1988 consagrou definitivamente o sistema democrático do pluripartidarismo, assegurando a liberdade de criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
Partido político é o meio pelo qual elege-se os governantes. Quanto maior o número de partidos, mais dividida é a sociedade.
Sistemas Partidários
Classificam-se quanto:
1. À organização interna
Existem três tipos de partido:
Partidos de quadros: são aqueles que têm uma preocupação especial com a qualidade de seus membros, não havendo preocupação com o número deles.
É o partido que busca a qualidade e não a quantidade.
Esse tipo de partido não modifica sua linha política para ganhar votos. Alguns autores entendem que no Brasil esse tipo de partido não existe.
Partidos de massas: são aqueles cuja maior preocupação é com a quantidade de seus membros, pouco se importando com a qualidade. São os partidos que se propõe “populares”.
Exemplos.: PSDB, PFL, PPB, PMDB, PT, PDT.
Partidos cartoriais: são aqueles que não têm nenhuma vida orgânica, não se reúnem, não têm jornal próprio (imprensa), não participam de nenhum movimento, não têm sede própria. São aqueles que só existem em época de eleição. No Brasil são abundantes.
2. À organização externa
Há uma subdivisão com relação ao número de partidos e com relação ao âmbito de atuação dos partidos.
2.1. Com relação ao número de partidos existem três divisões:
Sistema de partido único ou monopartidário: é aquele em que a legislação só permite a existência de um partido político. É característico dos Estados Totalitários.
Exemplos: Cuba, Itália fascista, Alemanha nazista e União Soviética.
Sistema bipartidário: é aquele em que a lei só permite a existência de dois partidos políticos, como ocorreu no Brasil na época do governo militar, com a Arena e o MDB; ou quando a legislação cria uma série de restrições aos partidos políticos, fazendo com que apenas dois partidos consigam alcançar o poder, como no caso dos EUA (Partido Republicano e Partido Democrata) e o Reino Unido (Partido Conservador e Partido Trabalhista). É o sistema mais estável.
Sistema pluripartidário ou pluripartidarismo: é aquele em que a legislação permite a livre organização dos partidos, sem estabelecer o seu número exato, competindo a cada legislação favorecer ou não o surgimento de um grande número de partidos.
Exemplos: Brasil atual,Japão, França, Itália, Argentina.
2.2. Com relação ao âmbito de atuação dos partidos existem quatro divisões:
Partido de âmbito universal: são aqueles cujo âmbito de atuação é mundial. São conhecidos também como partidos ideológicos ou supranacionais.
Exemplos: os partidos comunistas, os partidos socialistas, os partidos social-democratas, os partidos liberais, os partidos trabalhistas, os partidos republicanos, os partidos conservadores.
Estabelece o art. 17, I. da Constituição, que só são permitidos os partidos que forem organizados nacionalmente.
Partidos de âmbito nacional: são aqueles que limitam o seu âmbito de atuação a uma determinada nação.
Exemplos: Partido Nacional Socialista ou Nazista, na Alemanha; o Partido Fascista, que atualmente se chama Aliança Nacional, na Itália; o PMDB no Brasil; o Partido Revolucionário Institucional (PRI), no México; o Partido Justicialista (Peronista), na Argentina, Forza Italiana, na Itália.
Partidos de âmbito regional: são aqueles cujo âmbito de atuação se restringe a uma determinada região dentro de uma nação. São freqüentes na Europa Ocidental. A legislação brasileira atual proíbe este tipo de partido.
Exemplos: o Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro, na República Velha; o Partido da Catalúnia, na Espanha; a Lega da Lombardia (Aliança Norte), na Itália; o Partido do Estado do Quebec, no Canadá.
Partidos de âmbito local: são aqueles cujo âmbito de atuação se restringe a um local ou municípios, ou a uma pequena fração dentro de uma região. São freqüentes na Europa Ocidental.
Exemplos: SVP (Partidos do Povo do Sul do Tirol), no Alto Adige Italiano.

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