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RESUMÃO PROVA TUTS 3.1 1. APENDICITE Base do apêndice: convergência da tênia ao longo da face inferior do ceco Localizacao: • Retrocecal: + comum • Pélvica • Retroperitoneal ETIOLOGIA • Obstrução • Hiperplasia linfoide • Matéria vegetal • Parasitas e neoplasias Bctérias: • Escherichia coli, streptococcus viridans, bacteroides e pseudomonas FISIOPATOLOGIA Fator obstrutivo à supercrescimento bacteriano à secreção continuada do muco à distensão intraluminal à maior pressão da parede à diminui drenagem linfática e venosa e irrigação arterial à inquemia transmural à necrose e perfuração Fases: • Catarral: processo na mucosa e submuco • Flegmonosa: inflamação transmural • Gangrenada: morte dos tecidos • Perfurada QUADRO CLÍNICO • Dor: primeiro periumbilical (autônoma) e depois + localizada (somática, peritonio parietal, 6-‐12 h) • Anorexia • Náuseas e vômitos • Íleo paralitico • Febre baixa • Casos + graves: febre alta, leucocitose, rigidez abdominal • Sinais semiológicos o Dunphy: tosse aumenta dor o Rovising o Blumberg o Psoas o Obturador o Lenander DIAGNÓSTICO • Raio-‐X: rotina de abdome agudo (alça distendida, níveis hidroaéreos) • USG: parede espessada e edemaciada (lesão em alvo), liquido pericecal, liquefação, abcesso • TC: delgado distendido, edema, liquido peritoneal, abcesso periapendicular • Diferenciais: o Diverticulite de Meckel, linfadenite mesentérica, pielonefrite, úlcera perfurada, doença de Chron, adenocarcinoma de cólon, DIP, prenhez ectópica TRATAMENTO Remoção imediata do apêndice à Apendicectomia Antibiótico pré operatório (dose única) • preferível videolaparoscópica • + de 48 horas nao faz localizada TRATAMENTO Se inicio dos sintomas há + de 5 dias + massa palpável: pode ser fleimão ou abcesso -‐ internação hospitalar -‐ TC ou USG p/ confirmar -‐ Antibioticoterapia sistêmico -‐ Lesão > 4-‐6 cm + febre alta à drenagem -‐ Após 6 semanas pós resolução: apendicectomia videolaparoscopica eletiva 2. DIVERTICULITE – inflamação com perfuração de um divertículo Divertículo: saco ou uma bolsa anormal que faz uma protusão da aprede do cólon, normalmente onde entram vasos sanguíneos Etiologia p/ aparecimento de divertículos: fraqueza tecidual + ↑ da pressão intraluminal • Constipação: dieta pobre em fibras • Dieta: consumo ↑ de açúcar e carne, carboidratos • Hábito: pessoas que prendem gases • Fatores emocionais • Aterosclerose ETIOLOGIA Fator mecânico: • Torção • Corpo estranho • Medicamentos • Constipação Fator infeccioso: • Dieta (gas) • Parasitas • Medicamentos • infeccao FISIOPATOLOGIA Mesma da apendicite QUADRO CLÍNICO • dor QIE, constante, pode irradiar p/ área suprapúbica, virilha esquerda ou costas • náuseas e vômitos • diarreia-‐ muco-‐pus-‐sangue fecal • febre e leucocitose • Dor em cólica + distensão abdominal sugere obstrução do cólon. • Dor associada à micção sugere aderência à bexiga e fistulas vesicais. • Ao exame, frequentemente encontramos massa no QIE. DIAGNÓSTICO • Raio-‐X: RAA • Leucograma • EAS • TC -‐ top o Localização da infecção, extensão processo inflamatório, presença de abcesso • Diferencial o Apendicite aguda o Enterite ou colite de Chron aguda o Câncer de cólon o Colite inquêmica o Afecções ginecológicas aguda CLASSIFICAÇÃO de Heinchey Estádio 1: abcesso pericólico ou mesentérico • Pus dentro e em volta do divertículo • Antibiotico Estádio 2: abcesso pélvico bloqueado • ↑ de pus – abcesso • drenar percutâneo com agulha • USG aspira Estádio 3: peritonite difusa purulenta • Perfurou e pus em toda cavidade • Cirurgia Estádio 4: peritonite difusa fecal • Fezes em cavidade à MUUITO GRAVE • CIRURGIA TRATAMENTO-‐ Não complicada • Sintomas mínimos e poucos sinais de inflamação: casa o Dieta líquida sem resíduos o AT oral: 7-‐10 dias – Ciprofloxacina + metronidazol • Sinais de inflamaçãoo exuberante, febre, leucocitose com desvio, descompressão dolorosa em flanco e FID: internação o Dieta 0 com repouso intestinal o Hidratação venosa o AT IV • 4-‐6 semanas: colonoscopia • acompanhamento: dieta rica em fibras + suplementos TRATAMENTO-‐ Complicada Abcessos: detecta pela TC à drenagem percutânea guiada à dieta 0, AT e nutrição parenteral à depois de 6 semanas cirurgia definitiva. Se <2 cm só AT Macro perfuração: peritonite purulenta ou fecal. Ressuscitação volêmica + AT + Laparotomia de urgência (resseca seguimento perfurado e lava a cavidade) Fístulas colovesicais: TC (espessamento colônico e ar na vesícula). Controle quadro infeccioso à preparo do sigmoide à cirurgia Obstrução: mais no delgado. Drenagem nasogastrica descompressiva + AT Indicações p/ cirurgia: Urgência: • peritonite generalizada por ruptura de divertículo ou abcesso • obstrução intestinal total refratária Faz em 2 tempos, modalidades: • Sigmoidectomia com colostomia terminal e fístula mucosa • Colostomia terminal e fechamento do coto retal (Hartmann) + usada • Anastomose primária com proteção desta anastomose feita através de umaileostomia Eletivo: • Após 3º episódio de diverticulite nao complicada • Falha na terapia clínica na DNC • Após 1º episodio de diverticulite complicada com abcesso • Doença diverticular complicada com fístula colovesical • Após 1º episódio de diverticulite em pacientes com < 40 anos • Impossibilidade de excluir CA de colon • Após 1º episódio de diverticulite em imuno deprimidos Faz uma ressecção do sigmoide com anastomose primária terminoterminal por sutura manual ou com auxílio do grampeador cirugico. 3. COLELITÍASE-‐ doença biliar calculosa FATORES DE RISCO • Predisposição genética • Dismotilidade vesicular: Hipersaturação da bile pode justificar a dismotilidade. Colesterol em excesso altera células lisas. • Fatores ambientais • Dieta • Estrogênio e progesterona: estimula síntese de colesterol e ↓ contratilidade vesicular • Idade: prevalência ↑ após 60 anos • Obesidade e emagrecimento significativo • Hiperlipidemias e clofibrato: ↑TG, ocreotide estase vesicular • Resseccao ileal e doença de Chron: prejudica a reabsorção de sais biliares e aumenta o percentual de colesterol na bile. • Anemia hemolítica • Cirrose: conjugação deficiente de bilirrubina pelo hepatócito gerando cálculos pretos. • Infecção:aumento da desconjugação da bilirrubina direta pelas glicuronidades. FISIOPATOLOGIA Ø Cálculos • Supersaturação da bile secretada • Concentração de bile na vesícula • Nucleação de cristais • Desmotilidade da vesícula De Colesterol: amarelos • 75% dos casos, medem 1mm-‐4mm • maioria sao mistos • excesso de colesterol em relação a capacidade careadora De cálcio e bilirrubina: pigmentados • Pretos o Formados na vesícula o Bilirrubinato de cálcio o Nao costumam ter mais de 1 cm o Relacionados à hemólise crônica e cirrose • Castanhos o Bilirrubinato de cálcio + outros sais de Ca o Formados no colédoco o Bactérias presentes em + de 90% dos casos Ø Lama biliar: Massa fluida que se deposita nas porções de maior declive, consistindo em uma mistura de mucina, cristais de cálcio e bilirrubinato. QUADRO CLÍNICO • Dor aguda CONTÍNUA, em hipocondrio direito e epigástro, pode irradiar pra escapula, o Melhora gradual ao longo de 24 horas o Pós-‐prandial gordurosa • Não há febre ou sinais inflamatórios • Dor à palpação em HD DIAGNÓSTICO • USG abdominal: o Mostra dilatação nas vias intra e extra-‐hepáticas. COMPLICAÇÕES: • Colecistite aguda, coledocolitíase, colangite aguda, pancreatite, íleo biliar, vesícula em porcelana. TRATAMENTO • AINEs para a cólica biliar – MEPERIDINA (morfina contrai o esfíncter de Oddi) • Colescitectomia é definitiva o Complicações: infarto miocárdio, coloperitônio, lesão de vias biliares. Mortalidade 0,3%. o Assintomáticos que: >3cm, pólipos de vesícula biliar, vesícula dupla, microesferose. • Colelitíase – tratamento clínico (risco cirúrgico proibitivo) o USRO 0 7-‐15mg/kg/dia com ácido que no desoxicólico o Ineficaz para pigmentados e ruim >5mm. TRATAMENTO • INDICAÇÕES -‐ Paciente que tenha apresentado dor biliar -‐ História de complicação prévia da doença calculosa -‐ Assintomáticos: § Cálculos > 3 cm § Pólipos de vesícula biliar § Anomalia congênita de vesícula biliar § Pacientes que serão submetidos a uma cirurgia bariátrica ou um transplante de coração • Após controle episódio agudo à Colescistectomia • Convencional/aberta: reserva cardiopulmonar ruim, CA de vesícula, cirrose com hipertensão portal (ascite), gravidez 3 trimestre. • Videolaparoscópcia 4. COLECISTITE-‐ processo inflamatório da vesícula ETIOLOGIA • Multifatorial • Obstrução do ducto cístico é a condição fundamental. • Quando há inflamação (50% tem bactéria) – E. coli , Klebsiella, Enterococcus faecalis, Clostridium FISIOPATOLOGIA Implantação do cálculo no ducto cístico à ↑ pressão intraluminal da vesicular à obstrução venosa e linfática à edema, isquemia à ulceração da parede à infeccao bacteriana 2ª à perfuração da vesicular à 3 caminhos: • Coliperitônio + peritonite difusa • Abcesso pericolicístico • Fístula Irritação da parede da vesicular à libera Fosfolipase A2 à transforma lectina (bile) em lisolecitinaà inicia a reacao inflamatoria COMPLICAÇÕES • Perfurações e fistulas: peritônio(febre alta, leucocitose e peritonite), abscesso pericolecístico, víscera oca (fístula). • Íleo biliar – obstrução do delgado por cálculo >2,5cm(íleo terminal). Tratamento com enterectomia proximal. 25% dos casos de obstrução intestinal em pacientes >65 anos. • Cólica biliar pós-‐colecistectomia – contração de Oddi ou estenose. QUADRO CLÍNICO • Dor abdominal no QSD, persiste por mais de 6h • Anorexia, náusea e vômitos sao frequentes • Febre baixa a moderada • Sinal de Murphy DIAGNÓSTICO-‐ • Leucocitose – 12-‐15.000 • ↑ de: bilirrubina, FA, AST, ALT e amylase • Radiografia: cálculos radiopacos (15%), vesícula porcelana, calcificações pancreáticas/renais, pneumobilia e enfisema. • USG – primeiro exame a ser solicitado. o Demonstracao de calculo no colo davesicula o Espessamento da parede da vesicular o Líquido perivesicular o ↑ da interface entre o fígado e a vesicular o sinal de Murphy ultrassonografico • CINTILOGRAFIA – exame mais acurado com alta sensibilidade/especifidade. Mostra enchimento das vias biliares sem enchimento da vesícula. • TC: identifica cálculos, espessamento da parede vesicular e liquido pericolicístico DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Apendicite aguda • Pancreatite • Ulcera péptica perfurada • Pielonefrite • Litíase renal • Gastrite • Hérnia de hiato • Hepatite aguda TRATAMENTO • Internação hospitalar • Hidratação venosa • Analgesia • Dieta zero • ATB parenteral (AMPICILINA-‐SULBACTAM, CEFA 3a GERAÇÃO-‐ ciprofloxacino + metronidazol), 7-‐10 dias • Cirurgia-‐ COLECISTECTOMIA o Preferencia laparoscópcia o Ñ faz quando: coaguloaptia ñ controlado e cirrose hepatica terminal o Pacientes com + de 3-‐4 dias de evolucao: 6-‐10 semanas após faz cirurgia COMPLICAÇÕES • Perfurações e fistulas: o Livre p/ cavidade peritoneal com peritonite generalizada: colecistectomia emergencia+AT o Perfuração localizada contida por aderência abcesso pericoliscístico: colecistectomia, se muito grave: colescistomia + drenagem • Íleo biliar: enterotomia proximal com retirada cálculo impactado + colecistectomia COLECISTITE AGUA ALITIÁSICA • 5-‐10% dos casos de colecistite aguda. • Típica em homens. • Necessitam de cuidados intensivos • Estase biliar pela falta de estímulo para a contração da vesícula determinada pelo jejum prolongado. • Formação da lama vesicular • Pode ocorrer pela isquemia pós-‐hipotensão sistêmica. • Febre e leucocitose em pacientes graves!!!!! • Tratamento é cirúrgico e emergencial. Síndrome de Mirizzi • Obstrução do ducto hepático comum por compressão de um cálculo no infundíbulo. • Cólica biliar de longa data • Diagnóstico por CPRE (intra-‐operatório). Tratamento é cirúrgico. • Tipos: I – compressão extrínseca do hepático comum • II/III/IV – colecistite crônica e fistulização (biliobiliar). 5. COLEDOCOLITÍASE ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA • PRIMÁRIA: formação de cálculo no próprio colédoco • SECUNDÁRIA: cálculo formado na vesícula, mas migrou pro colédoco QUADRO CLÍNICO • Dor biliar no QSD e epigástro, contínua e dura < 4h • Icterícia leve a moderada • Colúria e acolia fecal COMPLICAÇÕES • Colangite bacteriana aguda (tríade de Charcot) – cólica biliar, icterícia e febre com calafrios. • Abscesso hepático piogênico • Pancreatite aguda -‐ passagem do cálculo pequeno pela junção colédoco-‐Wirsung • Cirrose biliar secundária -‐ -‐cálculo impactado por mais tempo. DIAGNÓSTICO • Hiperbilirrubinemia direta-‐ 2-‐5mg/dL • ↑ FA, (>150U/L) ↑ TGO E TGP (>100U/L) • USG: o Mostra dilatação do colédoco (>5mm) e cálculos vistos em 60%. o Muito baixo risco – colecistectomia laparoscópica o Baixo risco – colangiografia transoperatória o Médio risco – solicitar colangiorressonância. o Alto risco -‐ padrão-‐ouro é a CPRE. TRATAMENTO • Sempre é tratada, mesmo assintomática, pelo risco de complicações. • Retirada de todos os calculus, via endoscópica (papilotomia) • AT não são recomendado, somente se houver colangite (CIPRO, AMPICILINA+SULBACTAM, AMOXI+CLAVULOANTO) • Todo paciente com suspeita de coledocolitíase submetido à colecistectomia deve ser submetido à colangiografia transoperatória • Cirurgia é indicada obrigatoriamente após falha endoscópica • Derivação biliodigestiva está indicada nos casos mais complexos, tais como estenose de Oddi, calculus intra-‐hepáticos ou coledocolitíase primária o Coledocojejunostomia em Y de Roux o Coledocoduodenostomia • Cálculos residuais e na estenose cicatricial (stent) devem ser retirados por papilotomia endoscópica 6. PANCREATITE-‐ condição inflamatória aguda do pâncreas, com acometimento variável das estruturas peripancreaticas e órgãos à distancia • Pancreatite aguda edematosa (leve): edema do pâncreas, sem complicações locais ou sistêmicas e de curso autolimitado em 3-‐7 dias. • Pancreatite aguda necrosante (grave): extensa necrose parenquimatosa, hemorragia retroperitoneal, quando sistêmico grave e evolução de 3-‐6 semanas. ETIOLOGIA • Litíase biliar • Alcoolismo • Hipertrigliceridemia • Trauma • Infecção viral • Isquemia prolongada • Ascaridíase • Envenenamento escorpião • Pâncreas divisum • Microlitíase biliar • Disfunção esfíncter de Oddi • Hipercalcemia • CPRE • Fármacos • Vasculite • Tumor de pâncreas • Estenose ampular • Idiopática FISIOPATOLOGIA Evento inicial à vacúolos acinares acao da catepsina B sobre o tripsinogênio à vacúolos acinares Trepsina à ruptura dos vacúolos à insuficiência dos mecanismos pancreáticos de defesa antitripsina à • Liberação de: tripsina, fosfolipase, quimiotripssina, elastase • Atuação de: complemento. Sistema cinina, calicreína, coagulação, fibrinólise à • Lesão microcirculatorias • Autodigestão pancreática • Quimiotaxia de leucócitos • Liberação de citocinas TNF alfa, IL1, IL2, IL6, IL8, IL10, bradicinina, PAF àSIRS à SDMO à Morte QUADRO CLÍNICO • Doraguda em andar superior do abdome o Continua o Em barra o Irradia para dorso o Nao cessa com posição • Náuseas e vômitos • Inquietação, agitação • Desidrataçãoo • Taquicardia, • Membranas mucosas secas • Febre • Se inflamação extender p/ hemicupula esquerda: derrame pleural • Palpação: dor leve-‐ Blumberg + • Sinais: o 1-‐ Grey-‐Turner: equimose em flanco o 2-‐ Cullen: equimose periumbilical o 3-‐ Fox: equimose base do pênis • 1 e 2 causados pela extensão do exsudato hemorrágico pancreático retroperitoneal COMPLICAÇÕES • Necrose pancreática infectada • Pseudocisto pancreático: coleção liquida intra ou peripancreática não infectada, envolvida por uma cápsula de fibrose e tecido de granulaçãoo, que se manteve ou se instalou após 4 semanas do inicio do quadro de pancreatite aguda DIAGNÓSTICO • achados clínicos + ↑ dos níveis das enzimas pancreáticas no plasma o ↑ de 3 ou + vezes níveis de amilase e lipase o apos 24h: lipase é mais confiável • hiperglicêmicos • pode ter leucocitose • ↑ anormal enzimas do fígado • Imagem: o Raio-‐x: excluir outras condições o USG: p/ diagnosticar cálculos biliares • TC: exame padrão ouro p/ avaliar o pâncreas • ↑ focal ou difuso do pâncreas • borramento da gordura peripancreatica • coleções líquidos peripancreáticas • pseudocistos • Indicações: ü Diagnostico clinico duvidoso ü Presença de critérios clínicos de gravidade como distensão abdominal, hipertemia e leucocitose ü Ranson ≥ 3 ou APCHE II ≥ 8 ü Paciente apresentando deteriorização clínica a despeito de tratamento conservador inicial por 72 h ü Deterioração aguda após melhora clínica inicial • RNM o Avaliar extensão da necrose, grau da inflamação TRATAMENTO-‐ Forma leve • Internação • Dieta 0 até a melhora do quadro e até que haja peristalse audível • 1-‐ analgesia: meperidina • 2-‐ hidratação venosa • controle eletrolítico e acido básico o hipocalemia e alcalose metabólica pelos vômitos o hipocacemia TRATAMENTO-‐ Forma grave 1-‐ analgesia: meperidina 2-‐ hidratação venosa o 6 L primeiras 24h o Normalizar diurese, PA, FC e PVC 3-‐ Suporte nutricional o Dieta 0 por mais de 4 semanas o Iniciar nas primeiras 48h: dieta enteral o Rica em proteínas e pobre em lipídeos 4-‐ Aminas vasoativa-‐ caso de choque 5-‐ Cateter Nasogástrica em sifonagem o Caos de vômitos incoercíveis e distensão abdominal (íleo paralítico) o Objetivo: descomprimir tubo digestivo e ↓ risco de broncoaspiração 6-‐ AT o Não indicar ATB profilático em casos de necrose pancreática estéril I. CPRE e papilotomia: empregada nas primeiras 72h da pancreatite aguda biliar, na presença de colangite e/ou icterícia progressiva moderada grave II. Colecistectomia semieletiva: de urgência deve ser evitada, preferível pra pacientes com pancreatite biliar colecistectomia laparoscópcia após resolução de grave aguda PROGNÓSTICO RANSON ü Pontuação ≥ 3 à pancreatite grave PANCREATITE CRÔNICA Caracterizada por uma reação inflamatória, com consequente degeneração fibrótica, progressiva e irreversível do parênquima pancreático. Com o passar dos anos, as células acinares e, em menor grau, as células das Ilhotas de Langerhans, vão se atrofiando e perdendo a sua função. FISIOPATOLOGIA Álcool à induza a formação de um suco pancreático “litogênico” (bastante proteico, com pouco inibidor da tripsina) à formar-se-iam plugs proteicos à • obstruiriam pequenos dúctulos àativando enzimas pancreáticas e promovendo um processo inflamatório • cálcio tende a se depositar nos plugs proteicos à nos cálculos pancreáticos à obstrução (1) Isquemia tissular: gerada pela hipertensão ductal à perpetuação das lesões degenerativas. (2) Estresse oxidativo: superprodução hepática de radicais livres em decorrência de variados estímulos, que atingiriam o pâncreas por refluxo biliar ou pela circulação sistêmica, resultando em inflamação recorrente e dano tecidual. (3) Efeito tóxico metabólico: o álcool produziria um acúmulo de gordura no citoplasma das células pancreáticas, ocasionando degeneração gordurosa, com necrose e fibrose. (4) Fenômenos autoimunes: Aumento de IgG4, fator antinuclear, anticorpo antianidrase carbônica II e anticorpo antilactoferrina, certos padrões de HLA e infiltrado inflamatório linfocitário periductal. A pancreatite crônica evolui em fase mais avançada para a insuficiência pancreática. Esta pode ser exócrina e/ou endócrina. A insuficiência exócrina gera uma síndrome de má digestão dos alimentos, causando esteatorreia e desnutrição proteica. A insuficiência endócrina gera diabetes mellitus. 7. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO Afecção crônica 2ª ao reflúxio patológico de parte do conteúdo gástrico para o esôfago e/ou órgão adjacentes, acarretando um especto variável de sinais e sintomas esofágicos e/ou extraesofágicos que podem ou não ser acompanhados de lesões teciduais. Anatomia do esôfago: • Órgão tubo muscular que mede de 25 a 30cm de comprimento, • início próximo à cartilagem cricoide, ao nível de C6 e termina em T11. • Tem posição mediana, porém se inclina levemente para a esquerda já em região cervical, por isso a preferência de cervicotomia esquerda na abordagem do esôfago. O ponto de referência utilizado para medir a distância de lesões esofágicas é a Ar-‐ cada Dentária Superior (ADS O esôfago apresenta 3 constrições anatômicas: -‐ Esfíncter cricofaríngeo: é o ponto mais estreito de todo o tubo digestivo, em torno de 14mm. Dista aproximadamente 16cm da ADS; -‐ Constrição broncoaórtica (15 a 17mm):localizada na altura de T4, por trás da bifurcação da traqueia, onde o brônquio fonte principal esquerdo e o arco aórtico cruzam o esôfago. Dista de 23 a 25cm da ADS; -‐ Constrição diafragmática (16 a 19mm): onde o esôfago cruza o diafragma, a 38cm da ADS. Pode-‐se dividir o esôfago de acordo com a anatomia cirúrgica em 3 partes distintas: -‐ Esôfago cervical: até cricofaríngeo (a 18cm ADS); -‐ Esôfago torácico: superior, médio e inferior (18 a 38cm ADS): • Superior: entre o esôfago cervical e a carina; • Médio: abaixo da carina até meia distância da transição diafragmática; • Inferior: após esôfago médio até transição diafrag-‐ mática. -‐ Esôfago abdominal: abaixo da linha do diafragma (38 a 40cm). A parede esofagiana apresenta 4 camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia, não existindo a camada serosa. A – Mucosa: É composta de epitélio escamoso estratificado não queratinizado. Os últimos 2cm do esôfago são recobertos por epitélio colunar, e esse epitélio na junção esofagogástrica é diferente do epitélio gástrico típico, pois não contém células parietais ou principais. Este pode ser chamado de epitélio juncional. A linha Z demarca a brusca mudança de cor entre o epitélio escamoso e o epitélio colunar. A junção mucosa entre esôfago e estômago é demarcada por essa linha. No entanto, a junção esofagogástrica externa fica, geralmente, 1cm abaixo da junção mucosa. Portanto, não há coincidência da junção interna e externa, ainda mais considerando que a mucosa desliza livre-‐ mente sobre a camada muscular da mucosa. B – Submucosa: Contém plexos venosos e nervosos e representa a porção mais forte e resistente da parede esofágica, sendo fundamental a sua inclusão nas anastomoses cirúrgicas. Nessa camada, localiza-‐se o plexo nervoso de Meissner, o qual é responsável, principalmente, pelo controle das secreções gastrintestinais e do fluxo sanguíneo local C -‐ Camada muscular: É composta de fibras musculares em 2 disposições: longitudinal, mais externa; e circular, interna. Apresenta fibras estriadas (voluntárias) no quarto superior do esôfago, progressivamente mescladas com fibras de músculo liso no 2o quarto superior. A metade inferior do esôfago só tem musculatura lisa. Entre a camada longitudinal e circular está o plexo nervoso de Auerbach, que coordena a atividade motora do esôfago. A partir da disposição das fibras musculares do esôfago, formam-‐se os esfíncteres esofágicos, superior e inferior. a) Esfíncter superior do esôfago: O Esfíncter Superior do Esôfago (ESE), também denominado esfíncter faringoesofágico, é formado pelo músculo cricofaríngeo (o qual é formado pela porção inferior do músculo constritor faríngeo inferior) e por fibras musculares do esôfago cervical. Tem extensão de, aproximadamente, 3cm e relaxa na deglutição. Na junção cricofaríngea, há 2 áreas de fraqueza na sua face posterior, uma acima e outra abaixo do músculo cricofaríngeo, neste músculo está localizada a maior pressão desta região (o esfíncter superior do esôfago). Essas áreas são propensas à formação de divertículos de pulsão: o de Zenker, acima, e o de Laimer, abaixo. Estes são falsos divertículos, devido ao fato de não serem constituídos por todas as paredes do órgão. b) Esfíncter inferior do esôfago : O Esfíncter Inferior do Esôfago (EIE) é composto por fibras musculares do esôfago distal e não identificável ana-‐ tomicamente, sendo considerado um esfíncter fisiológico. Forma uma proteção, barreira para o refluxo gástrico. D -‐ Camada adventícia: Representa apenas o tecido conectivo mediastinal em torno do esôfago, portanto não é uma camada verdadeira. A camada serosa está presente em todo o tubo digestivo, exceto no esôfago. Por esse motivo, as suturas e anastomoses realizadas no esôfago são consideradas de risco, com maior incidência de complicações, como fístulas e deiscências. Além disso, a ausência de serosa também explica a disseminação local dos tumores esofágicos. Inervação: A inervação intrínseca é formada pelos plexos de Meissner e Auerbach, localizados, respectivamente, na submucosa e entre as camadas musculares do esôfago. A inervação extrínseca é derivada do IX (nervo glosso-‐ faríngeo), X (nervo vago) e XI (nervo acessório) pares de nervos cranianos com atividades simpática e parassimpáti-‐ ca. Acima da carina, porção superior, o esôfago é inervado pelo nervo laríngeo recorrente. Os nervos vagos direito e esquerdo formam o plexo paraesofágico abaixo da carina. Esse plexo forma os troncos vagais anterior e posterior ao esôfago, que se dirigem ao hiato esofágico. A posição do nervo vago sobre o esôfago resulta de um crescimento desigual da grande curvatura do estômago em relação à pe-‐ quena curvatura, com consequente rotação do nervo vago esquerdo anteriormente e do direito posteriormente. O plexo vagal conecta-‐se a ramos cervicais, mediastinais e abdominais superiores de origem simpática. Nervos esplênicossuprem a extremidade distal do esôfago. ETIOLOGIA • Disfunção do EEI • Hérnia hiatal • Esvaziamento gástrico retardado • ↑↑↑ da pressão intra-‐abdominal • alteração da depuração esofágica FISIOPATOLOGIA • Episódios de refluxo ocorridos durante a noite, na posição supina, são duradouros e têm grande chance de causar lesão mucosa devido à diminuição do fluxo de saliva, que ocorre normalmente à noite, associada à falta de ação da gravidade. III. Resistência intrínseca do epitélio Constituída pelos seguintes mecanismos de defesa, normalmente presentes no epitélio esofágico: • defesa pré-epitelial (composta por muco, bicarbonato e água no lúmen do esôfago, formando uma barreira fisico qumí ica, que é pouco desenvolvida no esôfago, quando comparada à mucosa gástrica e duodenal); • defesa epitelial (junções intercelulares firmes, características do epitélio estratificado pavimentoso, o que dificulta a retrodifusão de íons, e substâncias tamponadoras intersticiais, como proteínas, fosfato e bicarbonato); • defesa pós-epitelial (suprimento sanguíneo, responsável tanto pelo aporte de oxigênio e nutrientes quanto pela remoção de metabólitos). O defeito mais comum da resistência epitelial é o aumento da permeabilidade paracelular. A esofagite ocorre quando os fatores de defesa são sobrepujados pelos fatores agressivos. Maior agressividade para a mucosa do esôfago: é o conteúdo duodenal (bile e secreções pancreáticas), que atinge o estômago, através do piloro e, subsequentemente, che ga ao esôfago • lesa a mucosa esofágica pela ação das enzimas proteolíticas, potencializando do conteúdo refluxado é uma das possíveis explicações para os diferentes graus de esofagite observadas em pacientes com a mesma quantidade de refluxo ácido demonstrado por exa mes pHmétricos. • O mecanismo responsável pelas manifestações extraesofágicas da DRGE, como tosse e broncospasmo, nem sempre é a aspiração com lesão da mucosa de vias respiratórias por contato direto. Pode ser via reflexo vagal por acidificação da mucosa esofágica distai. No caso de granulomas de cordas vocais e estenose subglótica, é necessário, provavelmente, o contato direto com a mucosa das vias respiratórias. FISIOPATOLOGIA Lesões teciduais resultam do contato da mucosa com o conteúdo gástrico refluxado, decorrentes de falha em uma ou mais das seguintes defesas do esôfago: 1. Barreira antirrefluxo • composta por: esfíncter interno (ou esfíncter inferior do esôfago - ElE - propriamente dito) e esfíncter externo (formado pela porção crural do diafragma). • Relaxamento nao relacionado à degluticao • Formas graves: pressão de repouso do EIE está diminuída • Muitas substâncias afetam a pressão do ElE: a colecistocnina (CCK) é responsável pela diminuição da pressão de ElE observada após a ingestão de gorduras; o óxido nítrico (ON) e o peptídio intestinal vasoativo (VIP). • A presença de hérnia hiatal contribui para o funcionamento inadequado da barreira antirrefluxo através da dissociação entre o esfíncter externo e o interno e do refluxo sobreposto (fluxo retrógrado do conteúdo refluxado preso no saco herniário para a porção tubular do esôfago). • A distensão gástrica, principalmente após as refeições, contribui para o refluxo gastresofágico. • O retardo do esvaziamento gástrico • O aumento da pressão intragástrica • A alteração da secreção gástrica II. Mecanismos de depuração intraluminal • A alteração do peristaltismo pode ser primária (no caso dos distúrbios motores do esôfago, como na motilidade esofágica ineficaz) ou secundária (nas doenças do tecido conjuntivo, como esclerodermia, síndrome CREST ou doença mista do tecido conjuntivo). • A diminuição do fluxo salivar pode ser secundária à síndrome de Sjõgren ou ao uso de diversos medicamentos. A depuração do ácido pela saliva não é instantânea e, sob ótimas circunstâncias, requer 3 a 5 min para restaurar o pH após um único episódio de refluxo. Cada 7 ml de saliva é capaz de neutralizar 1 ml de HCl 0,1 N. QUADRO CLÍNICO • Sintomas típicos: o Pirose o Regurgitação o Alivio de sintomas com antiácidos o Sintomas após refeições ou em posiçãoem decúbito supina • Sintomas atípicos o Erosão esmalte dentário o Irritação da garganta o Rouquidãoo o Sinusite crônica, otite media o Tosse crônica, broncoespasmo • Sintomas de alarme: o Odinofagia o Disfagia o Sangramento o Anemia o Emagrecimento DIAGNÓSTICO • Sintomas típicos ocasionais: teste terapêutico (medidas comportamentais + IBP dose plena 4 a 8 semnas) • Idade > 40 anos, sintomas >2x/semana > 4 a 8 semanas, manifestações de alarme, manifestações atípicas: endoscopia • EDA: afastar outras doenças e vê complicações o Escore de Savary Miller e Los Angeles • Monitorização do pH de 24 horas o Exame pré-‐operatório o Padrão ouro o Quantificação refluxo ácido • Manometria ou esofagometria o Hipotonia EEI o Auxiliar no planejamento cirúgico DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Esofagite infecciosa • Esofagite eosinofílcia • Dispepsia não ulcerosa • Úlcera péptica gastroduodenal • Doenca do trato biliar • Distúrbios motores de esôfago • Doença coronariana COMPLICAÇÕES: • Estenose péptica do esôfago • Úlcera esofágica • Asma relacionada à DRGE • Esôfago de Barret TRATAMENTO-‐ medidas gerais • Elevação da cabeceira do leito • Reduzir ingestão de alimentos que relaxam o EEI ou que têm efeito diretamente “irritante” para o esôfago: condimentos, gordura, • Evitar deitar após refeições, devendo-‐se esperar de 2-‐3h • Evitar refeições copiosas • Suspensão do fumo • Evitar líquidos às refeições • Redução de peso em obesos • Evitar se possível drogas que relaxam o EEI: AAS, corticoide, nitrato, anticoncepcional, benzodiazepínicos TRATAMENTO Sintomas leves e intermitentes: sintomas < 1x/sem • Medicamentos usados conforme a necessidade o Antiácido(age e passa rápido) ou BH2 (agem em 30 min e efeito prolongado Sintomas + graves e frequentes • IBP em dose dupla mantido por 6-‐12 semanas • Nao melhora IBP + Pró cinético • Nao melhorar IBP + Procinetico + Ranitidina • Persistir: cirurgia-‐ FUNDOPLICATURA o Fundoplicatura de Nissem ou completa • válvula com fundo gástrico abraçando toda a circunferência do esôfago • maior eficácia o Fundoplicaturas Parciais (180º-‐270º) • vigência de dismotilidade esofagiana• anterior: técnica de Dor • posterior: técnica de Toupet 8. ESÔFAGO DE BARRET-‐ metaplasia intestinal Quando o refluxo gastroesofágico é acompanhado por ESOFAGITE EROSIVA, a cicatrização das áreas lesadas pode se dar pela substituição do epitélio escamoso normal por um epitélio colunar de padrão intestinal, altamente resistente ao pH ácido. CLASSIFICAÇÃO PARA EPITELIO COLUNAR Segmento longo do esôfago de Barret (metaplasia intestinal ≥ 3 cm) Segmento curto do esôfago de barret (metaplasia intestinal <3 cm) Tecido cárdico com metaplasia intestinal DIAGNÓSTICO • Suspeitado: terço inferior do órgão-‐ típicas “línguas” de coloração vermelho-‐salmão • Confirmação: biópsia o Principal características histopatológica: presença de células caliciformes • Lesao precursora do Adenocarcinoma de esôfago o Esofago de barret tem risco de adenocarcinoma 40 x mais que a população normal TRATAMENTO • Procurar displasia ou neoplasia na biopsia por EDA o Sem displasia: EDA repetidas a cada 3-‐5 anos o Displasia de baixo grau: EDA anual, terapia endoscópica o Displasia de alto grau (carcinoma in situ) § Terapia endoscópica • Resseccao da mucosa • Ablacao com ondas de radiofrequência § Esofagectomia 9. DIARRÉIAS Alteração do hábito intestinal por diminuição de consistência das fezes e aumento da frequência e de volume das evacuações. ID recebe aproximadamente 10 L de líquidos por dia, absorve cerca de 6 L no jejuno e 2,5 no íleo. IG recebe 1,5L e apenas 100 ml sao eliminados nas fezes. O sódio é absorvido associado ao cloro ou a alguns nutrientes. A absorção de Na+/Cl-‐ pelas vilosidades leva a água passivamente através da mucosa. Isso se dá pela menor concentração de sódio no interior do enterócito em relação à luz intestinal. Essa via é inibida pelo cAMP e GMPc, que sofrem estimulação da adenilciclase e guanilciclase do enterócito. Essas enzimas podem ser ativadas pelas toxinas bacterianas. A absorção acoplada de Na+ com glicose, galactose e aminoácidos é ativa e não sofre influência dos agentes infecciosos, por isso é utilizado para restaurar as perdas nas diarreias infecciosas. A secreção entérica depende da secreção ativa de Cl-‐, que se acompanha da eliminação de Na+ e H2O para o lúmen intestinal pelas células das criptas. Assim, a água acompanha o movimento do Na+, e a absorção se faz pelas células do ápice das vilosidades intestinais, enquanto a secreção é realizada pelas células das criptas. CLASSIFICAÇÃO: Ø AGUDA: duração náxima de 30 dias, urgencia médica Ø CRÔNICA: duração além de 1 mês Ø ALTA: originada no inestino Delgado, grandes volumes, ausencia de muco e pus, dor abdominal mesogastrio, nauseas mais frequentes Ø BAIXA: originada no intestine grosso , pequenos volumes, pode ter ocorrencia de muco e pus, dor abdominal do hipogastrio, mais raro ter nausea. Apresenta tenesmo e urgencia fecal FISIOPATOLOGIA • Diarreia secretora o causada por transporte anormal de íons pelas células do epitélio intestinal § secreção ativa de íons de agua § absorção iônica ou de água diminuída o mecanismos: § defeitos congênitos de absorção iônica § ressecção intestinal § doença difusa da mucosa § mediadores anormais o características: § não melhora com jejum § gap osmolar fecal baixo o principais causas: infecciosas e laxativos • Diarreia osmótica o Causada pela presença de grande quantidade de solutos pouco absorvíveis e osmoticamente ativos na luz intestinal o Caracteresticas: § Regride com jejum ou suspensão do agente osmótico § Gap osmolar fecal > 125 e < 290 – elevado § pH baixo o principais causas: má absorção de carboidratos, induzida por sais de magnésio e laxativos à base de sódio não-‐absorvível FISIOPATOLOGIA • Diarreia motora o Alteracoes motoras com transito intestinal acelerado ou por redução da area absortiva consequente de ressecções intestinais ou de fistulas enteroentéricas. • Diarreia exsudativa/inflamatória o Enfermidades causadas por lesões da mucosa resultants de processos inflamatórios ou infiltrativos, que podem levar a perdas de sangue, muco e pus, com aumento do volume e da fluidez das fezes. • Diarreia disabsortiva o Deficiencias digestivas e lesões parietais do intestine Delgado que impedem a correta digestão ou absorção. • Pode causar diarreia com esteatorreia e resíduos alimentares ETIOLOGIA p/ aguda • Intoxicação alimentar -‐ alimentos contaminados por bactérias, fungos, vírus, parasitos ou substancias químicas -‐ substancias químicas ou de toxinas pré-‐formadas por agente infecciosos -‐ diagnóstico: intervalo curto entre a ingestão do alimento suspeito e o início dos sintomas -‐ inferior a 6h: intoxicação pela toxina pré-‐formada por Staphylococcus aureus e Baccilus cereus -‐ se entre 8 e 14h: Clostridium perfrigens Ø Intoxicação por Staphylococcus aureus -‐ Resulta de alimentos submetidos à cocção inadequada ou mal refrigerados, -‐ náuseas, vômitos intensos, cólicas e diarreia aquosa. -‐ Podem evoluir para desidratação aguda e choque hipovolêmico. -‐ Tratamento: reposição hidreletrolítica VO e sintomáticos, mas casos graves exigemhidratação IV. Ø Intoxicação por Clostridium botulinum -‐ A toxina causa o botulismo -‐ Resulta da ingestão de enlatados, peixes crus, mel, entre outros que contenham toxina pré-‐formada, esporos ou a própria bactéria. -‐ Embora possa ser destruída por fervura durante 10 min, a toxina botulínica é a mais potente toxina alimentar. -‐ O período de incubação varia de 12 a 72 h após a ETIOLOGIA ingestão do alimento contaminado. -‐ náuseas, vômitos e diarreia, que se associam com repercussões neurológicas (iniciam com alterações da visão (visão turva, diplopia, arreflexia pupilar), seguindo-‐se de sensação de fraqueza, tontura, vertigens e complicações na mecânica respiratória) -‐ A recuperação, quando ocorre, se faz, em geral, após 1 semana. -‐ O prognóstico depende da recuperação muscular, mas a mortalidade é alta. -‐ O diagnóstico diferencial deve ser feito, principalmente, com miastenia gravis e síndrome de Guillain-‐Barré. -‐ O tratamento: com antitoxina e medidas de suporte; o paciente pode necessitar de respiração assistida. Ø Intoxicação por Clostridium perfringens -‐ Esta bactéria produz enterotoxina que causa diarreia aguda e autolimitada. -‐ Tem origem em diversos tipos de alimentos contaminados, em especial carnes de aves e de gado. -‐ Diferentemente da intoxicação por Staphylococcus aureus, essa intoxicação predomina no inverno, mas o quadro clínico e cuidados terapêuticos são semelhantes. ETIOLOGIA • Diarreia pelo rotavirus -‐ Faz: encurtamento de vilosidades da mucosa do duodeno e do jejuno, numerosas partículas de rotavírus no citoplasma das células epiteliais da mucosa atingida. -‐ A doença aguda é associada à diminuição dos níveis das enzimas da borda em escova da mucosa, como maltase, sacarase e lactase, com consequente má absorção e presença de substâncias redutoras nas fezes. -‐ A febre, geralmente baixa, e os vômitos precedem a diarreia. -‐ A febre pode persistir por até 1 a 2 dias, e os vômitos, em geral, não ultrapassam o 3° dia. -‐ A diarreia é aquosa, profusa, de cor amarelada a esverdeada e raramente contém muco. O -‐ número de evacuações pode ser de 8 ou mais por dia. -‐ A duração média da gastrenterite é de 8 dias, mas pode haver crises mais prolongadas. -‐ Sintomas respiratórios estão presentes em torno da metade dos casos. -‐ A recuperação é integral, mas têm sido descritas diarreias prolongadas e com outros distúrbios, como intolerância à lactose e a carboidratos. -‐ Os adultos adoecem mais frequentemente quando estão em contato com crianças infectadas. -‐ O rotavírus pode ser agente causal da diarreia dos viajantes. Os sintomas são similares, mas os vômitos tendem a ser menos intensos. -‐ Os imunodeprimidos, como os transplantados de medula, podem apresentar formas graves e mais prolongadas ou evoluir para o óbito. Entretanto, o rotavírus não é causa comum de diarreia grave nos portadores do HIV. -‐ Complicações: como enterocolite necrotisante, invaginação intestinal, atresia das vias biliares, complicações neurológicas como convulsões e encefalopatia. -‐ Testes para pesquisa de antígenos virais têm sido usados como PCR e ELISA. Este último é o mais difundido por ser um meio rápido e de baixo custo. -‐ O rotavírus é detectado nas fezes desde o início do quadro diarreico até 4 a 8 dias, mas há relatos de deteccao por até 25 a 30 dias. -‐ tratada com medidas para o alívio dos sintomas e terapêutica de suporte, como reidratação oral ou intravenosa, de acordo com a repercussão do quadro clínico. -‐ No Brasil, a partir de março de 2006, a vacina contra rota-‐ vírus foi incluída no calendário vacinal da criança. Utiliza-‐se a vacina monovalente feita do vírus atenuado de sorotipo mais frequente [sorotipo G1P(8)]. Ela apresenta ação cruzada contra outros sorotipos e tem eficácia global contra gastrenterite pelo rotavírusde 85%. A vacina é administrada por via oral em duas doses aos 2 e 4 meses de vida. ETIOLOGIA • Diarreia dos viajantes -‐ É definida como diarreia infecciosa aguda que acomete indivíduos que viajam de área industrializada e com boas condições de higiene para outra com piores condições sanitárias. -‐ Inicia-‐se em geral de modo abrupto, com 4 a 6 evacuações por dia, associadas a cólicas e náuseas. -‐ Habitualmente, é auto-‐ limitada, mas pode ser progressiva, evoluindo para disenteria e, até mesmo, para a diarreia crônica. -‐ Pode ser causada por bactérias em cerca de 80% dos casos, e a Escherichia coli enterotoxigênica é a principal causa na AméricaLatina. Além desta, são relacionadas também Salmonella, Shigella, Campylobacterjejuni, Aeromonas, Plesiomonas, Vibrio parahaemolyticus, os vírus Norovirus e Rotavirus, os protozoá-‐ rios Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Cryptosporidium, Microsporidium e Cyclospora cayetanensis. -‐ O tratamento deve seguir os mesmos parâmetros já citados, reservando-‐se a prescrição de antibióticos para os casos graves e com diarreia prolongada.. • Diarreia pela Escherichia coli -‐ A Escherichia coli (E. coli) é uma das bactérias que integram a flora bacteriana do intestino, mas, quando alguma cepa sofre alterações genéticas, pode tornar-‐se patogênica (liberam toxinas) -‐ As cepas de E. coli reconhecidamente associadas à diarreia aguda são: E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enteropatogênica (EPEC), E. coli êntero-‐ hemorrágica (EHEC), E. coli enteroinvasiva (EIEC) e E. coli enteroagregativa (EAEC). -‐ O diagnóstico da infecção pela E. coli é presuntivo pela apresentação clínica. Os testes específicos para sua detecção são a coprocultura ou pesquisa de antígenos ou toxinas nas fezes, normalmente por técnica de PCR. -‐ Tratamento: hidratacao (preferencia via oral com solução isotonica. Não tem como fazer oral? Intra venoso com Soro fisiológico ou Ringer Lactato (melhor), fez oral, mas nao melhorou? Coloca oral + intravenoso), dieta oral branda (+verduras, + fibras, evitar gordura e carboidratos pesados), antibioticoterapia (quinolone p/ pegar gran negative e anaeróbio) QUADRO CLÍNICO • História clínica -‐ locas e as condições em que adiarreia foi adquirida -‐ ingestão de agua, alimentos suspeitos -‐ viagens recentes -‐ presença de pessoas próximas acometidas -‐ uso recente de AT e outros fármacos -‐ historia sexual -‐ banho em locais públicos -‐ contatos com animais • Diarreia inflamatória -‐ mais grave, exige tratamento mais criterioso -‐ bactérias invasivas, parasitos e bactérias produtoras de citotoxinas que afetam preferencialmente o íleo e o cólon -‐ diarreia, pequeno volume, com sangue, muco, pus -‐ febre -‐ dor abdominal predominante no QIE -‐ tenesmo -‐ dor retal • Diarreia não inflamatória -‐ vírus ou bactérias produtoras de enterotoxinas e afeta preferencialmente intestino delgado -‐ fezes aquosas, de grande volume, sem sangue, pus e muco -‐ sem febre -‐ náusea e vômito • Exame físico -‐ avaliar desitradação -‐ Sinais de alarme: febre alta, taquipneia, vasodilatação periférica com hipotensão, pusos rápidos e finos -‐ Dor leve difusa à palpação -‐ Ruído hidroaéreos aumentados DIAGNÓSTICO • Avaliação clinica é suficiente maioria das vezes • Quando solicitar exames? -‐ diarreia > 7-‐10 dias -‐ piora progressiva -‐ ≥ 6 episodios/dia -‐ diarreia aquosa profusa, acompanhada de franca desidratação -‐ paciente idoso frágil -‐ paciente imunodeprimido -‐ diarreia adquirida no hospital (internação ≥ 3 dias) -‐ sinais de comprometimento sistêmico -‐ sinais de diarreia inflamatória ou invasiva (febre > 38,5ºC, presença de sangue, pus e muco [disenteria], dor abdominal muito intensa) • Hemograma -‐ pode encontrar anemia e hemoconcentracao -‐ vírus: linfocitose -‐ bacteriana com diarreia inflamatória: leucocitose com desvio a esquerda • Função renal e eletrólitos -‐ desidratação à hipovolemia à ↓ perfusãoo renal à ↑ creatinina e ureia -‐ distúrbios hidroeletrolíticos: pedir principalmente Na e K e gasometria pra ver o HCO3 • EAF -‐ pesquisa células (hemácias e leucócitos) e muco -‐ identifica processos inflamatórios mais intensos • Coprocultura -‐ reservada para casos suspeitos de diarreia infecciosa por bactérias invasivas, na presença de sangue oculto e leucócitos fecais ou para casos de interesse epidemiológico -‐ quando solicitada tem que mandar o agente etiológico suspeito p/ adequar o meio de cultura • Testes parasitológico (3 EPF) -‐ 3 amostras de EPF + pesquisa fecal de antígenos de Giardia e Ameba • Pesquisa de toxinas e antígenos de patógenos -‐ ELISA p/ Clostriddium difficile TRATAMENTO • Reidratação -‐ oral -‐ deve conter glicose p/ favorecer absorção de sódio -‐ perdas mais importantes: soluções com eletrólitos -‐ soluções isotônicas p/ prevenir desidratação -‐ hipovolêmicos: hidratação venosa com soluções isotônicas com glicose e eletrólitos TRATAMENTO • Dieta: continuar alimentando • Agentes antidiarreicos -‐ Contraindicação: diarreia aguda “nao inflamatória” ou invasiva -‐ Racecadotril: 100 mg VO 8-‐8h -‐ Loperamida: 4 mg de “ataque” seguido de 2 mg VO após cada evacuação, até um máximo de 16 mg/dia. -‐ Subsalicilato de Bismuto (Pepto-‐Bismol ): 30 ml VO 6-‐6h. 9.2. Diarreia Crônica ETIOLOGIA • Síndrome do intestino irritável (SII), • Doença inflamatória intestinal (DII), • Síndrome de má absorção e infecção crônica. ü Portadores de imunodeficiências apresentam frequentemente diarreia associada a infecções oportunistas crônicas. ü Ocâncer colorretal pode apresentar-‐se com diarreia crônica, habitualmente com sinais de perda de sangue. ü O uso de medicamentos também deve ser investigado. ü Tumores neuroendócrinos produtores de neurotransmissores com ação secretagoga QUADRO CLÍNICO • Sugestivos de síndrome do intestino irritável (SII): -‐ Ausência de perda ponderal e de sinais de desnutrição -‐ presença de sintomas predominantemente diurnos, -‐ alternância do hábito intestinal com períodos de constipação intestinal -‐ crise de dor associada à distensão abdominal e aliviada pela evacuação • O início dos sintomas, habitualmente, ocorre em períodos de instabilidade emocional e predomina em adultos jovens. • Investigar: -‐ viagens a áreas endêmicas para parasitoses; -‐ sintomas precipitados ou agravados por uso de determinado alimento, como a lactose (intolerância à lactose) ou o glúten (doença celíaca); -‐ comorbidades como o diabetes de longa data e hipertiroidismo que podem cursar com diarreia; -‐ história familiar de doença inflamatória intestinal (DII) ou doença celíaca que apresentam risco de herança genética; • Exame físico: -‐ podemos encontrar sinais extraintestinais de determinadas doenças -‐ na DII, além de massas inflamatórias abdominais, podem ocorrer lesões perianais, lesões cutâneas, aftas orais, olho vermelho e artropatias. -‐ Nas síndromes de má absorção e no câncer de cólon, devemos procurar sinais de desnutrição, como edema e anemia. DIAGNÓSTICO • Hemograma ü Presença de anemia o pode estar relacionada com disabsorção ou com perdas. ü Sinais de deficiência de ferro com microcitose e hipocromia o Em enfermidades que promovem perda sanguínea, ü Assim, doenças que acometem o delgado proximal causam dificuldade de absorção de ferro e ácido fólico com formação de hemácias disfórmicas (poiquilocitose) com micro e macrocitose concomitantes. Doenças que lesam o íleo ou que causam insuficiência pancreática dificultam a absorção de vitamina B12 com consequente macrocitose. ü Alterações da série branca sugerem diarreia de origem inflamatória. Quando há predomínio de eosinofilia, parasitose intestinal é o diagnóstico mais provável. Porém, devemos considerar a possibilidade de síndrome eosinoffiica acometendo o TGI com diarreia crônica, especialmente quando há histórico relevante de atopia. DIAGNÓSTICO Provas de atividade inflamatória: PCR, VHS bons marcadores de atividade inflamatória. inespecíficos, mas no contexto de diarreia crônica são importantes preditores de DII. • Perfil nutricional/metabólico o albumina deficiência está associada a condições com perda nutricional significativa. o O perfil lipídico também se altera na desnutrição e na disabsorção. o Alterações hidreletrolíticas e disfunção renal são frequentes e devem ser pesquisadas -‐> mais intensas • Marcadores específicos • Estudo das fezes • Pesquisa de agentes infecciosos • Sangue oculto o os achados conjuntos de sangue oculto e de leucócitos fecais reforçam o diagnóstico de diarreia inflamatória. o Além das colites, neoplasias malignas também devem ser consideradas. DIAGNÓSTICO • Leucócitos • Gordura • Eletrólitos e osmolaridade • pHfecal o indicada diante de suspeita de diarreia causada por má absorção de carboidratos o casos relacionados com o uso de sorbitol ou lactulose. Nestas condições, o pH é baixo (< 6). o Nas diarreias envolvendo perdas de aminoácidos e de ácidos graxos associados a carboidratos, o pH fica elevado (entre 6,0 e 7,5). • Teste para pesquisa de carboidratos fecais • Endoscopia • Endoscopia digestive alta o auxiliar no diagnóstico através da visualização da mucosa do intestino delgado proximal ou de sua análise por biopsia. o Entre essas etiologias, estão doença celíaca, parasitoses, doença de Whipple, entre outras. DIAGNÓSTICO Colonoscopia o diarreias crônicas baixas. o Colon e ileo distal o A avaliação endoscópica da mucosa é característica nas DII e em outras colites, assim como nas neoplasias, também associadas a fezes diarreicas. Em algumas etiologias, o a mucosa está normal à macroscopia, e a biopsia é essencial para o diagnóstico, como na colite colágena e colite linfocítica. o Colites infecciosas também podem ter o diagnóstico confirmado pela colonoscopia, como colite pseudomembranosa pelo C. difficile, colite amebiana e tuberculose intestinal. • Imagem • Trânsito de intestino delgado o estudo do intestino delgado devido a seu baixo custo, fácil execução e com segurança para o paciente. o Apresenta alta sensibilidade para avaliação de desordens do jejuno e íleo. • Tomografia computadorizada o lesões tumorais dessa área. TRATAMENTO • de acordo com a etiologia (problema
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