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Direito de Família - Parentesco e Noções Gerais de Casamento

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Conceito de Parentesco
É a relação que vincula não só pessoas por descendência uma das outras ou de um só tronco, mas também os parentes do cônjuge e entre adotante e adotado.
Tipos de parentesco
 
A) Parentesco natural e consanguíneo
 
É o parentesco que liga as pessoas umas às outras pelo mesmo sangue, entre pessoas de um tronco em comum.
 
O grau de parentesco se estende até o 4º grau em linha reta e colateral.
 
“Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.”
SE DIVIDEM EM:
 
Parentesco na linha reta: são as pessoas que estão ligadas pelo mesmo sangue através da ascendência e descendência.
“Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.”
Linha ascendente:
1º Grau: pais.
2º Grau: avós.
3º Grau: bisavós.
4º Grau: trisavós.
Linha descendente:
1º Grau: filhos.
2º Grau: netos.
3: Grau: bisnetos.
4º Grau: trinetos.
 
“Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.”
 
Parentesco na linha colateral: são parentes na linha colateral até o 4º grau as pessoas que advém de um tronco em comum, sem descenderem uma das outras.
1º Grau: na linha colateral não há parentes de primeiro grau.
2º Grau: irmãos.
3º Grau: tios e sobrinhos.
4º Grau: tios-avós, primos e sobrinhos-netos.
B) Parentesco por afinidade
São constituídos com o casamento ou união estável e se limitam aos ascendentes, descendentes e irmãos do cônjuge.
OBS: não há possibilidade de futuro vinculo matrimonial com os parentes por afinidade em linha reta caso haja a dissolução do casamento ou união estável, o mesmo não se aplica aos cunhados.
Em linha reta: sogros, genro e nora.
Em linha colateral: cunhados.
“Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.”
DO CASAMENTO
Natureza Jurídica: Teorias Explicativas
TEORIA CLÁSSICA OU CONTRATUALISTA: O casamento é um contrato celebrado entre sujeitos de direito, para a comunhão de seus bens e a satisfação dos seus interesses, conforme eles deliberarem, porém sempre em observância à lei. A principal crítica que pode ser feita a essa teoria é a de que o contrato versa sobre objeto economicamente apreciável, não se podendo contratualmente estabelecer deveres de assistência imaterial, fruto da solidariedade familiar constitucionalmente assegurada. 
TEORIA INSTITUCIONAL: O casamento é uma instituição natural humana, por meio da qual os objetivos intrínsecos à personalidade dos cônjuges podem ser atingidos, observada à lei. Nesse caso, o casamento não seria um contrato, porém um instituto jurídico cujo desejo é a satisfação dos interesses patrimoniais e extrapatrimoniais recíprocos de ambos os cônjuges. Igualmente, no casamento não poderia se subsumir a condição de um contrato, pois ele não regula apenas efeitos patrimoniais, mas, também, acarreta efeitos pessoais que não são objetos de um contrato.
TEORIA MISTA OU ECLÉTICA: O casamento é um negócio jurídico no momento da sua celebração (porque gera efeitos para ambas as partes e os deveres correspondentes e somente pode ser celebrado em conformidade com a solenidade disposta em lei), porém uma instituição quanto aos seus efeitos (uma vez que o casamento é meio de comunhão, em princípio permanente, de duas vidas, para a satisfação das suas necessidades personalíssimas, por meio da cooperação mútua e da assistência imaterial entre si).
CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO
De acordo com a lei, doutrina e jurisprudência: 
Caráter personalíssimo;
Liberdade na escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo sexo;
Submissão dos aspectos patrimoniais referentes ao casamento à norma jurídica de ordem pública aplicável, conforme o regime de bens adotado;
Solenidade na celebração, sob pena de não se reputar celebrado o casamento civil;
Inadmissibilidade de termo ou condição para sua realização; 
Estabelecimento de plena comunhão de vida, 
Monogâmico;
União indissolúvel, não podendo ser rompido senão nas hipóteses previstas em lei.
OBJETIVOS DO CASAMENTO 
O estabelecimento de relações pessoais íntimas entre os cônjuges;
A assistência mútua material e imaterial dos cônjuges, que compreendem tanto a proteção dos direitos da personalidade da cada um deles, como a cooperação econômica em geral; 
A realização pessoal de cada um dos cônjuges, mediante a cooperação extrapatrimonial mútua;
A reprodução e a perpetuação da espécie;
A criação, a educação e os sustentos da prole resultante do casamento. 
PROVA DO CASAMENTO E A POSSE DO ESTADO DE CASADO
Sobre a prova, Carlos Roberto Gonçalves cita:
“Prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos).”]
As provas, neste caso, podem ser classificadas como diretas ou indiretas:
Provas diretas:
Do casamento celebrado no Brasil: certidão do registro civil;
Do casamento realizado no exterior: documento válido de acordo com a lei do país onde se celebrou, legalizado pelo cônsul brasileiro do lugar. Se for contraído perante agente consular, provar-se-á o casamento por certidão do assento no registro do consulado.
Provas indiretas: meios não proibidos pelo direito que admitem a demonstração do matrimônio, tais como registros em passaportes, certidão de proclamas, testemunhas, certidão de nascimento de filhos, demais documentos, etc.
O Código Civil de 2002 trata da prova do casamento entre os artigos 1.543 a 1.547.
“Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.”
O casamento se prova pela certidão de registro. Não a existindo, prova-se por qualquer meio permitido em direito. 
Sobre o casamento no estrangeiro, dispõe o art. 1.544 do CC/02:
“Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.”
Cento e oitenta dias, no cartório do domicílio ou 1º Ofício da Capital.
Se não houver o devido registro aqui no Brasil, ele poderá casar novamente.
Prova-se o casamento celebrado fora do Brasil de acordo com a lei do país onde se celebrou. Trata-se de aplicação do princípio locus regit actum, acolhido no art. 7º da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, segundo o qual a lei do país onde está domiciliada a pessoa determina as regras gerais sobre direito de família.
O documento estrangeiro deverá ser autenticado, segundo as leis consulares, para produzir efeitos no Brasil. Exige-se lhe a legalização pelo cônsul brasileiro do lugar. Se, porém, foi contraído perante agente consular, provar-se-á o casamento por certidão do assento no registro do consulado.
O cidadão brasileiro que resida no exterior pode optar por se casar pela lei brasileira, perante a autoridade consular, ou simplesmente conforme a lei estrangeira. Para a validade no Brasil, vindo o casal estrangeiro a fixar residência em nosso país, será necessário o registro da certidão do casamento realizado fora, com a devida tradução e a autenticação pelo agente consular brasileiro, conforme dispõe a Lei dosRegistros Públicos (Lei n. 6.015/73, art. 32).
Admite-se, assim, a prova indireta, pelos meios não proibidos pelo direito, realçando-se os documentos e as testemunhas, como é o que sucede com a posse do estado de casado:
“Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.”
Entende-se por “posse do estado de casado” a situação de duas pessoas que vivem publicamente casadas, e assim são reconhecidas pela sociedade.
A situação somente poderá ser alegada pelos filhos e se mortos ou impossibilitados de se manifestar estiverem ambos os cônjuges. É que, se um deles está vivo e capaz de se manifestar, deve indicar o local onde se realizou o casamento, para que os filhos obtenham a certidão. 
Tal modus vivendi, em regra, não constitui meio de prova do casamento, a não ser excepcionalmente, em benefício da prole comum (art. 1.545), e nas hipóteses em que ele é impugnado e a prova mostra-se dúbia, funcionando nesse último caso como elemento favorável à sua existência (art. 1.547).
Os elementos que caracterizam a posse do estado de casados são: a) nome (nomen), indicativo de que a mulher usava o nome do marido; b) tratameto (tractatus), de que se tratavam publicamente como marido e mulher; c) fama (reputatio), de que gozavam da reputação de pessoas casadas.
A rigor, a posse do estado de casados não constitui prova das justas núpcias, visto não se admitir presunção de casamento. Em regra, a posse do estado de casados somente pode ser invocada como prova do casamento em caráter de exceção, para sanar qualquer falha no respectivo assento ou para beneficiar a prole.
A respeito da prova por sentença no livro do Registro Civil, trata o art. 1.546:
“Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.”
Os efeitos do casamento, in casu, operam desde a data da celebração, e não apenas a partir do registro. A regra já constava do art. 205 do Código Civil de 1916 e tinha mais importância antes da vigência da atual Constituição Federal, que estabelece a igualdade entre todos os filhos (art. 227, § 6º). Anteriormente, a retroatividade beneficiava os filhos já nascidos, que eram considerados legítimos desde a data da celebração do casamento.
O dispositivo em apreço trata das hipóteses em que, diante das dificuldades encontradas para provar a existência do matrimônio, recorrem os cônjuges ao processo judicial. A ação declaratória se mostra adequada para esse mister. A sentença deve ser inscrita no Registro Civil, com efeito retro operante à data do casamento.
Se houver dúvida no processo judicial quanto ao estado de casado, decide-se pelo casamento. In dúbio pro matrimonio.
“Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.”