ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES, MAXIMIZANDO O COMPROMISSO AMBIENTALMENTE CORRETO Chaiane Frizzo Ezequiel Ruppenthal Karoline Maria Zaleski Viviane Andressa Chagas Tutora Externa: Gicele Carvalho da Silva Marcon Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Licenciatura em Ciências Biológicas (BID 0397) – Seminário da Prática VII 13/11/2018 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a estação de tratamento de esgoto também chamada de efluente. Suas distinções, particularidades e processos são oriundos do tipo de efluente que está sendo tratado, que pode ser de ordem industrial, pluvial ou doméstica. Cabe ainda destacar que em se tratando de efluentes industriais cabe a indústria a responsabilidade mediante ao tratamento e devolução do mesmo ao meio ambiente em condições que não o prejudiquem. A grande densidade populacional mundial, a superlotação das cidades, a falta de saneamento básico, a situação precária de alguns aglomerados humanos, conhecidos como favelas e também à questão das residências e atividades ligadas ao meio rural, são o ponto “X” da falta de planejamento relacionado à construção, desenvolvimento e manutenção, especialmente das cidades, tendo em vista que muitas das doenças que acometem os seres humanos seriam evitadas se o saneamento básico fosse majoritário. Além desta questão existe a questão atrelada ao meio ambiente, já que este também sofre com a falta de tratamento de efluentes. Essas duas questões, somadas, permitem perceber o quão importante é o entendimento sobre a questão central desse artigo, já que o conhecimento permite que a cobrança seja feita perante nossos representantes diretos, vereadores e prefeitos. Palavras-chave: Efluente. Responsabilidade. Tratamento. 1. INTRODUÇÃO Uma estação de tratamento de efluentes é uma estrutura construída e destinada ao tratamento correto do resíduo líquido (efluente) oriundo de alguma atividade humana, essa origem 2 pode ser conforme já mencionado, industrial, pluvial ou doméstica. O esgoto ou efluente industrial geralmente é tratado na própria indústria onde é produzido, e é responsabilidade da indústria que esse esgoto seja devolvido ao ambiente em condições ideais para que não cause dano ao meio ambiente. O esgoto pluvial, em geral, não é tratado, pois o mesmo é somente a água da chuva que é escoada diretamente até os rios através das sarjetas. O esgoto doméstico é o esgoto que vem das residências, escoados das atividades realizadas em residências, comércios, entre outros, são oriundos de atividades como lavagem de roupas, água do banho, descarga do vaso sanitário, entre outros, esse tratamento é uma medida de saneamento básico, ou seja, é um dever do Estado, conforme aprovado pela Presidência da República, está previsto na Lei de Saneamento Básico - Lei 11445/07 | Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, presente do Artigo 8. I - universalização do acesso; I - saneamento básico - conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: (Redação dada pela Medida Provisória nº 844, de 2018) a) abastecimento de água potável, constituído pelas atividades, pela disponibilização, pela manutenção, pela infraestrutura e pelas instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e os seus instrumentos de medição; (Incluído pela Medida Provisória nº 844, de 2018) b) esgotamento sanitário, constituído pelas atividades, pela disponibilização e pela manutenção de infraestrutura e das instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até a sua destinação final para a produção de água de reuso ou o seu lançamento final no meio ambiente; (Incluído pela Medida Provisória nº 844, de 2018) c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbanas; e (Incluído pela Medida Provisória nº 844, de 2018) d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes; (Incluído pela Medida Provisória nº 844, de 2018) (FONTE: Art.8 Lei de Saneamento Básico - Lei 11445/07 | Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007) Hoje em dia, em diversas cidades, e principalmente na zona rural, os resíduos, principalmente de vasos sanitários são destinados a pequenos tratamentos que são responsabilidade do próprio proprietário da edificação, trata-se da fossa séptica, esse tratamento é realizado através de um tanque onde o resíduo é destinado, onde ocorre um processo de decantação, no qual a parte sólida se deposita no fundo para sofrer decomposição por bactérias anaeróbicas, nesse tanque há uma válvula de escape para que os gases produzidos pelas bactérias no processo de fermentação possam escapar, conforme esse tanque vai enchendo, o líquido passa através de um cano na parte superior da fossa para a parte inferior do segundo tanque, no qual enche obrigando o 3 líquido a passar por um filtro formado por rochas como cascalho e areia, após esse processo de filtração, o líquido é depositado em outro tanque denominado de sumidouro onde posteriormente é devolvido ao meio ambiente. De acordo com o que cita Salgado e Araújo (2017) sobre os dados do IBGE – 2010, somente 57% dos domicílios brasileiros estão cobertos por algum tipo de sistema de coleta de esgoto, e ainda, conforme o índice de esgoto tratado referente a água consumida (IN046) do Sistema Nacional de Informação de Saneamento (SNIS), com relação a 2009, a porcentagem de esgoto tratado é de 37,9%. Esse descaso com o tratamento correto do esgoto doméstico causa diversos problemas ambientais, como a proliferação de doenças e a contaminação dos corpos de água, fatores que podem comprometer seriamente a saúde pública. Cada tipo de efluente deve ter sua destinação correta e um tratamento adequado para suas características, direcionaremos esse trabalho ao tratamento do esgoto doméstico, caracterizando a legislação ambiental, o esgoto doméstico, seu tratamento, a demanda bioquímica de oxigênio, tratamento do lodo e seu destino final. O entendimento de todos esses itens é algo essencial para a compreensão real acerca do tema desse artigo: o tratamento de efluentes. 2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL No Brasil o órgão que dita às normas ambientais é o CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, e conforme sua resolução n. 20 de 18 de junho de 1986, dá padrões de qualidade dos corpos de água, classifica-os, e também caracteriza os efluentes que podem ser lançados nesses corpos. Como as legislações sofrem alterações em decorrência da necessidade daquele momento, a resolução mais atual é de 2006. Conforme aprovado pelo Ministério do Meio ambiente, a Resolução Nº 375 de 29 de agosto de 2006, p. 1. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das competências que lhe são conferidas pelos arts. 6o, inciso II e 8o, inciso VII, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990 e suas alterações, tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e Considerando