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Resumo Negócio Jurídico Fatos Jurídicos em sentido Amplo Todos os eventos da natureza ou decorrentes da conduta humana, que sejam juridicamente relevantes. Praticamente tudo que acontece no mundo Fatos Jurídicos em sentido Estrito Eventos da natureza juridicamente relevantes Enchente, terremoto, curso do tempo Incluo certos eventos ligados à condição humana – que em parte escapam do controle Exemplo: nascimento, morte, doença Atos Jurídicos em sentido Amplo Condutas humanas, comissivas ou omissivas, juridicamente relevantes Silencio pode ser manifestação de vontade Atos lícitos – conformidade com a lei Atos ilícitos – contra a lei Também são jurídicos, relevantes para o direito Negócio Jurídico Manifestação de vontade humana, comissiva ou omissiva, deseja resultados (criar, transmitir, modificar ou extinguir) Resultados específicos – conscientemente queridos Observação: todos os contratos são negócios jurídicos, mas nem todos os neg. jur. São contratos Atos Jurídicos em sentido estrito Resultados são automáticos, derivam da lei, mesmo que o agente os queira ou não ou não tenha consciência Exemplo: mudança de domicílio Atos-fatos Jurídicos – exemplo: pessoa sem intenção acha um tesouro Eventos que tem origem na conduta humana A vontade humana não pode ser considerada na origem – ressalta-se a consequência É compreendido pelo direito como se fosse um fato Direito não considera à vontade como válida Aquisição de um direito Conjunção de um direito, abstratamente previsto em lei, a um determinado titular Direitos objetivos – abstratos no ordenamento direito vira subjetivo Aquisição Originária – não se recebe de alguém Alguém cria um direito que ainda não existia nas mãos de ninguém até aquele momento Assenhorar-se de coisa sem dono Obra intelectual Usucapião – modo de aquisição de propriedade, cria o direito em face de posse prolongada Aquisição Derivada Transmissão de um direito de um antecessor para um sucessor Contratos propriedade Não posso transmitir direito que não possuo ou coisa diferente, não são apenas contratos Herança Alienação: transmitir negócio do direito OBSERVAÇÕES: Aquisições derivadas ou originárias podem dar-se a título universal (casamento, floresta) ou a título singular (bem considerado em sua unidade) Aquisições derivadas ou originárias exigem capacidade de direito ou de aquisição, mas não capacidade de fato ou de exercício exemplo: criança de alguns meses recebe herança Momento da aquisição: Direitos Atuais: os que já incorporam ao patrimônio jurídico do titular, independente de poderem ser exercidos ou não Direitos Futuros: em vias de serem adquiridos, mas ainda não foram Meras Expectativas: podem vir a existir ou não. Loteria, receber herança, valorização das ações Modificação de direitos: Modificação Subjetiva: sempre aquisições derivadas. Alteração de titularidade Modificação Quantitativa: extensão do objeto sobre qual o direito recai Modificação Qualitativa: natureza do objeto sobre qual o direito recai. - Veículo(móvel, infungível, indivisível) seguro furto/ acidente indenização ( móvel, fungível, divisível -Ao receber o dinheiro passou a ser titular do dinheiro que é um bem de natureza diferente do carro. Não altera a qualidade do bem. Extinção de Direitos Desaparece sem haver substituição. Diferente de perda Perecimento do bem (destruição) Renúncia de direito sem contrapartida o direito extinguiu-se Abandono de bens materiais Morte de titular é extinção de bens que ele tinha, mas apenas em relação a direitos personalíssimos Defesa e conservação de direitos Direito de ação: garantia de acesso ao poder judiciário Pretensão: pedido que se formula ao juiz, julga o pedido e não a ação Negócio Jurídico Ideia de boa-fé, honestidade e transparência que a lei espera Começo a analisar como o indivíduo se comporta Elemento central: vontade humana exteriorizada, não existe negócio jurídico sem manifestação de vontade Contratos – mínimo duas pessoas acordo de vontades, conteúdo econômico Não são contrato: testamento (uma pessoa só), promessa de recompensa, renúncia Origem Histórica Conceito surgiu na escola pandectista do direito alemão A realidade europeia era a revolução francesa, ou seja, a ascensão da burguesia ao poder, a qual foi refletida no código civil Valores da burguesia: lei garantisse autonomia da vontade, não interferir a liberdade contratual, ênfase aos aspectos patrimoniais Teorias sobre o modo de entender-se a vontade negocial Teoria da Vontade – prevalece a real manifestação e não o sentido literal das palavras empregadas Teoria da Declaração – prevalece vontade nos termos em que ela foi declarada Prevalece, como regra geral, a teoria da vontade Na interpretação tenho uma importância residual (pontual) da teoria da declaração Reserva mental diferença do que a pessoa intimamente quer e do que ela declara Manifestação de vontade subsiste mesmo que seu autor tenha feito uma reserva mental de não querer o que manifestou A vontade vale como foi declarada – segurança das relações jurídicas Classificações sobre manifestação de vontade Quanto à forma Vontade expressa: afirmação Vontade tácita: comportamentos indiretos que evidenciam à vontade. Aceitação de herança Silêncio: silêncio importa quando não for necessária vontade expressa -Doação: silêncio de aceitação Quanto ao destinatário Vontade receptícia – negócio jurídico só se forma se a vontade do declarante atingir a destinatário certo Vontade não receptícia – basta a manifestação de vontade, exemplo: testamento Planos do Negócio Jurídico 1º Plano Da Existência – Constatação somente da presença dos elementos que compõe Elementos: Vontade (exteriorização) Agente: titular – quem manifestou – sujeito de direito Objeto: bem de vida sobre o qual a vontade recai Forma: o modo pelo qual a vontade se manifesta Presentes todos esses entro para o 2º plano 2º Plano da Validade – qualificação jurídica – requisitos legais – produzir efeitos Vontade precisa ser livre, consciente e de boa-fé, para ser válida Vícios de vontade – anulabilidade Quando falta liberdade ou consciência na manifestação vícios de vontade erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão vontade defeituosa Quando falta boa-fé vícios sociais problema está nos objetivos Agente precisa ser capaz e legitimado -Incapacidades de exercício absolutamente incapazes (neg. jur. Nulo) -Relativamente incapazes – neg. jur. Anulável Objeto precisa ser lícito, possível, determinado ou determinável Forma: prescrita ou não defesa em lei proibida -Há o princípio da liberdade da forma, porém a lei exige certas formas para alguns negócios jurídicos negócio jurídico formal ou solene -Negócios Jurídicos ‘’ad solenitateim’’: não obedecem a forma -Solenidade: quando prevê um rito de celebração imobiliários a escritura pública é essencial 3º Plano Da Eficácia Cláusulas inseridas do negócio jurídico, por iniciativa e conveniência das partes, que limitam a produção de efeitos Condição, termo e encargo (Art. 121 ao 137) 2 OBSERVAÇÕES Quanto a causa do Negócio Jurídico -Dois sistemas: a) Sistema Causalista (França/Itália): grande importância a causa. Crítica: excesso de subjetivismo b) Sistema Anti-Causalista (Brasil): prioridade da análise do objeto Art. 166, III é nulo negócio jurídico quando o motivo determinante comum a ambas as partes, for ilícito Elementos do Negócio Jurídico Elementos essenciais: Genéricos: art. 104 – plano da validade Específicos: características típicas de cada negócio Elementos Naturais: resultados jurídicos pretendidos pelas partes Elementos Acidentais: podem existirou não. Plano da eficácia Classificação do Negócio Jurídico Quanto ao número de partes Parte é no sentido de polo da relação jurídica, pode ser formado por mais de um indivíduo Negócio jurídicos unilaterais: renúncia a direito, testamento, promessa de recompensa uma só manifestação de vontade, em regra não receptícia Negócios Jurídicos Bilaterais: 2 partes, duas manifestações de vontade correspectivas, não são vontades iguais Negócios Jurídicos Plurilaterais: mais de duas partes, mais de duas manifestações de vontade correspectivas entre si Quanto às vantagens patrimoniais Negócios Jurídicos Gratuitos: benefícios econômicos vão de uma parte para outra Negócios Jurídicos Onerosos: benefícios econômicos são recíprocos Comutativos: já na formação do negócio se sabe com precisão qual é a prestação e qual a contra- prestação Aleatórios: em parte, não se sabe qual a contra- prestação. Quanto ao momento da produção de efeitos Inter vivos Mortis Causa testamento todos os efeitos se produzem depois da morte do testador Quanto à existência Negócios Jurídicos Principais: todo aquele que pode existir sozinho, sem depender de nenhuma relação jurídica Negócios Jurídicos Acessórios: dependem de outro principal. Exemplo: fiança, locação, hipoteca Quanto à forma Solenes ou formais: exigem forma em lei Solenes, informais: meramente consensuais – princípio da liberdade de forma Quanto ao exercício de direitos Negócio jurídico de disposição: alienação – transmissão do direito de propriedade Negócio Jurídico de Mera administração: criam direitos pessoais/obrigacionais Quanto ao conteúdo Negócios jurídicos patrimoniais: todos os efeitos relevantes são econômicos Negócios jurídicos extrapatrimoniais: até tem efeitos econômicos, mas não se restringe a esses efeitos Quanto ao objetivo Negócio Jurídico Direto: uso de modelos jurídicos em lei para atingir os objetivos referentes aquele modelo Negócio Jurídico Indireto: uso impróprio de modelos jurídicos previstos em lei. As vezes ilícitos. Querem atingir outro efeito e não o idealmente previsto Quanto ao critério Negócios jurídicos causais obrigação de pagamento Negócios Jurídicos abstratos obrigação de pagamento, mas pagamento se separa da origem Representação – art. 115 a 120 Quando uma pessoa age em nome ou no interesse de outra, que não quer ou não pode se fazer presente na prática do ato Parte é o representado, que se faz presente pelo representante Quem manifesta vontade na celebração do Negócio jurídico é o representante Em regra admitida para todos os negócios jurídicos exceções: ato personalíssimo NÚNCIO – mero mensageiro da vontade Poder de Representação – art. 115 Art. 119 – é anulável conflito de interesses entre representante e representado 3 elementos: Ânimo: o representante tem consciência de agir em nome e interesse do representado Substituição: representante substitui o representado na prática do ato Limitação: do que o representante pode fazer. Decorre da lei ou convenção Tipos de Representação Representação Voluntária ou Convencional Deriva de um ato de vontade Extinção: parâmetro – mandato (procuração). Em regra: com prazo determinado Representação Legal: decorre da lei Para extinção: por força da lei Gestor de negócios alheios figura intermediária entre representante legal e voluntário Auto contrato/ contrato comigo mesmo conflito de interesses, é anulável, a não ser se tiver autorização expressa na procuração para que transfira o bem para ele mesmo Plano de Eficácia – elementos acidentais Cláusulas criadas por iniciativa das partes e que limitam os efeitos daquele negócio Termo - art. 131 a 135 Evento futuro e certo, há clareza quanto à ocorrência Termo inicial (termo aquo): marca o início da produção de efeitos; art. 131 – suspende o exercício, mas não a aquisição do direito Termo final (termo adquem): fim dos efeitos Todos os prazos são termos prazos existem a favor do devedor Negócios jurídicos sem termo inicial diferido (adiado) – imediato Contagem de prazos regra geral: exclusão do dia do começo, inclusão do dia final Contar prazos em anos ou meses, não converter os dias Prazo em hora conto de minuto a minuto Tipos de Termo Termo certo – certeza do momento da ocorrência Termo incerto – não há certeza do momento, mas apenas da ocorrência. Exemplo: morte de alguém Condição Evento futuro e incerto quanto a ocorrência, pode acontecer ou não requisito Tipos de condição Condição Suspensiva Titular de um direito futuro Efeitos só se produzem a partir da ocorrência da condição suspensiva Enquanto essa condição não ocorrer, não se terá o direito que o negócio visa Regra geral: irretroatividade Condição Resolutiva Direito atual Efeitos desde a celebração sobrevindo a condição resolutiva os efeitos cessam Pode ter efeitos retroativos Sem efeitos retroativos Condições inválidas – art. 122, 123 e 124 Art. 123 – negócio inteiro não vale - II, condições ilícitas III, condições incompreensíveis ou contraditórias Art. 122 – é lícito o que não é contrário a lei Condições ilícitas invalidam negócio jurídico Condições ilícitas por equiparação – ofensivas à ordem pública e aos bons costumes Condições contraditórias Condições que sujeitam o negócio jurídico ao puro arbítrio de umas das partes -Classificação secundária das condições: a) Condições Causais limitam os efeitos do Neg. Jur. Aos efeitos da natureza b) Condições Potestativas dependem da vontade da parte 1. Simplesmente Potestativa: depende em grande parte do empenho do interessado. É válida 2. Puramente Potestativa: não valem puro arbítrio Encargo – geralmente na doação, testamento ou legado Ônus relacionado com a liberdade É uma determinação que imposta pelo autor do ato de liberdade, a esta adere, restringindo-a Para que, e com o fim de Vícios de Vontade Erro – art. 138 a 144 – atinge a vontade, pessoa se engana Falsa percepção da realidade, erro ou ignorância simplesmente desconhecimento da realidade envolvendo certo negócio jurídico 2 elementos para caracterização do Erro Erro substancial – quando o equívoco é fundamental para realização do negócio. Se não existisse essa falsa percepção não existiria Erro escusável – é um equívoco que uma pessoa de diligência normal poderia ter cometido -‘’ erro substancial que poderia ter sido cometido/percebido por pessoa de diligência normal’’ Classificação do Erro Quanto a Natureza – confusão entre institutos jurídicos. Exemplo: diferença entre comodato e locação Quanto ao Objeto – confusão nas especificações. Exemplo: modelos de veículo Quanto à qualidade – vidro/plástico; gesso/mármore Substancial o erro quando concerne a pessoa a quem a vontade se dirigir Não é apenas uma má escolha Quando a pessoalidade era essencial ao negócio intenção de contratar certo profissional ou empresa. Circunstâncias faz com que cometa o erro Erro de Direito Má compreensão do conteúdo da lei equívoco sobre o que o direito permite ou não 4 observações: Art. 140 – Erro quanto ao motivo – estar expresso como razão determinante Art. 141 – Erro na transmissão interposta de vontade Situações envolvendo contratos a distância e os contratos realizados por intermédio de Núncio Do Dolo Artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com intuito de benefício próprio Dolo essencial: uma das partes leva a outra a realizar um ato que não faria normalmente, normalmente enriquecimento sem causa Dolo de terceiro – anula neg. jur. 2 situações distintas se A não sabia e nem deveria saber do comportamento de B, negócio subsiste Tudo gira em torno do padrão de interpretação Dolo Recíproco: os dois tentam induzir um ao outro ao erro. Sanção civil: ambas perdem possibilidade de anular ou pedir indenização Dolo na Representação Só responsabilidade civil, dispositivo não trata de anulabilidade dever de indenizar Pai não deve vender imóvel do filho sem autorizaçãodo juiz Representação voluntária representante e representado vão indenizar Coação – violência moral Emprego da violência tolhimento/ supressão da liberdade na manifestação de vontade Violência – não chega a ser vício de vontade, a vítima não tem manifestação – hipótese de inexistência Violência Moral: ameaça, constrangimento, intimidação Ameaça de dano – precisa ser atual e grave, à família, a ele ou ao patrimônio Avaliação subjetiva analisar as condições pessoais e se afasta do padrão do homem médio Não se caracteriza coação Ameaça de exercício regular de um direito, exemplo: processar, divórcio Simples temos reverencial pais tem ascendência moral sobre os filhos Porém ameaça grave + temor reverencial facilita caracterização da coação Coesão de Terceiro C A ---------- B se A tivesse ou devesse ter conhecimento de C o neg. jur. Se anula interpretação -A quanto C são solidariamente responsáveis pelos danos causados a B -Se A não sabia e nem deveria saber, negócio jurídico subsiste. Efeito C deve indenizar os prejuízos causados a vítima Estado de Perigo Situação de risco à vida ou à integridade física (dele/alguém da família) Estado de necessidade excludente de ilicitude Lesão Só se encontra em negócios jurídicos onerosos e comutativos Prestações recíprocas Existe um significativo desequilíbrio econômico entre as partes abuso do poder econômico Vício presente no momento em que se forma o neg. Teoria da Improvisação – resolução por onerosidade excessiva Negócios Jurídicos de Execução Continuada ou diferida Fato superveniente vem depois da celebração quebra o equilíbrio econômico que até então existia entre as partes, fazendo com que para uma delas o cumprimento se torne impossível ou oneroso 3 Observações Histórico – Lesão – instituto muito antigo -Critério objetivo – matemática Distinção -Lesão: desequilíbrio econômico – não é necessário haver ameaça ou constrangimento -Dolo: indução em erro -Coação: ameaça/constrangimento Código de defesa do Consumidor -Princípios gerais de proteção modificação de cláusulas que estabelecem prestações desiguais -Práticas Abusivas prevalecer-se da ignorância ou fraqueza do consumidor -Exigir do consumidor vantagens excessivas -Cláusulas Abusivas – colocar o consumidor em desvantagem exagerada
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