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Direito Tributario - Aula 2

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PROJETO UTI 60H – OAB VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO 
Direito Tributário 
Josiane Minard 
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ITBI – Imposto de Transmissão de bens imóveis entre vivos 
 
Competência exclusiva dos Municípios. Instituído por Lei ordinária. 
Imposto sobre transmissão de Bens Imóveis, por Natureza ou Acessão Física, e de Direitos Reais 
sobre Imóveis, exceto os de Garantia, bem como Cessão de Direitos a sua Aquisição – ITBI: Art. 
156, II da CF e Arts. 35 a 42 do CTN 
 
Trata-se de Imposto de Competência dos Municípios pelos quais se encontra a situação do Bem 
(Art. 156, II e §2., II da CF), podendo ser criado por meio de lei ordinária e respeita o princípio da 
Anterioridade do Exercício e Nonagesimal (Art. 150, VIII, “b” e “c” da CF). 
 
Sujeito Ativo: Município. 
Sujeito Passivo: Qualquer das partes envolvidas na operação tributária de transmissão de bem 
imóvel (geralmente é o adquirente). 
 
Fato Gerador: Estabelecido no Art. 156, II da CF e Art. 35 do CTN, ocorrendo no momento da 
transmissão. 
Base de Cálculo: valor venal do bem imóvel transmitido ou direito real cedido (valor de mercado). 
 
Importante: O ITBI não incide em caso de Usucapião, em virtude de não se tratar de aquisição de 
propriedade de forma derivada. Ademais, a CF prevê imunidade específica do ITBI em seu art. 
156, §2.º, I. 
Respeita anterioridade. 
Exemplo: compra e venda de imóvel. 
 
Art. 156, § 2º CF – Imunidade Específica: Não incide ITBI na transmissão de imóvel para 
realização de capital, na incorporação, cisão, fusão e extinção de Pessoa Jurídica, salvo se a 
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda, locação e arrendamento mercantil 
de imóveis. 
 
 
Impostos Estaduais 
 
ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de 
Serviços de Trasnporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS: Art. 155, II da 
CF e LC 87/1996 
 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir ICMS, nos termos do Art. 155, II e §2.º da CF. 
 
Esse Imposto deverá ser criado por lei ordinária. Isto não quer dizer que a Lei Complementar n.º 
87/1996 seja inconstitucional, visto que esse diploma legal apenas estruturou tal imposto. 
 
Em relação ao Princípio da Anterioridade, destaca-se que o ICMS o respeita, todavia, a alíquota 
do ICMS sobre combustíveis respeitará apenas a anterioridade nonagesimal, em caso de redução 
ou restabelecimento de alíquota, nos termos do art. 155, §4.º, IV, da CF. 
 
Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fato Gerador: 
 
Operações de circulação de mercadoria; 
- prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal; 
- serviço de comunicação; 
- energia elétrica; 
- importação de mercadoria, ainda que o importador não seja contribuinte habitual do ICMS. 
 
Alíquotas: Há alíquotas distintas para cálculo do ICMS. As razões dessa distinção das alíquotas 
está no princípio da seletividade (Art. 155, §2.º, III da CF) e na existência de alíquotas internas 
(estipuladas pelos Estados) e as interestaduais. O Senado Federal, por meio de Resolução, 
estabelecerá as alíquotas mínimas ou máximas, nos termos do Art. 155, §2.º, IV e V da CF. 
 
Sobre o ICMS é importante destacar que existem dois princípios que devem ser observados: 
 
Princípio da Não Cumulatividade (Art. 155, §2.º da CF e Art. 19 da LC 87/1996): significa dizer 
que o ICMS será compensado em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou 
prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicação com o 
montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Vale destacar que 
esse princípio, em casos de isenções ou não-incidência, não implica em crédito para 
compensação com o montante devido nas operações seguintes e acarretará em anulação do 
crédito relativo às operações anteriores; 
 
Princípio da Seletividade (Art. 155, §2.º, da CF): tem como função orientar a estipulação das 
alíquotas diferenciadas de ICMS, utilizando por base a seletividade, em função da essencialidade 
do produto. Esse princípio é utilizado para justificar a redução da carga tributária dos produtos 
considerados essenciais. No ICMS PODE ser Seletivo!! 
 
Ainda em relação ao ICMS, a CF em seu art. 155, §2.º (alterado pela EC 42/2003) confere 
imunidade nos casos de (referente à alínea “b” - ver também Arts. 2.º e 3.º, III da LC 87/96): 
 
“a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-
elaborados definidos em lei complementar; 
sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto 
cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis 
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)” 
 
O STF entende (RE 176.626-SP) que as operações de licenciamento ou cessão de direito de uso 
de software, não tendo como objeto a “mercadoria”, não haverá incidência de ICMS. No entanto, 
os casos de “software de prateleira” incide ICMS, por configurar o fato gerador do referido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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imposto. Interessante observar que o software por encomenda, não incide ICMS, mas sim ISS, 
conforme LC 116/2003. Ver Súmula 323 do STF. 
 
Lançamento por homologação. 
 
IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículos automotores. 
 
Trata-se de Imposto de competência estadual e distrital, que poderá ser exigido em 1.º de janeiro 
de cada exercício, sendo devido no local do registro do veículo. Esse imposto pode ser criado por 
lei ordinária. 
 
Tem como característica respeitar o princípio da Anterioridade do exercício e a nonagesimal, 
todavia, em relação à base de cálculo, esta respeita apenas a anterioridade do exercício. 
 
Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal. 
Sujeito Passivo: Proprietário de veículo automotor de qualquer espécie, não se aplicando às 
aeronaves. 
 
Fato Gerador: A propriedade sobre veículos automotores. Ocorre, por ficção jurídica em 1.º de 
janeiro de cada ano. Todavia, na realidade ocorre no momento da aquisição ou da data do 
desembaraço aduaneiro. 
 
Base de Cálculo: Valor venal do veículo ou preço do mercado. 
 
Alíquotas: Será estabelecida em lei ordinária estadual. Não há limite máximo, no entanto, o 
Senado Federal, por meio de Resolução, estabelecerá as alíquotas mínimas, nos termos do Art. 
155, §6.º, I da CF. Ademais, o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em razão do tipo e da 
utilização do veículo, nos termos do Art. 155, §6.º, I e II da CF. Lançamento de ofício. 
 
ITCMD: Imposto sobre transmissão causa mortis e doação 
 
Estados e DF, lei ordinária, segue anterioridade. 
Alíquota máxima fixada por resolução do Senado Federal. 
Lançamento por Declaração. 
As alíquotas máximas serão por meio de Resolução do Senado Federal. 
 
Impostos Federais 
 
Importação, Exportação, IOF 
 
Competência exclusiva da União, instituídos por lei ordinária, NÃO tem anterioridade – Cobrança 
Imediata. Alíquotas alteradas por decreto do poder executivo. Art.. 153, par. 1º. 
 
IPI- Imposto sobre produtos industrializados 
IPI- alterar a natureza do bem. 
 
IPI não respeita a anterioridade do exercício, mas respeita 90 dias! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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As alíquotas podem ser alteradas por meio de ato do PE. 
A legislação do IPI estabelece que é possível ao presidente alterar as alíquotas para reduzir até 
zero ou aumentar dentro de certo limite, de 30 unidades percentuais, acima da alíquota 
originalmente estabelecida em lei. 
 
Não cumulatividade – art. 153, §1, II da CF. Em cada operação desconta-se o imposto incidente 
na operação anterior – utiliza-se como crédito o IPI pago na operação anterior. 
 
Seletividade – art. 153, §3, I da CF. Haverá uma seleção dos produtos pelo critério de sua 
essencialidade; quanto mais essencial para a vida do povo, menor será a tributação. O IPI DEVE 
ser Seletivo 
 
Exemplo: rum, vodka com alíquota elevada e roupas, calcados, medicamento com alíquota zero. 
 
IPI possui Lançamento por homologação. 
 
Imposto de renda – Auferir Renda 
 
Quanto aos princípios especiais – art.. 153 §2, I CF.O princípio da universalidade se aplica às 
rendas – todas as rendas devem ser alcançadas pelo IR. Isso acontece hoje embora haja o fato 
do IR não tributar todas as rendas com a mesma proporcionalidade. Há algumas distinções 
dependendo do tipo de rendimento. Os países menos desenvolvidos tendem a tributar mais o 
trabalho do que o capital porque é mais fácil controlar este. 
 
Outro princípio é o da generalidade, que diz respeito aos contribuintes. Todos os contribuintes 
devem ser alcançados na medida de sua capacidade contributiva. Aqueles que não possuem 
capacidade alguma não devem ser alcançados. 
 
O princípio da progressividade. O IR sempre foi progressivo; Hoje possuímos 4 alíquotas, porém, 
continua existindo a alíquota máxima de 27%. 
 
O critério adotado pelo legislador constitucional para estabelecer os tributos, seria o critério do 
patrimônio. A idéia geral da tributação é passar patrimônio para o estado para que ele possa 
exercer as suas funções. 
 
O IR tem como fato gerador (hipótese de incidência) a aquisição da renda ou de proventos de 
qualquer natureza, entendidos como acréscimos patrimoniais não incluídos no primeiro. O 
legislador encara tanto renda como proventos como acréscimo patrimonial. 
 
O CTN traz que renda é aquilo que resulta do capital, do trabalho ou da combinação dos 2. Se 
recebo um veiculo de presente; é algo que aumenta o capital mas não é renda – da mesma forma 
quando se recebe uma herança. 
 
O CTN diz que a aquisição da renda ou provento pode ocorrer por uma disponibilidade 
econômica (algo material) ou disponibilidade jurídica (algo imaterial – quando exercemos direitos). 
O cheque seria uma disponibilidade jurídica, pois, ao adquirir o titulo, se adquire um direito e, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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somente depois de descontado o cheque é que se transformara em alo material (disponibilidade 
econômica) 
 
Critério espacial Há 2 adotados: territorial e renda universal. Fala-se em tributação da renda na 
fonte quando se considera apenas a renda obtida de fontes. A tributação na renda mundial 
considera na renda adquirida de qualquer lugar do país. Hoje, adota-se o critério da 
universalidade. Isso faz com que se torne importante os acordos nacionais de bitributação; se não 
há tal acordo, será tributado no país de onde provem e no país a qual se destina. 
 
A progressividade estabelecida é genérica, não distingue entre pessoas físicas e jurídicas, porém, 
para as jurídicas somente há uma alíquota. 
 
Art.. 44 do CTN diz que a base de cálculo pode ser o montante real da renda ou o montante 
presumido ou o arbitrado. Renda real é aquela realmente auferida. Renda presumida é a que a 
legislação presume que se de em tais percentuais, por exemplo, sobre a receita das empresas (o 
resultado final frequentemente é menor que o lucro real). A renda arbitrada é uma hipótese 
extrema na qual a empresa que não optou por lucro presumido e não matem contabilidade – um 
percentual da receita ou do capital bruto. 
 
Possui lançamento por homologação. 
O IR respeita a anterioridade do exercício e não respeita 90 dias!! 
 
ITR: Imposto territorial rural 
 
Competência da União. Deverá ser instituído por lei ordinária. Segue o princípio da anterioridade. 
 
Não incide sobre pequenas glebas rurais. 
 
Lançamento por homologação e pode ser fiscalizado e arrecadado pelos Municípios, desde que 
haja convênio com a União, sendo que neste caso 100% da arrecadação ficará com o Município. 
Se não houver convênio 50% da arrecadação é destinada para o Município e os outros 50% para 
a União. Alíquotas variando conforme a função social da terra. 
 
Imposto sobre Grandes Fortunas 
 
Competência da União podendo ser criado somente por lei Complementar. 
 
Imposto Extraordinário (Guerra) Art. 154, II 
 
Competência da União podendo ser criado por lei ordinária, não segue o princípio da 
anterioridade. 
 
Imposto Residual Art. 154, I 
Competência da União somente criado por lei Complementar. Não pode ter base de cálculo ou 
fato gerador de impostos já existentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Princípio da Legalidade 
 
No Brasil ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser em 
decorrência de lei. 
Nos termos do art. 150, I da CF nenhum tributo será instituído ou aumentado, a não ser por 
intermédio de LEI! 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 
57 e 65; 
 
De acordo com o art. 97, § 1º do CTN considera-se majoração de tributo a modificação da base 
de cálculo de forma a torná-lo mais oneroso. 
A mera atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo NÃO constitui majoração 
de tributo, nos termos do art. 97, § 2º do CTN, podendo ser realizada por meio de simples 
Decreto. 
No entanto, se “atualização monetária” ocorrer com índices superiores ao oficial, não teremos 
uma mera atualização de valores, e sim, uma majoração de base de cálculo disfarçada, e por 
isso, nesse caso o instrumento normativo necessário será a Lei. 
 
Nesse sentido, temos a Súmula 160 do STJ: 
 
É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante, Decreto, em percentual superior ao índice 
oficial de correção monetária. 
 
a Constituição Federal, em seu artigo 153, § 1º prevê alguns impostos que podem ter as 
alíquotas alteradas, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, por meio 
de ato do Poder Executivo, o que se dá comumente por decreto presidencial ou por portaria 
do Ministro da Fazenda. São eles: 
 
Imposto sobre a Importação (II) 
Imposto sobre a Exportação (IE) 
Imposto sobre produtos Industrializados (IPI) 
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) 
 
O art. 153, § 1º da CF ao estabelecer que o Poder Executivo poderá alterar as alíquotas do II, IE, 
IPI e IOF, possibilitou, inclusive, que esses tributos tenham suas alíquotas majoradas, por 
decreto, por exemplo, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei, é claro. 
O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas da Contribuição de intervenção no domínio econômico Combustível – CIDE 
COMBUSTÍVEL, por meio de ato próprio, no caso, o decreto presidencial. 
O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas do ICMS incidência monofásica, nas operações com combustíveis e lubrificantes 
previstos em lei complementar federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Para visualizar: 
 
ALÍQUOTAS POR MEIO DE 
ATOS PODER EXECUTIVO 
DECRETO CONVÊNIO (CONFAZ) 
ALTERAR (MAJORAR, 
REDUZIR E 
RESTABELECER) 
II, IE, IPI e IOF 
APENAS REDUZIR E 
RESTABELECER 
CIDE COMBUSTÍVEL ICMS COMBUSTÍVEL 
 
Princípio da Isonomia 
 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual 
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação 
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II da CF). 
 
Princípio da Irretroatividade 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a 
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou 
aumentado. (art. 150, III, “a” da CF). 
A lei tributária NÃO pode retroagir, salvo em três situações: 
 
 
Em se tratando de lei expressamente interpretativa, desde que não comine penalidade 
(art. 106, I do CTN) 
Em se tratando de ato NÃO definitivamente julgado, vier uma lei que excluir infrações ou 
reduzir penalidades (art. 106, II do CTN) (Lembrar que em direito tributário penalidade é 
multa!) 
Em se tratando de lançamento, vier uma lei que crie novos critérios de fiscalização ou 
apuração (art. 144, § 1º do CTN). 
 
 
Princípio da Anterioridade 
 
O tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro, (coincide com o ano civil, inicia 
no dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 de dezembro), somente poderá ser exigido no próximo 
exercício e desde que tenham transcorridos 90 dias da data da publicação da lei que houver 
instituído ou majorado o tributo. (art. 150, III, “b” e “c” da CF). 
Nem todos os tributos precisam respeitar o princípio da anterioridade, temos várias exceções a 
esse princípio. As exceções encontram-se nos arts. 150, § 1º, 155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” e 
195,§ 6º da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO RESPEITA o Princípio 
da Anterioridade) e nem 90 dias (NÃO RESPEITA o Princípio Nonagesimal), ou seja, o tributo 
pode ser cobrado: IMEDIATAMENTE!!!! São eles: 
 
- Imposto extraordinário guerra (IEG) 
- empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública, 
- Imposto sobre importação (II), 
- Imposto sobre exportação (IE) 
- Imposto sobre operações financeiras (IOF) 
b) Existem tributos, no entanto, que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO 
RESPEITAM o Princípio da Anterioridade) MAS precisam aguardar 90 dias, para poder ser 
exigido, (RESPEITAM o Princípio Nonagesimal), são: 
 
- IPI 
- casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível e do ICMS 
Combustível (155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF. 
Contribuição Social (195,§ 6º da CF) 
Existem tributos que devem respeitar o Princípio da Anterioridade (RESPEITAM o Princípio da 
Anterioridade do Exercício), mas não precisam respeitar 90 dias (NÃO RESPEITAM o 
Princípio Nonagesimal), são: 
 
-IR 
- alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA 
 
NRAE e 
NR90 dias 
cobrança 
IMEDIATA! 
GUERRA, 
(IEG e 
Empréstimo 
Compulsório 
guerra ou 
calamidade 
pública. 
II IE IOF 
NRAE 
R90 dias 
IPI Reduzir e 
Restabelecer 
CIDE 
COMBUSTÍVEL 
Reduzir e 
Restabelecer 
ICMS 
COMBUSTÍVEL 
Contribuição 
Social 
RAE NR90 
dias 
IR Alteração Base de 
cálculo IPTU 
Alteração Base de 
cálculo IPVA 
 
 
Princípio do não-confisco 
 
O princípio da vedação ao confisco, disposto no art. 150, IV da CF, decorre do direito de 
propriedade, que coíbe o confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na desapropriação. 
O tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Verifica-se, ainda, que a Constituição Federal ao tratar sobre o princípio do não-confisco em seu 
artigo 150, IV, refere-se aos tributos, ou seja, de acordo com a literalidade desse dispositivo 
constitucional, apenas os tributos devem respeitar o não-confisco. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
 
Nesse sentido, muitos indagam se as multas estariam sujeitas ao princípio do não-confisco, pois 
ainda que nos referimos à multa tributária, sabemos que multa não é tributo, mas sanção exigível 
pelo descumprimento de obrigação tributária. 
O STF tem frequentemente demonstrado avesso às multas com caráter confiscatório 
 
Princípio da Liberdade de Tráfego 
 
O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os Entes Federativos 
instituírem tributos interestaduais ou intermunicipais que visam estabelecer limitações ao tráfego 
de pessoas ou bens, ressalvadas, contudo, a exigência do pagamento de pedágio pela utilização 
das vias conservadas pelo Poder Público. 
 
Princípio da uniformidade Geográfica 
 
O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não seja uniforme em 
todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito 
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes 
regiões do País”. (art. 151, I da CF). 
 
 
Princípio da Capacidade Contributiva 
 
 
O princípio da capacidade contributiva é princípio basilar do Direito Tributário e está preceituado 
no art. 145, §1º da Constituição Federal: 
Art. 145 - (...) 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo 
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, 
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os 
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte 
 
IMUNIDADES 
 
A imunidade tributária é, em resumo, quando a CONSTITUIÇÃO veda a criação e a cobrança de 
tributos sobre determinadas situações ou sobre determinados sujeitos. 
Não se confunde imunidade com isenção ou não incidência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A imunidade impede a incidência do tributo porque a CONSTITUIÇÃO FEDERAL determina. 
Já a isenção, é a LEI que determina que certas situações ou determinados sujeitos não serão 
tributados. 
Existem imunidades genéricas e específicas. As imunidades genéricas estão previstas no art. 
150, VI da CF e referem-se apenas aos impostos. 
As imunidades específicas são relativas a um único tributo. 
 
IMUNIDADES GENÉRICAS 
 
As imunidades genéricas estão previstas no art. 150, VI da CF e refere-se apenas aos Impostos. 
As pessoas e situações previstas no artigo 150, VI da CF não devem pagar apenas os impostos, 
devendo pagar . Por isso, afirmamos que quem tem imunidade genérica tem SORTE na vida, 
sorte de NÃO pagar IMPOSTO!! 
 
 SUBJETIVA – Art. 150, VI, “c” da CF 
 OBJETIVA – Art. 150, VI, “d” da CF 
 RECÍPROCA – Art. 150, Vi, “a” da CF 
 TEMPLOS DE QUALQUER CULTO – Art. 150, VI, “b” da CF 
 
 
IMUNIDADES RECÍPROCAS 
 
A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, “a” da CF, consequência do modelo 
Federal de Estado, cujas bases repousam na necessária igualdade política-jurídica entre as 
unidades que compõe O Estado Federal, veda a União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
instituírem impostos sobre o patrimônio,renda e serviços um dos outros. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
O Artigo supracitado prevê que a imunidade tributária recíproca alcança apenas os impostos, 
não podendo incidir, portanto, outras espécies tributárias, como taxas, contribuições, etc. 
De acordo com o § 2º, § 3º do art. 150 da CF a imunidade recíproca é extensiva às 
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS desde que cumpram 4 requisitos: 
 
 
1) Cumpram suas finalidades essenciais ou qualquer uma 
delas decorrentes; 
2) Sejam instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
3) Não cobrar preços e nem tarifas; 
4) não entrar na concorrência privada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Urge destacar que a imunidade recíproca alcança somente as Autarquias e Fundações Públicas. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista não gozam de imunidade tributária, por 
essa razão haverá normal incidência tributária sobre essas últimas. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista por serem detentoras de personalidade 
jurídica de direito privado não estão abrangidas pela regra imunizante. 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem entendido que algumas empresas públicas, bem 
como algumas sociedades de economia mista são merecedoras da regra imunizante, quando 
prestam serviço público de caráter obrigatório e de forma exclusiva. 
Exemplo da ECT – Empresa de Correios e Telégrafo, INFRAERO. 
 
IMUNIDADES DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO 
 
O art. 150, VI, “b” da CF veda aos Entes Federativos instituírem IMPOSTOS sobre os templos de 
qualquer culto. 
A imunidade dos templos de qualquer culto visa tutelar a liberdade religiosa, e por essa razão 
tudo, exatamente tudo, que estiver em nome da instituição religiosa e cumprir sua finalidade 
essencial terá imunidade, ou seja, não terá que pagar impostos. 
 
IMUNIDADE SUBJETIVA - DO ART.150, VI, c, CF/88: 
 
São 04 imunidades: 
 
a) Imunidade das Entidades de Assistência Social Sem Fins Lucrativos; 
 
Conceito de “Assistência Social” está no art. 203, CF/88. 
Importante: Além de não pagar imposto, também não pagam Contribuição Social, nos termos do 
art. 195, §7º, CF/88). 
 
b) Imunidades das Entidades de Educação Sem Fins Lucrativos; 
 
Educação é em sentido lato, quer dizer, qualquer tipo de educação. 
Exemplos: Pré-escolas, Faculdades, Cursos de Capacitação, etc. 
Importante: somente aquelas que não visem lucro, ou seja, se enquadrem no CTN, art. 14. 
 
c) Imunidade dos Partidos Políticos e de suas Fundações; 
 
A jurisprudência entende que devem preencher 02 requisitos para ser imune a cobrança de 
impostos. São eles: a) estar registrado perante ao TSE; e, b) não atentar contra os princípios e 
bons costumes do Estado brasileiro. 
 
d) Imunidade dos Sindicatos de Trabalhadores; 
 
Só não paga imposto. 
As pessoas do art. 150, VI, “c” da CF para gozarem da imunidade tributária devem cumprir os 
requisitos do art. 14 do CTN: 
Não distribuir lucro entre seus associados; 
Não remeter valores para o Exterior; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Manter a escrituração contábil em dia. 
 
Súmula 724 do STF: AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO 
IPTU O IMÓVEL PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 
150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO 
NAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DE TAIS ENTIDADES. 
 
Súmula 730 STF - A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONFERIDA A INSTITUIÇÕES DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS PELO ART. 150, VI, "C", DA CONSTITUIÇÃO, 
SOMENTE ALCANÇA AS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA SE 
NÃO HOUVER CONTRIBUIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS. 
 
 
IMUNIDADE OBJETIVA: DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS e DO PAPEL DESTINADO A 
SUA IMPRESSÃO. Art. 150, VI, d, CF/88 
 
Só não paga imposto. 
O Supremo Tribunal Federal afirma que: 
“Livro” é em qualquer formato com conteúdo de livro. 
Jornais e Periódicos são imunes se, e somente se, não forem eminentemente publicitários os 
encartes. 
Revistas de qualquer gênero; 
Histórias em quadrinhos, mesmo que pornográficas; 
Catálogos não possuem imunidade. Exceção: Listas telefônicas, pois, tem caráter informativo. 
Cuidado: A imunidade se refere tão somente ao papel utilizado para impressão, a tinta não está 
imune. Do mesmo jeito, Editora e Gráfica não são imunes, mas sim o próprio papel utilizado 
 
Súmula 657 do STF: Os filmes e papéis fotográficos gozam da imunidade do Art. 150, VI, “d” da 
CF. 
 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 
O responsável tributário é a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe impõe o dever 
de pagar o tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato gerador) ou 
atribuindo-lhe em caráter supletivo do cumprimento da obrigação tributária. 
 
Responsável por Substituição 
 
A responsabilidade por substituição, como visto anteriormente, é quando a lei determina que uma 
terceira pessoa deve pagar o tributo em substituição ao contribuinte. Essa modalidade de 
responsabilidade é muito utilizada para facilitar a fiscalização e a arrecadação para o Fisco. 
Há dois casos de responsabilidade por substituição no ordenamento pátrio. A substituição para 
trás (regressiva ou antecedente) e a substituição para frente (progressiva ou subsequente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Substituição para trás 
 
A substituição para trás, regressiva ou antecedente é quando ocorre o fato gerador e o 
pagamento do tributo será realizado posteriormente, por uma terceira pessoa (o responsável), em 
substituição àquele que praticou o fato gerador (contribuinte). 
 
Substituição para Frente 
 
A substituição para frente, progressiva, ou ainda, subsequente, é quando primeiro ocorre o 
pagamento do tributo sobre uma base de cálculo presumida e posteriormente se realiza o fato 
gerador. 
A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata sobre a possibilidade da substituição para frente. 
§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável 
pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato 
gerador presumido. (grifo nosso) 
 
Assim, para as provas objetivas da FGV temos: 
 
 
SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE (ART. 150, § 7º CF) 
Quando NÃO ocorre o Fato Gerador Cabe Restituição 
Quando ocorre por valor inferior ao valor 
presumido pelo Responsável 
Não cabe Restituição 
 
Responsabilidade Por Sucessão 
 
Responsabilidade do Adquirente de Bens Imóveis - Art. 130 do CTN 
 
Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente de um bem imóvel responde pelos créditos 
tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, posse, o domínio útil de 
bens imóveis, bem como o pagamento das taxas pela prestação de serviços referentes a tais 
bens, ou contribuições de melhoria, salvo se houver prova de quitação desses débitos. 
Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em hasta pública, o parágrafo 
único do art. 130 do CTN determina que os créditos tributários sub-rogam-se no respectivo preço: 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivosadquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. (grifo nosso) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Responsabilidade do Art. 131 CTN 
 
O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento dos créditos tributários dos 
bens adquiridos ou remidos. No caso de aquisição de um veículo com dívidas de IPVA, o 
adquirente é responsável pelo pagamento desse tributo. 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
(...) 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a 
data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do 
legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
Responsabilidade do Art. 132 do CTN 
 
Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pessoa jurídica resultante será 
responsável pessoalmente pelo pagamento dos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas 
jurídicas de direito privado fusionada, incorporada, ou transformada. 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas 
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
E nos casos de extinção de pessoas jurídicas o parágrafo único do art. 132 do CTN prevê que as 
regras do caput se aplicam quando a respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio 
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social. 
 
Responsabilidade do Art. 133 do CTN 
 
O Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional que 
continuar a respectiva exploração, ainda que modifique a razão social, é responsável pelo 
pagamento dos tributos devidos pelo fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do 
ato. 
O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários se o alienante cessar a 
exploração do comércio, indústria ou atividade. 
A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante se este continuar a explorar 
qualquer atividade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova 
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
Art. 133 (...) 
 § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
Conquanto, o adquirente responderá pela dívida tributária, nos termos do caput, se a aquisição do 
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, ainda que realizada no processo de falência ou 
recuperação judicial, for por: 
(i) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor 
falido ou em recuperação judicial; 
(ii) parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor 
falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(iii) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de 
fraudar a sucessão tributária. 
Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva 
isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) 
ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos 
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (art. 133, § 3º do CTN). 
 
Responsabilidade de Terceiros 
 
Responsabilidade do Art. 134 do CTN 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões 
de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter 
moratório. 
Nota-se, ainda, que a responsabilidade do artigo acima descrito refere-se tão somente às 
penalidades de caráter moratório. 
 
Responsabilidade do Art. 135 do CTN 
 
Nos termos do art. 135 do CTN, respondem pessoalmente pelos créditos tributários 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de 
poderes ou infração à lei, contrato social ou estatuto social: 
(i) as pessoas referidas no art. 134 do CTN; 
(ii) os mandatários, prepostos e empregados; 
(iii) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
O mero inadimplemento de tributo por parte da pessoa jurídica não é considerado pelos 
Tribunais Superiores infração à lei e por essa razão não gera responsabilidade para os sócios 
com poderes de gerência. 
 
Súmula 430 STJ - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, 
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. 
 
A dissolução irregular da sociedade é infração à lei e por essa razão gera responsabilidade 
tributária aos sócios-gerentes, conforme prevê o art. 135, III do CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no 
seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento 
da execução fiscal para o sócio-gerente. 
 
Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN 
 
Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária 
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos 
efeitos do ato. 
O art. 136 do CTN, prevê, todavia, que o legislador poderá considerar aspectos subjetivos 
excludentes ou atenuantes da punibilidade para aplicação das penalidades. 
Nos termos do art. 137 do CTN a responsabilidade por infrações será pessoal. 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando 
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou 
empregadores; 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
A responsabilidade por infrações no direito tributário, relativamente ao descumprimento de 
obrigações principais e acessórias, traduz-se, geralmente, em multas e desconsidera a intenção 
do agente. 
Será a responsabilidade por infrações pessoal do agente nos casos do art.137 do CTN, salvo se 
existir prova de que o agente teria agido no “regular exercício da administração” ou ainda, teria 
cumprido ordem expressa por quem de direito. 
O regular exercício da administração ocorre, por exemplo, quando o agente comete o ilícito na 
condição de mero portador da vontade da empresa. 
 
Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN 
 
Nos termos do art. 138 do CTN a responsabilidade por infrações será excluída quando o 
contribuinte antes de qualquer procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de 
forma a pagar o tributo acompanhado dos juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o 
sujeito passivo não terá que pagar apenas as multas tributárias. 
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 138 do CTN, só será considerada denúncia 
espontânea se o contribuinte fizer o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento 
administrativo. 
 
Art. 138 (...) 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer 
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
Súmula 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a 
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

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