Buscar

alimentacao-animais-de-companhia.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Medicina Veterinária 
EXPERIÊNCIA TÉCNICO-COMERCIAL EM ALIMENTAÇÃO DE 
ANIMAIS DE COMPANHIA 
Curitiba 
2010 
EXPERIÊNCIA TÉCNICO-COMERCIAL EM ALIMENTAÇÃO DE 
ANIMAIS DE COMPANHIA 
CURITIBA 
2010 
Wanessa Ferreira Maia 
EXPERIÊNCIA TÉCNICO-COMERCIAL EM ALIMENTAÇÃO DE 
ANIMAIS DE COMPANHIA 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de 
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas 
e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como 
requisito parcial para obtenção do título de Médica 
Veterinária. 
Professora Orientadora: Prof.ª Dra. Ana Luisa Palhano 
Silva 
Orientador Profissional: Marco Aurélio Rachid Rautte 
CURITIBA 
2010 
Reitor 
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos 
Pró - reitor administrativo 
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos 
Pró - reitoria acadêmica 
Prof.ª Carmem Luiza da Silva 
Pró - Reitor de Planejamento e Avaliação 
Sr. Afonso Celso Rangel Santos 
Pró - Reitoria de Pós- graduação, Pesquisa e Extensão 
Prof. Roberval Eloy Pereira 
Secretario Geral 
Prof. João Henrique Faryniuk 
Coordenadora do curso de Medicina Veterinária 
Prof.ª Ana Laura Angeli 
Coordenadora de estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária 
Prof.ª Ana Laura Angeli 
Metodologia Científica 
Prof. Jair Mendes Marques 
CAMPUS PROF. SIDNEY LIMA SANTOS 
Rua Sidney A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio 
CEP: 82010-330- Curitiba- Paraná 
Telefone: 3331-7700 
TERMO DE APROVAÇÃO 
WANESSA FERREIRA MAIA 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C.) 
Este trabalho de conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de titulo de 
Medica Veterinária por uma banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Curitiba, 14 de Junho de 2010. 
________________________ 
Medicina Veterinária 
Universidade Tuiuti do Paraná 
________________________ 
Orientadora: Profª. Dra. Ana Luisa Palhano Silva 
Universidade Tuiuti do Paraná 
_______________________ 
Profª.Dra. Ana Laura Angeli 
Universidade Tuiuti do Paraná 
________________________ 
Profª MSc. Taís Marchand Rocha Moreira 
Universidade Tuiuti do Paraná 
APRESENTAÇÃO 
Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao curso de 
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da 
Universidade Tuiuti do Paraná, Campus Barigui, pela universitária Wanessa 
Ferreira Maia, como requisito parcial para a obtenção de titulo de Médica 
Veterinária, sendo composta de relatório de estágio, no qual são descritas as 
atividades realizadas durante o período de 08 de fevereiro a 14 de abril de 
2010, na Central Max Distribuidora, localizada no município de Curitiba – PR, 
bem como o relato da assistência nutricional e a parte comercial da Medicina 
Veterinária. 
 
Dedico este trabalho a todos que 
me apoiaram e sempre acreditaram 
 que eu seria capaz. 
AGRADECIMENTOS 
 Primeiramente eu agradeço a Deus por tudo o que Ele tem feito a mim, 
pois eu sei que sem Ele nada disso seria possível e por ter me proporcionado a 
vida, por ter me dado forças e capacidade de aprendizagem, por ter me dado 
força de vontade para nunca desistir desse sonho. 
 Agradeço aos meus pais, irmãos e familiares, por acreditarem em minha 
capacidade, por me darem sempre apoio e nunca desistirem por mais 
dificultosa que tenha sido essa jornada, que me fizeram ver direta ou 
indiretamente como eu era capaz e como atingiria o meu objetivo. 
 Agradeço aos meus amigos, pelos maravilhosos momentos e 
inexplicáveis lembranças que carregarei em minha vida, sem o apoio de todos 
seria ainda mais difícil essa conclusão. 
 Agradeço aos meus professores, que sempre tentaram ao máximo 
passar todo o conhecimento que eles têm para todos nós alunos, e também 
pelo laço de amizade que com certeza carregarei em minha vida. 
 Agradeço as empresas onde trabalhei e a empresa onde realizei o 
estágio, pois sem elas não conseguiria ter experiência profissional e ter a 
afirmação para o rumo que seguiria para a realização desde trabalho de 
conclusão de curso. 
 Agradeço aos animais, mesmo não expressando verbalmente seus 
sentimentos, nós sabemos que são únicos como cada um deve ser, e por nos 
deixar amá-los e por confiar suas vidas em nossas mãos. 
 
“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os 
capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou 
não fazer algo só depende de nossa vontade 
de perseverança.” (Albert Einstein) 
RESUMO 
O estágio curricular foi realizado na Central Max Distribuidora LTDA, localizado 
na Avenida Napoleão Manosso, 317, Barracão B, no Bairro Santa Felicidade, 
na Cidade de Curitiba, Paraná. As atividades na distribuidora visam oferecer 
assistência nutricional de cães e gatos para médicos veterinários, lojistas e 
consumidores finais referente ao setor de animais de companhia durante o 
período de 8 de fevereiro a 14 de abril de 2010, sendo cumpridas oito horas 
diárias totalizando trezentas e sessenta horas. O estágio foi supervisionado 
pela orientadora acadêmica professora Drª Ana Luisa Palhano Silva e pelo 
orientador profissional médico veterinário Marco Aurélio Rachid Rautte. O 
presente trabalho tem como objetivo discutir a venda e assistência técnica para 
os médicos veterinários e discutir a abordagem das principais dúvidas dos 
mesmos referentes à nutrição animal. Além disso, em revisão bibliográfica, 
foram abordados conceitos relacionados à utilização de alimentos 
nutracêuticos presentes nos alimentos dos cães e gatos. 
Palavra-chave: assistência nutricional, cães e gatos, estágio curricular 
LISTA DE ABREVIATURAS 
ACC avaliação da condição corpórea 
AGE ácidos graxos essenciais 
BPF boas práticas de fabricação 
cm centímetros 
E. coli Escherichia coli
EER exigência energética de repouso 
EM energia metabolizável 
FOS frutooligossacarídeos 
g gramas 
HACCP análise de perigos e pontos críticos de controle 
IC insuficiência cardíaca 
IRA insuficiência renal aguda 
IRC insuficiência renal crônica 
kcal quilocalorias 
mg miligramas 
MOS mananoligossacarídeos 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 – ENTRADA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA ................. 15 
FIGURA 2 – CONVENÇÃO TOTAL ALIMENTOS S.A................................ 16 
FIGURA 3 – PARTE INTERNA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA...... 17 
FIGURA 4 – PARTE INTERNA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA...... 18 
FIGURA 5 – INSETOS MAIS COMUNS EM LOJAS................................... 33 
FIGURA 6 – COMPARATIVO DE ESCORE CORPORAL DE CÃES E 
GATOS......................................................................................................... 59 
FIGURA 7 – RELÓGIO DA IRC................................................................... 61 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1 - NUTRIENTES FUNCIONAIS................................................ 36 
TABELA 2 – COMPOSIÇÃO NUTRITIVA DO LEITE............................... 41 
TABELA 3 – COMPARATIVO DE DIFERENTES TAMANHOS DE 
RAÇAS...................................................................................................... 42 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO................................................................................... 14 
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................................................... 15 
3 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO............................................ 20 
4 CONHECENDO O MUNDO DO MARKETING 
VETERINÁRIO....................................................................................... 22 
5 CONTROLE DE QUALIDADE NO ARMAZENAMENTO DE 
RAÇÃO.................................................................................................. 25 
6 ALIMENTO FUNCIONAL X ALIMENTO NUTRACÊUTICO.............. 35 
7 SAÚDE X ALIMENTO .......................................................................37 
7.1 Prenhez e Lactação......................................................................... 38 
7.2 Crescimento..................................................................................... 40 
7.3 Manutenção..................................................................................... 46
7.4 Maturidade....................................................................................... 48 
8 INGREDIENTES FUNCIONAIS ......................................................... 51 
8 .1 Antioxidantes................................................................................... 51 
8.2 Condroitina....................................................................................... 52 
8.3 Ácidos graxos essenciais................................................................. 53 
8.4 Argilas.............................................................................................. 54 
8.5 Probióticos....................................................................................... 54 
8.6 Prebióticos....................................................................................... 55 
8.7 Selênio com vitamina E.................................................................... 57 
9 ALIMENTO DE PRESCRIÇÃO.......................................................... 58 
9.1 Obesidade........................................................................................ 58 
9.2 Cardiopatas...................................................................................... 60 
9.3 Nefropatas........................................................................................ 61 
9.4 Hepatopatas..................................................................................... 63 
10 RAÇÃO SUPER PREMIUM X STANDARD..................................... 65 
10.1 Relação custo x benefício.............................................................. 67 
11 COMO O PROPRIETÁRIO INFLUENCIA SEU ANIMAL DE 
ESTIMAÇÃO......................................................................................... 69 
12 CONCLUSÃO.................................................................................. 71 
13 REFERÊNCIAS ............................................................................... 72 
14
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresenta o relatório de estágio 
obrigatório da acadêmica Wanessa Ferreira Maia, da Universidade Tuiuti do Paraná, 
com o objetivo de apresentar aspectos relacionados às assistências técnica e 
nutricional oferecidas pela empresa ao médico veterinário e ao lojista. 
O referido estágio foi realizado no período de 08 de fevereiro a 14 de abril de 
2010, na Central Max Distribuidora, sob orientação profissional do médico veterinário 
Marco Aurélio Rachid Rautte e sob orientação acadêmica da professora Drª Ana 
Luisa Palhano Silva, tendo como objetivo vivenciar na prática as atividades que 
foram passadas durante as aulas, melhorando o conhecimento profissional e 
acompanhando a rotina do Médico Veterinário. 
Este relatório é composto pela descrição do local de estágio e das atividades 
realizadas, bem como, pela descrição de venda técnica com assistência a clientes - 
nutricional e clínica, relato de visita à fábrica sobre o tema de controle de qualidade 
do processo de produção do produto alimentício e uma revisão bibliográfica 
abordando o tema a respeito da utilização de substâncias nutracêuticas em 
alimentos para animais de estimação. 
 O estágio obrigatório teve como objetivo aprimorar os conhecidos adquiridos 
durante a graduação inter relacionando conhecimentos teóricos e práticos. 
15
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 
A Central Max Distribuidora (FIGURA 1) fica localizada na Avenida Napoleão 
Manosso, 317 - Barracão B, bairro Santa Felicidade em Curitiba e presta serviços de 
distribuição de alimentos e medicamentos para cães e gatos. A distribuidora conta 
com serviços de venda técnica e comercial, assistência nutricional ao médico 
veterinário, ao lojista e ao consumidor final. A Central Pet contém um barracão para 
armazenamento dos alimentos, uma sala de reuniões, sala de estoque de petiscos e 
medicamentos, uma sala para acertos e cobranças e uma recepção com um 
atendente, cozinha e banheiros. O quadro de funcionários é composto por um 
supervisor de ração, um gerente regional de ração, um supervisor para linha de 
medicamentos, e um profissional que dá assistência nutricional do médico 
veterinário da fábrica. 
FIGURA 1 – ENTRADA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA, 2010 
16
 O horário de funcionamento da distribuidora é de segunda a sexta-feira das 
08h30min a 12h00min e 13h00min a 18h00min. 
 A Central Max oferece auxílio ao vendedor com treinamentos, reuniões de 
motivação, convenção para inter relação com vendedores e promotores técnicos de 
outras áreas do Brasil (FIGURA 2) e acompanhamento do supervisor. 
FIGURA 2 – FOTO CONVENÇÃO TOTAL ALIMENTOS S.A. – SÃO PAULO, 2010 
 FONTE: MARCO ANTONIO SANTA MARIA 
 A distribuidora entrega em mãos para o vendedor uma cartilha com o nome 
de lojas, consultórios, clínicas e hospitais veterinários a serem atendidos como 
promotor técnico e vendas, dando total acompanhamento durante o trabalho 
realizado, ajudando a montar o roteiro de visitas e estimulando a aumentar o número 
de lojas a serem atendidas. 
 O alimento na distribuidora é armazenado em um barracão ventilado 
(FIGURA 4) e sobreposto em paletes (FIGURA 3) para que não fique em contato 
diretamente com o chão, para não absorver a umidade e para evitar insetos. Além 
17
disso, a distribuidora contém controle de pragas e roedores para o melhor 
armazenamento da ração. 
FIGURA 3 – PARTE INTERNA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA, 2010 
Paletes
18
FIGURA 4 – PARTE INTERNA DA CENTRAL MAX DISTRIBUIDORA, 2010 
 Em reuniões em grupo deu-se foco ao desempenho de cada vendedor, 
motivando-os a melhorar e a continuar adequadamente o trabalho. Esses 
profissionais também participavam de reuniões individuais para sanar dúvidas de 
desempenho e para conversar sobre algum assunto em particular. 
 Nos treinamentos com o veterinário regional da fábrica tiravam-se dúvidas 
referentes aos alimentos nutracêuticos utilizados e desenvolveu-se argumentos 
fundamentais para impulsionar as vendas. 
 Nas vendas ao lojista, além do suporte nutricional e clínico, mostrou-se a 
necessidade da explicação ao consumidor final a respeito da importância de se 
oferecer aos animais alimentos balanceados e de ótima qualidade. 
 Além disso, foram feitos acompanhamentos junto ao supervisor em visitas às 
lojas, dando mais apoio ao vendedor ou promotor técnico, o qual abrange técnicas 
19
de venda e argumentação para um melhor desempenho. Além do acompanhamento 
a campo do supervisor, houve o acompanhamento interno, monitorando números de 
vendas, expectativas e motivação. 
20
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 Neste estágio obrigatório supervisionado, foram desenvolvidas atividades 
relacionadas ao auxílio no atendimento nutricional e clínico aos médicos veterinário, 
aos lojistas e aos consumidores finais, dando apoio e melhor esclarecimento para o 
uso correto dos produtos. 
 Além de vendas diretas aos lojistas, a empresa oferece atendimento 
especializado por meio de palestras e apoio aos colegas vendedores na parte 
nutricional, o que influencia a parte clínica do animal e o aprofundamento na parte 
de marketing veterinário. 
 Durante o referido estágio, foram atendidos de seis a oito lojas por dia 
totalizando de 30 a 40 lojas semanais, resolvendo problemas recebidos pelo SAC – 
serviço de atendimento ao cliente - da fábrica para os consumidores finais 
localizados em Curitiba. 
 A empresa proporcionou aos funcionários participação na convenção anualde 
2010 e visita à fábrica da Total Alimentos S.A., a qual localiza-se em Três Corações 
– MG. Nesta ocasião foi possível acompanhar o controle de qualidade com relação 
ao armazenamento do alimento. 
 Foi realizada pesquisa bibliográfica a respeito da diferença entre alimentos 
nutracêuticos e funcionais para melhor o conhecimento e aprofundamento, bem 
como melhorar a compreensão das etapas seguintes, dos ingredientes principais 
utilizados em alimentos industrializados, da relação saúde e alimento com diferentes 
etapas na vida do animal, das linhas de prescrições como via de tratamento, da 
diferença de alimento super premium e standard . estudou-se qual é a relação custo 
x benefício para o consumidor final, dando-se uma abordagem sucinta de como o 
21
proprietário pode influenciar a alimentação dos animais de estimação, algumas dicas 
sobre o marketing veterinário e seu avanço e uma abordagem com auxílio do 
material da fábrica, o controle de qualidade de armazenamento de ração e com 
auxílio de material de outra empresa o armazenamento de ração em lojas. 
22
4. CONHECENDO O MUNDO DO MARKETING VETERINÁRIO 
 “Um livro de marketing não é apenas um livro de estudo, mas trata-se de um enredo 
de um romance entre a empresa e o mercado. Se não for bem gerenciado torna-se 
um drama” (BEKIN, 1989). 
 De um modo geral, o marketing não deve ser uma preocupação somente de 
médicos veterinários que estão na área comercial como vendedores externos, mas 
também para os que estão em consultórios, clínicas, hospitais ou que apenas 
abriram um estabelecimento para vendas. Estes precisam vender o seu próprio 
negócio e de qualquer maneira fidelizar o cliente a retornar ao seu estabelecimento. 
 Marketing é uma maneira de atrair o seu cliente de forma que, quando ele ver 
o produto em uma vitrine ou em comercial de televisão, o mesmo vai ter a vontade e 
a “necessidade” em obtê-lo. 
Uma das funções mais importantes do marketing consiste em ajudar um 
empreendimento a mostrar seu melhor aspecto quando levantar fundos (LODISH, 
2002). Marketing veterinário é uma ferramenta de gerenciamento, com métodos 
direcionados para a empresa veterinária alcançar lucratividade com ética (FLOISI, 
2001). 
 O conceito de marketing assume que o segredo para atingirmos metas 
organizacionais, consiste em determinar e avaliar as necessidades e os desejos do 
mercado-alvo escolhido após uma detalhada e orientada pesquisa de marketing, e 
assim passar a oferecer as satisfações desejadas de forma bem mais eficaz e 
eficiente do que as empresas concorrentes, também prestadoras de serviços 
23
médico-veterinários, de maneira a preservar ou então ampliar o bem-estar dos 
clientes, famílias e da comunidade (FLOISI, 2001). 
 Lidando com banqueiros de investimento, advogados e outras pessoas para 
controlar a tendência do exagero, a função do marketing consiste em elaborar o 
“projeto” (plano de negócios e resumo) e a visualização (slides e apresentação) que 
serão empregados como documentos de venda para uma oferta de ações (LODISH, 
2002). 
 É importante ter um bom plano de marketing, para que o negócio possa 
expandir e que não haja inconvenientes. Um bom planejamento é feito com 
estatísticas de mercado, a tendência do mercado, como é a região onde está 
trabalhando, número de rações vendidas por mês e quais são vendidas, número de 
clientes de banho e tosa, número de clientes de atendimento e qual é o giro de 
medicamentos no estabelecimento. 
 Tendo isso em vista fica mais fácil ter um planejamento de custo e 
investimento futuro no estabelecimento. 
 Assim como existe o marketing utilizado pelos fabricantes de rações que 
visam o que é necessário e importante para o consumidor final (o animal de 
estimação) e existe o marketing pessoal que os representantes de alimento, 
medicamento ou acessórios de produtos pet precisam elaborar, pois esses precisam 
ser um solucionador de problemas e não apenas um “tirador” de pedidos. 
 O solucionador de problemas vai chegar ao estabelecimento e vai tentar 
suprir toda e qualquer dificuldade do lojista e vai ajudá-lo a aumentar suas vendas 
com estratégias diferenciadas, gerando assim a prosperidade do negócio de seu 
cliente. O “tirador” de pedidos vai simplesmente refazer o estoque sem se preocupar 
com o que o lojista realmente necessita. 
24
 Cada empresa tem seu produto ou serviço básico e um produto distinto 
denominado ação (LODISH, 2002). Tratar a base de clientes dessas ações com o 
mesmo cuidado e atenção dedicados àqueles clientes de produtos e serviços é 
fundamental para o sucesso (LODISH, 2002). 
25
5. ELABORAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE NO ARMAZENAMENTO DE 
RAÇÃO 
Para que uma fábrica de ração seja aprovada pelo sistema de qualidade (BPF 
– HACCP), há a necessidade de manutenção da qualidade,da comprovação dos 
nutracêuticos e componentes utilizados e da qualidade no armazenamento dos 
produtos. A estrutura do barracão deve-se contar com piso, paredes, ventilação, 
controle de pragas e transporte para loja. Por sua vez, a loja precisa seguir alguns 
padrões para que não haja problemas de umidade, armazenamento dos produtos, 
danificação do produto de alguma maneira, como armazenar os sacos de rações em 
pilhas em cima de paletes e principalmente controle de pragas. 
 Abaixo é apresentado o manual de armazenagem de produtos de fábrica 
cedido pela Total Alimentos S.A. e logo em seguida está as Recomendações 
práticas para o armazenamento de produtos e controle de pragas para as lojas 
cedido pela Royal Canin do Brasil. 
Manual de armazenamento para fábrica – Total Alimentos S.A. 
 Condições ideais para as instalações / Edificações
Definição: devem ser de construção sólida, sanitariamente adequadas e que 
permitem ou previnam o controle de entrada de pragas (insetos, pássaros, roedores, 
etc.) e que tenham espaço suficientes, de forma a atender a toda movimentação de 
produtos. 
26
Piso: deve ser de material resistente ao impacto, impermeável, lavável, de fácil 
drenagem, com ralos sifonados, sem canaletas ou frestas que permitam a entrada 
de pragas. 
Paredes e Divisórias: devem ser impermeáveis, lisas, sem frestas ou rachaduras. 
Teto: Em bom estado de conservação (livre de trincas, rachaduras, umidade, 
descascamento e vazamentos) 
Portas e janelas: devem ser bem ajustadas (sem frestas). Existência de proteção 
contra insetos e roedores (telas mosqueteiras), de fácil limpeza e em bom estado de 
conservação. 
Ventilação: deve dispor de uma ventilação adequada, evitando o calor excessivo e 
condensação. 
Iluminação: luminárias com proteção, em bom estado de conservação e que 
atendam todos os fluxos de operações. Fontes de luz natural não deverão incidir 
diretamente sobre os produtos. Fazer uso de telhas transparentes. 
Produtos químicos, materiais estranhos ou em desuso: devem ser armazenados 
em locais apropriados e afastados, para não absorver odores e longe de cereais, 
grãos, farinhas, etc., para não atrair pragas e evitar contaminações com alimentos. 
Controle de lixo: o lixo deve ser acondicionado em recipiente com tampa e 
envolvido por saco plástico, armazenado em local apropriado, afastado da área de 
estocagem de alimentos. Este cuidado evita que o lixo se espalhe odores ou 
fragmentados e que atraia pragas, a fim de evitar contaminações com os alimentos. 
Condições ideais para armazenamento: recomenda-se vistoriar todas as 
mercadorias antes de entrar no armazém. Os produtos avariados, retidos ou 
rejeitados devem ser colocados em locais separados dos produtos em condições de 
vendas, para evitar infestações, contaminações ou até mesmo a venda de produtos 
27
fora dos padrões de qualidade. Não furar as embalagens, pois os furos facilitam a 
entradade pragas (insetos, formigas, ácaros, etc.). 
Rotação de produtos: fazer a rotação dos produtos com base na data de 
fabricação. Importante: produtos com data de validade expirada, ou seja, produtos 
vencidos não devem ser mantidos na área de armazenagem e nem na área de 
vendas. O produto deve ser separado e colocado uma etiqueta com os seguintes 
dizeres: “produto impróprio para consumo”. 
Empilhamento dos produtos: entre as pilhas de produtos, fazer corredores de 40 
cm a cada duas fileiras do produto. A distância entre os produtos e paredes deverá 
ser de 50 cm, no mínimo. A altura do chão deve ser de pelo menos 10 cm. Estas 
distâncias devem ser obedecidas, pois evitam umidade, facilita a higienização, 
controle de pragas e movimentação. 
As áreas onde os alimentos passam não devem cruzar com zonas de estocagem de 
pesticidas, produtos químicos, carnes e outros produtos crus, milho e outros cereais 
e sementes. Os equipamentos utilizados para a movimentação de produtos não 
devem ter sido utilizados na movimentação de produtos crus ou outros citados 
anteriormente, a fim de evitar contaminação cruzada. 
Não realizar empilhamento misto; as caixas devem ser manuseadas com cuidado, 
não devendo ser arrastadas, arremessadas ou batidas com força; não sentar ou 
caminhar sobre os produtos. 
Armazenagem sobre pallets: o ideal é a armazenagem em pallets ou sobre 
prateleiras. O pallet deve estar limpo, seco, forrado com papelão. Para 
armazenamento em pilhas, não pôr o produto diretamente sobre o chão; usar 
sempre um pallet. 
28
Os quatro A’s do controle de pragas: 
• Acesso: os raios devem permanecer fechados e não devem existir 
aberturas entre paredes e tetos ou frestas nos mesmos. 
• Abrigo: a inexistência de buracos/frestas nas paredes e piso contribui para 
a eliminação eventuais abrigos de pragas. 
• Alimento: o local de armazenagem deve ser livre de sujeiras e resíduos 
que possam atrair e alimentar insetos, ratos e outras pragas, por isso, 
manter a limpeza da área é muito importante. 
• Água: infiltrações e goteiras, além de mofar os produtos, criam condições 
ótimas de sobrevivência e desenvolvimento de pragas. 
Carga e descarga: nesse ato, o produto deve ser manipulado o mínimo possível 
e de forma higiênica, para manter a integridade do mesmo. O veículo deve estar 
limpo e higienizado e possuir proteção de carga. 
Transporte: caixas snacks devem sempre ser transportadas nas camadas 
superiores do caminhão. O veículo destinado ao transporte deve ser 
inspecionado antes da operação de carga e só deverá ser utilizado se preencher 
as seguintes condições essências: 
• O compartimento de carga deve estar limpo, sem odores, pregos ou 
lascas que possam comprometer a embalagem dos produtos. 
• O piso e as latarias de carroceria devem ser isentos de frestas ou buracos 
que permitam a passagem de umidade e/ou poeira para a carga. 
• Não deve apresentar a menor evidência de infestações, umidade, objetos 
estranhos ou odores intensos. 
29
• Quando a carroceria for aberta, a mesma deverá ser forrada e a carga 
deverá ser revestida com lona impermeável, limpa, isenta de furos ou 
rasgos, sem odores ou resíduos que possam contaminar a carga. 
Neste tipo de carroceria deverão ser utilizadas cantoneiras para evitar que as 
cordas causem danos à carga e as correntes deverão ser forradas. Deixar 
uma folga entre a mercadoria e as paredes do caminhão. 
 Esses acima são os cuidados da fábrica com o armazenamento, 
controle de pragas e o transporte. É importante lembrar do cuidado de 
armazenamento dos alimentos industrializados nas lojas. 
 
 Recomendações práticas para armazenagem de produtos e controle de 
pragas. – Royal Canin. 
1. Loja e suas imediações: 
Uma adaptação do estabelecimento se faz necessária para o armazenamento 
de alimentos sensíveis à: 
• Umidade; 
• Variações de temperatura; 
• Poeira; 
• Animais nocivos (insetos, roedores, pássaros, etc.)
• Incidência de luz solar. 
As principais características devem ser: 
30
• Um bom isolamento; 
• Uma perfeita vedação contra o exterior; 
• Coberturas do piso e paredes adequados (limitando o desprendimento 
da poeira e o risco de instalação de animais); 
• Facilidade de limpeza e organização; 
• Uma operação de carregamento e descarregamento sem risco de 
deterioração das embalagens. 
2. As práticas de armazenamento 
O local de armazenamento deve facilitar a gestão e a rotação correta dos 
estoques para fornecer aos clientes produtos em um estado irrepreensível. 
• Armazenar distante das portas frequentemente abertas para evitar 
qualquer risco de produtos mofados ou com insetos; 
• Manter um espaço de aproximadamente 40 cm entre os pallets e as 
paredes e ao redor dos pilares; 
• Dar preferência a um sistema de prateleiras ou “racks”. Evitar o 
empilhamento de pallets uns sobre os outros; 
• Administrar os estoques para não manter produtos por mais de quatro 
meses no local. 
3. A limpeza e organização do estoque 
A limpeza e a organização são regras básicas para se ter um armazenamento 
de alimentos sem risco de deterioração. 
31
3.1. Limpeza diária 
• Fechar as embalagens rasgadas/abertas com fita adesiva e ordená-las 
em um local reservado: longe dos produtos destinados à venda; 
• Recolher os produtos espalhados pelo chão, pedaços de papel, 
papelão e plásticos; 
• Ordenar os produtos (caixas e pallets) nos locais identificados. 
3.2. Limpeza semanal 
• Limpar as imediações do depósito; 
• Limpar embaixo dos pallets; 
• Limpar todos os “racks”, paredes, recantos e artigos inúteis. 
3.3. Organização 
• As embalagens “savuor pack” (a vácuo) devem ser armazenadas nas 
caixas de papelão, na posição vertical; 
• Os produtos de menor rotatividade devem ser recobertos por um 
plástico para evitar o depósito de poeira; 
• Todo local deve ser limpo a fundo a cada três meses ou quando houver 
necessidade. 
3.4. Manutenção do material 
• Sinalizar e fechar os buracos e eventuais fissuras;
• Verificar regularmente carrinhos e todos os outros equipamentos 
utilizados na movimentação do produto. 
32
4 Controle de pragas insetos e roedores 
A presença de insetos e roedores (FIGURA 5) tem um efeito repulsivo sobre o 
cliente, são sinais de má higiene e causam repugnância. 
4.1. Uma supervisão diária 
• Inspecionar cuidadosamente todos os produtos que entram no depósito 
para identificar a presença de eventuais insetos; 
• Nunca deixar que produtos infestados entrem no depósito; 
• Detectar sua presença: insetos mortos, larvas, etc.
• Apagar a luz durante a noite, pois ela atrai os insetos. 
4.2. Armadilhas para insetos 
• Como prevenção, manter um programa de controle quinzenal/mensal 
de pragas; 
• Iniciar um combate intensivo com produtos e tratamento apropriado tão 
logo seja detectado insetos; 
• Recorrer, de preferência, a firmas especializadas para uma maior 
eficácia e por medidas de segurança. Produtos não apropriados ao 
invés de combater podem acelerar o ciclo de reprodução de algumas 
pragas. Aplicações em doses insuficientes (volume ou dias) podem não 
dar resultado algum e se tornar uma despesa inútil.
33
FIGURA 5 – Insetos mais comuns em lojas: 
FONTE: ROYAL CANIN, 2008 
34
 Ter qualidade de armazenamento não é apenas para limpeza do ambiente, 
mas também para qualidade e maior segurança do consumidor final. 
 Para maior compreensão sobre qual alimento industrializado utilizar para o 
animal de estimação, além de conhecer o método de como deve ser armazenado 
corretamente, é importante conhecer qual é a composição do alimento, a diferença 
entre alimentos funcionais e nutracêuticos, rações de prescrição e a diferençaentre 
rações super premium e standard. Tendo em vista isto, pode-se escolher e ter mais 
segurança no alimento a ser fornecido. 
35
6. ALIMENTO FUNCIONAL x ALIMENTO NUTRACÊUTICO 
 Quando se conhece as principais diferenças entre alimento nutracêutico e 
alimento funcional fica mais fácil compreender o porquê da necessidade de se 
utilizar diferentes rações durante a vida do animal. 
 Um alimento pode ser considerado funcional se for demonstrado que o 
mesmo pode afetar beneficamente uma ou mais funções-alvo no organismo, além 
de possuir os adequados efeitos nutricionais, de maneira que seja tanto relevante 
para o bem-estar e a saúde quanto para a redução do risco de ocorrência de uma 
doença (MORAES et all, 2006). 
 Além de nutrir os seres vivos, esses alimentos podem assegurar os materiais 
necessários para a formação, o crescimento e reparação das células e tecidos; para 
o seu metabolismo equilibrado; e para os constituintes orgânicos necessários à 
produção de energia (ALMEIDA, 1997). 
 Os alimentos funcionais são benéficos à saúde, este efeito ocorre em sua 
maioria quando estes são consumidos como parte de uma dieta usual. A indicação 
envolve o maior uso de vegetais, frutas, cereais integrais na alimentação regular 
(TABELA 1) (CARDOSO, 2008). 
36
TABELA 1 - Abaixo alguns nutrientes funcionais: 
NUTRIENTE AÇÃO FONTES 
Carotenóides Neutraliza os radicais livres que podem provocar 
lesão celular. 
Cenoura, vegetais e frutas amarelas e 
alaranjadas, vegetais escuros. 
Licopeno Pode reduzir o câncer de próstata. Tomate e produtos do tomate (ketchup, 
molhos e etc.), vegetais e frutas de cor 
laranjada e vermelha. 
Flavanonas e 
Flavonas 
Atuam como antioxidantes, reduzindo o risco de 
câncer e lesões celulares. 
Frutas e vegetais, frutas cítricas, vinho tinto 
e uva, maçãs, cebolas vermelhas e 
amarelas, couve, brócolis. 
Prebióticos e 
Probióticos 
Melhoram a saúde gastrintestinal. Cebolinha, farelo de aveia, iogurte, frutas. 
Isoflavonas e 
Saponinas 
Podem reduzir o colesterol LDL, colesterol total e 
triglicerídeos, possuem enzimas anticâncer, podem 
proteger de doenças cardiovasculares e sintomas 
da menopausa. 
Soja, alimentos de soja 
Ômega 3 Pode reduzir doenças cardiovasculares e melhora 
funções visuais e mentais. 
Peixes e óleos marinhos, sementes e 
nozes. 
FONTE: CLÍNICA 449 – NUTRIÇÃO ESPORTIVA. 
 
Com relação aos nutracêuticos, pode-se defini-los como alimentos ou parte 
de um alimento que proporciona benefícios médicos e de saúde, incluindo a 
prevenção e/ou tratamento da doença, sendo o mesmo uma substância de 
ocorrência natural com evidente efeito benéfico à saúde que faça parte, como 
ingrediente, de alimentos funcionais ou suplementos alimentares. 
 Os nutracêuticos podem ser classificados como fibras dietéticas, ácidos 
graxos poliinsaturados, proteínas, peptídeos, aminoácidos, minerais, vitaminas 
antioxidantes, e outros antioxidantes (WORTINGER, 2009). 
 Nutrientes essenciais podem ser consideradas nutracêuticos desde que 
proporcionem reais benefícios além do seu papel essencial no crescimento normal 
ou na manutenção do corpo humano (NOGUEIRA, 2008) 
37
7. SAÚDE X ALIMENTO 
 Antes de qualquer conceito deve-se considerar que cães são semi-carnívoros 
e gatos carnívoros estritos. 
Uma alimentação equilibrada equivale a uma alimentação saudável. Uma 
alimentação equilibrada significa ter todos os nutrientes necessários na refeição que 
o organismo necessita. 
Segundo o Professor Dominique Grandjean (2003), existem quatro principais 
objetivos da nutrição clínica, sendo eles: 
• Construção e manutenção do organismo: sendo o papel das proteínas, dos 
minerais e dos oligo-elementos, das vitaminas e de certos lipídeos. 
• Fornecimento de energia: lipídios, glicídios e proteínas. 
• Alimentar é prevenir, ou seja, determinados nutrientes incorporados ao 
alimento (antioxidantes, argilas), podem atuar, por exemplo, na prevenção de 
riscos de afecções renais, perturbações digestivas, no combate ao 
envelhecimento. 
• Alimentar é também curar, ou seja, trata-se da ação desempenhada por 
alguns nutrientes incorporados no alimento em processos terapêuticos e de 
convalescência para favorecer a cura de determinadas doenças. 
Os cães encontram-se entre as espécies animais que apresentam maior variação 
no peso adulto, desde o pequeno Chiuahua até o grande São Bernardo 
(ANDRIGUETTO, 1983). Segundo esse autor essa variação em peso apresenta a 
primeira dificuldade em se estabelecer a correta necessidade de nutrientes. 
38
Existem fases no metabolismo do animal que apresentam necessidades 
nutricionais distintas. Assim, para manter o organismo em perfeito equilíbrio é 
necessário que sejam respeitadas essas fases, como, prenhez e lactação, 
crescimento e fase senil. 
7.1 Prenhez e lactação 
Primeiramente antes proceder ao acasalamento, é necessário fazer um exame 
clínico na paciente. Recomenda-se que, quando a mesma tiver prenhez confirmada, 
seja oferecida uma ração balanceada, para garantir o atendimento de suas 
necessidades nutricionais. Sugere-se, além disso, aumentar a quantidade de ração 
oferecida à cadela em 15% a cada semana, a partir da quinta semana de gestação 
até o parto (WORTINGER, 2009). 
No período de lactação, a cadela não requer apenas que sejam atendidas suas 
necessidades nutricionais, mas também a produção de leite até o término da 
lactação, sendo assim uma ração com alta energia, pois sua necessidade energética 
aumenta gradativamente. Água à vontade é imprescindível na lactação, pois seu 
consumo de maneira inadequada diminui a quantidade de leite produzido 
(WORTINGER, 2009). 
Como estimativa grosseira, uma cadela lactante precisaria de 1,9 vezes a sua 
exigência energética de repouso (EER), mais 25% dessa quantidade para cada 
filhote (WORTINGER, 2009). 
39
Exemplo: 
• Labradora de 27,3kg (peso antes da prenhez) com 7 filhotes 
- EER= (30 + peso [kg]) + 70 
- EER= (30 + 27,3kg) + 70 = 889 
- Lactação = EER + 1,9 = 1.689kcal/dia 
- 25% para cada filhote = 422,25kcal/dia 
- 7 filhotes = 2.955,75kcal/dia 
- Cadela + filhotes = 1.689 + 2.955,75 = 4.644,75kcal/dia 
- Ração comercial seca para filhotes = 375kcal/xícara 
- Ofereça 12,4 xícaras/dia 
FONTE: WORTINGER, 2009. 
Existem algumas diferenças com relação às gatas, que apresentam, um aumento 
de peso durante a gestação diferente de outras espécies, ela armazena energia 
durante este período e para depois da fase da lactação, onde os filhotes já poderão 
ingerir o alimento sólido. Ela deve ser alimentada com ração apropriada para suas 
condições e sendo aumentada a quantidade até o terço final da gestação, sendo 
assim no final da gestação ela poderá ingerir até 50% a mais de alimento. 
Diferentemente dos cães, os gatos quando filhotes têm um crescimento mais rápido, 
tendo necessidades energéticas maiores. A produção de leite depende da 
quantidade de filhotes da ninhada e também pelo consumo de água. Observa-se 
que a gata está produzindo bastante leite, pelo acompanhamento do crescimento 
dos filhotes, bem como pelo ganho de peso dos mesmos. 
40
7.2 Filhotes 
A primeira preocupação com os filhotes recém-nascidos é se eles receberam 
o colostro produzido pela mãe durante as primeiras 24 a 72h após o parto, que 
fornece nutrientes, água, fatores de crescimento, enzimas digestivas e 
imunoglobulinas (anticorpos) da mãe (WORTINGER, 2009). O teor de água no 
colostro é pequeno comparado ao do leite, que aumentará a quantidade de água no 
decorrer dos dias de amamentação. 
 O leite que não seja o materno não é muito recomendado, pelo teor de água, 
gordura, proteína e cálcio, que é balanceado de acordo coma necessidade dos 
filhotes e de cada espécie (TABELA 2). Caso ocorra um problema em que a mãe 
morreu ao parto ou a ninhada está muito grande, de maneira que o filhote não 
consegue se alimentar, pode-se lançar mão de alguns substitutos do leite materno 
em pó. Na maior parte das vezes, é utilizado leite de vaca, mas no processo de 
produção do leite em pó fica deslactosado, para que não ocorra diarréia pela 
intolerância à lactose. Nesse caso não há problema algum em usar o leite comercial. 
O diferencial de leite comercial para gatos é que eles contêm taurina, pois o gato 
não tem a produção de taurina adequada, por não sintetizarem de maneira 
suficiente. A taurina é o ácido beta-sulfônico, que não faz parte das proteínas, mas 
que se encontra como aminoácidos livres nos tecidos, sendo sintetizados 
principalmente a partir de metionina e pela cistina. 
41
TABELA 2 - Composição nutritiva de vários leites: 
Nutriente Leite de gata Leite de 
cadela 
Leite de vaca Leite de cabra
Umidade 
(g/100g) 
79 77,3 87,7 87 
Proteína bruta 
(g/100g) 
7,5 7,5 3,3 3,6 
Gordura bruta 
(g/100g) 
8,5 9,5 3,6 4,1 
Lactose 
(g/100g) 
4 3,3 4,7 4 
Cálcio 
(mg/100g) 
180 240 119 133 
EM 
(kcal/100g) 
121 146 64 89 
FONTE: WORTINGER, 2009 
 Quando o recém-nascido está apto a ingerir alimento industrializado é 
importante lembrar que é necessário fazer a transição entre o leite e a dieta sólida, a 
qual pode ser feito em duas etapas. A primeira etapa é adquirir a papinha específica 
para desmame, comercial, que é em pó para ser misturada em água. Após a 
reconstituição, a mesma apresenta-se como um mingau, para comodidade dos 
donos. Esse processo é feito na terceira e quarta semana de idade (WORTINGER, 
2009). A segunda etapa é oferecer o alimento industrializado em forma 
convencional. 
42
 Após o cuidado com os recém-nascidos, desde o leite até o desmame, é 
importante continuar a cuidar dos filhotes em seu crescimento, sendo que cada raça 
tem seu crescimento diferenciado (TABELA 3). Por exemplo, cães de pequeno porte 
(chiuahua) apresentam crescimento em até 10 meses e cães de grande porte e 
gigante (dog alemão) em até dois anos de idade, isso envolvendo também a 
maturidade sexual. Cães de porte pequeno, em média entram em maturidade sexual 
com aproximadamente seis meses, já cães de porte grande e gigante aos nove 
meses. 
TABELA 3 – Comparativo com diferentes tamanhos de raças: 
FONTE: ROYAL CANIN, 2008 
Raças 
pequenas 
Raças 
médias 
Raças 
grandes 
Raças 
gigantes
Peso do 
tubo 
digestivo / 
peso total 
7% 
5% 
3,5% 
2,7% 
Duração de 
crescimento 
Médio 
(meses) 
10 
12 
15/18 
18/24 
Coef. Peso 
do 
nascimento 
/ peso 
adulto 
20 
50 
70 
100 
Peso 
adulto 
Médio (kg) 
1 à 10 
10 à 25 
+ 25 
46 à 90 
Expectativa 
de vida média 
(ano) 
14 à 16 
12 à 14 
9 à 10 
7 à 9
43
 O crescimento ideal dos animais é o crescimento lento, para que ocorra uma 
perfeita harmonia entre desenvolvimento ósseo e muscular, cães de pequeno porte 
crescem mais lentamente do que cães de grande porte. Estes últimos crescem 
lentamente até os seis meses de idade, depois dessa idade há uma explosão de 
crescimento, podendo ocasionar problemas articulares. 
 Oferecer o alimento adequado para os animais é imprescindível para seu 
crescimento harmonioso. Este é composto por alto valor protéico e boa 
digestibilidade, pois a necessidade protéica dos filhotes é maior do que de cães 
adultos. Além de proteína de alta qualidade, é imprescindível um valor energético 
equilibrado, para o crescimento ser ideal e não provocar obesidade nesta fase. 
 Depois que o filhote é levado para casa é importante, assim como indicam os 
médicos veterinários, não trocar de alimentação bruscamente, pois essa mudança 
de ambiente alimentar pode levar a algumas alterações intestinais, por exemplo 
diarréia osmótica. Portanto, quando o filhote é levado para casa é importante dar a 
mesma alimentação que ele estava ingerindo anteriormente. Caso o proprietário 
queira mudar de ração, conforme a recomendação dos fabricantes, esta deve 
ocorrer durante sete dias, começando a introduzir inicialmente 90 % do alimento 
utilizado com 10% do alimento novo, e assim gradativamente até completar 100% do 
novo alimento. 
 Durante os períodos de crescimento rápido, é melhor utilizar a alimentação 
controlada por porções, duas a quatro vezes ao dia (WORTINGER, 2009). Sempre 
acompanhar o verso da embalagem da ração para acompanhar a quantidade de 
ração diária. 
 Animais de raças grandes e gigantes devem ter maiores cuidados, pois seu 
crescimento é acelerado e seu ganho de peso também. Dessa forma, o animal deve 
44
ingerir alimentos de qualidade e com o formato da ração adequado para o tamanho 
de sua arcada dentária e de seu estômago. Geralmente, animais de raças grandes e 
gigantes têm muita pressa para comer, podendo ocasionar problemas clínicos como 
torção gastrintestinal. Assim, é indicado a esses animais o fornecimento de 
alimentos na forma de croquetes grandes, para maior adaptação alimentar. Oferecer 
alimentos com suplementação de sulfato de condroitina para seu crescimento ideal, 
pois animais desse porte têm disposição a ter doenças articulares, como displasia 
coxofemoral (DCF), osteocondrose (OCD), osteodistrofia hipertrófica, sendo nessas 
condições influenciadas a genética do animal e o manejo nele praticado e com 
energia metabolizável controlada, para o controle da obesidade. 
 A displasia coxofemoral é um desajuste entre a cabeça do fêmur e o 
acetábulo, que permite uma movimentação excessiva da cabeça do fêmur. O 
resultado é a lesão, inflamação e, eventualmente, o enfraquecimento da articulação 
coxofemoral (ARCHIBALD, 1986). 
A osteocondrose é o processo patológico na cartilagem em crescimento, 
principalmente caracterizado por distúrbio da ossificação endocondral que leva a 
retenção excessiva de cartilagem (TILLEY, 2008). 
A osteodistrofia hipertrófica é uma doença inflamatória dos ossos que 
acomete filhotes de cães em crescimento rápido, caracteriza-se por inflamação 
supurativa asséptica dentro das trabéculas metafisárias de ossos longos (TILLEY, 
2008). 
 A alimentação do gato é a mesma indicada para cães, com valor energético 
alto e boa digestibilidade para um crescimento harmonioso, tendo uma vida adulta 
saudável. A diferença entre a alimentação de gatos com a de cães, é que desde 
45
pequenos os gatos precisam da implementação de taurina em seu alimento e um 
controle do ph urinário, para evitar cálculos urinários antes do tempo. 
 A maturidade sexual do gato acontece aproximadamente com seis meses de 
idade, sua maturidade esquelética com 10 meses de idade e seu ganho de peso 
adicional é com 12 meses de idade, a partir dessa idade sempre controlar o peso do 
animal para não ocasionar obesidade no futuro. 
 A digestibilidade da proteína no gato dever ser de no mínimo 85% para um 
crescimento ideal, tendo o valor da proteína de igual ou maior valor de 26%. Pelo 
menos 19% da proteína deve ser de origem animal, para garantir quantidades 
adequadas de aminoácidos contendo enxofre (WORTINGER, 2009). Gatos filhotes e 
adultos têm grande necessidade de enxofre, e o aminoácido taurina tem essa 
quantidade de enxofre, sendo por isso que muito utilizado nos alimentos de gatos. 
 Desde filhote oferecer alimento de duas a três vezes ao dia, um alimento 
balanceado é igual ao crescimento adequado, acompanhar a alimentação do filhote 
quando a gatos adultos na casa, pois estes podem dificultar a alimentação do filhote 
e mesmo com o acompanhamento é interessante separá-los na hora da refeição 
paraque não haja nenhum tipo de stress na hora da alimentação. 
 Deve-se continuar a realizar as avaliações da condição corpórea, e o 
consumo alimentar deve ser ajustado para manter a ACC em 3/5, ou 4/9 a 5/9, 
durante o crescimento até a idade adulta (WORTINGER, 2009). 
46
7.3 Manutenção 
 Cães que atingiram o tamanho de um adulto maduro e não estão em 
gestação e lactação ou trabalhando ativamente são definidos como animais em 
estado de manutenção (WORTINGER, 2009). 
 Hoje em dia parte dos animais de estimação em especial cães vivem dentro 
de casa e apartamentos, não tendo muito espaço hábil para o exercício diário, com 
isso, indica-se um alimento de manutenção de ótima qualidade, com digestibilidade 
de proteína adequada. 
 Para um animal em manutenção, as dietas devem seguir as seguintes 
características (WORTINGER, 2009) 
• Proporcionar quantidade, balanceamento e disponibilidade corretos de 
nutrientes para manter a saúde física e mental e as atividades. 
• Favorecer o melhor estado de saúde e, dessa maneira, reduzir a 
suscetibilidade às doenças. 
• Ser suficientemente rica em nutrientes para permitir que o animal supra as 
suas exigências de nutrientes ao se alimentar de quantidade que estejam nos 
limites estabelecidos pelo apetite. 
• Ser suficientemente saborosa para assegurar um consumo adequado. 
Lembrar que é importante fornecer alimento industrializado, pois o mesmo está 
devidamente balanceado para as necessidades dos cães. Alimentos caseiros não 
formulados pelo médico veterinário podem induzir ao risco de que o proprietário 
coloque sabores e temperos de sua preferência, pode ocorrer predileção pela forma 
de alimentação do proprietário, como por exemplo, alimentação vegetariana ou 
47
alimentação com restrição calórica em casos de obesidade do proprietário. Por 
esses motivos, os médicos veterinários devem ter a preferência por alimentos 
industrializados, pelo balanço nutricional que neles contém, adequados às 
exigências nutricionais diárias dos animais. 
 Em cada rótulo de ração existe uma quantidade diária da alimentação que deve 
ser seguida pelo proprietário do animal, para que não aconteça a super-nutrição, 
ocasionando a obesidade e problemas articulares futuros. O animal deve ser 
alimentado no mínimo duas vezes ao dia, para que não ocorra ansiedade de espera 
na hora da refeição, com água fresca e limpa. As mudanças freqüentes de dieta 
podem causar transtornos gastrointestinais e produzir diarréia ou vômitos 
(WORTINGER, 2009). 
Às vezes, essas mudanças podem ser observadas quando os animais são 
alimentados com uma marca comercial de menor qualidade que utiliza uma fórmula 
variável, em vez de uma fórmula fixa (WORTINGER, 2009). Quando se emprega a 
fórmula variável, os conteúdos podem mudar de lote para lote, devido às condições 
de mercado ou à disponibilidade de produtos (WORTINGER, 2009). Com a fórmula 
fixa, os ingredientes não mudam, permanecem constantes de lote para lote 
(WORTINGER, 2009). Infelizmente, o rótulo não traz essa informação, que somente 
pode ser obtida após o contato com o fabricante. 
Os proprietários deveriam ter como costume pesar os cães com freqüência para 
que haja um controle de peso de seu animal de estimação. 
Com os gatos podemos seguir praticamente as mesmas orientações com 
algumas particularidades. Os gatos são considerados adultos a partir de 12 meses 
de idade e para seu ganho de peso adulto até 18 meses. 
48
Os gatos em geral têm particularidades de comportamento, por serem carnívoros 
restritos, tem o instinto de caça, os proprietários domesticaram os gatos, fazendo 
com que eles comam em comedouros específicos. Os comedouros dos gatos 
precisam ser de tamanho grande, pois eles têm as vibrissas, também conhecidas 
como “bigode do gato”, muito sensíveis ao toque, quando essas vibrissas encostam 
no comedouro eles páram de se alimentar. A mesma coisa acontece em 
bebedouros, gatos gostam de água limpa e fresca, o recomendado é utilizar água 
corrente para essa espécie. 
Os gatos, anatomicamente são parecidos, mas cada raça tem suas 
particularidades, menos evidenciadas em cães, por exemplo. Algumas raças são 
mais ativas, como os abissínios e siameses, podem ter exigências energéticas mais 
elevadas, enquanto outras, como os persas e os rag dolls, tendem a ser muito 
tranqüilas e gastar pouca energia, além de gastos de manutenção (WORTINGER, 
2009). 
Seria interessante que os proprietários avaliassem sempre o peso corporal de 
seus gatos a cada aproximadamente duas semanas para que não haja risco de 
obesidade. 
Assim como os cães, os gatos devem ter predileção por alimentos comerciais de 
boa digestibilidade, do que alimentos caseiros, para saúde corporal e saúde da 
pelagem do animal. 
7.4 Maturidade 
Com o incentivo à alimentação industrializada e com a melhoria das formulações 
e com alimentação específica para cães idosos, houve um crescimento considerável 
na expectativa de vida dos animais. 
49
Essa expectativa é dada pela quantidade de cães senis que são atendidos 
diariamente pelos médicos veterinários, de maneira que, com esse crescimento na 
demanda, houve um crescimento no mercado pet com alimentos específicos para 
esse público alvo, com nutrientes específicos para aumentar ainda mais a 
longevidade dos nossos companheiros. 
A expectativa normal de vida dos cães é de aproximadamente 13 anos e a 
máxima de 27 anos (WORTINGER, 2009). 
O envelhecimento causa efeitos biológicos no organismo abrangendo o declínio 
gradual da capacidade funcional dos órgãos, que se inicia após o animal ter 
alcançado a maturidade (WORTINGER, 2009). 
Essas mudanças ocorrem em estrutura e composição dos tecidos; taxa 
metabólica; funções cardiovascular, renal e pulmonar; excreção renal e 
gastrointestinal; visão, audição, olfato e paladar; pele; sistema reprodutivo; e em 
praticamente todos os sistemas funcionais e estruturais do organismo 
(WORTINGER, 2009). 
Os objetivos do manejo alimentar nutricional para cães e gatos idosos são o 
seguinte (WORTINGER, 2009) 
• Aumentar a qualidade de vida; 
• Retardar o início do envelhecimento; 
• Diminuir ou prevenir a progressão de doenças; 
• Eliminar ou aliviar os sinais clínicos de doenças; 
• Manter uma condição corpórea ótima. 
50
Os cães e gatos com o passar dos anos têm o seu metabolismo de lipídios, 
carboidratos e proteínas gradativamente diminuídos, de maneira que essa 
diminuição pode levar à perda de massa magra, mesmo sem perda de peso. A 
diminuição do metabolismo varia de animal para animal, mas geralmente ocorre 
porque cães maduros não praticam tanto exercício e também pela função fisiológica 
do animal. Os alimentos de origem industrializados específico para cães maduros 
contêm toda a necessidade e equilíbrio para uma alimentação balanceada, com 
nível de extrato etéreo e proteínas diferenciadas com relação aos animais em 
manutenção, por exemplo. 
Na composição de alimento para animais maduros existem também os 
antioxidantes, os mais utilizados são a vitamina A, vitamina E, vitamina C, beta-
caroteno, taurina, entre outros. 
51
8. INGREDIENTES FUNCIONAIS 
8.1 ANTIOXIDANTES 
 Os principais antioxidantes são a vitamina A, vitamina E, vitamina C e taurina, 
que são mais utilizados. 
 A vitamina A, também conhecida como Retinol ou Axerofol, trata-se de um 
álcool de cadeia longa lipossolúvel (GRANDJEAN, 2003). A vitamina A é encontrada 
principalmente em fígado de peixe, fígado de bovino, ovos, cenoura, entre outros 
(ANDRIGUETTO, 1934). A fonte principal sintetizada no organismo pela vitamina A é 
o beta-caroteno. As principais funções desempenhadas no organismo são a visão – 
adaptação à escuridão; pele e pelagem mais saudável;a síntese de determinados 
hormônios; a síntese das proteínas; o desenvolvimento do sistema nervoso – lesões 
labirínticas e distúrbio do equilíbrio e o desenvolvimento ósseo (GRANDJEAN, 2003, 
ANDRIGUETTO, 1934, WORTINGER, 2009). A ausência do Retinol pode influenciar 
na visão com a cegueira noturna, problemas cutâneos pela facilidade de infecções e 
o excesso pode ocorrer problemas articulares, fraturas fáceis e hemorragia interna. 
 A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, assegura diversas 
funções vitais no organismo, como a neutralização dos radicais livres (efeito 
antioxidante), o metabolismo do ferro e determinadas reações imunológicas anti-
infecciosas (GRANDJEAN, 2003). Os cães e gatos conseguem sintetizar sem 
nenhum problema a vitamina C. A vitamina C é estocada em quantidades limitadas 
no organismo animal (ANDRIGUETTO, 1999). É excretado pela urina, suor e fezes 
(ANDIGUETTO, 1999). O ácido ascórbico age como removedor de nitratos e, desse 
modo, reduz carcinogênese induzida pela nitrosamina (WORTINGER, 2009). 
52
 Taurina é um aminoácido essencial que pode ser sintetizado pela maioria dos 
mamíferos a partir da metionina e da cisteína (WORTINGER, 2009). Ela favorece a 
síntese hepática dos sais biliares, mas a sua ação influência também fluxos de 
cálcio entre o interior e o exterior da célula, o que consequentemente lhe permite 
agir sobre o funcionamento cardíaco (GRANDJEAN, 2003). A taurina é utilizada na 
prevenção e tratamento de doenças cardíacas graves, denominadas cardiomiopatias 
dilatadas (GRANDJEAN, 2003). Esta ação torna-a, portanto, num aminoácido 
indispensável para o gato (GRANDJEAN, 2003). Os gatos têm uma capacidade 
muito limitada para sintetizar a taurina de outros aminoácidos que contêm enxofre e, 
portanto, possuem maior necessidade dela na dieta (WORTINGER, 2009). 
8.2 CONDROITINA 
 Também conhecida como sulfato de condroitina é uma das principais 
moléculas que participam na elaboração da cartilagem articular, assegurando a sua 
elasticidade (GRANDJEAN, 2003). A sua principal ação consiste na inibição do 
efeito das enzimas que desencadeiam a destruição permanente da cartilagem 
(GRANDJEAN, 2003). 
 A condroitina pode ser extraída da cartilagem bovina e suína, entre outras 
espécies. Ela estimula as sínteses de proteoglicanos e inibe a atividade catalítica 
das enzimas proteoglicanas responsáveis pela degradação da cartilagem articular, 
interrompendo assim o ciclo degenerativo da artrose (BROUWER, 2007).
 Em conjunto com a glucosamina, que estimula a produção de proteoglicanos, 
articulares e a síntese de sulfato de condroitina, ao mesmo tempo em que favorece 
53
a calcificação óssea (BROUWER, 2007). Por isso a utilização de sulfato de 
condroitina e glucosamina para o tratamento de algumas perturbações articulares. 
8.3 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE) 
 A gordura da dieta é uma fonte da AGE, geralmente identificados como ácido 
linoléico, ácido alfa-linolênico e ácido araquidônico. O ômega 3 (ácido alfa-linolênico) 
e ômega 6 (ácido linoléico e ácido araquidônico) (WORTINGER, 2009 ; 
GRANDJEAN, 2003; ANDRIGUETTO, 1999). Os gatos são diferentes dos cães uma 
vez que requerem uma fonte de ácido araquidônico na dieta, não importando a 
quantidade de ácido linoléico nela presente (WORTINGER, 2009). 
 A função do ômega 3 é bem diversificada, tem função anti-inflamatória, que 
inibe a síntese de determinados mediadores químicos da inflamação, melhoria das 
capacidades desportivas e da oxigenação cerebral (animal idoso), melhoria das 
capacidades de aprendizagem dos animais jovens (GRANDJEAN, 2003). 
 Indispensáveis à síntese das moléculas com atividade hormonal, 
denominadas prostaglandinas, o ômega 6 vai atuar sobre a saúde da pele em 
qualidade do pêlo, assim como sobre a função reprodutiva do animal (GRANDJEAN, 
2003). 
 Os ácidos graxos insaturados de uma família não podem ser convertidos em 
ácidos graxos insaturados de outra família, como o ômega 3 e o ômega 6, e os 
ácidos monoinsaturados e saturados não podem ser convertidos em AGE. 
54
8.4 ARGILAS 
 A argila mais utilizada hoje no mercado de alimentos pet é a zeolita, que é um 
mineral natural, compostas por folhas microscópicas de silicatos de alumínio 
(GRANDJEAN, 2003). 
 As zeolitas exercem alguns efeitos principais no organismo, pois elas formam 
uma película protetora na superfície da mucosa intestinal, absorvendo o excesso de 
água e as substâncias tóxicas (GRANDJEAN, 2003). 
 Não causam qualquer perturbação aos mecanismos de absorção digestiva, e 
permitem melhorar a solidez óssea em virtude de promoverem a absorção do cálcio 
(GRANDJEAN, 2003). 
 A zeolita é muito utilizada para diminuir os casos de diarréia, pois ela diminui 
a quantidade de água no tubo digestivo. 
8.5 PROBIÓTOS 
A Organização Mundial de Saúde define probióticos como “organismos vivos 
que, quando administrados em quantidade adequada, conferem benefício à saúde 
do hospedeiro” (Wikipédia, 2010). 
 Os probióticos são microorganismos que, quando ingeridos, exercem efeitos 
benéficos á saúde 
 São compostos por bactérias benéficas naturalmente presentes no trato 
intestinal dos animais (VETNIL, 2008). 
55
 O seu uso tem função de prevenir a colonização de bactérias patogênicas, 
por competição, melhorar a absorção de nutrientes e auxiliar na síntese de vitaminas 
e proteínas (VETNIL, 2008). 
 A inibição de bactérias intestinais indesejáveis pode ocorrer por produção de 
substâncias bactericidas (WIKIPÉDIA, 2010): 
• Os lactobacilos podem produzir peróxido de hidrogênio, substância inibidora 
de Escherichia coli, salmonela, etc. 
• Adesão à mucosa e multiplicação – este termo se refere à capacidade dos 
probióticos de aderirem às vilosidades intestinais competindo e inibindo a 
fixação de patogênicos, como por exemplo, Escherichia coli. 
• Presença sem adesão à mucosa – para que isto ocorra é necessário que a 
ingestão do probiótico seja contínua, pois a sua suspensão não garante 
permanência no cólon por período prolongado. 
Para que isto não ocorra existem suplementos de probióticos industrializados 
que vem em forma de palitos, em alguns alimentos para os cães e gatos ela já 
vem implantada. 
8.6 PREBIÓTICOS 
 Conhecida também como FOS (fruto-oligossacarídeos), os probióticos são 
constituídos por fibras fermentáveis e embora não digeridos, são rapidamente 
fermentados pelas bactérias presentes no intestino, provocando a liberação de 
ácidos graxos de pequenas dimensões (denominados por ácidos graxos voláteis) 
que acidificam o meio intestinal, constituindo fonte de nutrientes privilegiados para a 
56
manutenção e renovação das células, revestem as paredes do intestino grosso 
(GRANDJEAN, 2003). 
 O FOS da dieta melhora a flora intestinal, aumenta a digestão e a retenção do 
nitrogênio, melhora a qualidade das fezes e reduz os odores fecais (WORTINGER, 
2009). Tem ação também na inibição do crescimento das bactérias patogênicas e 
melhoria da digestão e da absorção dos nutrientes (GRANDJEAN, 2003). 
 A incorporação do FOS no alimento permite simultaneamente prevenir as 
diarréias infecciosas resultantes da proliferação de bactérias patogênicas no 
intestino e alimentar convenientemente células intestinais, em particular, para 
prevenir a atrofia das células do cólon (GRANDJEAN, 2003). 
O manan-oligossacarídeos (MOS), pertence à grande categoria de fibras e 
não são digeridos pelo animal. Possui uma ação benéfica no tubo digestivo que 
restringem o desenvolvimento das bactérias patogênicas impedindo a sua fixação na 
mucosa intestinal, melhorando diretamente a eficácia das defesas imunológicas do 
organismo, permitindo-lhes lutar melhor contra os agentes patogênicos 
(GRANDJEAN, 2003). 
 Os prebióticos ligam-se a uma amplavariedade de micotoxinas, preservando 
a integridade da superfície de absorção intestinal e bloqueando a aderência das 
bactérias patogênicas ao ocupar os sítios das células epiteliais da mucosa intestinal 
(VETNIL, 2008). 
Os MOS participam no correto equilíbrio da população bacteriana do intestino 
e atuam direta e indiretamente na saúde do tubo digestivo (GRANDJEAN, 2003). 
Possuem assim uma acentuada ação preventiva em face de problemas de diarréias, 
contribuindo para a prevenção de doenças infecciosas de origem digestiva 
(GRANDJEAN, 2003). 
57
8.7 VITAMINA E COM SELÊNIO 
 A vitamina E tem muitas funções no organismo e está relacionada com o 
metabolismo de outros nutrientes (ANDRIGUETTO, 1999). 
 Atua como antioxidante biológico, protegendo a célula contra a ação dos 
radicais livres, combatendo os efeitos biológicos do estresse e melhorando as 
defesas imunológicas (GRANDJEAN, 2003). 
 A vitamina E também conhecida como tocoferol, ao atenuar o estresse 
oxidativo celular, ajuda a prevenir doenças relacionadas ao envelhecimento do 
organismo, doenças cardiovasculares, cataratas e afecções neurológicas 
degenerativas (GRANDJEAN, 2003). 
 A absorção da vitamina E é melhorada pela digestão e absorção simultâneas 
de gorduras presentes na dieta (WORTINGER, 2009). Ela é uma das menos tóxicas; 
os animais podem tolerar doses muito altas, sem efeitos colaterais (WORTINGER, 
2009). 
 A inter relação com o selênio tem o efeito na prevenção de diátese exsudativa 
que é um severo edema produzido por aumento de permeabilidade dos capilares 
(ANDRIGUETTO, 1999). 
 Este sistema protege células contra efeitos adversos do oxigênio reativo e de 
outros radicais livres iniciadores da oxidação da membrana polinsaturada dos 
fosfolipídios, proteínas críticas ou ambos (ANDRIGUETTO, 1999). 
58
9. ALIMENTOS DE PRESCRIÇÃO 
 Hoje, existem rações que facilitam o tratamento de determinadas doenças dos 
animais de estimação, doenças como insuficiência renal, insuficiência hepática, 
insuficiência cardíaca, entre outras. Abaixo estão exemplos de rações que se 
propõem a colaborar no tratamento das doenças mais comuns dos cães e gatos. 
9.1 Obesidade 
Por definição, obesidade é o acúmulo de quantidade excessiva de gordura 
corpórea (WORTINGER, 2000). Estudos indicam que aproximadamente 25% dos 
gatos e dos cães, nos Estados Unidos, examinados por veterinários são obesos ou 
muito obesos. Tendo maior prevalência em gatos de meia idade (7 a 8 anos) e cães 
de meia idade, castrados, com baixa atividade e com rações ricas em gorduras e em 
calorias.(WORTINGER, 2009). 
 Hoje em dia, a grande parte dos animais é obesa, devido ao comportamento 
inadequado de seus donos, que oferecem alimentos não industrializados e 
balanceados, petiscos, excesso de alimentação, falta de exercício, e também devido 
a alguns quadros clínicos, como diabetes, problemas cardíacos, endócrinos, 
ortopédicos, castração, entre outros. Animais com o peso superior a 15% acima do 
seu peso ideal deveriam ser submetidos a um programa de perda de peso. 
(PARREIRA, 2008) 
 O alimento industrializado é importante apoio ao proprietário para uma 
redução de peso do animal sem muito esforço do mesmo, lembrando que apenas o 
59
alimento não proporciona uma eficiente redução. Para tal, há a necessidade de 
acompanhamento do médico veterinário para o comparativo do escore corporal 
(FIGURA 6), controle rigoroso do proprietário referente às quantidades diárias 
estabelecidas no rótulo do alimento respeitando o sexo, idade e grau de obesidade e 
exercício para o animal com atividades estabelecidas pelo médico veterinário. 
 Um alimento balanceado para animais obesos deve ter: baixo valor 
energético, substituição de gordura por carboidratos hidrolisados (milho e arroz) e 
fibras não digeríveis, aumentando o volume fecal e a freqüência defecatória. 
(PARREIRA, 2008). 
 É importante lembrar que mesmo depois de uma dieta rigorosa de prescrição, 
é indicado controlar sempre o peso do animal, por exemplo, oferecer sempre o 
alimento ligth. 
FIGURA 6 – Comparativo de escore corporal de cães e gatos: 
FONTE: HILL’S, 2009 
60
9.2 Cardiopatas 
Animais cardiopatas têm como característica intolerância ao exercício, 
cansaço inexplicável, diminuição do apetite, entre outros sintomas. 
 Muitos cães mais idosos desenvolvem a insuficiência cardíaca congestiva 
(ARCHIBALD, 1986). 
 A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração tem dificuldade de bombear 
o sangue a uma velocidade suficiente para suprir as necessidades metabólicas do 
paciente ou evitar o acúmulo de sangue dentro da circulação venosa sistêmica 
(TILLEY, 2008). 
 Para tratar a insuficiência cardíaca utilizam-se medicamentos ou por meio de 
dieta controlada. A alimentação controlada é feita por meio da utilização de ração 
industrializada, que tem principalmente o sódio controlado para que não ocorra 
hipertensão. Se a doença for avançada, precisa-se cortar totalmente o sal. O 
paciente que apresentar IC necessita manter uma dieta controlada pelo resto da 
vida. 
 O alimento industrializado deve conter taurina e L-carnitina, pois esses são 
indispensáveis para o bom funcionamento do miócitos e favorecem a contratilidade 
cardíaca (ROYAL CANIN, 2008) e também deve conter quantidades aumentadas de 
potássio e vitaminas B para compensar as perdas urinárias excessivas destes 
componentes (ARCHIBALD, 1986). 
61
9.3 Nefropatas 
 Insuficiência renal aguda (IRA) é uma síndrome caracterizada pelo início 
rápido de insuficiência de filtração pelos rins, pelo acúmulo de toxinas urêmicas, falta 
de regulação de fluídos, eletrólitos e equilíbrio ácido-básico, e aparecimento dos 
sinais clínicos de uremia (TILLEY, 2008). 
 Doença renal crônica (DRC) é o resultado de doença renal primária que 
persistiu por meses a anos, caracterizada por disfunção renal irreversível que tende 
a se deteriorar progressivamente (FIGURA 7) (TILLEY, 2008). 
FIGURA 7 - O relógio da DRC: 
FONTE: OLIVEIRA, 2008. 
100% 
1 33% 
25% 
2 
3 
4 
Poliúria/Polidpsia 
Azotemia 
Limite da 
Terapia 
Convencional 
Normal 
62
 Animais idosos estão em maior risco de apresentarem esta doença, como 
consequência de sua alimentação durante toda vida. 
A base do tratamento da IRC é pelo equilíbrio hidro-eletrolítico, equilíbrio 
ácido-básico, controle da hipertensão e da proteinúria (caso exista) e manejo 
nutricional (OLIVEIRA, 2008). 
O alimento específico tem como característica uma baixa quantidade de 
fósforo. O fósforo é um elemento mineral principal, não metabólico, qualificado em 
nutrição macro-elemento mineral devido à sua importância quantitativa para o 
organismo. Ajuda no bom funcionamento do organismo, fazendo o equilíbrio com o 
nível de cálcio (GRANDJEAN, 2003). 
Existem proteínas que contêm um nível de fósforo para suplementar o 
alimento industrializado. E há também muitos mitos sobre a proteína ser um 
incidente de intoxicação. A proteína de qualquer origem pode ser utilizada, porém é 
importante controlar a quantidade de proteína utilizada de acordo com a capacidade 
de filtração dos rins, ela é utilizada também para palatabilidade e para ajudar na 
manutenção do peso do animal, o peso controlado é muito importante, pois o animal 
com excesso de peso pode comprometer ao tratamento.
O alimento industrializado específico possui o fósforo reduzido para diminuir o 
hiperparatiroidismo secundário que agrava a IRC, ela precisa conter polifenóis por 
melhorar a perfusão renal (ROYAL CANIN, 2008). 
A água deverá estar sempre facilmente disponível e não ser restringida em 
qualquer circunstância (ARCHIBALD, 1986). 
Este monitoramento dietético deverá ser instituído à primeira indicação de 
qualquerredução da função renal, para auxiliar na prevenção do progresso da 
doença (ARCHIBALD, 1986). 
63
9.4 Hepatopatas 
 Insuficiência hepática tem como definição perda súbita de 75% da massa 
hepática funcional, ocorre a princípio devido à necrose hepática aguda (TILLEY, 
2008). 
 A insuficiência hepática está associada a miríade de desarranjos metabólicos, 
inclusive alterações na homeostasia da glicose, na síntese de proteína (albumina, 
proteínas de transporte e fatores coagulantes e pró-coagulantes) e na destoxificação 
(TILLEY, 2008). 
 Como tratamento por via de medicamento indicado pelo médico veterinário e 
por meio de alimentação industrializada específica.
 A alimentação industrializada específica deverá ter um teor reduzido de cobre 
e elevado de zinco que limita o acúmulo de cobre nos hepatócitos e as lesões 
intracelulares em caso de colestase (ROYAL CANIN, 2008). 
 O cobre em excesso favorece a produção de radicais livres, os quais são 
responsáveis pela lesão e morte das células hepáticas (RAMALHO, 2005). 
 O zinco inibe a absorção de cobre (que tendencialmente se acumula no 
fígado destes animais) uma vez que o zinco (oligoelemento) estimula a produção de 
uma proteína nas células intestinais – a metalotioneina – que fixa o zinco e o cobre 
impedindo a sua absorção intestinal (RAMALHO, 2005). 
 Redução de sódio permite diminuir a hipertensão portal e restringe a 
passagem de líquidos para o espaço extra-vascular (ROYAL CANIN, 2008). 
 O que dar de comer a um cão com doença hepática é discutível; sugere que 
dietas altamente digeríveis, moderadamente restritas em proteínas, gorduras e sal 
são melhores (ARCHIBALD, 1986). Além disso, quantidades adequadas de 
64
carboidratos prontamente disponíveis devem ser incluídas na dieta (ARCHIBLAD, 
1986). 
 Para diminuir os índices de doenças mais comuns entre cães e gatos, deve-
se primeiramente entender qual é a principal diferença entre rações caras e baratas 
– super premium e standard e qual é o custo-benefício de utilizar esses diferenciais 
de alimentação. 
65
10. RAÇÕES SUPER PREMIUM X STANDARD 
Primeiramente, é importante conhecer que hoje no Brasil existe cerca de 31 
milhões de cães e 15 milhões de gatos, sendo que 50% desses animais consomem 
alimentos industrializados. Existe hoje cerca de 130 fabricantes diferentes de 
alimentos industrializados (ANFAL PET, 2008). 
A diferença entre rações super-premium e standard (econômica) não é só o 
preço pago pelo comprador. A diferença está na escolha dos componentes 
(ingredientes) que são balanceados nesta ração (MATTOS, 2008). 
Uma ração super-premium tem os melhores ingredientes, os mais adequados 
ao animal, com uma melhor digestibilidade, sendo que o animal come um volume 
menor de ração, uma vez que o cão ou gato aproveita melhor os nutrientes à sua 
disposição naquele ingrediente. (MATTOS, 2008). 
Apesar de serem mais caras que os outros tipos, essas rações são 
formuladas à base de proteína animal, tornando o produto mais nutritivo. “São 
produtos bem mais fortes e, por isso, faz com que o cão coma bem menos, já que 
uma quantidade menor é suficiente para alimentá-lo”, explica Cristina. Além disso, 
contêm outros produtos que ajudam a prevenir diversas doenças, inclusive o 
envelhecimento precoce, a queda de pêlos, alergias entre outros. Também 
proporcionam maior digestibilidade, pois são ricos em energia e proteínas 
(FERREIRA, 2009). 
Padrões básicos para fabricação do alimento super-premium – o que 
encarece a fórmula (DEPT. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ROYAL CANIN BRASIL, 
2008) 
• Grande quantidade de ingredientes nobres; 
66
• Nenhuma inclusão ou inclusão mínima de fontes vegetais ou animais de baixo 
aproveitamento; 
• Qualidade excelente dos ingredientes, inclusive muitos deles para uso 
humano; 
• Normalmente os fornecedores de matérias-primas são fixos e selecionados 
pela qualidade; 
• Umidade é mínima; 
• Qualidade microbiológica do alimento é rigorosamente controlada; 
• Aumento das quantidades de proteína SEM excesso de minerais – fontes de 
proteína isolada (sem osso); 
• Quantidades altas de energia (menor quantidade em gramas para o animal); 
• Alta digestibilidade; 
• Fezes em menor volume reduzido, bem formadas e o cheiro é reduzido 
devido qualidade da proteína utilizada de alta digestibilidade. 
A ração standard, bem mais barata, contém muitos ingredientes com baixa 
digestibilidade, ocasionando uma maior ingestão da ração e maior produção de 
fezes pelos animais (MATTOS, 2008) 
São os produtos mais comuns e baratos fabricados, normalmente, por 
empresas idôneas. “Elas também são balanceadas, mas contêm apenas o mínimo 
necessário para a sobrevivência do animal” (FERREIRA, 2009). 
Padrões básicos para fabricação do alimento standard – Para garantir o baixo 
custo da formulação (DEPT. COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ROYAL CANIN BRASIL, 
2008). 
• Ingredientes de baixa qualidade; 
67
• Ingredientes de baixo valor biolágico; 
• Excessos de minerais (cálcio, fósforo, magnésio) – inclusão de farinhas 
animais com ossos – aumento de riscos de problemas osteoarticulares, 
cálculos urinários; 
• Alta inclusão de ingredientes vegetais de baixo aproveitamento, rico em fibras 
e fatores anti-nutricionais (farelo de soja, farelo de trigo, farelo de arroz). 
• Não usar ingredientes nobres ou nutracêuticos; 
• Moagem mais grossa dos ingredientes – menor aproveitamento pelos 
animais; 
• Maior umidade – mais risco de fungos e micotoxinas;
• Baixa digestibilidade; 
• Baixa energia – os animais precisam comer em maior quantitade; 
• Fezes em maior quantidade, mal cheirosas e ressecadas. 
10.1 Relação custo X benefício 
 Primeiramente devemos entender a diferença de ração super premium e 
standard, tendo isso em vista é compreender a relação custo x benefício de usar 
uma ração de maior custo e com os nutracêuticos que neles contêm. 
 Devemos sempre nos preocupar com a saúde de nossos animais e, um dos 
principais fatores que propiciam saúde e uma vida longa é uma boa dieta, na qual os 
componentes da ração supram, da melhor forma possível, as necessidades 
nutricionais diárias dos animais. Além disso, um animal bem nutrido apresenta 
poucas doenças no decorrer de sua vida (MATTOS, 2008). 
68
 Significa que o animal vai ingerir um alimento industrializado com o preço 
mais elevado, mas, no entanto, o animal está ao longo dos anos sendo beneficiado 
pelos nutracêuticos específicos que contêm na ração, retardando a visita ao médico 
veterinário, com problemas renais, dermatológicos, obesidade, cardiovasculares, 
articulares. 
 Existem alimentos específicos para todo o tipo de público, desde cães de 
porte pequeno a gigantes, para raças específicas tanto para cães como pra gatos. 
 Um alimento de boa qualidade, tendo uma digestibilidade da proteína superior 
a 85%, é um alimento considerado benéfico à saúde animal, pois cão ou gato 
estarão aproveitando o que é necessário e vital da proteína e outros componentes 
para sua saúde e para ter um envelhecimento tardio e o que não for aproveitável 
para o organismo nesses 85% de digestibilidade vai ser eliminado pelas fezes ou 
pela urina. 
Sendo assim, os alimentos considerados super premium e premium 
geralmente carregam digestibilidade de 85% a 90% da proteína, tendo benefícios 
para o animal para uma vida saudável e longa. 
69
11. COMO O PROPRIETÁRIO PODE INFLUENCIAR A ALIMENTAÇÃO DOS 
CÃES E GATOS 
 O número de animais de estimação presentes nas residências cresce a cada 
ano. Estudos relatam que houve aumento de cerca de 60% de animais pet em 
residências, alguns para cães de guarda, outros para até mesmo substituir alguma 
perda. No Brasil, existem mais de 31 milhões de cães e 15 milhões

Outros materiais