Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tudo sobre Alimentação caseira Dra. Luciana Oliveira Dra. Manuela Fischer SUMÁRIO CLIQUE NO TEMA PARA IR A PÁGINA QUE DESEJA Introdução......................................................................................................................................03 Contexto Histórico...................................................................................................................04 Alimentação Natural crua com ou sem ossos (BARF)....................................06 Alimentação Natural Cozida.............................................................................................10 Suplementação da AN com vitaminas e minerais..............................................14 Como calcular a quantidade diária de comida para meu cão....................15 Como formular uma receita de AN para meu cão..............................................19 Como preparar, armazenar e fornecer a AN cozida..........................................24 Mitos e fatos sobre ração e alimentação natural................................................28 Conclusões.....................................................................................................................................35 Referências Bibliográficas...................................................................................................36 Sobre as autoras........................................................................................................................40 Mas o que é, de fato a Alimentação Natural?.......................................................05 CURSO COMPLETO DE ALIMENTAÇÃO NATURAL Fornecer uma alimentação completa e balanceada que supra as necessidades das diferentes fases de vida dos cães é um componente importante da posse responsável. Inúmeras melhorias na nutrição de animais de companhia resultaram em uma ampla variedade de alimentos comerciais disponíveis no mercado, fornecendo uma nutrição completa e balanceada. Apesar desses desenvolvimentos, cada vez mais tutores tem preferido preparar alimentos caseiros naturais para seus animais, seja devido à sensação de maior aproximação com o seu pet, seja para evitar alimentos super-processados, por acreditar que a dieta caseira é mais saudável ou outros motivos que legitimam essa opção de alimentação. Nesse E-book vamos abordar diversas informações importantes para os tutores que pretendem iniciar o uso da Alimentação Natural ou mesmo para os que já o fazem, de forma a esclarecer pontos importantes e sanar dúvidas comuns, para tornar o uso desse tipo de alimentação uma opção realmente saudável e segura aos pets. Esperarmos que esse material seja de grande valia a todos os leitores! 1 INTRODUÇÃO 3 Autoras: Profa. Dra. Luciana D. Oliveira & Profa. Dra. Manuela Fischer CONTEXTO HISTÓRICO: POR QUE A ALIMENTAÇÃO NATURAL SE TORNOU TÃO POPULAR? Em 2007 os Estados Unidos passaram por um recall de rações que estavam contaminadas com ingredientes proteicos adulterados proveniente da China. Esses ingredientes foram contaminados de forma fraudulenta com um composto chamado de melamina. A melamina quando ingerida é absorvida pelo intestino e causa intoxicação, problemas digestivos, respiratórios e insuficiência renal aguda. Por conta dessa fraude, muitos pets acabaram contaminados e tiveram diversos problemas de saúde, incluindo muitos óbitos (SHARMA & PARADAKAR, 2010). Esse foi o ponto de partida para o interesse em novas alternativas alimentares para cães e gatos. De lá para cá surgiram milhares de tutores e profissionais adeptos e centenas de empresas investindo nessa nova categoria de alimentação. 4 O que conhecemos popularmente no Brasil com o nome de “Alimentação Natural”, nada mais é do que uma alimentação caseira, preparada com ingredientes normalmente vendidos em mercados, açougues e feiras para consumo humano. Esse tipo de alimentação tem se concentrado na inclusão de ingredientes inteiros, incluindo carnes, frutas e vegetais, evitando o uso de ingredientes altamente processados e subprodutos e, por vezes, seguindo filosofias nutricionais ancestrais ou instintivas dos carnívoros (BUFF et al., 2014). Mas vale ressaltar que o termo natural não é o mais adequado, visto que os pets não são selvagens e não estão na natureza, pelo contrário, são domiciliados e tratados como seres humanos, após um processo de domesticação de milhares de anos que já causou mudanças genéticas e fisiológicas quando comparados aos lobos selvagens. Uma alimentação realmente “Natural” seria se recebessem presas vivas, para que expressassem todo o seu comportamento natural desde a caça até o consumo de todas as partes dessas presas, incluindo todas as vísceras, ossos, conteúdo intestinal, sangue, pelos e penas. Mas o que há de natural num pet domesticado? Todo o processo é diferente ao que observamos na natureza. Tiramos os animais do seu habitat e os colocamos em espaços pequenos, reprimimos seus comportamentos (latidos, mordeduras, brigas, disputas de território), disponibilizamos alimentos de forma farta e regular sem a necessidade de “caça” e ainda os castramos (repressão dos comportamentos sexuais). Por quê, então, faria sentido uma alimentação natural de fato? Por uma questão de saúde? Eis que surgem diversas opiniões a respeito, mas na prática pouco se sabe sobre os reais benefícios das dietas ditas “naturais” para pets domesticados, de forma que é difícil dizer se são mais saudáveis ou 5 MAS O QUE É, DE FATO, A “ALIMENTAÇÃO NATURAL”? ALIMENTAÇÃO NATURAL CRUA COM OU SEM OSSOS (BARF) Ao longo dos últimos anos percebeu-se um aumento significativo no número de adeptos à nova tendência de “alimentação natural crua” para cães e gatos, também conhecida como BARF (Biologically Appropriate Raw Food). Dietas que promovam o fornecimento de carne crua como base se tornaram muito populares, especialmente pela crença em oferecer uma dieta semelhante à dos ancestrais carnívoros, lobos e gatos selvagens, ou pela tentativa de fornecer uma dieta “mais saudável”, sem a adição de ingredientes processados, corantes e conservantes. Os adeptos da alimentação crua afirmam que essa é a dieta mais próxima à da natureza, assumindo que a dieta da natureza seja a ideal para cães e gatos domiciliados, castrados, de baixa atividade física e que vivem muito mais que os animais na natureza. Um dos argumentos está relacionado à questão dos carboidratos, presentes em quantidades muito baixas nas dietas naturais de lobos e que muitos acreditam não ser digerido adequadamente pelos cães. Um estudo publicado por Axelsson et al (2013) na revista científica Nature, demonstrou que há diferença entre cães e lobos em dez genes com papéis importantes na digestão do amido e que os cães estão adaptados a digerir dietas ricas em carboidratos, diferentemente dos lobos. Estudos comprovam que a digestibilidade do amido, quando cozido, passa de 98% em cães (CARCIOFI et al., 2008; BRIENS et al. 2021). Isso ocorre porque desde o início do processo da domesticação dos lobos, há mais de 500 mil anos, o contato com humanos primitivos já permitia o contato desses animais com os restos de alimentos cozidos (isso mesmo, os lobos não cozinhavam na natureza, mas os humanos primitivos sim!), incluindo carboidratos, e isso acabou por modificar, ao longo 6 não diante da falta de estudos de qualidade sobre o tema, o que torna as informações totalmente especulativas e subjetivas, com pouco ou nenhum respaldo científico. de centenas de milênios, o genoma e a fisiologia dos cães, agora domesticados. Dietas cruas consistem, primariamente, em carne, ossos, órgãos e ovos que não foram cozidos e, portanto, são mais susceptíveis a apresentarem microrganismos que podem levar não apenas, a danos na saúde dos animais, como também demonstram ser perigosas para a saúde humana, principalmente por pessoas com algum tipo de redução da função imune, como crianças, idosos e pessoas portadoras de enfermidades (DAVIES, LAWES, WALES, 2019). O risco do fornecimento de dietas a basede carne crua é, muitas vezes, subestimado. O contra-argumento utilizado por adeptos à BARF é a convicção de controle dos parasitas ao congelar a carne a -20°C durante um número determinado de dias, porém até o presente momento não existem estudos que embasem tal pressuposto. Estudo realizado em 2018 por Van Bree e colaboradores analisou 35 alimentos comerciais congelados a base de carne crua comercializados na Holanda e como resultado foi possível isolar diversas bactérias e parasitas nos diferentes alimentos, dentre eles: Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Listeria spp., Salmonella spp., Sarcocystis cruzi, S. Tenella e Taxoplasma gondi, demonstrando que esses microrganismos e parasitas não são mortos mesmo após o congelamento do alimento cru. Além disso, outro estudo avaliou 10 dietas caseiras à base de frango cru e como resultado oito dietas foram positivas quando cultivadas para Salmonella spp., comparativamente nenhuma das dietas comerciais extrusadas avaliadas apresentaram Salmonella spp (JOFFE & SCHLESINGER, 2002). A maioria dos patógenos encontrados em dietas naturais cruas podem ser transmitidos para a população humana pelo contato direto com o alimento cru, com o animal que recebe a dieta crua ou suas fezes ou com as superfícies que entraram em contato com o alimento cru, como o comedouro e utensílios de cozinha utilizados para o preparo do alimento. Outro ponto que precisa ser considerado e que torna a situação ainda mais crítica para a saúde pública, se refere ao aumento da transmissão de cepas de bactérias 7 multirresistentes a antibióticos entre humanos e pets (DAVIES, LAWES, WALES, 2019). Até o momento, são raros e de pouca relevância os estudos científicos que tenham demonstrado algum benefício das dietas cruas em relação à alimentação cozida ou mesmo aos alimentos comerciais. Por outro lado, encontramos de forma ampla e extensa na literatura estudos relatando diversos riscos associados a essa prática. Veja bem, não significa que não existam benefícios, a questão é que não existem estudos contundentes para suportar essa afirmação até os dias de hoje. Entretanto, diversos estudos apontam para o alto risco de desbalanceamento nutricional e de contaminações microbiológicas e parasitárias, além dos riscos de obstrução por corpo estranho e perfuração intestinal quando a dieta contém ossos. Mais de 10 entidades e associações internacionais e mundiais da área de veterinária, nutrição animal ou saúde pública se posicionam nos seus websites fortemente contra a prática de dietas cruas para pets, como por exemplo o World Small Animal Veterinary Association (WSAVA), American College of Veterinary Nutrition (ACVN), American Animal Hospital Association (AAHA), American Association of Feline Practitioners (AAFelP), National Association of State Public Health Veterinarians (NASPHV), Centers for Disease Control and Prevention (CDC), FDA Center for Veterinary Medicine (CVM), American Veterinary Medical Association (AVMA), British Veterinary Association e Canadian Veterinary Medical Association. Todas essas Associações relatam que os benefícios alegados são restritos a depoimentos e não existem estudos publicados que suportem as reivindicações feitas por defensores da dieta crua. A literatura que relata os benefícios é baseada em livros de um único autor, que coloca sua experiência pessoal mas não embasa cientificamente as declarações. Diversos artigos científicos publicados em journals indexados alertam para os riscos e não citam benefícios da dieta crua (JOFFE & SCHLESINGER, 2002; VAN BREE et al., 2018; DAVIES, LAWES, WALES, 2019, FREDRIKSSON- 8 AHOMAA et al, 2017; FREEMAN et al., 2013). Pouquíssimos estudos relatam algum benefício das dietas cruas para cães e gatos quando comparadas aos alimentos comerciais, como aumento da digestibilidade (FRANÇA, 2009; KERR et al., 2012), alterações da microbiota intestinal (BELOSHAPKA et al. 2011; KIM et al, 2017; SANDRI et al, 2016) e redução da ocorrência de atopia (HEMIDA et al., 2021), porém esses benefícios não foram evidenciados quando se compara as dietas cruas com as cozidas (FRANÇA, 2009; KERR et al., 2012). De forma resumida, listamos os principais motivos para o posicionamento de tantas Associações Internacionais contra as dietas cruas: 1) A não eficácia do congelamento profilático para eliminação de bactérias patogênicas 2) A possibilidade de cães e gatos transmitirem as bactérias patogênicas para os seres humanos (principalmente os com redução da imunidade) mesmo não adoecendo por hospedá-las 3) A maior dificuldade de se encontrar dados corretos de composição química e biodisponibilidade de ingredientes proteicos com ossos para formulação 4) O alto risco dessas dietas, mesmo com ossos, apresentarem diversas deficiências nutricionais 5) A possibilidade real de ossos crus causarem fraturas dentárias, obstruções por corpo estranho, perfurações intestinais e outros danos aos animais 6) A modificação da microbiota intestinal, que pode ou não ser benéfica aos animais 7) A constatação que as dietas cruas estão contribuindo com a transmissão de bactérias multirresistentes a antibióticos entre pets e tutores em nível mundial 9 Uso de ingredientes frescos e de qualidade para uso humano Fuga da monotonia alimentar, com possibilidade de variação das receitas Evitar o uso de corantes, aromatizantes e conservantes químicos Aumento da digestibilidade Aumento a ingestão hídrica e a diluição urinária Aumento da palatabilidade, sendo importante para animais seletivos ou inapetentes Melhor adequação dos ingredientes de acordo com a preferência do animal e do tutor; Particularmente útil para uso em algumas doenças, como obesidade, reações adversas ao alimento (alergias e hipersensibilidade alimentar), câncer e doenças gastrointestinais Melhor ajuste para pacientes com 2 ou mais doenças concomitantes Nem vamos comentar o que os veterinários especialistas em odontologia e gastroenterologia acham sobre o consumo de ossos, pois esse assunto daria outro e-book com muitas fotos de fratura de dentes, obstrução por corpo estranho e perfuração gastrointestinal. Por esses motivos acima expostos, a comunidade científica concorda que, se for para dar dieta natural aos animais, que ela seja cozida. ALIMENTAÇÃO NATURAL COZIDA 10 O fornecimento de Alimentação natural cozida para cães apresenta diversos benefícios para cães saudáveis ou com doenças, como por exemplo: Mais seguras em termos de contaminação microbiológica, desde que as boas práticas de fabricação sejam seguidas no seu preparo e armazenamento. Entretanto, diversos benefícios atribuídos ao uso de Alimentação natural em literatura popular e páginas de internet ainda não possuem evidências científicas que os suportem, como por exemplo: Mesmo assim, não podemos ignorar que uma alimentação composta de excelentes ingredientes proteicos, legumes, carboidratos, fibras, óleos, ervas e outros superalimentos pode oferecer muitos nutrientes e ser muito saudável para os pets. Entretanto, devemos lembrar que a adequada nutrição é composta não só pela variedade dos nutrientes, mas também por sua inclusão em teores adequados para cada espécie, ou seja, não adianta ter todas as vitaminas, mas em quantidades insuficientes ou excessivas, porque o animal pode apresentar problemas metabólicos da mesma forma. Prevenção de doenças (ex. obesidade, diabetes, câncer) Aumento da longevidade 11 O uso da dieta caseira entrega ao tutor a responsabilidade da produção do alimento e seu controle de qualidade. Mas, o que é visto por muitos como “empoderamento” do tutor, pode se tornar uma grande armadilha, já que os mesmos não possuem conhecimentos específicos em nutrição de cães e com frequência se baseiam em receitas difundidas pela internet, por livros e por pessoas que não possuem adequada formação para tal atividade, de forma que não são aptos em garantir que essas dietas estejam adequadamente balanceadas para cada animal. A partir do momento que háfalta ou excesso de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais, aminoácidos ou ácidos graxos, o pet pode apresentar, num período relativamente curto, piora de sua qualidade de vida pelo aparecimento de uma ou mais disfunções metabólicas, que vão se agravando com o passar do tempo. Dessa forma, a elaboração de um alimento por um Nutrólogo veterinário ou Nutricionista devidamente capacitado, associado a um tutor disposto a seguir exatamente o que foi recomendado, sem substituições, exclusões e alterações de quantidade dos ingredientes, pode oferecer benefícios aos animais. Entretanto, a falta de comprometimento dos proprietários com a recomendação ou a ideia de que eles podem fazer a dieta da forma que julgarem melhor pode causar sérios danos à saúde dos pets e o que era para ser um grande benefício se transforma num terrível pesadelo. Diversos estudos têm demonstrado que boa parte dos tutores não segue corretamente as receitas prescritas por nutrólogos, modificando as recomendações da forma que julgam melhor e causando graves desequilíbrios nutricionais nas receitas. Johnson et al. (2016), verificaram que apenas 13% dos tutores que passaram por atendimento nutricional de seus cães seguiram rigorosamente as receitas prescritas. Em um estudo brasileiro, Oliveira et al. (2014) verificaram que 30,4% dos tutores admitiram modificar as dietas, 40% não controlaram adequadamente a quantidade de ingredientes das receitas, 73,9 % não utilizaram as quantidades recomendadas de óleo e sal e 34,8 % não utilizaram corretamente os suplementos vitamínicos-minerais. 12 Estudos realizados em outros países também confirmam os resultados, indicando o alto risco de desequilíbrios nutricionais em receitas de alimentação natural (STREIFF et al., 2002; REMILLARD, 2008; STOCKMAN et al., 2013) E o problema inclui também receitas de AN para tratamento de doenças. Nos Estados Unidos, pesquisadores avaliaram dietas caseiras publicadas na internet para cães com câncer foram avaliadas quanto à composição nutricional estimada e nenhuma delas apresentou os teores mínimos de todos os nutrientes essenciais segundo especificações internacionais como o NRC (HEINZE; GOMEZ; FREEMAN, 2012). Em estudo semelhante, 67 dietas caseiras para cães e gatos com doença renal crônica foram avaliadas e nenhuma atingiu os teores mínimos recomendados pelo NRC (LARSEN et al., 2012). Os resultados obtidos por esses estudos são extremamente alarmantes e apontam a necessidade de formulação de dietas por profissional treinado para evitar riscos à saúde dos animais por desequilíbrios nutricionais. Para a correta formulação de dietas caseiras é imprescindível o uso de softwares destinados para essa finalidade, de forma que mesmo um profissional treinado não elabora uma dieta “de cabeça”. E mais que isso, embora seja uma excelente alternativa em diversos casos clínicos, nem sempre o tutor tem o perfil para cozinhar e alimentar seu pet com alimentação natural. Nesses casos é indicado comprar de empresas do ramo que tenham o registro no Ministério da Agricultura e que o formulador da dieta seja veterinário ou zootecnista com pós-graduação em nutrição de cães e gatos. 13 SUPLEMENTAÇÃO DA AN COM VITAMINAS E MINERAIS Quando se utiliza alimentação natural, sempre surge a dúvida sobre a necessidade do uso, ou não, de suplementos minerais e vitamínicos, já que esse tipo de alimentação preconiza que sejam utilizados somente ingredientes naturais. De fato, é possível usar somente ingredientes naturais para fornecer todos os nutrientes essenciais em dietas para cães e gatos. Entretanto, não podemos ignorar a grande dificuldade em se preparar um alimento sob essa premissa, já que teremos uma lista de ingredientes bastante extensa e complexa, com preparo demorado e com custo alto, além de exigir ainda mais o conhecimento especializado de um profissional treinado para sua elaboração e um proprietário muito consciente para que a receita seja seguida à risca. A forma mais recomendada para garantir o adequado fornecimento de minerais e vitaminas para os pets que consomem AN é através de suplementos minerais e vitamínicos formulados exclusivamente para essa finalidade, devendo ser adicionados na alimentação diária do pet. Esses suplementos devem atender, no mínimo, 100% das necessidades diárias dos nutrientes essenciais para os cães ou gatos, segundo guias internacionais como o NRC (2006), FEDIAF (2021) ou AAFCO (2022) e somam maior liberdade na escolha de ingredientes, maior facilidade de preparo e redução de riscos de desbalanço nutricional dessas receitas. Porém, a realidade é bem diferente. Em um estudo realizado no Brasil, Pedrinelli, et al. (2019) avaliaram a composição de minerais de 100 alimentos caseiros para animais adultos saudáveis produzidos de acordo com receitas obtidas de websites, sendo 75 para cães e 25 para gatos. Das 100 dietas avaliadas nenhuma atingiu os valores recomendados dos nutrientes avaliados e mais de 84% das dietas apresentaram três ou mais nutrientes abaixo da recomendação. Os minerais com maior incidência de valores abaixo da recomendação foram: selênio, cálcio e potássio nos alimentos para cães e selênio, ferro e zinco nos alimentos para gatos. 14 No Brasil ainda são poucos os suplementos minerais e vitamínicos de qualidade formulados para completar a alimentação natural/caseira dos pets. Basicamente temos 3 fabricantes que produzem suplementos exclusivos para Alimentação Natural: Infelizmente muitos profissionais sem a devida qualificação têm se aventurado a “formular” dietas para empresas ou para tutores e o resultado disso, que são as deficiências nutricionais, acaba chegando aos consultórios cedo ou tarde. Diante desse quadro, a recomendação é que em caso de desejo ou da necessidade do uso de alimentação natural para cães e gatos, um Veterinário ou Zootecnista com conhecimento em Nutrição de Cães e Gatos seja responsável pela elaboração dessa nova dieta e que os tutores sejam adequadamente instruídos sobre a necessidade de que essa recomendação seja totalmente implantada, de forma que qualquer modificação seja discutida com o Nutricionista a fim de garantir os resultados desejados. Linha Complet da Biofarm Linha Food Dog,da Botupharma Linha Nutroplus, da Nutroplus (Clique nos botões para acessar o site) COMO CALCULAR A QUANTIDADE DIÁRIA DE COMIDA PARA MEU CÃO? A forma correta de calcular a quantidade de alimentos que seu cão necessita por dia é baseada em equações matemáticas, divulgadas em Guias Internacionais de Nutrição de Cães e Gatos, como o NRC (2006) e o FEDIAF (2021). Nesses guias é possível encontrar todas as equações que estimam as exigências calóricas dessas espécies em diferentes condições, considerando fatores como idade, nível de atividade física, raça e status sexual ou reprodutivo. 15 https://complet.vet.br/ https://complet.vet.br/ https://botupharmapet.com.br/linha-food-dog/ https://botupharmapet.com.br/linha-food-dog/ https://botupharmapet.com.br/linha-food-dog/ https://www.nutropluspet.com.br/ https://www.nutropluspet.com.br/ https://www.nutropluspet.com.br/ https://www.nutropluspet.com.br/ ATENÇÃO! Lá você NÃO VAI encontrar recomendação de consumo de alimento baseado em um percentual do peso do animal. Sabe aquele cálculo que determina que um cão deve consumir o equivalente ao percentual de 3% até 7% do seu peso? Pois é, está errado! E sabe por quê? Primeiro porque esse cálculo não consta nos guias nutricionais (NRC, AAFCO, FEDIAF) e segundo porque o quanto o animal deve consumir depende de 2 fatores: A necessidade energética diária do animal. E de quantas calorias existem por quilo de alimento a ser oferecido. As receitas de AN cozida podem variar de 900 a 1800kcal/kg, ou seja, uma receita pode ter até o dobro de calorias que outra, impactando radicalmente na quantidade diária a ser consumida pelo pet. Você pode estar se perguntando “mas eu li em livros de autores americanos essas indicações”. E nós rebatemos a pergunta: Desde quando livro tem validadecientífica? Qualquer pessoa escreve um livro com suas experiências, opiniões e “achismos” sobre determinado assunto. Livros não são submetidos a revisões por outros profissionais da área. Mesmo que esses autores sejam veterinários, será que são profissionais realmente capacitados na área de Nutrição de Cães e Gatos, diplomados por algum Colégio de Nutrição Animal? Temos certeza que não, mas você pode entrar no site e buscar pelo nome você mesmo: www.acvn.org Lá você vai encontrar todos os nomes de pesquisadores e professores americanos de alta relevância e contribuição ao conhecimento de nutrição de cães e gatos mundial. Pesquisadores renomados que publicam, ARTIGOS CIENTÍFICOS em renomadas revistas internacionais. Mas vamos lá! Esqueçamos as informações nada científicas e vamos ao que a verdadeira literatura recomenda. 16 http://www.acvn.org/ Exemplo 1: Cão com 7 meses, com 3kg, 70% do peso adulto estimado, escore de condição corporal 5 (ideal – nem magro e nem gordo), fêmea e não-castrado. A equação mais adequada nesse caso é a segunda: NEM = 175 kcal x peso corporal Então: NEM = 175 kcal x 3 NEM = 175 x 2,28 NEM = 399 kcal/dia, ou seja, esse cão precisa de 399 kcal por dia Depois é preciso definir qual dieta ele irá consumir e ela pode ser mais ou menos calórica. Escolhendo uma dieta de caloria mais alta, ou seja, energia metabolizável (EM) de 1.700kcal/kg, o consumo é calculado dividindo-se a NEM pela EM, numa regra de 3. Se o alimento possui 1.700kcal ---------- 1.000 g (ou 1 kg) E o Cão precisa de 399 kcal ------------ x X = 399 x 1.000 1.700 Ou seja, esse cão vai precisar comer 234 g por dia do alimento escolhido. Para cães filhotes, as equações são outras, baseadas na porcentagem do peso estimado adulto (FEDIAF, 2021): Para filhotes com até 50% do peso adulto: NEM = 210 kcal x peso corporal Para filhotes com 50% a 80% do peso adulto: NEM = 175 kcal x peso corporal Para filhotes com 80% a 100% do peso adulto: NEM = 140 kcal x peso corporal 17 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 As equações mais usadas para cálculo de necessidade energética de manutenção (NEM) diária de cães adultos são (FEDIAF, 2021): Para cães idosos, castrados e pouco ativos: NEM = 85 kcal x peso corporal Para cães adultos, não-castrados e ativos: NEM = 95 kcal x peso corporal Para cães adultos jovens, não castrados e muito ativos: NEM = 110 kcal x peso corporal Exemplo 2: Cão com 4 anos, com 10kg, escore de condição corporal 5 (ideal – nem magro e nem gordo), passeia durante 15 minutos 2 vezes ao dia (pouco ativo), macho e não-castrado. A equação mais adequada nesse caso é a segunda: NEM = 95 kcal x peso corporal Então: NEM = 95 kcal x 10 NEM = 95 x 5,62 NEM = 534 kcal/dia, ou seja, esse cão precisa de 534kcal por dia Depois é preciso definir qual dieta ele irá consumir e ela pode ser mais ou menos calórica. Escolhendo uma dieta de caloria intermediária, ou seja, energia metabolizável (EM) de 1.300kcal/kg, o consumo é calculado dividindo-se a NEM pela EM, numa regra de 3. Se o alimento possui 1.300kcal ---------- 1.000 g (ou 1 kg) E o Cão precisa de 534 kcal ------------ x X = 534 x 1.000 1.300 Ou seja, esse cão vai precisar comer 410g por dia do alimento escolhido. 18 0,75 0,75 0,75 0,75 0,75 COMO FORMULAR UMA RECEITA DE AN PARA MEU CÃO? Esse tópico, com certeza, é para onde muitos de vocês que estão lendo esse E-book, vão correr pra ler. Então vamos começar! Como devemos fazer para “formular” uma receita de alimentação natural para um cão? Com certeza muitos de vocês já se depararam com esse tipo de gráfico, com proporções de ingredientes que devem ser usadas para cães. Mas será que esse gráfico de proporções está correto? Será que se usarmos ingredientes que estão dentro de uma mesma categoria, de forma aleatória, nós vamos garantir o fornecimento dos nutrientes essenciais (aminoácidos, gorduras, vitaminas e minerais) que são necessários ao cão na quantidade correta? Será que a variação dos ingredientes vai garantir que o pet receba tudo que precisa ao longo do tempo? 19 Agora vamos jogar essas receitas num software de formulação para avaliar a composição nutricional delas. Todos os nutrientes que estão em amarelo indicam que estão ABAIXO do mínimo recomendado. Os que estão em azul estão atendendo as necessidades nutricionais. Para exemplificar, fizemos duas receitas para um cão de 10 kg, seguindo as mesmas proporções de ingredientes sugeridas pelo gráfico acima. 20 Como vocês podem perceber, nenhuma das opções atendeu todas as necessidades nutricionais daquele cão, porém a receita de frango teve um maior número de nutrientes deficientes que a receita de suíno. 21 Ainda que eu adicione um suplemento de vitaminas e minerais, eu preciso do software para me indicar a quantidade correta de suplemento a ser utilizada, lembrando que essas quantidades de nutrientes variam de acordo com o fabricante do suplemento e com a necessidade do animal. Mas vamos considerar que nós adicionamos um suplemento e resolvemos todas as deficiências de vitaminas e minerais de ambas as fórmulas. Ainda assim, nessas duas receitas que usamos como exemplo, iria ficar deficiente o teor de ácido linoleico, que é um ácido graxo essencial, presente em grandes quantidades somente em óleos vegetais como soja, canola, girassol ou milho. Além disso, a quantidade de calorias das 2 receitas estariam abaixo ou acima da necessidade do cão, o que causaria ganho ou perda de peso do animal, dependendo do tempo de uso de cada uma delas. Se fizéssemos mais 100 tentativas de receitas, seguindo esses mesmos princípios de “formular” com base num percentual de grupos alimentares, podemos afirmar que na maior parte das vezes as receitas estariam com um ou mais nutrientes em deficiência. Isso ocorre porque esse tipo de receita NÃO É FÓRMULA! Para falarmos que temos, de fato, uma fórmula, precisamos usar softwares de formulação, como por exemplo o SuperCrac, Nutrovet, Funcional Pet, ou ainda via planilhas de excel de uma forma mais manual. Quando falamos em “fórmulas” de alimentos, temos que definir exatamente o nome de cada ingrediente e sua quantidade, e jamais deixar o critério da escolha dos ingredientes para os tutores, já que eles não possuem conhecimentos em nutrição que valide um conhecimento para tomar a decisão correta. Dentro de cada grupo de ingredientes existem variações muito grandes nos teores de nutrientes como proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras. Não tem como equiparar os teores de gordura, proteínas e energia de 100g de peito de frango com 100g de acém bovino, por exemplo. Assim como não tem como equiparar o teor de fibras, amido e energia de 100g de arroz branco com 100g de batata inglesa. Se utilizamos um ingrediente com mais gordura 22 na formulação e trocamos por um com menos gordura, fica por isso mesmo? NÃO, é preciso um programa para ajustar o que falta e o que sobra de nutrientes cada vez que selecionamos os alimentos da dieta. Isso quer dizer que variar os ingredientes de forma aleatória não mantém o balanceamento da fórmula. Se já é difícil chegar ao balanceamento de receitas de alimentação natural com o uso de softwares, algumas vezes, imagina fazendo dessa forma? Mas e como fazer então? Pode parecer mais fácil e barato consultar a internet ou fazer curso de marmitaria no final de semana, mas quem vai pagar a conta lá na frente é você e o seu pet. A ÚNICA FORMA CORRETA DE SER FAZER UMA RECEITA DE AN é por meio de um NUTRÓLOGO OU NUTRICIONISTA que tenha especialização na área e faça formulação em Software de nutrição animal. Só ele tem a capacitação e os meios para fazer e ele poderá te dar várias opções de cardápios com receitas FIXAS, com todos os ingredientes discriminados exatamente com o nome e quantidade diária, de forma que todas as opções de receitas sejam adequadamente balanceadas em TODOS OS 40 NUTRIENTES ESSENCIAIS. Muito cuidado com os especialistas de final de semana, aqueles que fizeram apenas cursosrápidos ou assistiram algumas palestras e se intitulam nutrólogos de cães e gatos. A nutrição é uma CIÊNCIA e deve ser tratada como tal. Você se submeteria a uma cirurgia na coluna com um médico que fez apenas cursos de final de semana na área de ortopedia? Não, né? Então não submeta seu animal ou o seu paciente a esse risco! Procure um médico veterinário nutrólogo ou um zootecnista. Verifique se esse profissional tem, pelo menos, uma pós-graduação de 2 anos especificamente na área da nutrição de cães e gatos. Também tome muito cuidado com AN vendida por empresas. Só compre alimentos de empresas legalizadas segundo orientações do Ministério da Agricultura (MAPA), com Responsável Técnico e cujas receitas tenham sido elaboradas por Nutricionistas capacitados. Está chovendo gente vendendo “quentinha” para pets via internet. 23 Por esse motivo há uma legião de veterinários contra AN, afinal são muitos cães e gatos chegando aos consultórios com deficiências nutricionais que há décadas não se via, por conta da irresponsabilidade de muitos, que estão apenas interessados em ganhar dinheiro, sem se preocupar com a saúde dos pets! COMO PREPARAR, ARMAZENAR E FORNECER A ALIMENTAÇÃO NATURAL COZIDA? Lave as mãos e utilize utensílios limpos. Antes de iniciar o contato com os alimentos, lave bem as mãos e utilize utensílios limpos. É importante também evitar a contaminação cruzada: por exemplo, não utilize a tábua de carnes para cortar legumes. Retire as partes danificadas dos legumes e verduras antes de realizar a higienização dos mesmos. Eventualmente, apenas uma folha pode estar estragada. Elimine-a. Lave em água corrente. O objetivo de lavar os alimentos em água corrente é para retirar as sujidades aparentes, como terra, folhas e insetos. Neste momento, é possível utilizar escovas de nylon exclusivas para lavar as cascas de alimentos. Coloque os legumes e verduras em solução de hipoclorito de sódio (eliminação de microrganismos). Utilize uma colher de sopa (10 ml) de hipoclorito de sódio ou água sanitária na concentração de 2,0% ou 2,5% – ou duas colheres de sopa de hipoclorito na concentração de 1% – para cada litro de água. Coloque os alimentos em imersão nesta solução por 15 minutos e depois enxágue em água corrente. Coloque os legumes e verduras em solução de bicarbonato de sódio (redução da contaminação por agrotóxicos) - Adicione 10g de bicarbonato de sódio em 1 litro de água. Coloque os alimentos em imersão nesta solução por 15 minutos e depois enxágue em água corrente. A) Como higienizar legumes, frutas e verduras? 1. 2. 3. 4. 5. Pronto, o seu alimento está adequado para o consumo. 24 B) Como fazer a demolhagem de grãos e da batata-doce? A demolhagem ajuda a eliminar o fitato – um anti-nutriente que causa flatulência e redução da absorção de nutrientes (Ca, Fe, Zn) 1.Lavar os grãos em água corrente 2.Colocar em um recipiente com o dobro do volume de água 3.Adicionar 1 colher de sopa por litro de água de suco de limão ou vinagre 4.Deixar em imersão nessa solução por pelo menos 2 horas (pode ficar de um dia pra outro dentro da geladeira) 5.Trocar a água pelo menos 1 vez 6.Desprezar a água ao final do processo 7.Use uma água limpa para cozinhar C) Como preparar as receitas de alimentação natural? Passo 1: Comprar os ingredientes • Faça os cálculos de quanto você vai precisar de cada ingrediente para o número de dias a ser preparado • Considere que a maior parte dos ingredientes perde peso ao cozinhar (exceção – carboidratos) – então você precisa comprar uma quantidade maior para compensar as perdas (veja planilha Bônus com as quantidades de rendimento de cada ingrediente) • Lembre-se de comprar todos os ingredientes que constam na receita (como suplementos e óleos) com antecedência 25 Passo 2: Preparar os ingredientes • Carnes e vísceras – cortar em cubos ou moer • Vegetais: fazer a higienização e depois picar (em rodelas, cubos ou ralar) – usar com a casca, sempre que possível • Grãos: fazer a demolhagem • Manter em recipientes diferentes (não misturar os ingredientes) Passo 3: Cozinhar separadamente • Carnes e vísceras – cozinhar em panela com um pouco de água até o centro do cubo estar levemente cozido (não deixar as carnes mal-passadas – risco de contaminação por microrganismos!!!) • Vegetais – cozinhar em panela com um pouco de água ou no vapor até estarem al dente (levemente cozidos) • Tubérculos (batatas, mandioca, inhame) – cozinhar até estarem totalmente amolecidos (carboidratos mal-cozidos não são adequadamente digeridos) • Grãos/cereais: cozinhar em água (panela de pressão ou em panela aberta) até estarem adequadamente cozidos (carboidratos mal-cozidos não são adequadamente digeridos) • Ovos: devem ser cozidos em água por 10 -15 minutos • Não adicionar óleo no cozimento • Ervas aromáticas podem ser adicionadas durante o cozimento (ver aula sobre temperos permitidos) • Não colocar sal durante o cozimento 26 Passo 4: Organizar • Coloque numa mesa os recipientes com todos os ingredientes que serão utilizados na receita • Os alimentos devem estar cozidos, picados e em recipientes diferentes • Não esqueça dos óleos, suplementos e demais ingredientes que serão usados Passo 5: Montar as porções diárias • Você precisará obrigatoriamente usar uma balança de cozinha para fazer as porções • Coloque um recipiente vazio sobre a balança, tare a balança e comece a pesar cada ingrediente de acordo com o que consta na receita • Após pesar, adicione cada ingrediente num outro recipiente ou saco plástico tipo zip lock, onde todos os ingredientes serão misturados e depois levados para armazenamento na geladeira ou freezer D) Como armazenar as porções de alimentação natural? • As porções diárias já pesadas e embaladas deverão ser armazenadas da seguinte forma: • Geladeira (1 a 7 graus): por até 3 dias • Freezer (-18 a -25 graus): por até 4 meses • Importante: Etiquete cada embalagem como o nome da receita e a data da preparação ao colocar no freezer 27 E) Como oferecer a alimentação natural ao seu cão? • O recipiente ou pacote com os alimentos deverá ser retirado do freezer no dia anterior ao uso e deixado dentro da geladeira para descongelar • Não deixar os alimentos em temperatura ambiente para descongelar – risco de estragar • Evitar descongelar no micro-ondas – perdas de nutrientes • Na hora de servir o alimento poderá ser aquecido por alguns segundos em micro-ondas ou adicionar um pouco de água morna – liberação de aroma – estimula consumo • Deixar os alimentos por no máximo 20 minutos para o pet consumir. Após isso, descartar ou guardar as sobras em geladeira até a próxima refeição A) O uso de conservantes sintéticos nas rações são tóxicos e/ou cancerígenos? O uso de antioxidantes, amplamente conhecidos como conservantes, são importantes para manter a gordura dietética e outros nutrientes estáveis durante o estoque. Sem esses antioxidantes as gorduras do alimento poderiam ser oxidadas ou se tornariam rançosas e o seu valor nutricional seria destruído. Gordura rançosa apresenta odor e sabor desagradáveis e inclui compostos tóxicos quando consumidos. Preocupações foram expostas sobre o uso de antioxidantes sintéticos, sugerindo que eles poderiam ser tóxicos ou carcinogênicos. A toxicidade de qualquer composto está MITOS E FATOS SOBRE RAÇÃO E ALIMENTAÇÃO NATURAL 28 relacionada à dose a ao tempo de exposição. Para os antioxidantes sintéticos, BHA e BHT, por exemplo, uma dose extremamente alta poderia causar efeitos adversos, porém dentro das doses indicadas peloMinistério da Agricultura os antioxidantes são seguros para consumo (MAPA, 2010), não havendo nenhum estudo que comprove seu efeito cancerígeno. B) A alimentação natural é uma opção mais saudável que a ração? Como citado anteriormente a alimentação natural pode trazer inúmeros benefícios, porém em 2011 a Associação Mundial Veterinária de Pequenos Animais publicou diretrizes para a avaliação nutricional, indicou uma lista de fatores de risco relacionados à nutrição, entre eles encontra-se a alimentação feita com dietas não convencionais (ex.: AN crua, AN cozida, vegetariana) (WSAVA, 2011). A grande maioria dos riscos relacionados à alimentação natural decorre-se do uso de dietas não corretamente formuladas ou com pouco cuidado no preparo pelos tutores, sem o correto cozimento do alimento ou pela não adição de suplemento mineral e vitamínico. C) Pode-se mesclar alimentos caseiros com a ração? O fornecimento de alimentação natural associado à uma dieta a base de ração é conhecida como Mix FEEDING. Quando a receita de AN for completa, balanceada e suplementada ela pode compor a alimentação diária do cão em qualquer proporção junto com a ração (ex. 50% das calorias vindas da AN e 50% da ração). Entretanto, caso os alimentos incluídos na ração não sejam balanceados (ex. carnes, legumes ou frutas, adicionados de forma aleatória somente para incrementar a ração), esses alimentos devem ser adicionados de forma limitada, de forma a fornecer até 10% das calorias necessárias ao cão, por dia (FASCETTI & DELANEY, 2012). Quantidades superiores a isso podem gerar desbalanços nutricionais que podem trazer prejuízo à saúde do pet. 29 D) E em relação aos custos? Em geral, a alimentação natural tende a apresentar custo mais elevado quando comparada a ração. Além dos ingredientes caseiros é imprescindível a adição de suplemento mineral e vitamínico que eleva o valor final da alimentação E) A alimentação natural previne o aparecimento de doenças e aumenta a longevidade? Tutores e veterinários têm atribuído diversos benefícios ao uso da AN como por exemplo: melhora da imunidade, redução de alergias, melhora da pelagem, manutenção do peso, redução da possibilidade de câncer, doenças do sistema urinário, aumento da longevidade, da vitalidade, da disposição e da qualidade de vida, entre outras. Entretanto, ainda faltam estudos científicos que comprovem estes benefícios, que acabam sendo muito mais percepções e especulações do que propriamente comprovações científicas. Essa ausência de comprovação científica também ocorre porque o advento da alimentação natural é ainda relativamente recente em nosso meio quando comparada ao uso das rações, e esses tipos de estudos demandam tempo para serem realizados. Mas não podemos ignorar que uma alimentação composta de excelentes ingredientes proteicos, legumes, carboidratos, fibras, óleos, ervas e outros superalimentos pode oferecer muitos nutrientes e ser muito saudável para os pets desde que sejam bem balanceadas. F) É necessário adicionar sal na Alimentação Natural? Qual sal devo usar? O sal deverá ser adicionado em uma receita de AN se os ingredientes que compõe a receita não fornecerem as quantidades suficientes de algum desses minerais: Sódio, Cloro, Potássio ou Iodo. Nesses casos, o tipo de sal e a quantidade diária a ser usada deverá constar na receita elaborada pelo Nutricionista, já que o tutor não tem como saber dessa informação se não for orientado. O sal nas receitas de AN para cães servem, basicamente, para completar a 30 necessidade desses minerais, e não para “temperar”. Temos que lembrar que o sentido mais pronunciado dos cães é o olfato e não o paladar, enquanto para nós humanos é o paladar. Por isso, que para nós humanos uma comida sem sal fica sem gosto, porém a percepção de sabor é diferente para os cães. O tipo de sal a ser usado vai depender dos minerais que estão em falta. Se estiver faltando apenas sódio e/ou cloro, qualquer sal serve, pois todos contém teores altos desses nutrientes. Se faltar também Iodo, aí precisa ser um sal iodado. E se faltar potássio, precisa ser o sal light, que é o único que contém esse mineral. Usar sal do Himalaia não faz nenhuma diferença em relação ao uso do sal refinado, pois os teores de outros minerais que o sal do Himalaia contém equivalem a menos de 1% de sua composição, e os teores de sódio e cloro são idênticos ao do sal refinado. G) É necessário usar óleo nas receitas de AN? Azeite de oliva e óleo de coco são as melhores opções de gorduras para cães? Quando falamos em gorduras, normalmente o que nos vêm à cabeça são situações relacionadas a seus malefícios, como excesso calórico e sobrepeso. Mas, o que muita gente ignora, é que as gorduras e os ácidos graxos contidos nelas desempenham funções estruturais e metabólicas que são essenciais para o funcionamento adequado do organismo. Além de serem uma excelente fonte de energia, apresentam outras diversas funções, como por exemplo, atuando no controle da temperatura corporal, na absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), na produção de hormônios e de outras substâncias, na composição das membranas celulares, além de fazerem parte da estrutura de tecidos e órgãos do corpo. Com a popularização do uso de alimentação natural para cães e gatos, assim como da maior humanização da forma em que nos relacionamos com esses animais, vemos muitos alimentos preconizados como saudáveis para nós, humanos, como o azeite e o óleo de coco, sendo incluídos na alimentação dos pets em substituição a outras gorduras, objetivando-se os mesmos benefícios. 31 O primeiro ponto que devemos considerar é que, por mais que muitas pessoas tratem os pets como filhos, eles ainda continuam sendo pets. E devemos lembrar que cada espécie tem suas particularidades fisiológicas e metabólicas, que acabam culminando em diferentes necessidades nutricionais. Simplesmente não podemos transpor conceitos da nutrição humana para cães e gatos como se essas espécies fossem todas fisiologicamente semelhantes. No que se refere à questão das gorduras, devemos considerar quando falamos de nutrição humana, é que a nossa espécie pode desenvolver inúmeras doenças decorrentes do consumo de gorduras trans ou de gorduras saturadas ou insaturadas em excesso, como as doenças coronarianas, aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, hipertensão e AVC (acidente vascular cerebral). Entretanto, cães e gatos não desenvolvem tipicamente essas doenças cardiovasculares que afetam os humanos. Por existirem diferenças tão marcantes na fisiopatogenia das doenças cardíacas entre humanos e pets, temos que considerar que os alimentos que atuariam no combate às doenças cardiovasculares em humanos não necessariamente teriam algum efeito benéfico para a prevenção de doenças em cães e gatos. Para nós humanos, assim como para cães e gatos, existem alguns ácidos graxos poli-insaturados que não são produzidos pelo organismo, e por isso necessitam ser ingeridos via dieta (NRC, 2006). São eles o ácido linoleico, um ácido graxo da família ômega 6 e presente em óleos vegetais como o de soja, milho, canola, girassol, prímula e em castanhas, e o ácido alfa-linolênico, um ácido graxo da família ômega 3 e presente em óleos vegetais como de linhaça, canola, soja e também encontrado, em menores quantidades, em cereais e leguminosas como arroz, feijão, ervilha, aveia, soja e em verduras verde-escuras. 32 O óleo de coco se tornou um queridinho da nutrição humana na última década, devido a diversos benefícios. Esse óleo possui várias características únicas que podem ser responsáveis por esses benefícios para a saúde, a principal delas é conter quase 50% de ácidos graxos de cadeia média (MCFA), que são convertidos em corpos cetônicos, que atravessam a barreira hematoencefálica e fornecem energia para o cérebro. Além disso, os MCFA são oxidados mais eficientemente, se depositando menos em tecido adiposo e aumentando a termogênese induzida pela dieta e o gasto de energia quando comparados aos ácidos graxos de cadeia longa(LCFA). Outro ponto, é que os MCFA têm menos calorias por grama em comparação com os ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), sugerindo efeitos benéficos sobre perda de peso. E mais que isso, o óleo de coco apresenta outros compostos como polifenóis, antioxidantes, vitaminas E, esteróis e fosfolipídios, que também são relacionados aos efeitos benéficos de saúde relatados (JAYAWARDENA et al., 2021) Em cães e gatos, existem pucos estudos que avaliaram o óleo de coco ou os triglicerídeos de cadeia média (TCMs) purificados e efeitos benéficos tem sido constatado no que se refere principalmente ao tratamento da epilepsia idiopática (HAN et al., 2021), enquanto que efeitos relacionados a perda de peso e outros parâmetros metabólicos ainda não foram suficientemente comprovados (FLOERCHINGER et al., 2015; FRAGUA et al., 2015). Ainda assim, todos os estudos que incluíram óleo de coco na composição das dietas experimentais garantiam também o fornecimento dos ácidos graxos essenciais via suplementação com outros óleos vegetais poliinsaturados. Já o azeite de oliva extravirgem é um ingrediente típico da dieta mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis do mundo, e é utilizado pela população há muitos milênios. Os principais componentes do azeite de oliva são os ácidos graxos livres (principalmente os ácidos palmítico, palmitoleico, esteárico, oleico, linoleico e o alfa-linolênico), os triglicerídeos, os acilgliceróis e outras substâncias como os tocoferóis, fitoesteróis, compostos fenólicos (oleuropeína), pigmentos, entre outros (JIMÉNEZ-SÁNCHEZ et al., 2022). Essa associação do ácido oleico com as outras substâncias 33 são reconhecidamente as maiores responsáveis pelos efeitos benéficos atribuídos ao uso contínuo do azeite de oliva, como os efeitos anti-inflamatórios, anticoagulantes, vasodilatadores, anti- câncer, anti-diabetes, da redução de doenças neurodegenerativas, entre outras. Assim, pode-se concluir que o consumo de azeite é benéfico para a saúde humana, desde que na dieta sejam atendidos os teores de ácidos graxos essenciais. No entanto, estudos em cães ou em gatos que tenham avaliado potenciais benefícios ou riscos do consumo do azeite em relação a outros óleos vegetais ou animais ainda são raros, de forma que ainda sabemos muito pouco ou quase nada sobre seu uso nessas espécies. Na tabela abaixo podemos notar que os óleos de cártamo, girassol, noz, milho, soja, semente de algodão possuem mais de 50% de sua composição em ácido linoleico, enquanto o óleo de linhaça é o mais rico em ácido alfa-linolênico, seguido pelo óleo de soja e de noz. Entretanto, o azeite de oliva e o óleo de coco são extremamente pobres em ambos os ácidos graxos essenciais. 34 Por tudo isso, podemos concluir que o uso indiscriminado de azeite de oliva e óleo de coco na dieta de cães e gatos saudáveis ou com doenças não deve ser realizado, principalmente considerando que são fontes de gordura pobres em ácidos graxos essenciais e cujos efeitos metabólicos nessas espécies ainda não foram suficientemente estudados. E mais que isso, não se deve substituir outras fontes de gordura por esses óleos sem orientação de um médico veterinário ou zootecnista com conhecimentos em nutrição de cães e gatos, sob o risco de trazer alterações metabólicas decorrentes da deficiência de ácidos graxos essenciais, prejudicando o funcionamento adequado do organismo. CONCLUSÕES Tanto a alimentação natural quanto as rações podem ser benéficas para a saúde do animal desde que sejam bem formuladas e de qualidade. Não há uma única opção de dieta que seja a melhor para todos os cães, visto que cada uma tem suas vantagens e limitações. O importante é conversar com Nutricionista ou Nutrólogo de confiança para que a escolha da dieta seja individual, baseado nas necessidades do animal e nas possibilidades do tutor. Via de regra o mais importante é fornecer uma dieta completa, balanceada e de boa qualidade, independentemente de ser em forma de ração ou alimentação caseira. 35 AAFCO (Association of American Feed Control Officials), 2022. Axelsson, E., Ratnakumar, A., Arendt, ML. et al. The genomic signature of dog domestication reveals adaptation to a starch-rich diet. Nature 495, 360–364 (2013). Beloshapka, A. N. et al. Comparison of fecal microbial communities of healthy adult dogs fed raw meat-based or extruded diets using 454 pyrosequencing. J. Anim. Sci., v. 89, p. 284, 2011. Briens, J. F.; Marina Subramaniam, Alyssa Kilgour, Matthew E. Loewen, Kaushik M. Desai, Jennifer L. Adolphe, Kyla M. Zatti, Murray D. Drew, Lynn P. Weber. Glycemic, insulinemic and methylglyoxal postprandial responses to starches alone or in whole diets in dogs versus cats: Relating the concept of glycemic index to metabolic responses and gene expression, Comparative Biochemistry and Physiology Part A: Molecular & Integrative Physiology, Volume 257, 2021. Buff, p.r.; R. A. Carter, J. E. Bauer, J. H. Kersey. Natural pet food: A review of natural diets and their impact on canine and feline physiology, Journal of Animal Science, Volume 92, Issue 9, Pages 3781–3791, 2014. Carciofi, A. C., Takakura, F. S., de-Oliveira, L. D., Teshima, E., Jeremias, J. T., Brunetto, M. A., & Prada, F. Effects of six carbohydrate sources on dog diet digestibility and post-prandial glucose and insulin response. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 92(3), 326–336, 2008. Davies, R. H., Lawes, J. R., & Wales, A. D. Raw diets for dogs and cats: a review, with particular reference to microbiological hazards. Journal of Small Animal Practice, v. 60, p. 329–339, 2019. Fascetti, A. J., & Delaney, S. J. (Eds.). Applied veterinary clinical nutrition (No. V628 FASa). Wiley-Blackwell, 2012. FEDIAF (Federação Europeia da Indústria de Alimentos para Animais de Estimação), 2021. Disponível em: https://europeanpetfood.org/wp- content/uploads/2022/03/Updated-Nutritional-Guidelines.pdf 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://europeanpetfood.org/wp-content/uploads/2022/03/Updated-Nutritional-Guidelines.pdf Ioerchinger, A. M., Jackson, M. I., Jewell, D. E., MacLeay, J. M., Paetau-Robinson, I.& Hahn, K. A. Effect of feeding a weight loss food beyond a caloric restriction period on body composition and resistance to weight gain in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, 247(4), 375–384, 2015. Fragua, V.; Barroeta, A. C.; Manzanilla, E. G.; Codony, R.; Villaverde, C. Evaluation of the use of esterified fatty acid oils enriched in medium-chain fatty acids in weight loss diets for dogs. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, 99, 48–59, 2015. França, J. Alimentos convencionais versus naturais para cães adultos. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. 93 p.; 2009. Fredriksson-Ahomaa, M.; Heikkilä, T.; Pernu, N.; Kovanen, S.; Hielm-Björkman, A.; Kivistö, R. Raw Meat-Based Diets in Dogs and Cats. Vet. Sci., 4, 33, 2017. Freeman, L. M., Chandler, M. L., Hamper, B. A., & Weeth, L. P. Current knowledge about the risks and benefits of raw meat–based diets for dogs and cats. Journal of the American Veterinary Medical Association, 243(11), 1549–1558, 2013. Han, F. Y., Conboy‐Schmidt, L., Rybachuk, G., Volk, H. A.,Zanghi, B., Pan, Y. & Borges, K. Dietary medium chain triglycerides for management of epilepsy: New data from human, dog, and rodent studies . Epilepsia, 62 (8),1790-1806, 2021. Heinze, c. R.; Gomez, f. C.; Freeman, l. M. Assessment of commercial diets and recipes for home-prepared diets recommended for dogs with cancer. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 241, n. 11, p. 1453–1460, 2012. Hemida MBM, Salin S, Vuori KA, Moore R, Anturaniemi J, Rosendahl S, Barrouin- Melo SM, Hielm-Björkman A. Puppyhood diet as a factor in the development of owner-reported allergy/atopy skin signs in adult dogs in Finland. J Vet Intern Med. Sep;35(5):2374-2383, 2021. Jayawardena, R., Swarnamali, H., Ranasinghe, P., & Misra, A. Health effects of coconut oil: Summary of evidence from systematic reviews andmeta-analysis of interventional studies. Diabetes & Metabolic Syndrome: Clinical Research & Reviews, 15(2), 549–555, 2021. Jiménez-Sánchez, A., Martínez-Ortega, A. J., Remón-Ruiz, P. J. , Piñar-Gutiérrez, A., Pereira-Cunill, J. L. & García-Luna, P. P. Therapeutic Properties and Use of Extra Virgin Olive Oil in Clinical Nutrition: A Narrative Review and Literature Update. Nutrients. 14, 1440, 2022. 37 Joffe DJ, Schlesinger DP. Preliminary assessment of the risk of Salmonella infection in dogs fed raw chicken diets. Can Vet J; 43: 441–442, 2002. ohnson, L. N., Linder, D. E., Heinze, C. R., Kehs, R. L., & Freeman, L. M. Evaluation of owner experiences and adherence to home-cooked diet recipes for dogs. Journal of Small Animal Practice, 57(1), 23–27, 2016. Kaur, N., Chugh, V., & Gupta, A. K. Essential fatty acids as functional components of foods- a review. Journal of Food Science and Technology, 51(10), 2289–2303, 2012. Kerr, K. R; B. M. Vester Boler, C. L. Morris, K. J. Liu, K. S. Swanson, Apparent total tract energy and macronutrient digestibility and fecal fermentative end- product concentrations of domestic cats fed extruded, raw beef-based, and cooked beef-based diets, Journal of Animal Science, Volume 90, Issue 2, , Pages 515–522, February 2012. Kim, J. et al. Differences in the gut microbiota of dogs (Canis lúpus familiaris) fed a natural diet or a comercial feed revealed by the Illumina MiSeq platform. Gut Pathogens, v. 9, n. 1, p. 1-11, 2017. Larsen, J. A.; Parks, E. M.; Heinze, C. R.; Fascetti, A. J. Evaluation of recipes for home-prepared diets for dogs and cats with chronic kidney disease. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 240, n. 5, p. 532– 538, 2012. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). BRASIL. Instrução Normativa nº 42, de 16 de dezembro de 2010. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília. National Research Council. Nutrient Requirements of Dogs and Cats. Washington, DC: National Academies Press. 2006. Oliveira, M. C. C., Brunetto, M. A., da Silva, F. L., Jeremias, J. T., Tortola, L., Gomes, M. O. S., & Carciofi, A. C. Evaluation of the owner’s perception in the use of homemade diets for the nutritional management of dogs. Journal of Nutritional Science, vol. 3, e23, p. 1-5, 2014. Pedrinelli, V., Zafalon, R.V.A., Rodrigues, R.B.A. et al. Concentrations of macronutrients, minerals and heavy metals in home-prepared diets for adult dogs and cats. Sci Rep 9, 13058, 2019. Remillard, R. L. Homemade Diets: Attributes, Pitfalls, and a Call for Action. Topics in Companion Animal Medicine, 23(3), 137–142, (2008). 38 Sandri, M. e al. Raw meat-based diet influences faecal microbiome and end products of fermentation in healthy dogs. BMC Veterinary Research, v. 13, n. 1, p. 1-11, 2016. Sharma, K., Paradakar, M. The melamine adulteration scandal. Food Sec. 2, 97– 107, 2010. Stockman, J., Fascetti, A. J., Kass, P. H., & Larsen, J. A. Evaluation of recipes of home-prepared maintenance diets for dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, 242(11), 1500–1505, 2013. Streiff, E. L., Zwischenberger, B., Butterwick, R. F., Wagner, E., Iben, C., & Bauer, J. E. A Comparison of the Nutritional Adequacy of Home-Prepared and Commercial Diets for Dogs. The Journal of Nutrition, 132(6), 1698S–1700S, 2002. Van Bree, F. P. J., Bokken, G. C. A. M., Mineur, R., Franssen, F., Opsteegh, M., van der Giessen, J. W. B. Overgaauw, P. A. M. Zoonotic bacteria and parasites found in raw meat-based diets for cats and dogs. Veterinary Record, 182(2), 50–50, 2018. WSAVA Nutritional Assessment Guidelines Task Force Members, et al. "WSAVA nutritional assessment guidelines." Journal of Small Animal Practice 52.7: 385- 396, 2011. 39 Médica Veterinária formada pela UNESP de Jaboticabal (2002) Mestrado (2005) e Doutorado (2009) na área de Nutrição de Cães e Gatos pela UNESP de Jaboticabal. Realizou estágio de doutoramento na Universidade LMU, Munique/Alemanha (2007) Trabalhou nas duas principais indústrias multinacionais de alimentos para cães e gatos no mundo, a Royal Canin do Brasil e a Nestlé Purina América Latina. Foi docente no curso de Graduação e Mestrado da Universidade de Santo Amaro (UNISA) entre 2012 e 2015 Desde 2020 é docente da Pós-graduação em Nutrição de Cães e gatos do Qualittas Há mais de 10 anos é membro do Comitê Técnico do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal Pet (CBNA PET). É colunista fixa na seção de Pet Food da Revista Cães & Gatos desde abril de 2019 É autora e coautora de diversos artigos científicos nacionais e internacionais, textos, resumos e livros sobre nutrição animal, e é palestrante em eventos nacionais e internacionais Em 2018 Fundou a NaturaliaPet, uma empresa que presta consultoria para empresas na área de pet food. Também realiza atendimento especializado em Nutrologia Clínica de Cães e Gatos, Atualmente exerce o cargo de Food Innovation Specialist Senior na empresa Petfive Brands, totalizando mais de 20 anos de experiência na área. SOBRE A AUTORA: 40 PROFA. DRA. LUCIANA D. DE OLIVEIRA PROFA. DRA. MANUELA MARQUES FISCHER Médica Veterinária formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2008) Mestrado com foco em nutrição de cães e gatos na UFRGS com período na UNESP - Jaboticabal Doutorado na mesma área pela UFRGS Pesquisadora visitante durante o doutorado na Universidade da Califórnia, UCDavis Recebeu prêmio de pesquisa em 2016, ficando em primeiro lugar da América Latina na Competição Jovem Cientista da empresa Alltech. Foi docente no curso de Graduação em Medicina Veterinária da UNIRITTER ministrando as disciplinas de Nutrição Animal e Bioquímica entre 2016 e 2018. Membro do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal Pet (CBNA PET). Palestrante em mais de 60 eventos de Medicina Veterinária desde 2010 ATUAÇÃO PROFISSIONAL ATUAL: Atende em clínica veterinária como nutróloga desde 2011. Responsável técnica de empresa de Alimentação Natural desde 2014 – PetPapá É mentora e professora do curso de Pós-graduação em Nutrição de Cães e Gatos da Faculdade Qualittas desde 2015 Embaixadora MARS Petcare desde 2017 Representante e consultora da INOVET desde 2020 Consultora de empresas nacionais e internacionais, auxiliando na área de registro de estabelecimento e de produto no Ministério da Agricultura e outros assuntos regulatórios. SOBRE A AUTORA: 41 MAIS INFORMAÇÕES TUDO QUE VOCÊ VAI APRENDER: VAGAS ABERTAS POR TEMPO LIMITADO! NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE CÃES ADULTOS, IDOSOS E FILHOTES CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DOS INGREDIENTES MAIS USADOS EM AN (PROTEINAS, CARBOIDRATOS, LEGUMES, VERDURAS, GORDURAS) A IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINAS E MINERAIS ESCOLHA DE INGREDIENTES, PREPARO, ARMAZENAMENTO DA AN NUTRACÊUTICOS E ALIMENTOS FUNCIONAIS MITOS E FATOS SOBRE NUTRIÇÃO DE PETS ALIMENTOS E INGREDIENTES PERMITIDOS E PROIBIDOS PARA CÃES E GATOS COMO DEVE SER FORMULADA AS RECEITAS DE AN COMO CALCULAR A QUANTIDADE DIÁRIA DE ALIMENTOS AULA BÔNUS 1 – 10 RECEITAS DE AN AO TOTAL, SENDO 6 PARA ADULTOS (INCLUINDO 1 LIGHT E 1 PARA CÃES SENSÍVEIS), 2 PARA IDOSOS E 2 PRA FILHOTES AULA BÔNUS 2 – 2 RECEITAS DE PETISCOS COM O MODO DE PREPARO AULA BÔNUS 3 – AULA GRAVADA EM COZINHA GOURMET ENSINANDO COMO PREPARAR A AN DO SEU CÃO, PASSO A PASSO E muito mais! São um total de 24h de Curso 100% on-line! Ficará disponível durante 1 ano! ALIMENTAÇÃO NATURAL PARA CÃES Curso para tutores, profissionais, estudantes e para quem mais tiver interesse no assunto!!! https://pages.veterinarianutricionista.com.br/anparacaes https://pages.veterinarianutricionista.com.br/anparacaes VOCÊ ACABOU DE GANHAR UM DESCONTO DE: NO CURSO DE ALIMENTAÇÃO NATURAL PARA CÃES CUPOM: PROMOAN30 INSCREVA-SE https://pages.veterinarianutricionista.com.br/anparacaes https://pages.veterinarianutricionista.com.br/anparacaes
Compartilhar