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UNIVERSIDAEDE ESTÁCIO DE SÁ 2018 ENFERMAGEM EM of. Alexander Ramalho e-mail: agaramalho@hotmail.com TRANSTORNOS DE HUMOR HUMOR: é um tom emocional persistente, percebido ao longo de uma linha contínua normal de triste a alegre. Estado emocional interno mais constante de uma pessoa. Os transtornos do humor são caracterizados por sentimentos anormais de depressão e euforia (...). Dividem-se em transtornos bipolares e depressivos (KAPLAN & SADOCK). Afeto: expressão externa e mutável do conteúdo emocional de uma pessoa. Transtornos do Humor: 65% respondem aos psicofármacos; 85% respondem aos psicofármacos + psicoterapia. CLASSIFICAÇÃO: A classificação dos transtornos do humor começou a ser delineada quando em 1899 Emil Kraepelin dividiu as doenças mentais em demência precoce (atualmente esquizofrenia) e PMD (atualmente TAB – Transtorno Afetivo Bipolar). A CID – 10 divide os transtornos mentais nas seguintes categorias: Transtorno depressivo maior – depressão unipolar. Transtorno bipolar I – episódios maníacos ou depressivos e maníacos. Transtorno bipolar II – episódios depressivos maiores com hipomania. 1) TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR OU PSICOSE MANÍACO DEPRESSIVA (TAB OU PMD) O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), também conhecido como Transtorno Bipolar do Humor (TBH) ou, antigamente, Psicose Maníaca Depressiva (PMD), é uma doença relacionada ao humor ou afeto. O TAB se caracteriza por alterações do humor, com episódios depressivos e maníacos ao longo da vida. É uma doença crônica, grave e de distribuição universal, acometendo cerca de 1,5% das pessoas em todo o mundo. Os distúrbios bipolares podem ser classificados como maníacos (limitado a episódios apenas maníacos), deprimidos (história de episódios maníacos com um episódio depressivo atual) ou misto (episódios maníacos e depressivos). Ciclagem rápida: 48 -72 horas. Características: • É uma alteração do humor na qual o paciente se encontra basicamente em estado de hiperatividade. • Ficar agitado, falante, sem sono, irritado, briguento ou bem humorado. • Falar alto e muito, discute, achar motivos para criar caso, implicar, desafiar. • O apetite pode aumentar ou diminuir. • A Libido geralmente aumenta. • A pessoa acha que sabe tudo, pode tudo, consegue tudo, nada é problema, gasta quantidades imensas de dinheiro. •Nem todas as fases precisam ser iguais. Existem fases chamadas hipomaníacas, onde todos esses sintomas são muito mais fracos. Nestas fases hipomaníacas geralmente a pessoa até aumenta sua produtividade e não perde a crítica. •Pode ter vivências religiosas de ser poderoso e messiânico (diferente das vivências religiosas da Esquizofrenia). •Alguns pacientes vivem por muitos anos em Hipomania, sem maiores complicações. •Pode aparecer em ambos os sexos, com idade mais freqüente entre os 20 e os 50 anos. •Quando ela passa geralmente não deixa seqüelas. •O paciente se lembra de tudo e às vezes até acha graça (quando o estrago financeiro e familiar não foi muito grande...). •De qualquer forma, tudo volta ao normal. Não deixa seqüela na memória, concentração, crítica, produtividade, inteligência, etc. Transtorno de humor – neurotransmissores envolvidos são a noradrenalina e a serotonina. No DSM.IV são classificados 2 tipos de TBH. O Tipo I, onde a maioria dos episódios de alteração do humor é do tipo euforia e o Tipo II, ao contrário, ou seja, a maioria dos Episódios é depressiva. Episódio depressivo recorrente ___________ Transtorno depressivo recorrente ____________ _ Transtorno Bipolar do humor – tipo I _____________ _____________ Transtorno Bipolar do humor – tipo II Causas: É uma das doenças da Psiquiatria com mais fatores genéticos e menos fatores psicológicos, emocionais, educacionais e ambientais. A probabilidade é cada vez maior no caso dela ocorrer em um dos pais (25%), em ambos (50/75%), em irmão, em gêmeo e em gêmeo univitelino. Para os leigos "Mania" quer dizer repetição de hábitos ou atitudes. Para a medicina, Mania é o quadro descrito abaixo. MANIA: Elevação anormal do humor. Caracterizada por um estado de hiperexcitação dos processos psíquicos. É um distúrbio químico cerebral. O episódio de mania ou euforia* é o sintoma mais característico do TAB e, em virtude das graves mudanças de comportamento e conduta que provoca, é o que mais resulta em internações agudas. Um grau um pouco mais leve que a mania é a hipomania, praticamente desconhecida pela maioria dos profissionais, é um estado afetivo muito confundido com a personalidade borderline, histriônica (histérica) ou anti-social. * Euforia: alegria patológica, humor morbidamente exagerado. Elação: alegria patológica com sentimento de expansão do eu. Características: 1) Elevação do humor – otimismo acentuado da auto-estima; 2) Aumento da energia – hiperatividade física e emocional; 3) Comprometimento de senso crítico e julgamento objetivo – irritabilidade; 4) Impaciência – pensamento rápido (taquipsiquia) – distraibilidade; 5) Locução rápida e muitas vezes ritmada (logorréia) – insônia; 6) Aumento da libido sexual – inquietação motora – labilidade do humor. Hipomania: A hipomania é um estado semelhante à mania, em grau mais leve, que aparece em pacientes com TAB, no início dos episódios de mania. Observa-se mudança no humor habitual para euforia ou irritabilidade, reconhecida pelas pessoas mais íntimas do paciente. Há também na hipomania, hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, libido e sexo, e impaciência. A hipomania não se apresenta com sintomas psicóticos, não precisa de internação e o prejuízo ao paciente não é tão intenso quanto no episódio de mania. 2) EPISÓDIO MANÍACO * Grandiosidade ou auto-estima inflada; * Necessidade diminuída do sono; * Fala apressada (mais loquaz); * Fuga de idéias; * Dificuldade de concentração – distratibilidade; * Agitação psicomotora – furor maníaco; * Heteroagressividade; * Envolvimento excessivo em atividades prazerosas (surtos incontidos de compras, indiscrições sexuais, investimento financeiro tolo). O humor elevado pode ser descrito como eufórico, incomumente bom, alegre ou excitado. A qualidade expansiva do humor é caracterizada por entusiasmo incessante e indiscriminado por interações interpessoais, sexuais ou profissionais. Embora o humor elevado seja considerado o sintoma modelo, a perturbação predominante do humor pode ser irritabilidade, particularmente quando os desejos da pessoa são frustrados. A instabilidade do humor (por ex., alternância entre euforia e irritabilidade) é vista com freqüência. A auto-estima inflada está presente, indo desde uma autoconfiança sem crítica até uma acentuada grandiosidade que pode alcançar proporções delirantes. Os delírios grandiosos são comuns (por ex., ter um relacionamento especial com Deus ou com alguma figura pública do mundo político, religioso ou artístico). Quase que invariavelmente, existe uma diminuição da necessidade de sono. Quando a perturbação do sono é severa, a pessoa pode passar dias sem dormir e, ainda assim, não sentir cansaço. A fala maníaca é tipicamente pressionada, alta, rápida e difícil de interromper. Os indivíduos podem falar ininterruptamente, às vezes, por horas a fio, sem consideração para com o desejo de comunicação de outras pessoas. A fala por vezes se caracteriza por trocadilhos, piadas e bobagens divertidas. O indivíduo pode tornar-se teatral, apresentando maneirismos dramáticos e cantando. Se o humor da pessoa for mais irritável do que expansivo, a fala pode ser marcada por queixas, comentários hostis ou tiradas coléricas. Os pensamentos do indivíduopodem correr, freqüentemente, a uma velocidade maior do que pode ser articulada. Com freqüência, existe fuga de idéias, evidenciadas por um fluxo de fala quase contínuo e aceleradas, com mudanças abruptas de um assunto para outro. Quando a fuga de idéias é severa, o discurso pode tornar-se desorganizado e incoerente. A distratibilidade é evidenciada por uma incapacidade de filtrar estímulos externos irrelevantes (por ex., a gravata do entrevistador, ruídos ou conversas de fundo, ou os móveis da sala). Pode haver redução da capacidade de diferenciar entre pensamentos pertinentes ao assunto e pensamentos de pouca relevância ou nitidamente irrelevantes. O aumento da atividade dirigida a objetivos freqüentemente envolve excessivo planejamento e participação de múltiplas atividades (por ex., sexuais, profissionais, políticas e religiosas). Um aumento do impulso, fantasias e comportamento sexual, em geral estão presentes. Quase que invariavelmente, existe um aumento da sociabilidade (por ex., renovar antigas amizades ou telefonar para amigos ou até mesmo estranhos a qualquer hora do dia ou da noite), sem consideração quanto à natureza intrusiva, dominadora e exigente dessas interações. Os indivíduos freqüentemente exibem agitação ou inquietação psicomotora, andando sem parar ou mantendo múltiplas conversas simultaneamente. Expansividade, otimismo injustificado, grandiosidade e fraco julgamento freqüentemente levam ao envolvimento imprudente em atividades prazerosas tais como surtos de compras, direção imprudente, investimentos financeiros tolos e comportamento sexual incomum para a pessoa. O comportamento sexual incomum pode incluir infidelidade ou encontros sexuais indiscriminados com estranhos. O comprometimento resultante da perturbação pode ser suficientemente severo para causar acentuado prejuízo no funcionamento ou para exigir a hospitalização, com o fim de proteger o indivíduo das conseqüências negativas das ações resultantes do fraco julgamento. Tratamento: Lítio Carbamazepina, Lamotrigina, Ácido Valpróico, Valproato de Sódio, Oxcarbamazepina, Gabapentina , Topiramato e alguns Neurolépticos. Não tratar preventivamente quem teve 3 ou mais fases é muito perigoso. Cada fase aumenta a probabilidade do aparecimento da seguinte em progressão geométrica. As fases podem se tornar cada vez mais freqüentes, mais intensas e mais difíceis de tratar. Aí sim, existirá um grave comprometimento das funções sociais, profissionais e familiares. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA MANIA: 1) Tratar o paciente com serenidade, respeito e bom humor; 2) Não permitir que ele domine a situação, agitando o ambiente; 3) Evitar condutas autoritárias e agressivas; 4) Remover fatores irritantes; 5) Promover ambiente tranqüilo; 6) Estabelecer e manter as funções de repouso e sono; 7) Ajudá-lo a proteger sua integridade física e moral. DISTO RESULTA: Comportamento social inadequado, provocativo ou agressivo. TRATAMENTO: psicofármacos e psicoterapia. ANTIMANÍACOS E/OU ESTABILIZADORES DO HUMOR OU EUTÍMICOS. Estabilizadores do Humor são substâncias utilizadas para a manutenção da estabilidade do humor, não sendo essencialmente antidepressivas nem sedativas. A indicação exclusiva para os Estabilizadores do Humor são os Transtornos Afetivos Bipolares e os Episódios de Mania (Euforia) ou de Hipomania. Internacionalmente reconhecem-se três substâncias capazes de desempenhar tal papel: o Lítio - Sais de Lítio (Carbolitium, Carbolim, Litiocar, Neurolithim), a Carbamazepina e o Ácido Valpróico, mais recentemente o Divalproato de Sódio. A) Principais Antimaníacos e/ou Estabilizadores do humor. Nome químico Nome comercial CARBAMAZEPINA --------------------------- Carbamazepina, Tegretard, Tegretol CARBONATO DE LITIO ----------------Carbolim, Carbolitium, Litiocar, Neurolithiun ÁCIDO VALPRÓICO ------------------------------- Depakene, Valpakine DIVALPROATO DE SÓDIO --------------------------- Depakote Sais de Lítio: Apresenta ação antimaníaca. Droga efetiva no tratamento dos episódios agudos de mania e hipomania e prevenção do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). Em média leva de 7 a 10 dias para rsponder ao tratamento. Cerca de três quartos dos clientes tratados com lítio melhoram acentuadamente. É um sal e o equilíbrio hidroeletrolítico do corpo afeta sua regulagem. Em razão do baixo índice terapêutico do lítio, níveis tóxicos podem ser alcançados rapidamente. Não se conhece ao certo o mecanismo de ação. Acredita-se que altere os níveis de neurotransmissores (aumenta serotonina e diminui noradrenalina). Alteraria também os níveis de dopamina, GABA e acetilcolina. Lítio inibe a liberação de norepinefrina e dopamina. Lítio não inibe liberação de serotonina. * Li+ bloqueia a reabsorção de água – poliúria e polidipsia; * Li+ modifica a excitabilidade do sistema de condução – arritmias. * Após a administração oral, o lítio se absorve em 4 - 6 horas e é eliminado em 95% por via renal, 5% pelo suor, saliva e fezes. * Dose Média Diária – 600 a 1800mg/dia. Dose Máxima Permitida – 2700mg/dia. * Investigação Pré-Lítio: renal, diabetes, tireóide, hipertensão, uso de diuréticos. Efeitos Colaterais: sonolência, boca seca, desconforto gastrointestinal, náuseas, vômitos, hipotensão, poliúria, ganho de peso, sonolência, constipação intestinal. SINAIS DE INTOXICAÇÃO: Níveis de lítio sérico após 1,5 mEq/l: Disartria, cólicas abdominais, diarréia persistente, náuseas e vômitos persistentes, espasmos musculares, vista turva, tontura forte, dificuldade de marcha, ataxia, zumbido nos ouvidos, fala pastosa, arritmia cardíaca, dispnéia de esforço, edema MMII, confusão mental, oligúria, anúria, aumento da sede, tremor fino das mãos, coma, arritmias, IAM, colapso cardiovascular. Danos renais, toxicidade cardíaca e desequilíbrio da tireóide são conseqüências do uso prolongado de lítio. Lítio é arritmogênico e causa vários defeitos de condução. SITUAÇÕES DE RISCO NAS QUAIS NÃO SE DEVE EMPREGAR O LÍTIO: Gravidez, Cardiopatia (lentifica a condução cardíaca), Insuficiência renal, Alterações do equilíbrio hidroeletrolítico (estimula função de hormônio antidiurético) - sudorese, diarréia, desidratação, Diabete. CUIDADO: Na ausência de recursos para se estabelecer os níveis plasmáticos de lítio é melhor não empregá-lo e substituí-lo por antidepressivos na fase depressiva e antipsicóticos na fase de mania. Depleção de sódio pode causar níveis tóxicos de lítio (ingesta de NA+ diminuída). Danos renais, toxicidade cardíaca e desequilíbrio da tireóide (suprime níveis circulantes de T3 e T4) são conseqüências do uso prolongado do lítio. *Monitorar estado cardíaco: ECG. *Iniciar hidratação venosa: equilíbrio hidroeletrolítico. *Manter cateter urinário. *Em casos mais graves, com diminuição da produção urinária e depressão do SNC: iniciar diálise peritoneal ou hemodiálise. Na alta: determinar razões da intoxicação, orientar o paciente no controle da litemia, avaliar para depressão e ideação suicida. MANEJO NA TOXICIDADE GRAVE POR LÍTIO *Avaliar rapidamente, identificar a dosagem, oferecer apoio e orientações ao paciente. *Suspender o lítio. *Verificar sinais vitais e nível de consciência. Se necessário, iniciar procedimento de estabilização: proteção de VAS e oxigenoterapia. *Obter litemia imediatamente. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS: Boca seca: promover higiene oral, oferecer balas sem açúcar, gelo e água. Sedação: solicitar prescrição médica da droga ao deitar, ou prescrição de doses menos sedativas, orientar a não exercer atividades que exijam atenção quando se sentir sedado. Náuseas: oferecer alimentação junto coma medicação. Visão turva: orientar o cliente de que este sintoma deve remitir após algumas semanas; orientar a não dirigir, promover segurança ao cliente. Constipação intestinal: aumentar ingestão de líquidos, encorajar exercícios físicos, orientar dieta rica em fibra. Retenção urinária: orientar o cliente a relatar a dificuldade de urinar, monitorar a ingestão e excreção, tentar métodos de estímulos à micção. Hipotensão ortostática, taquicardia: instruir o cliente a levantar-se lentamente, monitorar sinais vitais. Insônia, agitação: evitar alimentos com cafeína, ensinar técnicas de relaxamento. Ganho ou perda de peso: orientar para dieta. Cefaléia: administração de analgésicos. Disfunção sexual: orientar a mudança do antidepressivo. ANTICONVULSIVANTES: Usados nos casos de crise convulsiva. Gardenal (Fenobarbital), Fenitoína (Epelin, Fenital, Hidantal), Carbamazepina (Tegretol). Podem causar: sonolência acentuada, ganho ponderal, hepatotoxicidade, discrasias sanguíneas. A Carbamazepina (Tegretol) também é utilizada como estabilizador de humor em pacientes com epilepsia do lobo temporal. É útil na mania aguda e na prevenção dos episódios maníacos a longo prazo. Inibe e aumenta a atividade do neurotransmissor GABA. Provoca ageranulocitose (diminuição dos leucócitos). Efeitos: rash cutâneo, ulcerações nas mucosas, sonolência, ataxia, visão turva, hepatotoxicidade. 3) EPISÓDIO DEPRESSIVO • Humor deprimido • Perda de interesse ou prazer (desânimo – hipobulia) • Insônia ou hipersonia • Agitação ou retardo psicomotor • Fadiga ou perda de energia (sente o corpo pesado) • Concentração comprometida • Perda ou aumento do apetite • Diminuição da libido • Diminuição da resposta sexual • Pensamentos de morte ou suicídio DEPRESSÃO: O cérebro é formado por inúmeras células que se comunicam entre si através de substâncias químicas chamadas Neurotransmissores e por algum motivo eles não estão "circulando" como deveriam. Por isso a pessoa deprimida se sente sem pique, com a concentração e a memória fracas, meio "devagar" (algumas pessoas sentem na verdade agitação, ao invés de apatia) e com alguns dos outros sintomas descritos abaixo. Sintomas: Os mais comuns são desânimo, insônia, apatia, falta de alegria, de apetite (algumas pessoas tem aumento de sono e de apetite), de desejo sexual, falta de vontade ate mesmo de fazer coisas simples tipo tomar banho, assistir televisão ou ler um jornal. Ou seja, basicamente uma diminuição geral do nível de energia da pessoa, a lentificação dos processos psíquicos. • Tristeza – melancolia – choro fácil e freqüente - desânimo – fadiga - anedonia* - diminuição da auto-estima; • Impotência – angústia – desespero – desesperança - ansiedade – sentimento de medo e desconfiança; • Isolamento social – pessimismo – sentimento de culpa e inutilidade; • Fracasso e ruína – idéias de arrependimento e de culpa - interpretação distorcida da realidade; • Dificuldade de concentração – diminuição do apetite e da libido; • Insônia ou hipersonia – despertar matinal precoce. Ocorrem pensamentos pessimistas e repetitivos que não saem da cabeça. A pessoa perde o interesse por coisas que gostava de fazer ou por pessoas com as quais gostava de conviver. Parece que não consegue se concentrar numa leitura ou guardar na memória o que leu. * Incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com a vida. Problemas que antes eram resolvidos com facilidade se tornam tarefas pesadas e difíceis. Coisas que antes eram agradáveis se tornam sem graça. Alguns casos de Depressão se caracterizam por dores vagas e difusas pelo corpo ou na cabeça, com vários exames laboratoriais normais. O intestino pode ficar preso, a boca amarga, a pele envelhecida, os cabelos e as unhas fracos e sem brilho. Muitas vezes aparecem pensamentos de "dormir e não acordar mais". Algumas pessoas se sentem como se estivessem separadas do mundo por uma redoma de vidro. Outras não conseguem nem sentir alegria nem tristeza ("sensação da falta de sentimentos"). A pessoa pode ficar com "idéias fixas". As principais são as seguintes: Acha a situação financeira ruim e sem perspectiva. Se sente culpado por coisas que fez e que não fez. O passado volta carregado de auto-recriminações, de arrependimentos, de coisas erradas que fora da Depressão a pessoa nem se lembra que existiram. Durante a fase depressiva a auto-estima fica abaixo de zero. Acredita estar passando por uma doença incurável. Evidentemente nem todas as pessoas com Depressão apresentam todos esses sintomas. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA DEPRESSÃO: 1) manter observação direta e constante, 2) estabelecer e manter as funções de repouso e sono, 3) ajudar na higiene, 4) encorajar a expressão de sentimentos e pensamentos, 5) ajudá-lo a controlar sua ansiedade e medo, 6) ajudá-lo a socializar-se, estimulá-lo a ocupar-se de atividades. Causas: Existem muitas. Geralmente é uma combinação de mais de uma causa. Por exemplo: 1) Predisposição genética. 2) Ter tido depressões anteriores é um grande fator. Depressão, "quanto mais tem mais tem e quanto menos tem menos tem". Daí a importância de começar a tratar o quanto antes. 3) Predisposição da própria personalidade. Principalmente aquelas pessoas perfeccionistas e detalhistas em excesso e também aquelas "naturalmente" melancólicas de longa data, com ou sem Distimia. 4) Distúrbio Obsessivo Compulsivo. 5) Situações difíceis, desgastantes, frustrantes. 6) Perda de pessoa querida, de dinheiro, de posição profissional ou social, aposentadoria, etc. 7) Parto (Depressão Puerperal). 8) Síndrome do Pânico. 9) Experiência traumática na qual a pessoa se sentiu indefesa ou humilhada ou sem possibilidade de reação, por exemplo, assalto, seqüestro, acidentes. Esse conjunto de sintomas se chama Distúrbio de Stress Pós Traumático (a sigla desse Distúrbio é PTSD = Post Traumatic Stress Disorder, que é como se descreve nas publicações especializadas). 10) Psicose. 11) Uso ou abuso de certos medicamentos, por exemplo, Cortisona, Anfetaminas, Quimioterapia. 12) Drogas ou álcool , intoxicações. 13) Algumas doenças físicas como, por exemplo, Hepatite, Hipotireoidismo, Câncer, Pneumonia, Mononucleose, Reumatismo, Insuficiência Cardíaca, Infarto, Ponte de Safena, Asma, Insuficiência Respiratória, Apnéia Obstrutiva do Sono, Câncer, etc. 14) Dores crônicas. 15) Traumatismos cranianos. 16) Doenças cerebrais, por exemplo Acidente Vascular Cerebral ("derrame"), Insuficiência Circulatória Cerebral, Alzheimer, Arteriosclerose, Esclerose Múltipla, Parkinson, Huntington, tumores benignos e malignos, Epilepsia, Aneurismas, Enxaquecas, etc. 17) Radioterapia. 18) Anemias e Hipovitaminoses. 19) Aids. TRATAMENTO: ANTIDEPRESSIVOS Medicamentos usados para o tratamento das depressões e pânico. Estatísticas mostram que 70% das pessoas tratadas com antidepressivos têm melhora acentuadas. Os antidepressivos são drogas que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e, conseqüentemente, melhorando a psicomotricidade de maneira global. Como vimos anteriormente, são vários os fatores que contribuem para a etiologia da depressão emocional e, entre eles, destaca-se cada vez mais a importância da bioquímica cerebral. Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê à custa de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrina (NE) e da dopamina (DA). Ao bloquearem receptores 5HT2 os antidepressivos também funcionam como antienxaqueca. A ação terapêutica das drogas antidepressivas tem lugar no Sistema Límbico, o principal centro das emoções. Este efeito terapêutico é conseqüência de um aumento funcional dos neurotransmissoresna fenda sináptica, principalmente da Norepinefrina (NE) e/ou da Serotonina (5HT) e/ou da dopamina (DO), bem como alteração no número e sensibilidade dos neuroreceptores. 1 - TRICÍCLICOS (TCAS) São os mais antigos. Bloqueiam a captação neuronal da serotonina (inibitório) e da noradrenalina. Propriedades anti-histamínicas. São responsáveis pelo ganho de peso. Além do aumento do apetite pode haver retenção hídrica. De maneira geral, os indivíduos utilizando tricíclicos devem ser advertidos para evitar mudanças bruscas de postura. A ação dos ADT é aumentar a Norepinefrina (NE) e a serotonina (5HT) na fenda sináptica. Principais TRICÍCLICOS (TCAS) AMITRIPTILINA Amytril, Tryptanol CLOMIPRAMINA Anafranil IMIPRAMINA Imipra, Tofranil MAPROTILINA Ludiomil NORTRIPTILINA Pamelor Nome químico Nome comercial EFEITOS COLATERAIS: Ganho de peso, boca seca, dificuldades de acomodação visual, perspiração na cabeça e pescoço, aumento da freqüência cardíaca, hipotensão postural, retenção urinária, constipação intestinal, sedação inicial e sonolência, pode haver agravamento do glaucoma. 2 - INIBIDORES DA MONOAMINOOXIDASE (IMAO) Os chamados antidepressivos Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO) promovem o aumento da disponibilidade da serotonina através da inibição dessa enzima responsável pela degradação desse neurotransmissor intracelular. A monoaminoxidase (MAO), é uma enzima envolvida no metabolismo da serotonina e dos neurotransmissores catecolaminérgicos, tais como adrenalina, noradrenalina e dopamina. Os antidepressivos IMAOs são inibidores da MAO e, havendo uma redução na atividade MAO, produz-se um aumento da concentração destes neurotransmissores nos locais de armazenamento, em todo o SNC ou no sistema nervoso simpático. Principais (IMAOs) Nome químico Nome comercial TRANILCIPROMINA Parnate, Stelapar MOCLOBEMIDA Aurorix SELEGILINA Elepril, Jumexil IMAO: *Irreversível – Tranilcipromina (Parnate) – são mais tóxicos e necessitam de restrição dietética. *Reversível – Moclobemida (Aurorix, Mocloxin). EFEITOS COLATERAIS: Boca seca, dificuldades de acomodação visual, visão turva, micção dificultosa, cansaço e debilidade, sonolência, sensação de enjôos graves, perspiração na cabeça e pescoço, hipotensão postural, retenção urinária, constipação intestinal, pode haver agravamento do glaucoma. Reações adversas raras: erupção cutânea e edema de membros inferiores. Além destes os IMAOS podem produzir alguns sintomas no SNC como: tremores de extremidades superiores, convulsões, ataxias e crise hipertensiva que pode ocorrer quando usados com anfetaminas, vasoconstritores ou ingestão de alimentos com tiramina. Hipotensão grave, se usados com drogas anti-hipertensivas e hipoglicemia aumentada com uso concomitante de insulina ou hipoglicemiantes orais. Interagem também com alimentos contendo tiramina e com narcóticos (meperedina - demerol). Restrições Nutricionais: 1 dia antes, durante o tratamento e de 2 – 6 semanas após a terapia com IMAOS. Alimentos e Bebidas a evitar: queijos, especialmente envelhecidos ou curados, proteínas, carne de peixe fermentado ou curado, peixe na forma de pickles ou defumado, vinho branco, chocolate, iogurte, requeijão, fígado, salsicha, pimentão, salame, presunto, bebidas alcoólicas claras, abacate e aspartame, cerveja, feijão, queijo cottage, vinho branco. Drogas a evitar: descongestinantes nasais, medicamentos para a asma, anfetaminas, estimulantes, cocaína, medicamentos para alergia, narcóticos, epinefrina, estimulantes, cocaína, anfetaminas e outros IMAOS. OBS: pacientes com asma não devem fazer uso de IMAO devido à necessidade de usar adrenalina. Os IMAOS possuem potencial para uma crise hipertensiva quando alimentos contendo tiramina e certos medicamentos são tomados com essas drogas. Tiramina – aminoácido liberado das proteínas nos alimentos, quando passam por hidrólise pela fermentação, envelhecimento, colocação em vinagre, defumação e decomposição natural. É desativada pela monoaminoxidase na parede do intestino e no fígado. Quando a monoaminoxidase é inibida, a tiramina pode chegar aos terminais nervosos adrenérgicos, causando a liberação de grandes quantidades de norepinefrina e produzindo uma reação hipertensiva. MAO - enzima encontrada nas terminações nervosas, fígado e mucosa intestinal e outros órgãos. A MAO regula a degradação metabólica das catecolaminas e da serotonina nos tecidos do SNC ou periféricos. MONOAMINOXIDASE É INIBIDA PELOS IMAOS – GRANDES QUANTIDADES DE NORAPINEFRINA SÃO LIBERADAS E UMA REAÇÃO HIPERTENSIVA GRAVE PODE OCORRER. ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES DA MONOAMINOOXIDASE (IMAO) IMAO (inibe) - MAO (desativa) - TIRAMINA (desativada na parede do intestino e no fígado) - acumula nos terminais nervosos adrenérgicos - libera grande quantidade EPINEFRINA - levando ao aumento da PA – Crise Hipertensiva (interação de IMAOS + tiramina). IMAOS bloqueiam a MAO no cérebro e no resto do corpo. Ao bloquear a MAO no cérebro, menos norepinefrina é metabolizada, aumentando assim, sua disponibilidade na sinapse. A MAO inibida reduz sua atividade produzindo aumento de neurotransmissores catecolaminérgicos no SNS, não conseguindo degradar a TIRAMINA (aminoácido proveniente das proteínas dos alimentos) que se acumula no intestino e terminações nervosas ocasionando aumento da adrenalina e da pressão arterial.. TIRAMINA - aminoácido liberado das proteínas dos alimentos quando passa por hidrólise pela fermentação, envelhecimento, colocação em vinagre, defumação e decomposição natural. 3 - ISRSs: inibidores seletivos de recaptação de serotonina Promovem a neurotransmissão serotonérgica no cérebro. Não possuem efeitos colaterais anticolinérgicos, cardiovasculares e sedativos significativos. São antidepressivos de segunda geração: usados para depressão, TOC e transtornos alimentares. Geralmente não causam ganho de peso importante: Fluoxetina (Prozac, Daforin Deprax, Eufor, Fluxene, Psiquial, Verotina), Paroxetina (Aropax, Pondera, Cebrilin), Citalopran (Cipramil), Sertralina (Novativ, Zoloft, Tolrest), Fluvoxamina (luvox). 4 - ISRSn – inibidor seletivo da recaptação da serotonina e noradrenalina VENLAFAXINA (efexor), Duloxetina – cymbalta – regula serotonina (prazer e bem estar) e noroadrenalina (apetite e a libido). Principais ISRSs e ISRSn. Nome químico Nome comercial VENLAFAXINA EFEXOR, VENLIFT (serotoninérgico, noradrenérgico) REBOXETINA PROLIFT (noradrenérgico) FLUVOXAMINA LUVOX (serotoninérgico) TIANEPTINA TABLON (serotoninérgico) MIRTAZAPINA REMERON (serotoninérgico, noradrenérgico, dopaminérgico) TRAZODONA DONAREN (serotoninérgico) MIANSERINA TOLVON (serotoninérgico) MILNACIPRANO IXEL (serotoninérgico, noradrenérgico) DULOXETINA CYMBALTA (serotoninérgico, noradrenérgico) EFEITOS COLATERAIS: Diarréia, náuseas, insônia, ressecamento da boca, nervosismo, cefaléia, disfunção sexual, solonência, tonteira, sudorese e nistagmo. São de curta duração. Quase todos os Antidepressivos precisam de 3 a 6 semanas para fazer efeito. O tratamento não deve ser interrompido por não sentir melhora nos primeiros dias. Uma maneira de apressar a melhora é tratar com Antidepressivo no soro. Raramente, uma internação hospitalar curta aceleraa melhora e permite ao paciente e à sua família descansarem dessa fase ruim. DISTO RESULTA: visão desolada e pessimista do futuro, auto-isolamento. INCIDÊNCIA: 10% da população geral 15% dos pacientes hospitalizados 50 a 75% de diagnósticos de depressão em mulheres. ETIOLOGIA: desconhecida HIPÓTESES ETIOLÓGICAS: História familiar, fatores psicossociais, alterações neuroquímicas. TRANSTORNO DEPRESSIVO RECORRENTE - Humor deprimido ou perda de interesse ou prazer - Perda de peso, insônia, agitação ou retardo psicomotor - Fadiga, sentimentos de desânimo, diminuição da capacidade de raciocínio e pensamentos de morte recorrentes. As depressões podem ser classificadas como um episódio único ou recorrente. TRANSTORNOS PERSISTENTES DO HUMOR • Ciclotimia – sintomas crônicos e não episódicos. • Distimia - transtornos sub-afetivos. 1) CICLOTIMIA: Caracteriza-se por instabilidade persistente do humor (forma leve do transtorno bipolar II) com alternância de períodos distímicos ou de falta de interesse e prazer com períodos hipomaníacos. As alterações do humor são irregulares e súbitas. Aparece de 3% a 10% população Alternância de numerosos estados hipomaníacos, com numerosos episódios de distimia, durante pelo menos dois anos. - Podem ocorrer períodos intercalados de humor normal e estável; - Começa no início da vida adulta e segue um curso normal crônico; - As oscilações do humor são usualmente percebidas pelo indivíduo como não relacionadas aos eventos de vida. 2) DISTIMIA: Transtorno depressivo de natureza crônica, de menor gravidade que a depressão maior, com uma duração ininterrupta de pelo menos dois anos. Caracterizado pelo mal-humor, humor depressivo ou irritadiço, de forma crônica e diminuindo a qualidade de vida do indivíduo. O indivíduo se apresenta como sarcástico, niilista, rabugento, exigente e queixoso. Humor deprimido. Aparece de 3% a 5% na população. - Depressão do humor muito duradoura; - Começa no início da vida adulta e duram vários anos, até indefinidamente; - Os sintomas não são tão graves como em um episódio depressivo; - Os pacientes se preocupam, se queixam, dormem mal, sentem-se inadequados, mas são capazes de lidar com as tarefas básicas do dia-a-dia.
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