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SELEÇÃO DE FÓRMULAS ENTERAIS COMO SELECIONAR? Variáveis avaliadas Densidade calórica Necessidade hídrica Osmolaridade / Osmolalidade Via de acesso e método de administração Fonte e complexidade dos nutrientes Categorização das dietas enterais CÁLCULO DAS NECESSIDADE NUTRICIONAIS Considerar: Necessidades hídricas Necessidade nutricionais Digestibilidade e absorção individual Funções renal e cardiorrespiratória Densidade calórica Quantidade de calorias fornecidas por mililitro (mL) de dieta pronta. Densidade calórica Pacientes sem restrição hídrica: 1,0kcal/mL; Pacientes com restrição hídrica: 1,5 a 2,0kcal/mL. O volume da dieta a ser infundido depende de: Estado de hidratação Presença de hipertermia e perdas importante de líquidos por diarréia Vômitos Fístulas com alto débito Queimaduras graves, etc. NECESSIDADE HÍDRICA Indivíduo adulto sadio: - 25 a 40mL/kg peso/dia (Dan,2000) ou - 30 a 35mL/kg peso/dia (Krause, 2005). - - Atenção a água livre nas fórmulas prontas - Quanto ofertar a mais? Necessidade hídrica Densidade Calórica ( kcal/ ml) Conteúdo de água ( ml / litro de fórmula) de água livre (%) 0,9 a 1,2 kcal / ml (Densidade padrão) 800-860 80-86% 1,3 – 1,5 kcal/ml 760-780 76-78%* > 1,5 kcal/ml 690-710 69-71%** Obs.: quantidade de água referente a *1,5 kcal/ml e **2,0 kcal/ml A quantidade de água livre na dieta depende de sua concentração, conforme podemos observar na tabela abaixo: COMO CALCULAR A OFERTA DE LÍQUIDO DE FORMA ADEUQADA? Exemplo prático Paciente adulto de 60kg e foi prescrito 35 kcal/kg para o VET, o valor energético total foi de 2100kcal. Ao escolher a dieta, foi escolhida uma dieta com 1,2 kcal/ml cuja composição de macro e micronutrientes estava adequada ao paciente. Vamos calcular o volume de dieta necessário ao paciente no dia: 1000ml – 1200 kcal (1,2 kcal/ml) X ml -- 2100 kcal X= 1750ml de dieta ao dia Se considerarmos que essa dieta padrão tem 80-86% de água (média 83%), podemos dizer que 1452,50ml são água livre. Exemplo prático Paralelamente, é importante calcular a necessidade hídrica do paciente Adultos – recomendação 30-35ml/kg/dia 60kg x 35 ml/kg (foi escolhido em função do calor atual) → 2100ml/dia Como a necessidade hídrica é de 2100ml ao dia e a oferta de água através da dieta é de 1452,50ml, faz-se necessário a reposição hídrica de mais 650ml aproximadamente (647,5ml). É importante lembrar que deve ser considerada a hidratação venosa, caso o paciente esteja em uso da mesma! Osmolaridade e Osmolalidade Osmolaridade reflete o número de milliosmoles por litro de solução e a Osmolalidade reflete o número de milliosmoles por quilo de água. Ambos refletem a quantidade de partículas osmoticamente ativas na solução OSMOLALIDADE O estômago tolera dietas com osmolalidade mais elevadas, o que não acontece para as porções mais distais do TGI. Os nutrientes que mais afetam a osmolalidade de uma solução são: carboidratos simples (mono e dissacarídeos) minerais e eletrólitos (sódio, cloreto e potássio) proteínas hidrolisadas e aminoácidos cristalinos OSMOLALIDADE Quanto mais componentes hidrolisados estiver presente na fórmula > a osmolalidade. Categorização das fórmulas enterais segundo a osmolalidade da solução (mOsm/kg água) OSMOLALIDADE Melhor tolerância digestiva Administração lenta e gradual Dieta enteral Valores relacionados a tolerância digestiva da formulação enteral. Enquanto o estômago tolera dietas com osmolalidade mais elevada, porções mais distais do TGI já respondem melhor às formulações isosmolares. a administração lenta de dietas hiperosmolares (especialmente, com bomba de infusão) pode ter boa tolerância, mesmo nas porções pós-pilóricas NUTRIENTES QUE MAIS AFETAM OSMOLALIDADE Carboidratos simples (mono e dissacarídeos): efeito osmótico maior do que CHO de maior peso molecular (amido) Minerais e eletrólitos (sódio, cloreto, potássio): pela propriedade de dissociação em partículas menores; Proteínas hidrolisadas e os aminoácidos cristalinos Triglicerídeos de cadeia média: por serem mais solúveis do que os de cadeia longa. Quanto mais componentes hidrolisados contiver a formulação, maior será o valor da sua osmolalidade. Fonte e complexidade dos nutrientes Carboidratos: aparecem na forma de mono, di, oligo e polissacarídeos. As principais fontes nas fórmula são: frutose, glicose, sacarose, maltodextrina e amido de milho. Os oligossacarídeos apresentam como vantagem o fato de serem mais eficientemente digeridos e absorvidos pelo TGI, mesmo em condições de síndrome de má absorção; além de interferirem menos nos valores de osmolalidade. (WAITZBERG, 2002, p. 664). Fonte e complexidade dos nutrientes A lactose pode ser regularmente indicada quando em posição gástrica e em pacientes sem intolerância. Cabe destacar que a intolerância à lactose, responsável por intercorrências digestivas do tipo diarreia, desconforto pós-prandial, flatulência excessiva, distensão abdominal, é um achado muito comum na prática clínica, especialmente, em pacientes desnutridos. A lactase é uma das principais enzimas a ser prejudicada na vigência de um déficit nutricional importante, com diminuição significativa da sua produção nas bordas em escova (WAITZBERG, 2002, p. 664). Fonte e complexidade dos nutrientes Fibras alimentares: as recomendações de fibras para pacientes em TNE não são numericamente definidas e não há necessidade de serem atingidas as recomendações. As fontes de fibras mais comumente empregadas em nutrição enteral têm sido a pectina, a goma guar e o polissacarídeo da soja. Além de regularizar o trânsito intestinal, a presença de fibras na NE visa fornecer substrato energético colonócito- específico (WAITZBERG, 2002, p. 664-5). Fonte e complexidade dos nutrientes Proteínas: sua presença nas fórmulas tem a função de prover aminoácidos com o fim de promover retenção nitrogenada e consequente aumento na massa muscular. “Para que esta função ocorra eficientemente, torna-se imprescindível que haja adequado suprimento de energia, de onde surge a relação ‘calorias não proteicas para cada grama de nitrogênio’.” (WAITZBERG, 2002, p. 666-7). Fonte e complexidade dos nutrientes A melhor relação para pacientes que buscam o balanço nitrogenado positivo está ao redor de 150 kcal não proteicas para cada grama de nitrogênio (150:1, variando de 110 a 180:1) (WAITZBERG, 2002, p. 667). Fonte e complexidade dos nutrientes “Para uma pessoa saudável, recomenda-se 120 a 150:1; 200 a 220:1 para pacientes com insuficiência renal e 80 a 90:1 para indivíduos doentes em estado grave ou hipercatabólicos.” (CALIXTO-LIMA, 2010, p. 38). As fontes proteicas predominantes nas formulações enterais são a soja e a caseína, e, em menor escala, a gema de ovo e o soro de leite (WAITZBERG, 2002, p. 667). Fonte e complexidade dos nutrientes - Lipídeos: são os nutrientes de maior densidade energética. Correspondem, em geral, a 30-35% do VCT da formulação, exceto as chamadas hipolipídicas. Podem aparecer na forma intacta, como triglicerídeos de cadeia longa (TCL), ou veiculados por fontes alimentares que também carreiam os triglicerídeos de cadeias média (TCM) e curta (TCC) (WAITZBERG, 2002, p. 667). Fonte e complexidade dos nutrientes - Vitaminas e minerais: Nas carências nutricionais específicas deve-se avaliar a indicação de suplementação adicional destes, mesmo quando a formulação atinge as cotas recomendadas pelas DRIs. Fonte e complexidade dos nutrientes A maioria das dietas enterais é adequada quanto às vitaminas e minerais. Algumasformulações propositalmente são insuficientes (específicas para alguma situação clínica). No planejamento dietético, deve-se prever a necessidade ou não de realizar a suplementação destes (WAITZBERG, 2002, p. 667). obrigada
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