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09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/9 “Estudar Geografia é uma oportunidade para compreender o mundo em que se vive, na medida em que esse componente curricular aborda as ações humanas construídas nas distintas sociedades existentes nas diversas regiões do planeta. Ao mesmo tempo, a educação geográfica contribui para a formação do conceito de identidade, expresso de diferentes formas: na compreensão perceptiva da paisagem que ganha significado, à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indivíduos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros e, por isso, convictos das nossas diferenças”. (BRASIL, BNCC, 2017) Orientações curriculares para o Ensino Fundamental I ANALISAR O ENSINO DA GEOGRAFIA DENTRO DAS PROPOSIÇÕES DAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA, CONFRONTANDO AS EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM PROPOSTAS PARA OS ALUNOS COM OS RECURSOS NECESSÁRIOS E POSSIBILIDADES DE CONCRETIZÁ-LAS. AUTOR(A): PROF. MARIA DO SOCORRO TAURINO QUESTõES NORTEADORAS Como as orientações contidas nos documentos oficiais podem contribuir para a qualidade do trabalho docente? Como o professor pode utilizar essas orientações, considerando a diversidade de recursos e as condições e propósitos dentro das escolas? Quais temas são necessários e pertinentes? Que estratégias utilizar? Como realizar uma avaliação que possibilite ajustes em prol dos resultados esperados? A Geografia, como ciência responsável pelo estudo do espaço onde vive a humanidade, se insere no projeto educacional brasileiro e ocupa lugar nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As orientações contidas neste documento servem de apoio ao trabalho escolar e são fundamentais para ancorar os projetos educativos elaborados pela escola e pelos professores, daí a importância de compreender sua estrutura, tendo os objetivos inerentes às expectativas de aprendizagem, norteadores da prática docente. Neste momento de estudo, propõe-se que as orientações curriculares sejam pensadas de forma consciente, responsável e crítica. 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/9 Para fazer a leitura do mundo em que vivem, com base nas aprendizagens em Geografia, os alunos precisam ser estimulados a pensar espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. O pensamento espacial está associado ao desenvolvimento intelectual que integra conhecimentos não somente da Geografia, mas também de outras áreas (como Matemática, Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa à resolução de problemas que envolvem mudanças de escala, orientação e direção de objetos localizados na superfície terrestre, efeitos de distância, relações hierárquicas, tendências à centralização e à dispersão, efeitos da proximidade e vizinhança etc. (BRASIL, BNCC, 2017) Como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) e a atual Base Nacional Curricular Comum (BNCC) veem a geografia que ensinamos e a que precisamos ensinar Os parâmetros curriculares expressam a perspectiva do governo brasileiro em relação ao que se institui como política de estado para o campo educacional e se apresentam flexíveis, apontando caminhos e indicando possibilidades, de modo a garantir, igualmente, aprendizagem a todos os brasileiros. O estudo da Geografia permite ao aluno “[...] a compreensão de sua posição no conjunto das relações da sociedade com a natureza; como e por que suas ações, individuais ou coletivas, em relação aos valores humanos ou à natureza, têm consequências – tanto para si como para a sociedade” (BRASIL, SEF, PCN história e geografia p.113). Os conteúdos da geografia escolar, no ensino fundamental I, precisam abranger conceitos, procedimentos e valores, na busca da construção do saber, do saber fazer e do saber ser. Os PCN´s apresentam dezessete objetivos pertinentes a esses saberes que atentam para a inclusão de conteúdos relevantes e operações mentais que possibilitem ir além de processos de memorização, que propiciem estratégias cognitivas que visem a interpretação, a organização do discurso oral ou escrito, a argumentação, a justificação, a explicação e a solução de problemas. A esse respeito, baseando-se em análises realizadas pela Fundação Carlos Chagas, os PCN´s apontam problemas que foram constatados e que precisam ser ultrapassados, como o “abandono de conteúdos fundamentais da Geografia, tais como as categorias de nação, território, lugar, paisagem e até mesmo de espaço geográfico, bem como dos elementos físicos e biológicos que se encontram aí presentes”. (BRASIL, SEF, PCN história e geografia p.106 – 107) e ainda, sob o olhar do mesmo estudo, o documento chama a atenção para o fato de que “a memorização tem sido o exercício mental praticado no ensino de Geografia […] o que se avalia ao final de cada estudo é se o aluno memorizou […] e não aquilo que pôde identificar e compreender das múltiplas relações aí existentes. ”(BRASIL, SEF, PCN história e geografia p.108) A atual Base Nacional Curricular Comum (BNCC) de 2017 apresenta em sua proposta um ensino mais significativo que desenvolva o raciocínio geográfico. Ainda segundo a BNCC, esta é uma grande contribuição à aprendizagem das crianças, à medida que possibilita representar e interpretar o mundo em suas constantes transformações. Esta mobilização do pensamento espacial, em consonância com a pesquisa e análise das informações geográficas, permite aos alunos compreenderem “a diversidade e as diferenças dos grupos sociais, com base em princípios éticos”, 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/9 além de “estimular a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e resolver problemas gerados na vida cotidiana, condição fundamental para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC.” (BNCC, 2017, p.313) Apesar de o espaço ser um conceito amplo da Geografia, a BNCC coloca a necessidade de os alunos aprenderem outros conceitos, expressando aspectos diferentes do espaço geográfico, bem como: território, lugar, região, natureza e paisagem. Para tanto, a BNCC dividiu o componente Geografia em cinco unidades temáticas que destacam aspectos relacionados ao exercício da cidadania e à aplicação de conhecimentos da Geografia às situações cotidianas, sendo essas unidades: O sujeito e o seu lugar no mundo (implica noções de pertencimento e identidade); Conexões e Escalas (refere-se à articulação de diferentes espaços e escalas de análise); Mundo do Trabalho (ligado aos processos e às técnicas construtivas e ao uso de diferentes materiais produzidos pelas sociedades em diversos tempos); Formas de representação e pensamento espacial (considera a ampliação gradativa da concepção do que é um mapa e de outras formas de representação gráfica, aprendizagens que envolvem o raciocínio geográfico); Natureza, ambientes e qualidade de vida (tem em vista a unidade da geografia, articulando geografia física e geografia humana, com destaque para a discussão dos processos físico-naturais do planeta Terra). Considerando essas unidades temáticas e os objetivos apresentados pelos PCN´s, há que se ressaltar que o componente curricular de geografia deve garantir aos alunos, o desenvolvimento de competências, conforme quadro (BNCC, 2017, p. 318), COMPETêNCIAS ESPECíFICAS DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL 1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas. 2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico e entre distintas áreas do currículo escolar,reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história. 3. Desenvolver a autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocinio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem. 4. Desenvolver o pensamento espacial, exercitando a leitura e produção de representações diversas (mapas temáticos, mapas mentais, croquis e percursos) e a utilização de geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas. 5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar e propor perguntas e soluções para questões que requerem conhecimentos científicos de geografia. 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/9 6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, Habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outro tipo. 7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos democráticos, sustentáveis e solidários. Pode-se constatar a busca pela coerência entre princípios norteadores, critérios e objetivos para o ensino fundamental I, restando-nos a compreensão desta compatibilidade e a proposição de meios para concretizá-los, mesmo conscientes da diversidade encontrada nas diferentes escolas e salas de aula. A relação entre temas e estratégias cognitivas, expressa nas aprendizagens que se deseja construir No que diz respeito ao ensino da geografia, seus objetivos e as competências necessárias a serem adquiridas pelos alunos, há que se pensar em dois elementos fundamentais: a qualidade da aprendizagem, que indica como se dá a apropriação do conhecimento, ou ainda, que estratégias cognitivas são necessárias para apreendê-lo e, a temática a que se refere, ou os conteúdos ou informações necessárias para a referida aprendizagem ou à construção desse conhecimento. A partir dos objetivos e competências elencadas, pode-se perceber quais os saberes com os quais devemos nos comprometer, temos as pistas para selecionar e delimitar os conteúdos e, talvez o mais importante, temos base para selecionar os procedimentos didáticos sem os quais, as operações mentais necessárias à concretização da aprendizagem deixam de ser realizadas, pelo aluno, no nível que se pretende. Agora, começa o trabalho do professor que precisa, com base nestes grandes temas, planejar o seu trabalho, primeiro identificando e listando os objetivos ou aprendizagens que precisa mediar; segundo, em absoluta consonância com esses objetivos, indicar de forma estruturada a sequência das informações que são necessárias à aprendizagem; terceiro, identificar estratégias compatíveis e recursos disponíveis para permitir que a aprendizagem se concretize no nível requerido pelos objetivos nacionais, locais e particulares. Analisando as competências apontadas anteriormente, podemos verificar que todas elas orientam para níveis de que saem da memorização e da repetição apontando outros que darão autonomia ao aluno no seu processo construtivo. Os parâmetros sugerem que “[…] o professor pode planejar essas situações considerando a própria leitura da paisagem, a observação e a descrição, a explicação e a interação, a territorialidade e a extensão, a análise e o trabalho com a representação do espaço.” (BRASIL/MEC/SEF. PCN história e geografia, 2000, p.153) As aprendizagens retratadas nos objetivos, nos nossos planos de ensino, buscam uma qualidade que precisa ser verificada por meio da avaliação, para a qual são apresentados alguns critérios que possibilitam traduzir essa ideia. (BRASIL/MEC/SEF. PCN história e geografia, 2000, p. 136-137 e 150-151) Relacionar manifestações da sociedade e natureza presentes na vida cotidiana e na paisagem local. Comparar as características da paisagem local com outras paisagens. Representar o espaço por meio de mapas 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/9 Comparar os elementos sociais e naturais que compõem paisagens urbanas e rurais brasileiras. Identificar semelhanças e diferenças entre os modos de vida das cidades e do campo. Analisar o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e rurais e na estruturação da vida em sociedade. Utilizar procedimentos convencionais da linguagem cartográfica. Representar paisagens urbanas e rurais. Estes são exemplos de aprendizagens que, se forem constatadas no processo avaliativo, constituem indicadores para a confirmação da qualidade alcançada. ATIVIDADE Para a Base Nacional Curricular Comum, a unidade temática Mundo do Trabalho, no campo da geografia, diz respeito A. ao uso de materiais produzidos, socialmente, em diferentes períodos e espaços, bem como suas técnicas de construção. B. à análise dos processos físico-naturais que afetam, periodocamente, a superfície terrestre. C. ao exercício da cidadania a partir dos conceitos de identidade e pertencimento. D. ao desenvolvimento de competências gerais previstas, socialmente, para exercer uma profissão. 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/9 ATIVIDADE Para compreender o mundo em que vivem, os alunos, ao estudarem geografia, devem ser A. estimulados a desenvolver e utilizar o raciocínio geográfico para a solução de problemas. B. orientados a copiar mapas para efetivar o processo de alfabetização cartográfica. C. induzidos a memorizar o máximo de definições independente da compreensão dos seus significados. D. conduzidos, frequentemente, a visitar museus e apreciar a arte. ATIVIDADE Utilizar os conhecimentos geográficos no exercício da investigação e solução de problemas é competência prevista na BNCC para a A. formação dos alunos, já no ensino fundamental B. formação dos professores de geografia. C. contratação de profissionais do IBGE D. realização de pesquisas socioeconômicas. REFERÊNCIA BRASIL/MEC. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/pdf/4.4.1_BNCC-Final_CH-GE.pdf (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/pdf/4.4.1_BNCC-Final_CH-GE.pdf). Acesso em 21/04/2017 BRASIL/MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução. Secretaria de Educação Fundamental. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. BRASIL/MEC/SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia. Secretaria de Educação Fundamental. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. Para saber mais. Bibliografia complementar MAIS EDUCAÇÃO São Paulo. Documento de referência Disponível em www.maiseducaçãosãopaulo.prefeitura.sp.gov.br/download/docs/minuta_consulta_publica.pdf Acesso em 10/11/2013. SÃO PAULO. Secretaria da Educação. Coordenadoria de Gestão da Educação Básica. Orientações Curriculares do Estado de São Paulo. Ensino Fundamental : Anos iniciais. São Paulo, 2013 SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o ensino fundamental: ciclo I. São Paulo: SME / DOT, 2007 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php7/9 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/9 09/11/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/9
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