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Profa. Arannadia Barbosa Silva Médica Veterinária - UEMA M.Sc. Ciência Animal - UEMA Doutora em Ciências - FIOCRUZ DISCIPLINA: PARASITOLOGIA Protozoários Protozoários • O sub-reino Protozoa é constituído por cerca de 60.000 espécies conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante ainda vivem até hoje; destes, aproximadamente 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas algumas dezenas de espécies infectam o homem. • Os Protozoa são divididos em sete filos: Sarcomastigophora, Apicomplexa, Ciliophora, Microspora, Labyrinthomorpha, Ascetospora e Myxospora. Características gerais dos protozoários • Os protozoários englobam todos os organismos protistas, eucariotas, constituídos por uma única célula. • Apresentam as mais variadas formas, processos de alimentação, locomoção e reprodução. Para cada função existe uma organela própria • núcleo: bem definido e com envelope nuclear. Alguns protozoários têm apenas um núcleo, outros têm dois ou mais núcleos semelhantes. Os ciliados possuem 2 núcleos: macronúcleo (síntese de RNA e DNA) e e micronúcleo (envolvido na reprodução sexuada e assexuada); • aparelho de Golgi: síntese de carboidratos e condensação da secreção protéica; • retículo endoplasmático: a) liso - síntese de esteróides; • b) granuloso - síntese de proteínas; • mitocôndria: produção de energia; • cinetoplasto: uma mitocôndria especializada rica em DNA, capaz de autoduplicar • Lisossoma: permite a digestão intraceular de partículas; • Microtúbulos: forma o citoesqueleto, participam dos movimentos celulares e na composição de flagelos e cílios; • Flagelos, cílios e pseudópodos: locomoção e nutrição; • Corpo basal: base de inserção de cílios e flagelos • Citóstoma: digestão de partículas (poro permanente na membrana celular por onde entra partículas de alimento =ciliados) Para cada função existe uma organela própria Morfologia • Fase evolutiva e meio a que estejam adaptados. • Podem ser esféricos, ovais ou mesmos alongados. • Alguns são revestidos de cílios, outros possuem flagelos. • Atividade fisiológica: • Cisto: forma de resistência. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência (os cistos podem ser encontrados em tecidos ou fezes dos hospedeiros; • Dessa forma o protozoário diminui de volume, perde organelas e formam uma casca resistente – os oocistos são provenientes de reprodução sexuada. Morfologia Cisto de protozoário latência Oocisto Esporozoíto • Oocisto → fase proveniente da fase sexuada • Esporozoítos → esporulação do oocisto (infectante no ambiente) • Trofozoítos → fase infectante no hospedeiro (forma ativa do protozoário) • Gameta: é a forma sexuada, que aparece em espécies do filo Apicomplexa. – O gameta masculino é o microgameta e o feminino é o macrogameta. • Assexuada: • Divisão binária ou cissiparidade • Brotamento ou gemulação • Esquizogonia • Sexuada • Conjugação • Fecundação Reprodução Reprodução Assexuada: esquizogonia: divisão nuclear seguida de divisão do citoplasma, constituindo vários indivíduos isolados simultaneamente. esquizogonia merogonia (produz merozoítos), gametogonia (produz microgametas) esporogonia (produz esporozoitos). • Sexuada união de microgameta e macrogameta formando o zigoto, o qual pode dividir-se formando um certo número de esporozoítos. Reprodução Reprodução Infecção outras células Diferenciam gametocito Oocisto SEXUADO Cél = varia de acordo com o patógeno Ex: hemácias, intestino/ Fecundação varia de acordo com parasita EXCREÇÃO • Difusão dos metabólitos através da membrana; • expulsão dos metabólitos através de vacúolos contráteis. RESPIRAÇÃO: • aeróbicos: são os protozoários que vivem em meio rico em oxigênio; • anaeróbicos: quando vivem em ambientes pobres em oxigênio, como os parasitos do trato digestivo. LOCOMOÇÃO: • A movimentação dos protozoários é feita com auxílio de uma ou associação de organelas: – pseudópodos; flagelos; cílios; microtúbulos subpeliculares (locomoção ou deslisamento) Família Trypanosomatidae Trypanosoma spp. Leishmania spp. Filo: Sarcomastigophora Subfilo: Mastigophora Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Gênero: Leishmania Leishmaniose: é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral 20 espécies patogênicas homem Classificação das espécies de leishmânias em complexos fenotípicos (OMS,1990): Complexo “Leishmania braziliensis” Espécies pertencentes: L. braziliensis L. panamensis L. guyanensis L. peruviana Leishmaniose cutânea – novo mundo Complexo “Leishmania mexicana” Espécies pertencentes (região neotropical): L. mexicana L. amazonensis (novo mundo) L. pifanoi Complexo “Leishmania donovani” Espécies pertencentes: L. donovani (velho mundo) L. infantum L. Chagasi (novo mundo) Leishmaniose visceral Família Trypanosomatidae Leishmania spp Promastigota: Flagelo Tubo digestivo dos vetores Amastigota: Sem Flagelo Obrigatoriamente parasita intracelular obrigatório: Infecta células do sistema mononuclear fagocítico: macrófagos, neutrófilos, Estruturas arredondadas, com flagelo rudimentar não exteriorizado Formas do parasita Hospedeiros invertebrados: TRANSMISSÃO Flebotomíneos Família: Psychodidae Subfamília: Phlebotominae Gêneros: Lutzomyia e Phlebotomus Ordem Diptera Família Psychodidae Lutzomyia longipalpis Ciclo de vida de Lutzomyia longipalpis LarvaPupa Adulto Transmissão Ciclo Biológico: ASSEXUADA Leishmania MACHO FÊMEA Lesões cutâneas e ulcerosas (limitada) Forma disseminada cutânea Tropismo pelo SFM do baço, fígado, medula óssea e tecidos linfóides (calazar) Lesões nas mucosas do nariz, boca e faringe DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Reação de imunofluorescência Indireta - RIFI A Reação Intradérmica é um exame diagnóstico de grande valia na identificação de um tipo específico de infecção, podendo ser aplicado na pesquisa de infecção por variados agentes patológicos. Reação Intradérmica de Montenegro Pacientes não infectados espera-se pequena ou nenhuma reação inflamatória, sendo geralmente o teste considerado negativo se a área efetivamente sensibilizada Pacientes infectados já possuem um sistema imunológico ativo, e a reação mostra-se muito mais intensa, podendo o teste levar inclusive a pequenas ulcerações na pele. Histopatologia A infecção por Leishmania é tipicamente demonstrada pela identificação da forma amastigota do parasita no interior dos macrófagos. Isso pode ser obtido por meio de biópsias de vários tecidos ou utilizando-se aspirados de linfonodos ou medula óssea corados pelo Giemsa. As formas amastigotas, que possuem aproximadamente 2 micrômetros, podem ser encontradas livres ou dentro de macrófagos e outras células do sistema mononuclear-fagocitário. EPIDEMIOLOGIA: - Distribuição geográfica da leishmaníase cutânea e visceral no Brasil - Transmissão: Ciclo epidemiológico primitivo: Ciclo após penetração do homem no ecótopo florestal: Distribuição geográfica da leishmaníase cutânea e visceral no Brasil TRATAMENTO: -Antimoniais pentavalentes (antimoniato de meglumine) (enzimas de são inibidas pelo antimonio) -Pentamidinas (impedir a fosforilação oxidativa impedindo a biosintese de RNA e DNA) -Anfotericina B (leishmanicida) -Alopurinol (leishmaniostática - inibidores enzimáticos) Prognósticopara leishmaníase visceral: é mau em pacientes não tratados (mortalidade de 75 a 85% entre crianças e de 90 a 95% entre adultos). CONTROLE: -Eliminação de insetos vetores -Construção de casas distantes da orla florestal -Telagem das casas, uso de mosquiteiros -Tratamento dos doentes -Diagnóstico e tratamento dos animais domésticos Família Trypanosomatidae Trypanosoma spp. A Doença de Chagas (DC) é uma antropozoonose causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. Trypanosoma cruzi Ordem Hemiptera Rhodnius neglectus Triatoma sordida Panstrongylus megistus Triatoma infestans Rhodnius prolixus Família Reduviidae Trypanosoma cruzi Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus Triatoma dimidiata Ciclo Biológico: ASSEXUADA Ciclo Biológico: ASSEXUADA médio Sinal de romana Diagnóstico DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO Reação de imunofluorescência Indireta - RIFI A prevenção está centrada no controle dos hemípteros através da melhoria das moradias rurais. • Melhoria das condições de higiene e a limpeza frequente do entorno das residências. • Controle no sistema de doação de sangue. • Controle rigoroso no manuseio e preparo de alimentos como açaí e caldo de cana. • Basicamente, a prevenção se dá pela eliminação do barbeiro por meio de medidas que tornem menos propício o convívio deste próximo aos humanos. • O uso do inseticida extremamente eficaz. DDT e outros clorados são indicados em zonas endêmicas, considerando que o perigo dos insetos transmissores é muito maior. Controle DDT=diclorodifeniltricloroetano FAMÍLIA SARCOCYSTIDAE Toxoplasma gondii Hospedeiro definitivo (Final): felídeos, principalmente o gato. Hospedeiro intermediário: diversos mamíferos Felídeos Hospedeiros Definitivos T. gondii apresenta três formas infectantes: Taquizoítos: presentes em infecções agudas; Bradizoítos/cisto: infecções e crônicas Oocistos: resultantes do ciclo sexuado no trato gastrintestinal dos felídeos Toxoplasma gondii Toxoplasma gondii Ciclo biológico: Heteroxeno. Duas fases: Fase Assexuada: linfonodos e nos tecidos de vários hospedeiros. Fase Coccidiana: células do epitélio intestinal de gatos jovens não imunes. Toxoplasma gondii TRANSMISSÃO a) Ingestão de oocistos esporulados: • Ingestão de oocisto nas fezes de gatos jovens infectados, normalmente defecam em torno das casas e jardins • Disseminando-se através de hospedeiros transportadores, tais como moscas, baratas e minhocas. Toxoplasma gondii b) Ingestão de cistos/bradizoítos (cistos presente em carnes): • Carne crua e mal cozida • Porco e carneiro: esta é a forma mais comum de contaminação em humanos Leite=não pasteurizado c) Infecção transplacentária: Pode haver transmissão pré-natal (segundo mês e fim da gestação), em 40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção durante a gravidez, quando há rompimento dos cistos no endométrio, liberando os Taquizoítos no líquido amniótico. Toxoplasma gondii O hospedeiro intermediário ingere o oocisto ao pastorear ou ao ingerir alimentos mal lavados. No trato digestivo há a liberação dos esporozoitas e estes vão pela via sangüínea ao fígado, cérebro e outros órgãos passando a se chamar de trofozoitas. Neste ocorre a reprodução assexuada por endodiogenia infectando novas células. Esta fase é tão rápida que os trofozoítas são chamados de taquizoítas e é a fase aguda da doença O organismo do animal reage e cria anticorpos e os taquizoítas então abaixam sua velocidade de reprodução passando a se chamar bradizoítas, que formam uma parede cística (cisto) como proteção aos anticorpos. O gato se infecta ao ingerir restos de animais contendo cistos e na mucosa intestinal há a liberação dos zoitas ocorrendo a gametogonia. Ingestão de oocisto esporulado nas fezes de gatos Ingestão de oocisto esporulado nas fezes de gatos esporozoítas (infectantes) esporulação Ingestão de cistos (carne crua e mal cozida) Sem repr. sexuada ingerir restos de animais contendo cistos Gametogônia Reprodução assexuada – Uma vez dentro da célula se multiplicam por fissão binária, endodiogenia taquizoítos Reprodução assexuada Trofozoíto Esquizonte gametogonia Gameta feminino zigotoOocisto não esporulado fezes Gameta masculino esquizogonia esquizogonia: o núcleo do parasita se divide várias vezes formando o esquizonte. Cada núcleo adquire citoplasma, formando os merozoítos que estão dentro do esquizonte Taquizoítos epitélio do intestino delgado ciclo entero-epitelial Merozoítos Bradizoítos (cistos) várias gerações assexuadas Esporogonia ocorre no meio ambiente Oocisto não esporulado 1 a 5 dias Oocisto esporulado Oocisto contém 2 esporocistos com 4 esporozoítos cada Nos hospedeiros intermediários pode ocorrer: má formação fetal, hidrocefalia fetal, lesões oculares, morte cerebral no homem Importância Toxoplasma gondii Sintomas: transmissão por via oral: mal estar, febre, fase dura de 1 a 2 semanas. Paciente sai da fase aguda e pela ação do sistema imune evolui para fase crônica, não sentindo nada. Na fase aguda pode haver comprometimento da retina afetando a visão. Transmissão congênita, o feto poderá apresentar diferentes alterações conforme a fase da gestação Concepção e 6 semana: aborto 6 a 10 semana: criança pode nascer normal ou nascer com mal formação (hepatoesplenomegalia, icterícia, hidrocefalia, meningoencefalite, microcefalia e calcificações cerebrais). 12 semanas: nascer normal e apresentar sinais da doença meses após o parto. Toxoplasma gondii Diagnóstico Direto Em geral, é obtida durante a fase aguda, em líquido aminiótico, sangue etc. A forma encontrada é o taquizoíto. -Faz-se então um esfregaço do material centrifugado e cora-se pelo método de Giemsa. Diagnóstico Indireto - Testes sorológicos Diagnóstico rotineiro da toxoplasmose tem, portanto, como base em testes imunológicos que indicam o título (diluição do soro sanguíneo) de anticorpos circulantes correspondentes a fase da doença. Ex: RIFI ou ELISA Diagnóstico Indireto - Testes sorológicos Gestante negativa: IgG negativa e IgM negativa Gestante suspeita: IgG negativa e IgM positiva Gestante em fase aguda: IgG positiva (cel de memória) e IgM positiva Ainda não existe um medicamento eficaz contra a toxoplasmose, na fase crônica da infecção. As drogas utilizadas atuam contra taquizoítos, mas não contra os cistos. Como a maioria das pessoas com sorologia positiva não apresenta a doença, e pelo fato de as drogas empregadas serem tóxicas em usos prolongados, recomenda-se o tratamento apenas dos casos agudos, da toxoplasmose ocular e dos indivíduos imunodeficientes com toxoplasmose de qualquer tipo ou fase. antiparasitário = Associação de pirimetamina (Daraprim) com a sulfadiazina ou a sulfadoxina (Fansidar). Toxoplasmose ocular= meticorten + antiparasitário Tratamento Profilaxia Deve ser feita a limpeza diária de gatis, remoção adequada de fezes, precauções higiênicas como lavar as mãos antes das refeições e uso de luvas na jardinagem, mulheres grávidas devem evitar contato com fezes de gato, não dar carne crua aos gatos, cobrir as rações; deve-se impedir o acesso dos gatos nas instalações que mantêm os animais e aos depósitos de ração e forragem; controle dos roedores é importante, uma vez que servem de fonte de infecção para os gatos. PlasmodiumMorfologia Esquizonte pré-eritrocítico: forma presente no fígado (hepatócito) que contém milhares de merozoítos. Trofozoíto jovem: forma encontrada dentro da hemácias, possui a forma de um anel (citoplasma é o aro e o núcleo é a pedra do anel) Trofozoíto maduro: forma encontrada ainda dentro da hemácias, possui citoplasma irregular e apenas um núcleo. Esquizonte: encontrado dentro da hemácia, com citoplasma todo irregular. Núcleo apresenta-se dividido em diversos fragmentos. Trofozoíto jovem Trofozoíto maduro Esquizonte Esquizonte Rosácea ou merócito: ainda dentro da hemácia é constituído por diversos merozoítos. Merozoíto: é a forma que representa o final da esquizogonia ou reprodução assexuada que se processou dentro da hemácia. Merozoíto após o rompimento, entrará em nova hemácia. Gametócito: estão dentro da hemácias e representam as células capazes de realizar a reprodução sexuada. (masculino ou femininos) Oocisto: forma encontrada no estômago do mosquito, que irá produzir esporozoítos. Esquizonte Rosácea Gametócito Morfologia Reprodução Infecção outras células/ repetindo. Diferenciam gametocito Oocisto SEXUADO 2 semanas/merozoítos Trofozoíto jovem, madura e esquizonte até formara rosácea Duração: 48 a 72h Rompimento= acessos maláricos terçã ou quartã 10 a 15 dias hipnozoítas =esporozoítas atingem o interior do hepatócito, porém permanecem em estado de latência por períodos que variam de 1 mês a 1-2 anos 2 fases= febres de 39 a 41°C (Formação de áreas alagadas)