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Trabalho Crime de Furto

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INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ordenamento jurídico pode ser definido como um conjunto ou sistema de normas jurídicas vigentes em um país, em um determinado momento histórico. É por definição um sistema que não existe como um fim mesmo, mas como meio para a realização de valores essenciais ao homem e à sociedade. Trata-se de um sistema normativo dinâmico, composto de um corpo ou grupo de elementos relacionados entre si, que fazem parte e interagem no contexto de um todo ordenado hierarquicamente. Por outro lado, a atribuição de um caráter sistêmico não impede que cada setor ou ramo do Direito tenha as suas peculiaridades.
O Direito regula o convívio social e funciona como elemento de harmonização das relações sociais, oferecendo mecanismos de resolução de conflitos, por meio de sua dúplice natureza de poder que protege e, simultaneamente obriga, através de um conjunto de normas que integram o ordenamento jurídico.
O Direito Penal é formado por um conjunto de regras e princípios que integram um campo específico do ordenamento jurídico, dedicado à tutela dos bens jurídicos mais relevantes de uma sociedade. É a partir desses pressupostos que se pode chegar a uma definição propriamente dita do que consiste o Direito Penal.
O Direito Penal é um meio de controle social formalizado, que representa a espécie mais aguda de intervenção estatal. É formado por um conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) que definem as infrações de natureza penal e suas consequências jurídicas correspondentes – penas ou medidas de segurança. É considerado um meio de controle social formal precisamente por ter sido estabelecido com esta finalidade: o controle, que visa à tutela de bens jurídicos.
Toda norma penal que institui um crime visa proteger algum bem fundamental, que através de sua proteção é elevado à condição de bem jurídico. Trata-se de uma proteção de ordem subsidiária, pois o emprego da intervenção jurídico-penal somente é justificado quando o Direito Civil ou outros ramos do Direito Público se mostram insuficientes à tutela eficaz do bem em questão. 
Portanto, para a correta análise dos elementos do crime e, também, para inspirar a aplicação da pena, é fundamental o conhecimento do bem jurídico em questão, no caso concreto, avaliando se houve efetiva lesão ou se, na essência, encontra-se ele preservado, sem necessidade de se movimentar a máquina estatal punitiva para tanto. Exemplo disso é o emprego do princípio da insignificância (crime de bagatela), quando se percebe que, em face do bem jurídico patrimônio, a conduta do agente, ainda que se configure em subtração de coisa alheia móvel, é inócua para ferir, na substância, o bem jurídico protegido.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Sob o viés histórico, são apontadas as diversas teorias acerca da origem do princípio supracitado, alegando que no Direito Romano, segundo o anexim mínima non curat praetor, o pretor não se incumbe de delitos insignificantes. Não obstante a origem da alcunha “bagatela”, oriunda da Europa pós-segunda guerra, há outra corrente que afirma que sua gênese se encontra no iluminismo, juntamente com o primórdio do princípio da legalidade, ambos com a finalidade de moderar a intervenção do Estado Absolutista.
Podem ser objeto do crime de furto, embora se deva agir com cautela nesse contexto, em face do princípio da insignificância (crimes de bagatela). O direito penal não se ocupa de insignificâncias (aquilo que a própria sociedade concebe ser de menos importância), deixando de se considerar fato típico a subtração de pequeninas coisas de valor nitidamente irrelevante.
Ex.: o sujeito que leva, sem autorização, do banco, onde vai sacar uma determinada quantia em dinheiro, o clipe que está sobre o guichê do caixa, embora não lhe pertença. 
Não se deve exagerar, no entanto, na aplicação do princípio da bagatela, pois o que é irrelevante para uns pode ser extremamente importante para outros. Ex.: subtrair uma galinha de quem só possui um galinheiro com quatro é um valor significativo, que necessitará ser recomposto. Por outro lado, subtrair um pintinho de uma granja imensa, com milhares de aves, pode ser insignificante, sem qualquer afetação ao patrimônio. 
Lembremos que a utilização do princípio da insignificância, por se tratar de causa supralegal de exclusão da tipicidade, submete-se, naturalmente, à política criminal do Estado, na hipótese, sob a ótica do Judiciário. Logo, inexistem regras fixas para essa avaliação. Deve-se analisar cada caso individualmente. Nas palavras do Ministro Cezar Peluso: “A indagação sobre a conveniência ou não de proteção penal ao bem jurídico de que cuida a hipótese seria matéria de política criminal” (HC 88.077-RS, 2.a T., 31.10.2006, v.u.).
CRIME DE FURTO
O Furto tem como conceito subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel estando presente no artigo 155 do Código Penal.
Ao verbo subtrair é aplicado o sentido de sacar, retirar, tomar poder de alguém o objeto. Entende-se como tudo aquilo passível de remoção, ou seja, tudo que puder ser removido, retirado, mobilizado. É a subtração do patrimônio sem o uso de violência. A finalidade de ter a coisa pra si ou para outrem que é a conduta que vai caracterizar o furto, tendo em vista que a simples subtração com intenção de devolver não é suficiente para se enquadrar no tipo penal. Como, por exemplo, pegar uma câmera fotográfica, com intuito de tirar algumas fotos e depois colocar no lugar, isso seria o que alguns doutrinadores intitulam de furto de uso.
Também é essencial que seja um objeto móvel, porém no Código Penal diferentemente do Código Civil, a coisa móvel é entendida como tudo aquilo que possa ser removido, se enquadrando até corpos utilizados em universidades para estudos, ou seja, qualquer coisa que possa ser removida e ou transportada sem perder a sua essência, ademais, a coisa deve ser alheia, não cabendo: a) res nullius que é aquela coisa que jamais teve dono b) res derelicta, coisa abandonada ou c) res commune omnium coisa comum.
Assim, o simples fato de alguém tirar coisa pertencente a outra pessoa não quer dizer, automaticamente, ter havido um furto, já que se exige, ainda, o ânimo fundamental, componente da conduta de furtar, que é assenhorear-se do que não lhe pertence. Coisa é tudo aquilo que existe, podendo tratar-se de objetos inanimados ou de semoventes. No contexto dos delitos contra o patrimônio (conjunto de bens suscetíveis de apreciação econômica), cremos ser imprescindível que a coisa tenha, para seu dono ou possuidor, algum valor econômico. Alheia é toda coisa que pertence a outrem, seja a posse ou a propriedade. Móvel é a coisa que se desloca de um lugar para outro. Trata-se do sentido real, e não jurídico. Assim, ainda que determinados bens possam ser considerados imóveis pelo direito civil, como é o caso dos materiais provisoriamente separados de um prédio (art. 81, II, CC: “Não perdem o caráter de imóveis: II – os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem”), para o direito penal são considerados móveis, portanto, suscetíveis de ser objeto do delito de furto.
Noutros termos, o conceito de coisa móvel, no delito de furto, é um conceito funcional, que não coincide com o conceito civil (cf. Muñoz Conde, Derecho penal – Parte especial, p. 357). Equiparação à coisa móvel: para não haver qualquer dúvida, deixou o legislador expressa a intenção de equiparar a energia elétrica ou qualquer outra que possua valor econômico à coisa móvel, de modo que constitui furto a conduta de desvio de energia de sua fonte natural (§ 3.º). Energia é a qualidade de um sistema que realiza trabalhos de variadas ordens, como elétrica, química, radiativa, genética, mecânica, entre outras. Assim, quem faz uma ligação clandestina, evitando o medidor de energia elétrica, por exemplo, está praticando furto. Nessa hipótese, realiza-se o crime na forma permanente, vale dizer, a consumação se prolonga no tempo. Enquanto o desvio estiver sendo feito, está-se consumandoa subtração de energia elétrica. A pena é de reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
É um crime comum, então o sujeito ativo do crime de furto é qualquer pessoa, com exceção de ser o proprietário/possuidor da coisa. Mas se praticado por um funcionário público, que se falha das suas funções, poderá responder pelo crime de peculato, art. 321, CP. O crime de furto admite coautoria e participação. O proprietário do objeto jamais poderá furtar coisa própria. Estando esse objeto em posse de terceiro, e o proprietário reavê-lo por meios próprios, incorrerá no crime do art. 345, CP. Já o sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica que detinha a posse/propriedade da coisa e o perdeu mediante o ato ilícito.
Temos como o tipo objetivo do crime de furto o ato de subtrair a coisa da vítima, logo, qualquer objeto ou substancia corpórea que tenha valor econômico. A coisa alheia constante no conceito d furo é, para juristas, aquilo que não só pertence a outrem, como também a que se acha legitimamente na posse de terceiro. Seu tipo subjetivo requer o cumprimento de dois elementos, o primeiro sendo dolo do agente, a simples vontade de obter a coisa alheia e, o segundo é a finalidade especial, o dolo específico, o fim de assenhorar-se da coisa em definitivo. Importante complementar que será excluído o dolo se o agente subtrair a coisa pensando ser própria, classificando como erro de tipo e não uma ilicitude. Então tendo o dolo como o elemento subjetivo do crime, não existe em forma culposa.
A consumação do crime de furto acontece no momento que o agente conquista a posse da coisa alheia, mesmo que não permanecendo com ela por muito tempo. O STF afirma que para consumação deste crime basta que o bem entre na esfera de poder do agente, independentemente da vigilância da vítima ou posse tranquila, de modo que a fuga logo após o furto caracteriza a inversão da posse. É possível a tentativa, uma vez que, por vontade alheia, o agente não consiga a posse da coisa.
Existem quatro correntes sobre a consumação\tentativa: 1ª) CONCRETATIO- basta que o sujeito tivesse contato com o objeto para a consumação, dispensando seu deslocamento. 2ª) AMOTIO – a consumação ocorre quando o objeto subtraído passa para o poder do agente, independentemente do seu deslocamento ou da posse mansa e pacífica, segundo essa tese, a consumação se da no exato momento da posse do bem. (Entendimento do STJ e STF). 3ª) ABLATIO – a consumação ocorre quando o agente, deter a posse mansa e específica da coisa. 4ª) ILATIO – será consumado quando o agente deterá posse mansa e específica da coisa, consiga também conduzir ao lugar desejado.
FURTO DURANTE REPOUSO NOTURNO §1º
Se o crime de furto é praticado durante o repouso noturno, a pena será aumentada de um terço. Com a inclusão da causa de aumento, quis o legislador sancionar de forma mais drástica o agente que tenta se beneficiar da diminuição e precariedade da vigilância que acontece no período noturno, com a finalidade de facilitar a concretização ou ocultação da conduta criminosa. Durante o repouso noturno, as coisas móveis estão mais vulneráveis à subtração em razão da diminuição dos meios de defesa daqueles que se encontram recolhidos.
Os tribunais superiores entendem que o local não precisa ser\estar habitado, em razão da maior facilidade por ser período de descanso coletivo.
FURTO PRIVILEGIADO §2º
Difundiu-se o entendimento de ser a figura prevista no § 2.º um furto privilegiado. Por vezes, no entanto, pode implicar apenas uma causa de diminuição da pena. Poder-se-ia, então, falar em “privilégio em sentido amplo”. A autêntica figura do privilégio haveria de representar uma nova faixa para a fixação da pena, diminuindo-se o mínimo e o máximo, em abstrato, estabelecidos pelo legislador no preceito sancionador do tipo penal. Entretanto, analisando-se a especial circunstância prevista, conclui-se significar uma causa obrigatória de diminuição da pena em limites variáveis entre um a dois terços. Por outro lado, a substituição da pena de reclusão pela de detenção e da pena privativa de liberdade pela de multa configuraria um autêntico privilégio, pois a pena em abstrato altera-se completamente para menor.
A primariedade é o primeiro requisito para o reconhecimento do furto privilegiado. Portanto, quem não é reincidente, é primário. O segundo requisito que privilegia, nesse caso, pela interpretação literal, ou seja, devendo-se ponderar unicamente o valor da coisa, pouco interessando se, para a vítima, o prejuízo foi irrelevante. Afinal, quando o legislador quer considerar o montante do prejuízo deixa isso bem claro, como o fez no caso do estelionato (art. 171, § 1.º, CP). Por isso, concordamos plenamente com a corrente majoritária que sustenta ser de pequeno valor a coisa que não ultrapassa quantia equivalente ao salário mínimo. De fato, seria por demais ousado defender a tese de que um objeto cujo valor seja superior ao do salário mínimo – auferido por grande parte da população – possa ser considerado de “pequeno valor”. Por derradeiro, deve-se salientar que o “pequeno valor” precisa ser constatado à época da consumação do furto, e não quando o juiz for aplicar a pena.
Os requisitos são cumulativos, o réu tem que ser primário (só deixa de ser réu primário depois de uma condenação transitada em julgado) e o valor da coisa tem que ser de pequeno valor (até um salário mínimo). Nesses requisitos pode diminuir a pena de 1 a 2 terços ou pode aplicar a pena de multa. Juiz pode instaurar uma indenização para a vítima paga pelo réu.
FURTO DE ENERGIA §3º
O conceito de móvel gera maiores discussões nas questões referentes à subtração de energia. No § 3º, o art. 155 afirma que “equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico”. Em relação à energia elétrica, não se discute: fazer “gato” é, sim, furto, por expressa previsão legal. As dúvidas pairam, no entanto, sobre as outras energias que tenham valor econômico. Como é impossível esgotar o tema (afinal, não há como elencar todas as energias com potencial econômicos existentes), alguns ex. são: sinal de TV a cabo, sêmen de animais, etc.
FURTO QUALIFICADO §4º
Praticar o furto com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (§ 4.º I)
Conceito de obstáculo: tudo aquilo com a finalidade precípua de proteger a coisa e que também não seja a ela naturalmente inerente.
A qualificadora prevê duas modalidades:
1- Destruição: o agente através de violência contra a coisa, destrói, elimina ou faz desaparecer aquilo que impedia de levar a res furtiva. Exemplo: agente que, valendo- se de pé de cabra, arrebenta cadeado que impedia o acesso de estranhos ao local onde se encontravam aparelhos eletrônicos que foram objeto da subtração. 
2- Rompimento: ação ou consequência de romper, que importa partir, despedaçar, separar, rasgar, abrir, etc. Exemplo: agente ao invés de destruir o parafuso consiga desparafusar os suportes que os sustentavam. 
Vale dizer que a destruição e o rompimento do obstáculo podem ser levados a efeito antes da subtração da coisa alheia móvel ou depois do seu apossamento, pois o furto se consuma a partir da transferência da res furtiva ao poder de livre e tranquila disposição.
O furto qualificado absorve o crime de dano, desde que seja crime meio.
Praticar furto com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza (§ 4.º, II):
Abuso de confiança x Fraude: No caso de abuso de confiança é necessária uma relação de confiança entre agente e vítima e o agente utiliza dessa relação de confiança para a prática do furto. A relação de confiança pressupõe liberdade, lealdade, credibilidade, presunção de honestidade entre as pessoas. No caso de fraude agente ardilosamente constrói uma relação de confiança com a vítima com a função precípua de furtar, fazendo com que a vítima incorra em erro no que diz respeito a essa fidelidade recíproca. A fraude ainda é caracterizada pela utilização de meios p elo agente que faça com que a vítima incorra em erro. Exemplo:Supostos funcionários de controle dos mosquitos de dengue que entram na casa dizendo vistoriar, mas possuem animus furtandi. Outra situação que enquadra-se fraude é o agente que prova ausência momentânea da vítima para prática de furto. Exemplo: Uma pessoa querendo subtrair algo em cima da mesa de trabalho da vítima, lhe informe, ardilosamente e mentirosamente, que seu carro estava sendo rebocado, fazendo com que a vítima se ausentasse e o agente conseguisse furtar algum bem.
Escalada: ingresso do agente por via anormal, que demande esforço também anormal. Exemplos: agente que salta um muro de 2 metros para entrar numa casa, agente que use um túnel de esgoto como via de fuga. AT ENÇÃO: hoje nos tribunais considera -se a chamada escalada parcial, com o exemplo de no caso do agente que escala até o segundo andar de um prédio e percebe que o objeto que pretende furtar está próximo à janela e sem necessidade de entrar consegue subtrair o objeto apenas colocando o braço pela janela.
Destreza: agente que possua habilidade especial na prática do delito, fazendo com que a vítima não perceba a subtração. O que é conhecido popularmente de ‘mão leve’. Exemplo: pessoa rouba carteira do bolso da vítima sem que ela perceba. AT ENÇÃO: o agente, necessariamente, necessita de qualidade diferencial e a vítima a não percepção da ocorrência do furto.
 Praticar o furto com emprego de chave falsa (§ 4.º, inciso III):
A qualificadora é aplicada quando o agente emprega instrumento, com ou sem forma de chave, para a abertura de mecanismo de fechadura ou semelhante. A chave falsa pode ser uma cópia não autorizada da original, uma chave modificada para se adequar à fechadura ou outro instrumento construído ou modificado para tal fim (gazua, grampo, chave “mixa”, chave de fenda etc.). O uso da chave verdadeira, obtida com ou sem autorização pelo agente, não qualifica o crime pelo uso de chave falsa.
Praticar o furto em concurso de duas ou mais pessoas (§ 4.º, inciso IV):
O furto é crime unissubjetivo ou de concurso eventual, que pode ser praticado por uma única pessoa. Contudo, também é possível praticá-lo em concursos de pessoas, e, nesta hipótese, a conduta deve ser punida com mais severidade. Não é necessário que todos os agentes sejam imputáveis. Caso o furto seja praticado por um maior de idade em concurso com um menor de idade, dois delitos serão imputados ao adulto: o de furto qualificado pelo concurso de pessoas e o de corrupção de menores, do art. 244-B do ECA, que, frise-se, é crime formal, não sendo necessária a prova de efetiva corrupção do menor.
 Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior (§ 5.º):
Essa qualificadora proporciona o aumento da faixa de fixação da pena para reclusão de 3 a 8 anos, quando o veículo automotor for transportado para outro Estado da Federação ou para o exterior, e foi o resultado de intensa pressão exercida pelas companhias de seguro, fartas de indenizar subtrações de veículos automotores, cujo destino, na maioria das vezes, era outro Estado da Federação ou mesmo outro país. 
A expressão venha a ser transportado acabou configurando um delito material, ou seja, exige-se o resultado naturalístico previsto no tipo penal, sendo necessário que o veículo automotor efetivamente seja levado para outro Estado da Federação ou ainda a outro país. Se ficar na mesma unidade federativa, não há a incidência da qualificadora. Portanto, cremos não haver tentativa de furto qualificado se o ladrão está conduzindo o veículo para outro Estado ou país e é surpreendido pela polícia. Segundo a redação do tipo penal, trata-se de uma situação mista, abrangendo um crime qualificado pelo resultado (transpor as fronteiras do Estado ou do País) uma finalidade específica de agir (ter o fim de transpor as fronteiras do Estado ou do País). 
O ladrão, ao subtrair o veículo automotor, pode ou não ter o fim de conduzi-lo a outro Estado brasileiro ou a outro país, embora a qualificadora só se configure quando, realmente, essa finalidade se delinear na mente do agente, além de ser, de fato, atingida. O veículo que efetivamente vai para outro Estado ou país torna o delito mais grave, pois dificulta sobremaneira a recuperação do bem pela vítima.

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