APS Atividade prática supervisionada.

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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
CURSO DE PEDAGOGIA
O FAZ DE CONTA NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM. 
Pinheiros / SP
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
CURSO DE PEDAGOGIA
O FAZ DE CONTA NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM. 
Atividade prática supervisionada apresentada a disciplina de Jogos e brinquedos na infância para o curso de Pedagogia na Universidade Paulista (UNIP).
Professora Eloisa Passos.
Pinheiros / SP
2018
	
INTRODUÇÃO
De acordo com Kishimoto, não há um conceito universal sobre brinquedo ou brincadeira, o brincar é visto como polissêmico, ou seja, ele obtém várias significações. Porém, um dos usos pode ser o de conceituar o brinquedo no aspecto material e imaterial (qualquer objeto industrializado, sucata, meu dedo, minha voz, uma ideia), como algo que se destina ao brincar, que se torna um suporte para a ação de brincar. A brincadeira é vista como o resultado de ações conduzidas por regras, em que se pode ou não usar objetos, mas que tenha as características do lúdico: ser regrado, distante no tempo e no espaço, envolver imaginação, dispondo de flexibilidade de conduta e de incerteza. É importante frisar que o brincar não é apenas divertimento e prazer para a criança, mas são meios de expressar sentimentos e aprender, ou seja, o brincar influência diretamente no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. 
Para Vygotsky (1999): 
“Se ignoramos as necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, nunca seremos capazes de entender seu avanço de um estágio de desenvolvimento para outro, porque todo avanço está conectado com uma mudança mais acentuada nas motivações, tendências e incentivos”. 
Por meio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a. O brincar é importante para criança expressar significações simbólicas, através do faz-de-conta a criança tem um momento único de progressão, onde ela aprimora sua imaginação, a compreensão sobre si mesma, a capacidade de planejar e de criar situações lúdicas, sendo construtoras de sua própria história e de suas culturas. As brincadeiras e os jogos são instrumentos capazes de colocar o pensamento da criança em ação sendo a criadora do seu próprio mundo, no qual a imaginação possa comandá-la dando lhe falas, papéis, personagens, utilizando objetos que representam algo naquele instante, estimulando a ser a própria autora do mundo real, e também reproduzindo as ações de pessoas adultas ou não que em seu convívio tem um papel significativo. O O ato da brincadeira é uma ação livre, que surge a qualquer momento, sendo conduzida pela criança. De acordo com Vigotsky, ao duplicar o comportamento social do adulto em suas brincadeiras, a criança está fazendo combinações de situações reais como elementos de sua ação fantasiosa. Tal fantasia surge da dificuldade da criança, em imitar o cotidiano da vida adulta da qual ela ainda não é capaz de participar ativamente, mas que já detém uma base de como deve ser pela maneira que ela observara as pessoas de seu convívio, seus familiares, pelo qual a mesma conquista controle interior e confiança em si mesma conduzindo-a a comportar-se de forma mais ativa e colaborativa para que experimente experiências ao seu redor, que devem ser respeitados e reconhecidos. 
O lúdico, muitas vezes visto como improdutivo, também é responsável pela solidificação de uma relação com a cultura ao seu redor. 
RELATÓRIO
AV simula ser a professora, pega uma pedra e finge estar escrevendo na parede. Ao perceber que um dos seus irmãos está provocando o outro, ela aponta o dedo chamando a atenção, e em voz alta, coloca mão na cintura, fazendo com que eles olhassem e prestassem atenção, diz: - Não pode fazer isso que é feio! Não pode morder! 
Seus irmãos param pra ouvir e logo em seguida retornam a brincadeira.
AV continua fingindo que está escrevendo na lousa. JH e VJ pegam os brinquedos, mas se desentendem não querendo dividi-los entre si, AV de longe pergunta: - Quem quer ir para o cantinho do pensamento? 
VJ diz: - Mas eu quero, é meu!
AV responde: - Não pode brigar, tem que dividir os brinquedos!
Logo em seguida ela se afasta e diz: - Estou de olho em! 
CONCLUSÃO
O trabalho teve como objetivo mostrar a relevância da brincadeira de faz-de-conta no desenvolvimento infantil. Empregando a representação de uma criança de 3 anos e 6 meses que está transitando pela fase em que o mundo real e o mundo da imaginação pouco se diferem, e sua assimilação do lógico ainda está desordenada. 
As crianças brincam com naturalidade de faz de conta ou também conhecido como jogo simbólico, nas mais diversas idades, é uma atividade complexa para a criança, pois brincando de faz-de-conta ela exercita a criatividade, a relação com o ambiente, a imaginação, a reflexão, o pensar, as habilidades motoras, o planejamento, a organização, a tomada de decisões. Tais passam a construir representações que evocam aspectos da realidade, estimulando comportamento entre o mundo interior, com o mundo real, desenvolvendo assim pensamentos abstratos que é uma forma de expressar-se e comunicar-se consigo mesma e a realidade em que vive, expressando seus sentimentos, facilidades, dificuldades, relações familiares e escolares.
 A criança prova sensações, recria situações que viveu ou observou, consegue se colocar no lugar do outro. E com toda essa experiência, passa a acomodar dentro de si essa diversidade de informações, sentimentos e sensações, construindo todo um desenvolvimento cognitivo, afetivo-emocional que é de grande valia para sua vida social, segundo Kishimoto “ao prover de uma situação imaginativa por meio de uma atividade livre a criança desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais”. (KISHIMOTO, 2003, p.43)
Por fim, conclui-se que as brincadeiras permitem para criança a construção do saber, bem como para o desenvolvimento das interações sociais, sendo essencial para que as mesmas desenvolvam o aspecto cognitivo, social, motor e afetivo, e evoluam na criatividade, imaginação, representações, ações e autonomia. 
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOANA SIMÕES VALÉRIO. A importância do brincar no desenvolvimento da criança. Disponível em: <afetodemae.com.br>
KAMII, Constance DEVRIES, RHETA, Jogos em Grupos na Educação infantil: implicações da Teoria de Piaget, Tradução: Maria Célia Dias Carrasqueira, São Paulo: Trajetória Cultural, 1991.
KISHIMOTO, Título Morchida.(org) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1997.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 2003
VYGOTSKY, LEV SEMYONOVICH. Psicologia da Arte. Editora: Martins Fontes. São Paulo, 1999.