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Carla Machado IPN Porto Manhã I Aromaterapia e TOC

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Aromaterapia 
e Transtorno 
Obsessivo-Compulsivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho realizado por: 
Carla Cristina Machado 
 
Docente: 
Professora Liliana Roque 
 
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“…é a dúvida que leva o doente à incerteza das suas medidas protectoras 
e à sua contínua repetição de modo a banir a incerteza…” 
Sigmund Freud (1909) 
 
 
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Índice 
 
Introdução ........................................................................................................................ 5 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo ................................................................................ 6 
Medicina Tradicional Chinesa e as Emoções ................................................................ 8 
 
Aromaterapia ................................................................................................................ 10 
Óleos Essenciais ........................................................................................................... 12 
Olfacto e Pele ............................................................................................................... 12 
 
Aplicação Terapêutica e Resultados ............................................................................ 14 
Sinergia de Óleos Essenciais ....................................................................................... 14 
Auriculoterapia ............................................................................................................ 18 
 
Conclusão ....................................................................................................................... 19 
 
Bibliografia ..................................................................................................................... 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Este é um trabalho realizado no âmbito da disciplina de Aromaterapia, 
integrada no curso de Naturopatia, lecionado no IPN, - Instituto Português de 
Naturologia -, pólo do Porto, no decorrer do ano lectivo de 2015/ 2016. 
Pretende-se mostrar os efeitos da Aromaterapia no contexto de transtornos 
psicológicos que despoletam com a ansiedade e, neste caso em concreto, acabam por se 
repercutir na pele. Trata-se de um caso em que a condição se mantém há 15 anos e 
sempre acompanhada por médicos das especialidades de Psiquiatria e Dermatologia, 
cujos resultados mostram boa eficácia durante o ciclo de tratamentos medicamentosos, 
nomeadamente com Inibidores de Recaptação de Serotonina (IRS), como a paroxetina, 
mas que não resultam na cura. 
Neste contexto, foi permitida e aplicada uma abordagem de tratamento 
orientada pela Medicina Tradicional Chinesa, através da vertente da Aromaterapia e 
Auriculotrapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
A terminologia clássica de Neurose Obsessiva-Compulsiva é, no DSM-IV 
(Diagnostic and Statistical Manual of mental disorders) e CID-10 (Classificação 
Internacional de Doenças), modificada para a denominação de Transtorno Obsessivo-
Compulsivo (TOC). 
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Distúrbio Obsessivo-Compulsivo 
(DOC) ou Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC), é um Transtorno de Ansiedade 
caracterizado por pensamentos obsessivos e compulsivos, no qual o indivíduo tem 
comportamentos considerados estranhos pela sociedade e por si próprio, o que agrava 
ainda mais o estado de ansiedade. É considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais 
frequente na população e, de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde 
(OMS), até o ano 2020 o Ttranstorno Obsessivo-Compulsivo estará entre as dez causas 
mais importantes de comprometimento por doença. Além da interferência nas 
atividades, os Sintomas Obsessivo-Compulsivos (SOC) causam incómodo e angústia 
aos pacientes e seus familiares. 
O TOC é um tipo de perturbação de ansiedade caracterizada por actuações 
ritualizadas que costumam ser estranhas e irracionais. Estas acções rituais conhecidas 
como compulsões, ajudam a reduzir a ansiedade provocada pelos pensamentos 
obsessivos. É descrito como a “doença da dúvida” e quem sofre costuma saber que os 
pensamentos obsessivos e as compulsões são irracionais, receando, por outro lado, que 
sejam verdadeiros. Esta situação está na base do elevado embaraço que as pessoas 
sentem quando são afligidas pela perturbação obsessivo-compulsiva, o que as torna 
muito reservadas a propósito do que pensam e do que fazem, acontecendo, por vezes, 
sofrerem durante anos sem contar a ninguém o que se passa com elas, passando por uma 
luta angustiante que não se prende apenas com a tentativa de controlo da sua 
sintomatologia mas, igualmente, com a tentativa de esconder o que se passa, por medo 
da avaliação que poderão fazer delas. 
O TOC surge frequentemente associado a depressões que têm como causa 
problemas desfavoráveis, como a rutura conjugal, o desemprego, a dependência 
financeira, as preocupações com filhos, as doenças, e, no caso da Ana (nome fictício), 
 
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surgiu logo que terminou a faculdade e começaram os desafios da vida adulta e 
profissional. 
Podem estar ainda associados comportamentos auto-agressivos, que terminam 
na provocação de lesões graves na pele, ainda que sem intenção provocar ferimentos 
mais profundos e traumáticos. Em outros casos, as lesões causadas são de menor 
intensidade, como as observadas em pessoas que mordem e arrancam a semimucosa dos 
lábios ou que atritam repetidamente alguma unha e geram o aspecto da distrofia 
mediana da unha. No caso específico da Ana e, tal como ela o descreveu durante a 
anamnese, “sabe bem coçar as mãos e as feridas”, comportamento que se mantem até 
hoje e que agrava sempre que se sente mais pressionada por algum dos factores já 
mencionados. (ver Imagem 2). 
 
 Imagem 2 
 
 
 
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Medicina Tradicional Chinesa e as Emoções 
A Medicina Tradicional Chinesa faz uma leitura diferenciada do ser humano. 
Cada individuo é único e deve ser observado pela sua singularidade. 
 O Homem é uma réplica da natureza, com seus diversos ciclos e movimentos 
de transformação, dentro de um sistema interligado e equilibrado. Tudo está ligado entre 
si, tudo tem o seu lado oposto, e tudo está articulado de forma a fluir em ciclos regidos 
pelo equilíbrio. Os próprios factores climáticos da natureza - vento, calor, humidade, 
secura e frio -, quando em excesso, podem ser prejudiciais, sendo chamados de energia 
perversa (Xie Qi). A partir disto faz-se uma avaliação energética, holística e humanista 
do indivíduo, sempre com o objetivo de equilibrar o organismo de forma a evitar a 
penetração dos factores patológicos, e assegurar um harmonioso funcionamento do 
corpo como um todo, onde a energia vital flui livre e harmoniosamente. 
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, as emoções são estímulos mentais 
que perturbam a Mente (Shen que reside no Coração) e o Espírito, alterando o equilíbrio 
dos órgãos internos e a harmonia do Qi e do Sangue. As alterações do pensamento 
podem ser entendidas, segundo os preceitos da Medicina Tradicional Chinesa, como um 
sinal de que o Espírito do indivíduo encontra-se desabrigado,o que pode ser explicado 
pelo comportamento do Fogo do Coração que, ao agitar-se, desaloja o Espírito de sua 
residência, o Coração. Por outro lado, as alterações dos estados afetivos, a perda da 
capacidade de expressar as emoções, a indiferença, as manifestações de irritabilidade ou 
os ataques de fúria, são manifestações traduzidas por sentimentos de medo, de angústia, 
de tristeza, preocupação e raiva, constituindo o aspecto afetivo das funções do Coração 
(Shen), do Pulmão (Po), do Baço (Yi) e do Fígado (Hun) e seus respectivos acoplados. 
Assim, cada uma das emoções está associada a um órgão específico, podendo-se 
concluir que uma forte emoção negativa no órgão associado a essa emoção será afetado. 
O PO – Alma Corpórea - é responsável por sensações de comichão e portanto, 
intimamente relacionado com a pele. Daí a expressão somática na pele de tensões 
emocionais que afetam o PO através da mente e da conexão entre PO, Pulmões e Pele. 
O PO rege a Wei Qi (energia de defesa na superfície da pele) controlada através do Qi 
do Pulmão. A Wei Qi controla a abertura e o fecho dos poros cutâneos, permitindo, 
quando fraca, a penetração de agentes patológicos externos, como o vento, o frio, o 
calor e a humidade. 
 
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No presente caso de TOC, a preocupação excessiva e pensamento obsessivo, 
pode-se ver reflectida em dois órgãos, o Baço (elemento Terra), e o Pulmão (elemento 
Metal), que tem como víscera o Intestino Grosso, e rege a pele, que revela as emoções 
do espirito da Ana. Não só se verifica o acto de coçar as mãos compulsivamente, como 
o funcionamento do intestino está afectado, e apresenta retenção de líquidos, em 
especial nas extremidades dos membros. 
 Mente e o corpo formam um todo, e as emoções podem não só causar 
desequilíbrios físicos como ser causadas por estes desequilíbrios. Isto quer dizer que os 
sintomas físicos podem ter causa emocional e que o estado emocional pode ter causas 
físicas ou, na linguagem própria da MTC, o estado emocional afeta o estado energético 
dos órgãos e o estado energético dos órgãos afeta o estado emocional. A raiva faz subir 
o Qi e afeta o Fígado, a alegria faz circular o Qi mais lentamente e afeta o Coração, a 
preocupação (pensamento constante) estagna o Qi e afeta o Baço-pâncreas, a tristeza 
dissolve o Qi e afeta os Pulmões, o medo faz descer o Qi e afeta os Rins. 
A Medicina Tradicional Chinesa analisa individualmente cada caso e actua de 
acordo com a influência da emoção em causa. Recorre a terapias concretas e bastante 
eficazes para cada um dos desequilíbrios emocionais, embora em casos muito graves se 
aconselhe a combinação com psicoterapias. Assim, continuando com o 
acompanhamento psiquiátrico, foi sugerido e explicado à Ana em que consistia o 
tratamento em Aromaterapia, com complemento de Auriculoterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aromaterapia 
 
No panorama mundial actual, o uso das terapias complementares tem recebido 
grande destaque e aceitação, e muito se deve por estar a ser apoiado pela própria 
Organização Mundial de Saúde. Embora durante muito tempo as plantas aromáticas e 
medicinais tenham sido preteridas face à aceitação do uso de produtos sintéticos, 
actualmente as especulações em torno dos perigos que estes possam oferecer à saúde 
humana e ao ambiente têm estado na origem de certa reabilitação da credibilidade dos 
medicamentos de base natural, designadamente de plantas. 
Desde os primórdios das civilizações, remontando a tribos primitivas, que as 
plantas aromáticas e medicinais foram sempre muito apreciadas para várias aplicações 
em processos de cura. Por exemplo, entre 3000 e 2000 A.C. os egípcios já conheciam e 
usavam três técnicas de extracção das moléculas aromáticas das plantas: a maceração, a 
enfleurage e a destilação. Mas, é só na época contemporânea, durante a I Guerra 
Mundial, que surge o termo Aromaterapia e graças ao químico francês René Maurice 
Gatefossé, que enquanto realizava experiências no seu laboratório se queimou 
gravemente numa das mãos. Por instinto, mergulhou-a numa vasilha que continha óleo 
puro de alfazema. Verificou, com surpresa, que a queimadura cicatrizou em poucos 
dias, não produzindo bolhas nem infecção. A partir desta experiência, Gatefossé estuda 
e aplica vários óleos essenciais no tratamento de soldados feridos na guerra e, mais uma 
vez, constata a eficácia do óleo essencial de Niauli (malaleuca quinquenervia) enquanto 
antisséptico. Mais tarde, Gatefossé escreve um livro onde descreve como os óleos 
essenciais migram através da pele e chegam até à corrente sanguínea e linfática, 
alcançando os órgãos internos. 
A Aromaterapia constitui um ramo da fitoterapia que consiste na utilização de 
óleos essenciais obtidos de plantas aromáticas e medicinais no auxílio do tratamento e 
prevenção de problemas de saúde e melhoria da qualidade de vida. Oferece diversos 
benefícios físicos e psicológicos dependendo do óleo essencial usado, ou da sinergia 
elaborada com vários óleos. São também várias as propriedades medicinais dos óleos, 
desde analgésica, anti-inflamatória, antibacteriana, antisséptica, calmante e 
antiespasmódica. No caso da Ana foram selecionados óleos com propriedades 
 
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calmantes, tranquilizantes, cicatrizantes e regeneradores cutâneos numa base de óleos 
vegetais hidratantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Óleos Essencias 
Os óleos essenciais são substâncias orgânicas muito perfumadas e voláteis, 
extraídas de diversas partes das plantas, por processos de destilação, compressão ou 
extração com o uso de solventes. Têm geralmente consistência aquosa e límpida, mas 
podem solidificar em temperaturas baixas. São solúveis em álcool, éter e outros 
compostos graxos, insolúveis em água e podem ser incolores ou apresentar desde tons 
claros até fortes e opacos. Os óleos essenciais são chamados de voláteis, pois quando 
expostos ao ar (temperatura ambiente), evaporam. Podem também ser chamados de 
refringentes ou etéreos. Entretanto, o termo mais usado é óleo essencial, já que estes 
representam a “essência” ou compostos odoríferos das plantas. 
 
Olfacto e Pele 
Os óleos essenciais na Aromaterapia possuem duas trajectórias de acção no 
corpo, correlacionadas com duas formas diferentes de aplicação: a) inalação directa – 
via principal em que os constituintes dos OE penetram através das fossas nasais 
(podendo chegar ao pulmão) sendo percepcionados pelos receptores dos odores 
localizados nas células das mucosas nasais e, as moléculas absorvidas atingem o sistema 
límbico do cérebro (ver Imagem 3), exercendo efeito sobre as emoções; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Imagem 3 
 
 
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b) aplicação tópica – via de absorção feita pela pele quando ocorre a aplicação de 
misturas de óleos essenciais atingindo a corrente sanguínea e os tecidos e órgãos em 
geral, designadamente o cérebro. (ver Imagem 4) 
 
A parte do cérebro que reage mais diretamente ao estímulo olfativo é o sistema 
límbico, que corresponde aos nossos sentimentos, memórias, reações aprendidas 
arquivadas e emoções. O sistema límbico é a área mais antiga do cérebro, o núcleo 
central sobre o qual fica o córtex cerebral. Quando as mensagens aromáticas atingem o 
sistema límbico elas são processadas instantânea e instintivamente. É por isso que os 
aromas são tão poderosos. As moléculas voláteis dos óleos essenciais entram na 
corrente sanguínea por intermédio da mucosa absorvente da cavidade nasal, pela árvore 
bronquialou pelo pulmão. Tudo isso faz parte do sistema olfactivo, que é também um 
método de absorção para dentro do corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 4 
 
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É sabido que os óleos essenciais são absorvidos pela pele. Isso é facilmente 
comprovável: basta pegar uma gota de óleo de lavanda e colocá-la na planta do pé. 
Pouco tempo depois é possível sentir a lavanda na boca e fica a impressão nítida de que 
as moléculas do óleo penetraram no organismo. É evidente que muitas moléculas de 
óleos essenciais passam pela epiderme e entram no corpo, como pode ser visto quando 
os componentes do óleo essencial são recolhidos no sangue depois de ter sido aplicados 
por um óleo de massagem, por exemplo. Também é possível que, por serem as 
moléculas tão minúsculas, simplesmente viagem pelo líquido intersticial que cerca as 
células, embora seja possível também que passem pelas próprias células. O que é 
formidável na absorção subcutânea é a possibilidade de aplicar os óleos essenciais na 
parte do corpo onde eles são necessários ou o mais próximo possível dela. As únicas 
áreas do corpo nas quais os óleos essenciais nunca devem ser aplicados são nos olhos e 
membranas mucosas sensíveis. 
A aplicação de óleos essências deve ser rigorosa quanto às características 
químicas de cada um - se é neurotóxico, fotossensibilizante, hepatotóxico - e respeitar 
sempre as precauções de aplicação nomeadamente em grávidas, bebes, idosos e algumas 
doenças como a insuficiência renal, o cancro, a epilepsia. Deve-se verificar sempre as 
interacções medicamentosas e reacções alérgicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aplicação Terapêutica e Resultados 
Sinergia de Óleos Essenciais 
 
A escolha dos óleos essenciais baseou-se na literatura consultada sobre 
Aromaterapia, nomeadamente o Manual de Aromaterapia I e II da Professora Eliana 
Roque, onde se recomenda os seguintes óleos (ver Imagem 1) para o tratamento de 
desequilíbrios, nomeadamente obsessão, de acordo com as características do elemento 
Terra: Geranium Bouron (pelargonium asperum), Patchouli (pogostemon cablin), 
Hortelã-pimenta (mentha piperita), Lavanda (lavandula angustifoilia) e Mirra 
(commiphora myrrha). Deste grupo, pela sua acção tranquilizante, equilibrante e 
calmante, foram selecionados para o tratamento da depressão e coadjuvantes do sono, a 
Bergamota (citrus bergamia) e a Lavanda através da inalação de gotas colocadas numa 
almofadinha que acompanhava a Ana. Foi ainda sugerida a aplicação de óleo essencial 
de Bergamota no Plexo solar, e que fosse massajando por alguns minutos. 
Relativamente ao tratamento das feridas provocadas na pele fez-se uma sinergia de óleo 
essencial de Mirra, Patchouli, Niauli (malaleuca quinquenervia) e Gerânio, pelas suas 
propriedades anti-infecciosas, cicatrizantes e regenerantes cutâneas, numa base de 
100ml de gel de Aloe Vera e 50ml de óleo vegetal Calophylle Inophyle, pela sua 
capacidade de hidratação. Esta sinergia era aplicada 3 vezes por dia e sempre que 
lavasse as mãos. Para os momentos de maior nervosismo e ansiedade, por vezes 
acompanhados por dores de cabeça, foi sugerido que aplicasse nas têmporas umas gotas 
de uma sinergia de Lavanda e Hortelã-pimenta, numa base de 10ml de óleo de 
amêndoas doces. 
A aplicação era feita em casa durante as rotinas normais e, nas três sessões de 
avaliação e auriculoterapia, foi descrita pela Ana a sensação de bem-estar e menor 
compulsão no acto de coçar as mãos. Foram também notórias a recuperação e 
cicatrização das feridas na pele. (ver imagens 5, 6, 7 e 8) 
 
 
 
 
 
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Imagem 5 
 
Imagem 6 
 
 
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Imagem 7 
 
Imagem 8 
 
 
 
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Auriculoterapia 
 
Este protocolo terapêutico foi ainda complementado com a Auriculoterapia que 
se mostrou muito efectiva a tranquilizar e baixar a ansiedade e, consequentemente, o 
impulso em coçar as mãos. 
A Auriculoterapia é um sistema independente da acupunctura e especialidade 
dentro da Medicina Chinesa. A aplicação actual da Auriculoterapia não se restringe 
apenas ao tratamento das enfermidades através dos pontos auriculares; este sistema tem-
se desenvolvido em relação ao diagnóstico de muitas patologias. Através da 
Auriculoterapia podem ser tratadas enfermidades de carácter funcional, neurótico e 
psicótico: cefaleias, neurastenia, insónia, dor e manias. 
A Auriculoterapia é provavelmente um dos mais antigos métodos terapêuticos 
praticados na China. Este microssistema já era referido nos textos antigos como o 
Huang Ti Nei Jing, do Imperador Amarelo, onde se relata a estreita relação do pavilhão 
auricular com o resto do corpo. É uma técnica da Acupuntura que usa o pavilhão 
auricular para efetuar tratamentos terapêuticos, usando o reflexo de pontos específicos 
sobre o Sistema Nervoso Central. Seguindo este princípio nas sessões de 
Auriculoterapia foram colocadas sementes de mostarda e agulhas intradérmicas nos 
pontos Shenmen, SNA (ponto interno), Rim, Miorelaxante, Manias e Ansiedade. (ver 
Imagem 9) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 9 
 
Carla Machado – 2015/2016 19 
 
Conclusão 
Com este tratamento pretendi restabelecer o equilíbrio das emoções, baixar a 
ansiedade e diminuir o impulso para o acto compulsivo de coçar as mãos. Objectivos 
alcançados e progressos que observei orgulhosamente, graças ao empenho da Ana e 
confiança em mim depositada. 
Pessoalmente, esta foi uma oportunidade de rever e consolidar conceitos 
adquiridos durante as aulas e ver a aplicabilidade da Aromaterapia e Auriculoterapia na 
promoção do bem-estar e tratamento de patologias que decorrem de desequilíbrios 
emocionais. Dentro das características da condição da Ana e daquilo que conheço da 
sua personalidade e individualidade, delineei uma abordagem que abrangesse o mais 
possível todos os conhecimentos adquiridos e investigados. A dificuldade sentida 
centrou-se na escolha dos óleos mais adequados dentro da vasta gama de possibilidades. 
É com orgulho que registo a experiência e os resultados alcançados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carla Machado – 2015/2016 20 
 
Bibliografia 
♦ Wikipedia – A Enciclopédia Livre – www.wikipedia.org 
♦ Flor de Ameixeira – www.flordeameixeira.com 
♦ Aromezone – www.aromezone.com 
♦ Psicologado https://psicologado.com/psicopatologia/transtornos-psiquicos/transtorno-
obsessivo-compulsivo-visao-psicanalitica 
♦ Giovanni Maciocia - http://maciociaonline.blogspot.pt 
♦ Shirley Price - http://www.shirleyprice.co.uk 
♦ Manual de Medicinas Complementares, Editorial Oceano, 2005 
♦ “Estudo da Mente e das Emoções”, de Filipa C. Rodrigo, revista Tesouros da 
Medicina Chinesa, nº1, 2014 
♦ L'Aromathérapie Exactement, Encyclopédie de l'utilisation thérapeutique des extraits 
aromatiques Fondements, démonstration, illustration, et applications d'une science 
médicale naturelle, Franchomme Pierre - Jollois Roger - Pénoël Daniel, 2001 
♦ Huiles Essentielles Chémotypées et leurs Synergies, Dr. A. Ahiri – Baudoux 
♦ Tudo sobre Aromaterapia – como usá-la para melhorar a saúde física, emocional e 
financeira, Adão Roberto da Silva 
♦ Manual de Aromaterapia I e II, do curso de Naturopatia, da Professora Liliana Roque

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