RECURSO DE APELAÇÃO GABRIEL MATOS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ (A) DE DIREITO DA __ª VARA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE RONDONÓPOLIS/MT.
Processo nº ______________
Gabriel Matos, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, o qual lhe move a Justiça Pública, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por sua procuradora devidamente constituída (procuração anexo), apresentar, RECURSO DE APELAÇÃO, com fundamento no artigo 593, I do Código De Processo Penal, em face do Ministério Publico do Estado de Mato Grosso, que alega a suposta consumação de crime de Ameaça, requerendo desde já, seja o recurso conhecido por este juízo e, consequentemente remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso, para que dele conheça, dando-lhe provimento.
Termos em que, pede deferimento.
Rondonopolis/MT, xx de xxxxxx de xxxx
Advogada
OAB/xx nº xxxx
 
Razões recursais:
Apelante: Gabriel Matos
Apelado: Ministério Publico
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO,
Eminentes Desembargadores,
BREVE RESUMO DOS FATOS
A motivação para entrar com esse recurso, aconteceu em razão de denuncia ofertada pelo Ministério Publico do Estado de Mato Grosso, do qual imputou ao acusado delito descrito no artigo 147, caput, do Código Penal. Recebida a denuncia, o individuo acusado apresentou Resposta à acusação. O Ministério Publico e a defesa apresentaram suas alegações finais. Após sentença de primeira instancia, o individuo foi condenado em 1 (um) mês de detenção em razão de ser réu primário e ter bons antecedentes. Todavia, o Magistrado utilizou como argumento principal para sustentar sua decisão, o fato de que as declarações da vitima tiveram uim alto valor probatório, assim não necessitando o depoimento das testemunhas.
Contudo, a r. decisão merece ser reformada pelos fundamentos expostos a seguir.
DO DIREITO
DA INÉPCIA DA DENUNCIA
Em relação ao artigo 147, no que diz respeito a ameaça, é notável a inépcia da denuncia, pois não houve mal causado, nem grave ameaça. Faltando os pressupostos de acusação, com base no artigo 395, I, CPP no que se refere a inépcia, a acusação deveria ser rejeitada. Assim como no artigo. 395, III do CPP no que se refere a ausência de justa causa.
Em uma breve analise dos tramites processuais é possível constatar a ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5°, LV, CF), da culpabilidade e da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF), e em conformidade com o art. 564, III, a, do CPP.
Principalmente pelo fato de ter sido negado à Defesa realizar questionamentos que elucidariam os fatos da forma como realmente ocorreram.
DA NULIDADE DO PROCESSO POR CERCEAMENTO DE DEFESA
Fundamentado no artigo 212 do CPP, fica notável que a defesa do acusado foi ofendida no momento em que as testemunhas não puderam relatar a sua visão da questão, sendo essa uma das partes mais importantes do processo, ainda em analise ao artigo 213 do CPP, mostra-nos que a prova testemunhal seria a oportunidade do acusado demonstrar a sua inocência. Mais uma vez tal ação ofende aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5°, LV, CF), aos artigos 196 e 400 do CPP e em conformidade com o art. 564, III, e, do CPP. 
 MÉRITO:
AUSÊNCIA DE TIPICIDADE 
Como demonstrado nos fatos e no tramite processual, a conduta do acusado em nenhum momento preencheu os requisitos de tipicidade para configurar tal processo, assim o artigo 386, III do CPP expõe de uma maneira clara. Bem como, não se pode permitir que a palavra única e exclusivamente da vítima seja suficiente para ensejar uma condenação, assim deve o acusado ser absolvido.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
· Preliminarmente, requer seja declarada a nulidade absoluta do processo, a partir da Audiência de Instrução e Julgamento.
· No mérito, requer a reforma da r. Sentença para absolver o Apelante, por restar comprovado que o fato narrado na exordial acusatória não constitui crime.
Nesses termos,
Pede e espera deferimento.
Xxxxxxxxxx/xx, xx de abril de 2018
Advogada
OAB/xx nº xxxx