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Universidade Estadual de Maringá Centro de Ciências Exatas Departamento de Física Laboratório de Física Experimental IV DIFRAÇÃO E INTERFERÊNCIA ACADÊMICOS: CARLOS HENRIQUE FILIPIM PEREIRA RA: 103552 EDUARDA DE CARVALHO TOMÉ RA:106238 TURMA: 006 PROFESSOR: WILSON WEINAND MARINGÁ, 2018 1. INTRODUÇÃO A luz solar é composta por todas as cores do espectro visível, como pode ser observado em um arco íris, onde diferentes comprimentos de onda sofrem desvios diferentes ao atravessar as gotas, esse fenômeno é chamado de refração. Já as cores observadas em um filme, como uma bolha de sabão, ou uma mancha de óleo, são formadas por um fenômeno chamado interferência, o qual é capaz de reforçar ou suprimir determinados comprimentos de onda. A difração pode ser observada quando a luz passa por uma fenda, e ao emergir desta, sofre um espalhamento. No entanto, quando ocorre isto com uma luz monocromática, ou laser, é formado uma figura de interferência, ou difração, na qual observa-se um máximo central, o qual é largo e mais intenso, e vários máximos laterais, e entre esses máximos têm-se os mínimos. 2. OBJETIVOS ● Estudar a difração produzida por fenda simples; ● Estudar a difração produzida por fendas duplas; ● Distinguir interferência e difração, no espectro da intensidade da luz, relativa à experiência de Young; ● Determinar o comprimento de onda de luz do Laser. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 DIFRAÇÃO POR FENDA SIMPLES Considerando duas ondas eletromagnéticas, de fontes diferentes, mas com a mesma amplitude (E 0) a mesma frequência angular (ω) percorrendo caminhos diferentes (r1 e r2) e se superpõem no mesmo ponto (P), conforme a Figura 1. Figura 1: Superposição de ondas em uma fenda simples. Fonte: site.dfi.uem.br As ondas representadas na Figura 1 são descritas pelas seguintes equações (1)sen(kr t)E1 = E0 1 − ω (2)sen(kr t )E2 = E0 2 − ω + φ Onde φ é a diferença de fase entre as ondas, , ou seja o número de π/λk = 2 ondas. Conforme o princípio da superposição de ondas, no ponto P ocorre a soma das duas ondas diferentes, desta forma, ao somar as Equações (1) e (2) obtém-se. (3)2E sen ( t ) cos( )E = E1 + E2 = 0 2 k(r +r )1 2 − ω + 2 φ 2 k(r +r )1 2 − 2 φ Considerando que o ponto P está no infinito, ou seja seu tamanho é muito maior que o da fenda, tem-se que r1 ≈ r2 ≈ r. Deste modo a Equação (3) torna-se. (4)E sen(kr t )cos( )E = 2 0 − ω + 2 φ 2 φ Fazendo: (5)E cos( )Eφ = 2 0 2 φ Que é a amplitude da onda resultante, têm-se. (6)sen(kr t )E = Eφ − ω + 2 φ Na Equação 5 nota-se que Eφ depende da diferença de fase entre as ondas, ou seja de r1 e r2, com as equações 1 e 2, tem-se que. r t kr t)k 2 − ω + φ − ( 1 − ω = 0 (rk 2 − r )k 1 + φ = 0 (7)rΔ = 2π φλ Em (7) observa-se que os mínimos ocorrem quando φ=π, desta forma: (8)enθ λ/as = m Onde a é a largura da fenda, e θ é um valor muito pequeno, sendo assim, para determinar a distância entre dois mínimos de ordem m, têm-se a seguinte equação. (9)y D . 2D Δym = a mλ ⇒ Δ m = 2 a mλ 3.2 INTERFERÊNCIA POR FENDA DUPLA A experiência de Young consiste em um feixe de luz que passa através de duas fendas, de largura a, separadas por uma distância d, conforme o apresentado na figura 2. Figura 2: Superposição de ondas devido à uma fenda dupla Fonte: sites.dfi.uem.br Onde, a luz ao passar pelas fendas, formam duas frentes de ondas. A análise do resultado dessa superposição, no anteparo, é realizada separando-se os efeitos da interferência e da difração. A interferência é o efeito resultante da superposição das ondas com origem nas fendas duplas caracterizada pelo afastamento d entre as duas fendas. E a difração é o efeito resultante do fato de cada onda passar por uma fenda de largura a. Para localizar-se os mínimos de intensidade, deve-se atentar ao fato, de que um mínimo ocorre quando as ondas chegam no ponto P em oposição de fase, deste modo tem-se. (10)2m )πφ = ( + 1 Sabendo que isto ocorre devido à uma diferença no caminho percorrido pelo feixe de luz: (11)senθ 2m )r1 − r2 = d = ( + 1 λ2 ou (12)enθ m )s = ( + 2 1 λ d Analisando as equações (8) e (12), nota-se que a difração está relacionada com a largura a da fenda, enquanto a interferência está relacionada com a distância d entre as fendas. Da Figura 2, observa-se que: (13)senθ anθ ≈ t = sD Substituindo (13) em (12): m )sD = ( + 2 1 λ d (14)(m )s = D + 2 1 λ d Para a distância entre dois mínimos a Equação 14 torna-se: (15)sΔ = d Dλ 4. DADOS OBTIDOS 4.1 DADOS OBTIDOS PARA A DIFRAÇÃO POR FENDA SIMPLES Na Tabela 1 estão apresentados os dados obtidos experimentalmente para a difração de luz por fenda simples. Tabela 1: Valores obtidos experimentalmente para a difração por fenda simples D (Distância da fenda ao anteparo) ( 126,00 ± 0,05 ) cm a=0,16mm a=0,08mm a=0,04mm a=0,02mm m Δy(m) λ(nm) m Δy(m) λ(nm) m Δy(m) λ(nm) m Δy(m) λ(nm) ±1 0,0012 640 ±1 0,0013 510 ±1 0,0034 667 ±1 0,0069 676 ±2 0,0023 613 ±2 0,0026 510 ±2 0,0063 618 ±2 - - ±3 0,0033 587 ±3 0,0053 693 ±3 0,0096 627 ±3 - - ±4 0,0043 573 ±4 0,0069 676 ±4 - - ±4 - - ±5 0,0054 576 ±5 0,0086 675 ±5 - - ±5 - - (nm)λ 598 (nm)λ 613 (nm)λ 637 (nm)λ 676 Na literatura o valor esperado para o comprimento de onda de um laser vermelho é de cerca de 650 nm, considerando isto, na Tabela 2 estão os valores do comprimento de onda médio e do erro percentual em relação ao esperado na literatura Tabela 2: Valores obtidos para o comprimento de onda do laser e seus respectivos desvios percentuais. (nm)λ D% a=0,16mm 598 8,0 a=0,08mm 613 5,7 a=0,04mm 637 2,0 a=0,02mm 676 4,0 Os erros podem estar relacionados ao tempo de uso do equipamento, bem como também ser um erro do operador, já que o experimentofoi realizado em um ambiente sem luz, o que dificultava visualizar se os traços eram feitos nos lugares corretos. Considerando todos os valores de comprimento de onda e fazendo uma média deles, encontrou-se λn com um valor de 631 nm, o qual possui um desvio de 2,3%, o qual se deve ao fato, de nele estarem somados todos os erros do experimento. A partir dos dados da Tabela 2 foi possível plotar o gráfico presente na Figura 3, assim: Figura 3: Gráfico da em função do a-1.y Δ 1 4.2 DADOS OBTIDOS PARA A DIFRAÇÃO DE UM FIO DE CABELO Na Tabela 3 estão apresentados os dados obtidos para a difração por um fio de cabelo. Tabela 3: Dados obtidos para a difração por um fio de cabelo. m Δy (m) a ( m)μ ±1 0,0004 520,1 ±2 0,0025 166,2 ±3 0,0049 127,3 ±4 0,0075 110,9 ±5 0,0099 105,1 ±6 0,0123 101,5 ±7 0,0149 97,7 Isolando a variável a na Equação 9 e utilizando o valor médio de a, tem-se que o diâmetro do fio de cabelo é de 106 m.μ 4.3 DADOS OBTIDOS PARA A INTERFERÊNCIA POR FENDA DUPLA Na Tabela 4 estão apresentados os dados obtidos para a interferência provocada por fendas duplas, para diferentes valores de largura de fenda, bem como também para diferentes valores de distância entre as fendas. Tabela 4: Valores obtidos experimentalmente para a interferência por fenda dupla D(Distância do laser ao anteparo) = (181,00 ± 0,05) cm a=0,08mm a=0,04mm d=0,25mm d=0,50mm d=25mm d=0,50mm Δx1 (m) 0,084 Δx 2 (m) 0,039 Δx3 (m) 0,094 Δx4 (m) 0,022 N1 16 N2 15 N3 18 N4 8 ΔS1 (m) 0,525 ΔS 2 (m) 0,260 ΔS 3 (m) 0,522 ΔS4 (m) 0,275 λ 1 (nm) 725,1 λ2 (nm) 718,2 λ3 (nm) 720,9 λ4 (nm) 759,9 A partir dos dados dos comprimentos de onda presentes na Tabela 4 e fazendo uma média deles, encontrou-se λn com um valor de 731,1 nm, o qual possui um desvio de 12,5%, o qual se deve ao fato, de nele estarem somados todos os erros do experimento. Considerando-se a equação (15), nota-se que ao aumentar a distância entre as fendas, diminui-se o valor de ΔS, pois são inversamente proporcionais, na Tabela 4 percebe-se que ao dobrar a distância entre as fendas, o valor de ΔS diminuiu mais da metade. Já ao manter a distância entre as fendas constantes e variar a sua largura a variação que ocorre é quase desprezível, já que a Equação (15) não considera a largura das fendas. Na parte de difração por fenda simples a quantidade de máximos e mínimos é menor do que a observada na parte B, isto se deve ao fato de observar-se apenas o efeito da difração do feixe de luz ao passar por uma fenda, e na parte da interferência por fenda dupla ser observa-se o efeito tanto da difração, quanto da interferência ao passar um feixe de luz por duas fendas, e deste modo aumentou a quantidade de máximos e mínimos. 5. CONCLUSÃO Por fim pode se afirmar que os experimentos realizados foram de caráter satisfatório, visto que, foram atingidos os objetivos de estudar a difração produzida por fendas simples e as interferências por fendas duplas, distinguir os efeitos de interferência e difração no espectro da intensidade da luz e determinar o comprimento da luz laser. E mesmo com os baixos erros experimentais a prática ainda mostrou grande qualidade e esses ainda puderam ser justificados. REFERÊNCIAS [1] Halliday, D. Resnick, R. Merrill, J. Fundamentos de Física 4, Eletromagnetismo. 3ª Edição 1994. Editora LTC. Cap 27 pg 75-76. Cap 40 pg 61. Cap 41 pg 91. [2] A.S. Iramina, A.M. Neto, F.Sato, G.S.Dias, W.R.Weinand. “Atividades para fixação de aprendizados dos experimentos de física experimental IV”. 2017, Maringá. Pág 27-32.