Buscar

Revisão e Extinção dos Contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Revisão e Extinção dos Contratos
Revisão
Os contratos são passíveis de revisão, por força expressa de lei ou decisão judicial. A revisão legal limita a força obrigatória dos contratos, pois importa em fator externo de ajustamento e reequilíbrio das prestações. Não havendo acordo, a revisão será sempre objeto de decisão judicial.
Fundamento Constitucional (artigo 3º, I e 170 – Princípios da solidariedade e justiça social)
Obs: Previsão legal nos contratos de consumo (artigo 6º, V da lei 8.078/90)
Código Civil ( artigos: 157, 317, 404, 413, 422, 423, 478, 620 etc.)
Lei de Locação (8.245/91) artigo 19.
Súmula 380 do STJ: “A simples propositura da ação de revisão do contrato não inibe a caracterização da mora do devedor”.
Extinção
Os contratos se extinguem, em geral, pelos mesmos modos de extinção das obrigações (adimplemento) que os integram. Também se extinguem com o advento do termo final do prazo convencionado.
Resilição Unilateral e Distrato
A Resilição é o modo de extinguir o contrato, por ato unilateral ou consenso das partes, cujos efeitos são futuros (ex nunc), ou seja, a validade e a eficácia anteriores do contrato não são por ela atingidas.
Resilição Unilateral = resulta da manifestação de vontade extintiva de uma das partes do contrato. Se opera mediante duas formas: a) denúncia vazia, quando o contratante não precisa declinar suas razões; b) denúncia cheia quando o contratante deve dizer suas razões para pedir a extinção do contrato.
Exemplo: Lei de Locações - Art. 47.
Distrato: é a resilição que se perfaz por acordo mútuo das partes do contrato. Extingue-se para frente. Forma-se um novo contrato para extinguir o anterior existente. Significa desfazer o trato, ou seja, é um contrato autônomo que tem for finalidade a extinção do outro.
Obs: O inadimplemento do distrato não faz ressurgir os efeitos do contrato extinto, pois é relação contratual autônoma, pois o inadimplemento é do distrato e não do contrato.
Quem distrata não rescinde nem resolve, pois o contrato anterior continua, mas sem efeitos. O distrato deve observar a forma do contrato, se escrito deve ser distratado por escrito.
Resolução do Contrato
Resolver o contrato é extingui-lo com efeitos retroativos (ex tunc), por ato ou pedido judicial de uma das partes, em virtude do inadimplemento da outra. (art. 474 do CC).
Quando existe contratante vulnerável merecedor de proteção, é possível, excepcionalmente que a lei exclua a resolução imediata. Ex: quitação da mora em contratos de locação em sede de contestação. (direito à moradia).
Obs: Se a coisa, objeto da obrigação de dar, desaparecer ou se extraviar, sem culpa indiscutível da parte contratual devedora, o contrato pode ser resolvido, por impossibilidade superveniente da obrigação, sem necessidade de decisão judicial.
Revisão ou Resolução por Onerosidade Excessiva Superveniente
Circunstâncias exteriores ao contrato – as partes não previram na hora de concluir o contrato, podendo levar a revisão ou á resolução do contrato porque este não é mais o mesmo que as partes celebraram.
Obs: Se o contratante já estava em mora antes da mudança circunstancial de modo nenhum pode alegar desaparição da base objetiva.
Cláusula rebus sic stantibus estabelece que o contrato de execução prolongada (de trato sucessivo e dependente de futuro) deve ser cumprido, no pressuposto de que se conservem imutáveis as circunstâncias que as partes tiveram presentes na celebração; se elas mudarem, a execução deve ser igualmente mudada.
Obs: É da natureza da cláusula rebus sic stantibus ser considerada implícita no contrato de execução diferida ou continuada.
Essa cláusula serviu de lastro para construções engenhosas de equidade contratual, tais como a teoria da imprevisão, a teoria da resolução por onerosidade excessiva, a teoria da base objetiva do contrato etc.
Teoria da Imprevisão = o evento causador do desequilíbrio das prestações das partes não poderia ser previsto nos momentos pré-negociais e quando da celebração do contrato.
Cláusula rebus sic stantibus (encara objetivamente a equidade e o equilíbrio contratual) # teoria da imprevisão.
Contratos de venda veículos (leasing) ajustamento em função de variação cambial.
JURISPRUDÊNCIAS
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO COLETIVA. CUSTOS DE COBRANÇA. INFORMAÇÃO. LIBERDADE CONTRATUAL. LEGALIDADE. ART. 51, XII, DO CDC. RECIPROCIDADE. LIVRE PACTUAÇÃO. BOA-FÉ OBJETIVA. PROPORCIONALIDADE.
1. Cuida-se de ação coletiva proposta pela ANADEC contra a Editora Abril S.A., na qual aponta a ilegalidade da cobrança de R$ 1,13 (um real e treze centavos) por boletos bancários emitidos em virtude da assinatura de revistas, custo que alega pertencer exclusivamente à empresa.
2. O Código de Defesa do Consumidor assegura a possibilidade de ressarcimento dos custos de cobrança de determinada obrigação tanto ao fornecedor quanto ao consumidor (art. 51, XII, do CDC).
3. No caso, o consumidor, antes de formalizar o negócio jurídico com a Editora Abril (fornecedora), na fase pré-contratual, foi informado da faculdade de optar por uma das três formas de pagamento oferecidas pela empresa: boleto bancário, débito em conta e débito no cartão de crédito.
4. Inexiste vantagem exagerada em decorrência da cobrança por carnê, em especial porque o boleto bancário não é imposto pelo fornecedor, mas, ao contrário, propicia ao consumidor uma comodidade, realizando a liberdade contratual e o dever de informação.
5. Ausente a onerosidade excessiva, porquanto mantidos o equilíbrio contratual, a proporcionalidade do acréscimo cobrado do consumidor e a boa-fé objetiva do fornecedor.
6. Recurso especial não provido.
(REsp 1339097/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/02/2015, DJe 09/02/2015)
DIREITO CIVIL E COMERCIAL. COMPRA DE SAFRA FUTURA DE SOJA. ELEVAÇÃO DO PREÇO DO PRODUTO. TEORIA DA IMPREVISÃO. INAPLICABILIDADE. ONEROSIDADE EXCESSIVA. INOCORRÊNCIA.
1. A cláusula rebus sic stantibus permite a inexecução de contrato comutativo - de trato sucessivo ou de execução diferida - se as bases fáticas sobre as quais se ergueu a avença alterarem-se, posteriormente, em razão de acontecimentos extraordinários, desconexos com os riscos ínsitos à prestação subjacente.
2. Nesse passo, em regra, é inaplicável a contrato de compra futura de soja a teoria da imprevisão, porquanto o produto vendido, cuja entrega foi diferida a um curto espaço de tempo, possui cotação em bolsa de valores e a flutuação diária do preço é inerente ao negócio entabulado.
3. A variação do preço da saca da soja ocorrida após a celebração do contrato não se consubstancia acontecimento extraordinário e imprevisível, inapto, portanto, à revisão da obrigação com fundamento em alteração das bases contratuais.
4. Ademais, a venda antecipada da soja garante a aferição de lucros razoáveis, previamente identificáveis, tornando o contrato infenso a quedas abruptas no preço do produto. Em realidade, não se pode falar em onerosidade excessiva, tampouco em prejuízo para o vendedor, mas tão-somente em percepção de um lucro aquém daquele que teria, caso a venda se aperfeiçoasse em momento futuro.
5. Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 849.228/GO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 03/08/2010, DJe 12/08/2010)
PROMESSA DE COMPRA E VENDA. Resolução. Quebra antecipada do contrato.
- Evidenciado que a construtora não cumprirá o contrato, o promissário comprador pode pedir a extinção da avença e a devolução das importâncias que pagou.
- Recurso não conhecido.
(REsp 309.626/RJ, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 07/06/2001, DJ 20/08/2001, p. 479)
AGRAVO "INTERNO" CONTRA DECISÃO PROFERIDA EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL. VARIAÇÃO CAMBIAL. PRECEDENTES DO STJ.
No reajuste das prestações do contrato de leasing atrelado à variação cambial, o ônus decorrente da brusca variação da taxa cambial ocorrido em razão da mudança da política governamental a partir de janeirode 1999 deve ser repartido igualmente entre as partes (REsp n. 472.594-SP).
Subsistente o fundamento do decisório agravado, nega-se provimento ao agravo
(AgRg nos EDcl no REsp 448.628/DF, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA TURMA, julgado em 06/04/2004, DJ 13/09/2004, p. 244)
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RESCISÃO CONTRATUAL. INICIATIVA DO DEVEDOR. DEVOLUÇÃO DE QUANTIAS PAGAS. PERCENTUAL DE RETENÇÃO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SÚMULA 07/STJ. PERDA DO SINAL. IMPOSSIBILIDADE. ARRAS CONFIRMATÓRIAS.
1. A jurisprudência desta Corte Superior prega ser possível a resilição contratual do compromisso de compra e venda por iniciativa do devedor, quando ele não possuir mais condições econômicas para arcar com o pagamento das prestações pactuadas com a promitente-vendedora (construtora ou incorporadora), mormente se estas se tornarem excessivamente onerosas.
2. A resolução unilateral, nesses casos, enseja a restituição das parcelas pagas pelo promissário-comprador, mas não em sua totalidade, haja vista a incidência de parcela de retenção para fazer frente ao prejuízo causado com o desgaste da unidade imobiliária e as despesas com administração, corretagem, propaganda e outras congêneres suportadas pela empresa vendedora.
3. Se o Tribunal de origem fixou o percentual de retenção com base na razoabilidade, examinando, para tanto, o acervo fático e probatório dos autos, alterar tal entendimento encontra óbice na Súmula 07 do STJ.
4. O arrependimento do promitente comprador só importa em perda do sinal se as arras forem penitenciais, não se estendendo às arras confirmatórias.
5. A questão atinente à revisão da distribuição dos ônus sucumbenciais, para se chegar à hipótese de sucumbência recíproca ou de decaimento mínimo de algum litigante, envolve ampla análise de questões de fato e de prova, consoante as peculiaridades de cada caso concreto, o que é inadequado na via especial, nos termos do enunciado 7 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça.
6. Agravo regimental não provido.
(AgRg no Ag 717.840/MG, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 06/10/2009, DJe 21/10/2009)

Outros materiais