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RESENHA NELL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL
Disciplina: Antropologia Cultural.
Docente: Eliana Teles
Discente: Eliza Ferreira de Carvalho (20161140042) 
DATA: 04/06/2018
RESENHA (FILME - NELL)
NELL 1994: Direção APTED. Michael, Produção de Renee Missel e Jodie Foster. Tem como elenco Jodie Foster, Liam Neeson e Natasha Richardson. Produzido pela Fox Vídeo, tem 1h e 52 min de duração.
Nell é um filme dirigido por David Apted, nascido em 10 de fevereiro de 1941 em Aylesbury; Buckinghamshire; Inglaterra. Famoso por dirigir filmes como “007 – O mundo não é o bastante” e “As Crônicas de Nárnia - A Viagem do Peregrino da Alvorada”. Recebeu indicação ao Oscar, na categoria de melhor atriz (Jodie Foster), além de receber três indicações ao Globo de Ouro de melhor filme - drama, melhor atriz - drama (Jodie Foster).
Este trabalho tem como objetivo elaborar uma resenha crítica sobre o filme “Nell”, mostrando os principais pontos do filme associando-o com a cultura voltada para o profissional de Assistente Social. 
O filme relata a estória de uma mulher que aparenta ter 30 anos, eremita que em seu conceito remete um indivíduo que vive em lugares desertos e isolados (florestas e montanhas), geralmente por motivo de penitência, religiosidade, ou simples amor à natureza. Nessa trama sobre a vida de Nell, que tem um grande trauma o qual foi repassado através de sua mãe, a senhora Kelty que foi vitima de estupro antes do nascimento de Nell e sua irmã gêmea Mi’i a qual faleceu ainda criança.
A mesma traz consigo grandes lembranças que viveu ainda criança, com sua irmã e outras características as quais herdou da sua mãe, era religiosa e a Bíblia tinha um grande significado para ela. Utilizava-se de uma fala própria, interpretada pelo Dr. Jerry como um “idioma desconhecido”, cujo motivo dessa linguagem “rara” foi um derrame que paralisou um lado do rosto de sua mãe, pois aprendeu a falar ouvindo a mesma, não tinha nenhum contato com outras pessoas a não ser com a natureza durante a noite.
A ideia que o filme nos traz é a de um “Olhar critico sobre a cultura do outro”, nesse caso a de Nell, o modo como eles a enxergam, considerando como “diferente”, “bárbaro” - a não civilizada, por não dispor de meios de telecomunicações, sem eletricidade e sem o conforto de uma “Civilização”. É possível citarmos Laraia, em Cultura um conceito antropológico, quando nos diz que “... a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas, e, portanto tem visões desencontradas das coisas...”.
O entrecho se forma fazendo gerar algumas questões, como: Como ela surgiu neste lugar? (Já que não possuía registros!), será que ela conseguiria sobreviver sozinha na floresta? O que significava as músicas e muitas expressões que ela tinha? Laplantine, em Aprender Antropologia escreve que “O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em todas as sociedades existiram homens que observavam homens”. Uma grande realidade, já que o modo utilizado pelos doutores para conhecê-la, era a observação.
Em um conflito entre os personagens Drª. Paula e Dr: Jerry em rumo a melhor “solução” pra vida de Nell, para eles que são “desenvolvidos”, creem que pessoas que vivem de formas diferentes, são pessoas “anormais”. O caso é encaminhado para a justiça. Pois a psicóloga e seu chefe acreditam que ela deve ser internada em uma clinica para pessoas com problemas psicológicos e seja “tratada” (estudada), porém Dr. Jerry Lovell duela para que isso não aconteça, sempre respeitando a vontade de Nell em não lhe retirar de seu lar, o juiz então dá aos profissionais três meses para conseguir algum sucesso neste caso.
Durante esses três meses, tiveram significativos resultados, a exemplo da comunicação reciproca deles com ela e ela com eles, do modo de vida dela e de sua particularidade, podemos perceber que os especialistas não ficaram neutros e inertes, eles envolveram-se em um amor fraterno, como também uma proteção além de seu profissionalismo, já que mesma era inocente e não tinha nenhum tipo de maldade. Como bem nos cita Marcos Lanna, em Nota Sobre Marcel Mauss e o Ensaio sobre a Dádiva, que “... “dar e receber” implica não só uma troca material, mas também uma troca espiritual, uma comunicação entre almas”. 
Essa é a conjuntura que vemos no filme, quando os médicos levam-na para conhecer a cidade ela se depara com a maldade dos homens “civilizados”. Aí Compreendemos nitidamente a fala de Laplatine do “Mau selvagem e do bom civilizado” e do “Bom selvagem e do mau civilizado”, dizendo que na verdade o mau selvagem não era mau, só por possuir uma cultura, hábitos e crenças diversas, muitas vezes o bom civilizado, não é bom, é cheio de maldade e o selvagem é o ingênuo! Quando ela chega à cidade acaba sendo vitima de alguns rapazes que se dizem “civilizados”, querendo abusar de sua ingenuidade. Porem Dr. Jerry chega e consegue retira-la daquele local.
No final do filme, ao findar os três meses, dessa intensa participação ativa na vida de Nell. Eles vão ao julgamento e lá ela é interpretada pelo Dr. Lovell, e é bem clara quando diz que não tinha problema maior do que qualquer outro que ali estavam, pois nem sequer conseguiam olhar nos olhos uns dos outros, foram eles quem de fato precisaram de sua ajuda, todos que tiveram contato com ela de uma forma ou de outra foram libertos de seus problemas e frustrações! É perceptível como a vivencia com ela teve a capacidade de mudar a vida dos Doutores, assim como dos demais que a conheceram, em suas muitas concepções e vivencias, pois, o seu modo de ser, agir e falar deu outra visão, para aqueles em sua volta. 
Este filme mostra de modo certo e lógico a ideia que deseja passar, sem necessitar de conhecimentos acadêmicos, para entender o mesmo, porém para uma melhor compreensão é importante ter embasamento teórico sobre o culturalismo e suas múltiplas diversidades. Ele nos mostra a correlação de diversas profissões, deixando explicito a conexão entre os profissionais das mesmas. É uma trama de conteúdo expressivo e com uma grande importância para diversas áreas, como: professores, assistentes sociais, antropólogos, terapeutas, psiquiatras, psicólogos, médicos até mesmo advogados e juízes, etc... Os personagens protagonizaram da melhor forma, a ideia do filme, com seu enredo muito bem organizado, e útil para os telespectadores.
Dentro do filme resenhado, obtivemos algumas associações do mesmo com a disciplina Antropologia Cultural, bem como com a nossa futura profissão sendo bastante pertinente. Dessa forma compreendemos que nem sempre o diferente deve ser visto como “anormal”, mas sim como alguém igual a todos, respeitando sua cultura sem menosprezar ou julgar as suas múltiplas diversidades, sendo possível nos envolvermos sem impor nossa cultura sobre a de nosso “usuário”. Essa obra nos faz refletir que antes de tomarmos qualquer decisão seja profissional ou pessoal precisamos primeiramente observar, nos comunicar e compreender, tendo em vista que nenhum profissional trabalha sozinho, pois para obter resultados significativos precisamos estar unidos.
Eliza Ferreira de Carvalho.
Referencia Bibliográfica:
	http://www.adorocinema.com/filmes/filme-43375/creditos/. (Acessado em 02/06/2018 as 00:02).
	LAPLATINE, François, 1943-. Aprender antropologia/François Laplatine; tradução Marie-Agnès Chauvel; prefácio Maria Isaura Pereira Queiroz – São Paulo: Brasiliense, 2003.
	LARAIA, Roque de Barros, 1932- 1.331c Cultura: uni conceito antropológico / Roque 14.ed. de Barros Laraia. — 14.ed. — Rio de Janeiro: Jorge "Zahar Ed., 2001.
	LANNA, Marcos, Nota sobre Marcel Mauss e o ensaio sobre a Dádiva.
	https://www.significados.com.br/eremita/. (Acessado em 02/06/2018 as 00:00).

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