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MECÂNICA DOS SOLOS – II UNIDADE 01: Compressibilidade e Adensamento (Parte 2) Prof: Helena Paula Nierwinski helnier@gmail.com Porcentagem Média de Adensamento (U) • A porcentagem média de adensamento de uma camada qualquer resulta da integração de Uz. Indica a relação entre o recalque sofrido até o momento considerado e o recalque total correspondente ao carregamento. • U = função (T) – Para um ponto Uz = 1 – (uex/uex t=0) – Para a camada U = 1 – (uex(médio) / uex t=0) – uex(médio) = excesso de poro pressão médio para a camada em determinado tempo. 2 0 zUU 0 Z 2 T Uz A porcentagem média de adensamento é apenas função do fator tempo (T) Porcentagem Média de Adensamento (U) • Solução Analítica • Ver gráfico página seguinte • Expressões aproximadas – U<60% T = (/4)(U)2 – U>60% T = -0,933 log(1-U) + 1,781 • U = / t )12( 2 2 1 0 2 2 mMe M U m TM Porcentagem Média de Adensamento (U) 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 Fator Tempo - T 100 80 60 40 20 0 U( %) Se o solo for mais deformável, os recalques serão maiores, e a curva indica a porcentagem de recalque. Se o solo for mais impermeável, ou a distância de drenagem for maior, os recalques serão mais lentos, e a curva refere-se ao fator tempo, que se liga ao tempo real pelo coeficiente de adensamento e pelas condições de drenagem. Porcentagem Média de Adensamento (U) Cálculo do recalque total • Dado uma amostra de solo, temos: • O recalque total t = H de uma camada de solo com altura H é devido a variação dos índices de vazios. • V = V – V’ = Vv – Vv’ (pois Vs =constante) Vs Vv H Hs Hv H Vs Vv V = A H V’= A H’ H’ Cálculo do recalque total • V = Vv – Vv’ – einicial = Vv/Vs efinal = Vv’/Vs • V = ei Vs – ef Vs • V = (ei – ef)Vs • Como o recalque só ocorre na direção vertical a área A é constante. • A V = (ei – ef)A Hs • H = e Hs • ei = Vv/Vs = (V-Vs)Vs = (H-Hs)/Hs ei = (H/Hs)-1 • Hs = H (1+ei) • H = t = e H / (1+ei) Cálculo do recalque total • Como existe uma relação linear entre índice de vazios e poro pressão tem-se que: • Define-se Índice de Compressão “Cc” • Defini-se Coeficiente de Compressibilidade Volumétrica (mv) i z t e Hav 1 ' H e Cce Cc i f i t if ' ' '' log 1 )/log( Hmv e av mv zt i 1 ' ENSAIO DE ADENSAMENTO • O ensaio de adensamento ou também conhecido de ensaio de compressão confinada ou ainda de ensaio oedométrico consiste em medir, por meio de um extensômetro, as deformações sofridas por uma amostra de solo convenientemente colocada dentro de um anel, quando se aplica no topo da amostra, por meio de uma placa, uma pressão P. ENSAIO DE ADENSAMENTO • Finalidades do ensaio – Determinar o índice de compressão, o qual fornece a compressibilidade do solo. “Cc”. – Determinar o coeficiente de consolidação, o qual indica a velocidade de compressão do solo quando submetida a um incremento de carga. “Cv”. • Resultado do ensaio – Os resultados são apresentados graficamente • Curva e (índice de vazios) versus ’z (tensão vertical efetiva) • Curva e (índice de vazios) versus log ’z ENSAIO DE ADENSAMENTO ENSAIO DE ADENSAMENTO Determinação de Cc 82,0 50 160 log 480.1895.1 log ' ' Cc Cc e Cc i f 10 100 Tensão Efetiva (kPa) 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 Ín d ic e d e V a z io s 'z = 50kPa 'z = 160kPa e= 1.895 e= 1.480 Determinação de cv • Método de Casagrande (log do tempo) – Determina-se a altura inicial do corpo de prova correspondente ao início do adensamento primário, que não é necessariamente a altura antes da aplicação da carga, em virtude da compressão inicial. Como a parte inicial da curva é parabólica, toma-se a ordenada para um tempo qualquer no trecho, t, verifica-se sua diferença com a ordenada para um tempo 4t, e soma-se esta diferença à ordenada do tempo t, obtendo-se assim a ordenada correspondente ao início do trecho primário. – Estima-se o ponto final do adensamento primário pela ordenada da interseção da tangente ao ponto de inflexão da curva com a assíntota ao trecho final da curva. – Determina-se a altura do corpo de prova para 50% de adensamento. – Determina-se o tempo correspondente aos 50%. Determinação de cv 0.1 1 10 100 1000 10000 Tempo (min.) 1.860 1.870 1.880 1.890 1.900 1.910 Al tur a d o c or po de pr ov a ( cm ) d d ho = 1.904 h100 = 1.874 50% 50% h50 = 1.890 t50 = 10 min. hi = 1.907 Determinação de cv – Calcula-se o coeficiente de adensamento pela fórmula: 50 2 t 197,0 d v H c Determinação de cv • Método de Taylor (raiz do tempo) – No trecho inicial da curva, que é praticamente reto, traça-se uma reta. – O ponto de interseção da reta com o eixo da ordenada defini a altura do corpo de prova no início da adensamento primário. A diferença entre este ponto e a altura do corpo de prova antes do carregamento indica a compressão inicial. – Do inicio do adensamento, traça-se uma reta 1,15 vezes as abscissas correspondentes a reta inicial. – A interseção desta reta com a curva indica o ponto correspondente a 90% do adensamento. Determinação de cv 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 Raiz do Tempo 1.865 1.870 1.875 1.880 1.885 1.890 1.895 1.900 1.905 1.910 Al tu ra d o co rp o de p ro va (c m ) hi = 1.907 ho = 1.903 h90 = 1.882 t 90 = 3 4m in Determinação de cv – Calcula-se o coeficiente de adensamento pela fórmula: 90 2848,0 t H c dv Tensão de Pré-adensamento • Seja o ensaio de adensamento da figura. A amostra foi carregada até a uma tensão apresentando o comportamento dos pontos ABC. Em seguida a amostra foi descarregada até a o ponto D e novamente carregada até o ponto F passando por E. • A mudança acentuada na curvatura da curva ABC e DEF é decorrente do carregamento anteriormente efetuado. Tensão de Pré-adensamento • A mudança acentuada na curvatura sugere que a amostra sofreu anteriormente a tensão do ponto B. • Esta tensão é denominada de tensão de pré-adensamento. • Comparando-se as tensões efetivas atuantes sobre o solo no local de onde foi retirada esta amostra com a tensão de pré-adensamento deste solo, pode-se conhecer um pouco da evolução deste solo. • As vezes, a tensão de pré-adensamento é igual à tensão efetiva existente no solo, por ocasião da amostragem. Isso indica que este solo nunca esteve submetido anteriormente a maiores tensões. Diz-se que este solo é normalmente adensado. • Quando a tensão efetiva atuante no solo por ocasião da amostragem for menor que a tensão de pré-adensamento diz-se que este solo é pré- adensado. Tensão de Pré-adensamento • Razão de sobre-adensamento, RSA – RSA = OCR (Over consolidation ratio) – Onde: • ’z = tensão afetiva atuante na amostra por ocasião da amostragem;• ’vm = tensão de pré-adensamento. ' ' z zmOCR Tensão de Pré-adensamento Tensão COMPORTAMENTO DO ARGILA ’z < ’zm Solo pré-adensado -Deformações pequenas e reversíveis -Comportamento elástico; -OCR > 1 ’z = ’zm Solo normalmente adensado -Deformações grandes e irreversíveis; -Comportamento plástico; -OCR = 1 Tensão de Pré-adensamento • Determinação da tensão de pré-adensamento. – Método de Casagrande • Escolhe-se o ponto de maior curvatura; • Traça-se uma tangente e uma horizontal a esse ponto; • Traça-se a bissetriz do ângulo formado pelas duas retas; • Prolonga-se a seguir a reta virgem até a bissetriz; • O ponto de interseção é o que define a tensão de pré- adensamento. Tensão de Pré-adensamento • Método de Casagrande de determinação da tensão de pré-adensamento 10 100 Tensão Efetiva (kPa) 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 Ín d ic e d e V a z io s Reta pela ponto de maior curvatura Tangente Bissetriz Prolongamento da Reta Virgem 'zm Tensão de Pré-adensamento • Determinação da tensão de pré-adensamento. – Método de Pacheco Silva • Traça-se uma reta horizontal a partir do valor de índice de vazios inicial (eo); • Prolonga-se a reta virgem até encontrar a horizontal; • Do ponto de interseção baixa-se uma vertical até a curva de adensamento e deste ponto traça-se uma horizontal até a reta virgem; • O ponto de interseção desta horizontal com a reta virgem é que define a tensão de pré-adensamento. Tensão de Pré-adensamento • Método de Pacheco Silva para a determinação da tensão de pré-adensamento 10 100 Tensão Efetiva (kPa) 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1 2.2 2.3 Ín d ic e d e V a z io s eo = 2,259 'zm Cálculo de recalque em solos sobre- adensados • No caso de argilas sobre adensadas tem-se duas situações distintas a serem consideradas no cálculo do recalque total, a saber: – Caso A • ’i < ’f < ’zm – Caso B • ’i < ’zm < ’f Cálculo de recalque em solos sobre- adensados 100 1000 Tensão Efetiva (kPa) 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 Ín di ce d e Va zi os 'zm = 220 kPa Cr = (e1- e2) / (log2 - log1) Cc = (e1- e2) / (log2 - log1) Caso A Caso B 'i 'f 'i 'f Cálculo de recalque em solos sobre- adensados • CASO A - Caso a tensão máxima aplicada sobre a camada de argila seja inferior a ‘zm determina-se o recalque pela seguinte expressão: – Onde Cr = índice de recompressão • CASO B - Caso a tensão máxima aplicada sobe a camada de argila exceda ‘zm determina-se o recalque com a equação: i i f o t Cr e H ' log 1 ' ' ' ' loglog 1 zm f i zm o t CcCr e H Recalque durante o período construtivo • No caso do carregamento não ser aplicado instantaneamente como admitido nas análises precedentes, mas crescente com o tempo até atingir um valor máximo (P1) em um tempo (t1), o recalque real (curva C) será obtido considerando-se que em qualquer tempo (t), a porcentagem de recalque real (U) seria obtida pela expressão: • Onde: U’ = porcentagem de recalque da curva C1 para um tempo (t’=t/2) e P seria a pressão aplicada pela construção no tempo (t). 1 ' P P UU Recalque durante o período construtivo P1 Tempo t1 P Carga U% U para carregamento instantâneo Curva para carregamento variável C C1 Aceleração dos recalques • Para minimizar os transtornos causados pelos recalques de adensamento ocorridos após o término das obras pode-se acelerar os mesmos com a construção de drenos verticais. • A introdução destes drenos proporciona a redução da distância de percolação reduzindo o tempo de recalque. Aceleração dos recalques 0.00 -1.00 -9.00 -10.00 Argila Areia Areia – Colchão drenante Na q Hv Hh Hv = distância de percolação vertical Hh = distância de percolação horizontal Área de influência do dreno Drenos Drenos
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