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Características gerais dos fungos • Seres eucarísticos. • Núcleo celular contendo DNA cromossômico e nucléolo rico em RNA. • Citoplasma contendo ribossomos, mitocôndrias, lisossomas, microtúbulos, aparelho de Golgi e RE. • Membrana celular constituída de lipídeos, glicoproteínas e ergosterol não encontrados em bactérias. • Parede celular Morfologia • Leveduras: estruturas redondas, unicelulares e multiplcam-se por brotamento ou fissão. Podem formar brotos compridos chamados de pseudo-hifas. • Fungos filamentosos são os mais encontrados no meio ambiente e se apresentam na forma de hifas (tubos compridos que podem ter paredes perpendiculares - septos - ou podem ser multinucleados - cenocíticos). • Fungos dimórficos existem na forma leveduriforme e filamentosa. Muitos fungos patogênicos são dimórficos, sendo que a forma de levedura ocorre nos tecidos e a forma filamentosa ocorre no ambiente ou nos meios de cultura a 25ºC. Ecologia • Ambientais: solo ou ar. Aspergillus spp, fungo que aparece no mofo do banheiro, em armários. • Animais: dermatófitos zoofílicos. Gabriela Reis Viol Micoses • Homem: Candida albicans e Melazessia furfur (dermatite seborreica do couro cabeludo - caspa). • Nichos ecológicos particulares: Cryptococcus neoformans (transmitido através das fezes de pombos, mais comum em pacientes imunodeprimidos pela inalação, provocando meningite fúngica). Mecanismo de infecção • Inoculação direta: como por exemplo através dos espinhos de rosas (esporotricose). • Inalação: forma mais comum. • Ingestão. Mecanismo de lesão • Invasão direta: ocorre por exemplo após um quadro de tuberculose cavitário, com a entrada de fungos juntamente com o ar, estes colonizam o ambiente pulmonar formando a bola fúngica que adere as paredes da cavidade e paciente apresenta sintomas semelhantes ao da tuberculose. O tratamento deve ser uma cirurgia de tórax aberto para remoção. Gabriela Reis Viol • Se, a partir da entrada pelas vias aéreas, os fungos ganharem a corrente sanguínea, as hifas grudam no epitélio do vaso, penetram e lesam o endotélio e ativam a cascata da coagulação formando trombos. • Fungo inalado e localiza-se nos brônquios, fecha o segmento pulmonar e desencadeia quadro semelhante à pneumonia lobar. • Podem colonizar os trombos formados, fazendo com que estes se desprendam e caiam na circulação sanguínea. • Fungo infecta macrófago, multiplica-se na forma de levedura dentro do citoplasma dos macrófagos produz a inflamação granulomatosa podendo provocar necrose. • Fungos dotados de cápsulas espessas antifagocitárias. Patogenicidade • Maioria dos fungos são patógenos oportunistas, afeta indivíduos com defesas alteradas. • Micotoxinas. • Hipersensibilidade: exposição repetida. • Infecção invasiva. Micoses superficiais • Acometem as camadas mais externas da pele, cabelo, unha, e não há uma resposta imunológica do hospedeiro. • Os organismos causadores podem ser de origem humana, animal ou ambiental. PITIRÍASE VERSICOLOR • Agente etiológico: Malassezia furfur. • Ocorre em clima tropical e subtropical (cosmopolita também conhecida como micose de praia ou piscina). • Acomete tronco e membros superiores. • Caracteriza-se por manchas geralmente hipopigmentadas e pruriginosas da pele (pano branco). • Tratamento com shampoo 1% de sulfito de selênio - 7x por 14 dias. Recomenda-se o banho de sol para uniformizar o tom da pele. Gabriela Reis Viol DERMATITE SEBORREICA • Comum em pacientes com AIDS. Micoses cutâneas • As infecções são denominadas de acordo com a área do corpo afetada: 1. Tinea capitis: tinha de couro cabeludo. 2. Tinea barbae: tinha de barba. 3. Tinea corporis: tinha de corpo. 4. Tinea pedis: tinha do pé (pé de atleta). 5. Tinea unguium: tinha ungueal (das unhas). • Causada por fungos filamentosos, queratinofílicos, dermatófitos. • Caracterizam-se por lesões em pêlos e/ou extrato córneo (homem e animais). • São altamente transmissíveis. Micoses subcutâneas ESPOROTRICOSE • Sporothrix schenckii. • Fungo dimórfico. Gabriela Reis Viol • Acomete pele e tecido subcutâneo. • Habitat em vegetais em decomposição e espinhos. • Homens adultos são mais afetados. • Endêmica no Brasil. • Formação de pequenos tumores subcutâneos ao longo dos linfáticos, com supuração e ulceração. CROMOMICOSE • Phialophora verrucosum. • Fungo dimórfico e dematiácio. • Acomete pele e tecido subcutâneo, principalmente membros inferiores. • Mais comum no sexo masculino. • Formação de nódulos, lesões papulosas, eritemato-descamativas, verrugosa com ou sem ulceração. Micoses sistêmicas • Micoses onde o fungo é patógeno primário. • O fungo penetra através da inalação. • Dimorfismo. • Caracterizam-se por infecção de macrófagos com infecção granulomatosa crônica gerada por reação de hipersensibilidade do tipo IV. • Desenvolvem-se no pulmão, linfonodos, órgãos internos, mucosas e pele. PARACOCCIDIOIDOMICOSE • Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis. • Endêmica no Brasil e América do Sul (doença ocupacional no homem). • Comumente encontrado no solo (comum em áreas de plantação de café). • Fungo dimórfico. • Após inalação, os fungos são fagocitados com os macrófagos, se transformam em levedura com múltiplos brotamentos no homem e micélio e conídios no meio ambiente e em cultivo. • RX pulmonar: asa de borboleta. • Formação de processo inflamatório granulomatoso . Gabriela Reis Viol • Cursam com estomatite, linfonodomegalias, lesões pulmonares e formas disseminadas graves (acomete fígado, baço, rins, etc). • O estrógeno impede a transformação da forma filamentosa em levedura, sendo assim, mais comum em homens. Diante disso, o risco de acometimento à gestantes é alto. HISTOPLASMOSE • Agente etiológico: Histoplasma capsulatum. • Fungo cosmopolita, endêmica nos EUA, Argentina e Serra do Mar no Brasil. • Fungo dimórfico. • Zoonose. • Multiplica-se em fezes de morcegos (doença das cavernas), pardais e aviários. • Acometimento cutâneo-mucoso e fibrose pulmonar. • Granuloma com necrose caseosa. • Sintomas semelhantes aos de tuberculose. CRIPTOCOCOSE • Agente: Cryptococcus neoformans (neoformans: sorotipos A e D; gatti: sorotipos B e C). • Inalação. • Infecção assintomática. • Fase pulmonar: estado gripal, com tosse e expectoração, dor torácica, febre, hemoptise. • Neurocriptococose: cefaleia, náuseas, vertigens, febre e distúrbios visuais, caracterizando um quadro de meningite. Comum em pacientes com AIDS. • Disseminada: disseminação hematogênica e linfatica (fígado, rins, baço, supra-renais e ossos). PNEUMOCYSTIS JIROVECCI • Causa principal de morte em pacientes com AIDS. • Tosse seca, febre, dispneia aos moderados/pequenos esforços. • Hipoxemia grave. • Morte. • Fungo invade alvéolos, promove exsudação pulmonar, diminui áreas de trocas gasosas. Gabriela Reis Viol ASPERGILOSE • Alergias. • Cavitário: bola fúngica no pulmão. • Sistêmico: trombose (em pacientes transplantados). • De difícil recuperação. CANDIDÍASE • Candida albicans. • É a levedura mais comum na flora normal da orofaringe, do intestino e da vagina (não encontrada na pele normal. • Infecção local da pele, unhas ou das mucosas: defesas locais de 1º linha (falha). • Infecção sistêmica oportunista: imunocomprometido. • O espectro das manifestações clínicas abrange desde infecções superficiais da pele à infecções sistêmicas potencialmente fatais. • Intertrigo por Candida: infecção aguda, com borda de escamase numerosas pústulas. Micotoxinas • Fator de patogenicidade: toxinas, hemolisinas e proteases. • Aflatoxinas: contaminam alimentos e rações. Podem causar hepatite tóxica, insuficiência hepática e câncer de fígado (exposições repetidas). • Ocratoxinas: presentes em amemdoim, algodão, castanhas, frutas, arroz, cereais, pimenta, soja e derivados. Gabriela Reis Viol
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