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Direito Tributário Aula 2 (espécies de tributos)

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DIREITO TRIBUTÁRIO I 
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
ESPÉCIES DE TRIBUTO: TEORIAS
Teoria bipartida: impostos e taxas;
Teoria tripartida: impostos, taxas e contribuições de melhoria;
CTN, art. 5º. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Teoria pentapartida: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
CF, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas (...)
CTN, Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Exemplo: Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização – FUNDAF. Natureza de taxa de polícia.
DL 1.437/75, Art 6º Fica instituído, no Ministério da Fazenda, o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização - FUNDAF, destinado a fornecer recursos para financiar o reaparelhamento e reequipamento da Secretaria da Receita Federal, a atender aos demais encargos específicos inerentes ao desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização dos tributos federais e, especialmente, a intensificar a repressão às infrações relativas a mercadorias estrangeiras e a outras modalidades de fraude fiscal ou cambial, inclusive mediante a instituição de sistemas especiais de controle do valor externo de mercadorias e de exames laboratoriais.
IMPOSTOS
Os impostos são tributos não vinculados que incidem sobre manifestações de riqueza do sujeito passivo. Justamente por isso, o imposto se sustenta sobre a ideia da solidariedade social.
Caráter contributivo, ao contrário das taxas e contribuições de melhoria, que caráter retributivo (contraprestacional).
Remunera serviços uti universi, de modo que não gozam de referibilidade (especificidade e divisibilidade).
A lista de impostos é exaustiva (numerus clausus) (CF, arts. 153, 155 e 156), contudo a União possui competência tributária residual. 
CF, Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição
É preciso lembrar que: 
CF, Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
III – reservada a lei complementar.
A União também possui competência tributária extraordinária.
Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Trata-se do Imposto Extraordinário de Guerra (IEG), que pode delinear como fato gerador qualquer base não imune – inclusive as atribuídas aos Estados, Municípios e Distrito Federal. Ex.: criação de ICMS extraordinário federal.
Único caso permitido de bitributação.
Ocorre a bitributação quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador.
Distingue-se de bis in idem. Este ocorre quando o mesmo ente tributante edita diversas leis instituindo múltiplas exigências tributárias, decorrentes do mesmo fato gerador.
Competência tributária absoluta da União, pois no caso de guerra está autorizada a tributar as mesmas bases.
Princípio da capacidade contributiva:
CF, Art. 145, § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Nada impede que esse princípio seja aplicado também à criação de taxas, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria.
“Numa outra perspectiva, deve-se entender que o cálculo da taxa de lixo, com base no custo do serviço dividido proporcionalmente às áreas construídas dos imóveis, é forma de realização da isonomia tributária, que resulta na justiça tributária (CF, art. 150, II). É que a presunção é no sentido de que o imóvel de maior área produzirá mais lixo do que o imóvel menor. O lixo produzido, por exemplo, por imóvel com mil metros quadrados de área construída, será maior do que o lixo produzido por imóvel de cem metros quadrados. A previsão é razoável e, de certa forma, realiza também o princípio da capacidade contributiva do art. 145, § 1.º, da C.F., que, sem embaraço de ter como destinatária (sic) os impostos, nada impede que possa aplicar-se, na medida do possível, às taxas” (STF, Tribunal Pleno, RE 232.393/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 12.08.1999, DJ 05.04.2002, p. 55).
Impostos reais (IPI, IPVA, ICMS, etc.) e pessoais (IR).
Havendo viabilidade, a pessoalidade é obrigatória.
CF, Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
ASSINALE V OU F: 
A) Os impostos são criados pela Constituição Federal, tendo os entes tributantes competência para estabelecer as hipóteses de incidência.
B) A Constituição Federal enumera os impostos que poderão ser instituídos pela União, estados, municípios e Distrito Federal, os quais não poderão ir além das hipóteses de incidência enumeradas nem criar tributo de competência do outro.
C) Na hipótese de criação de Território Federal, o Distrito Federal detém competência para instituir os impostos que, originalmente, são de competência dos estados.
TAXAS
CTN, Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas. 
Poderá ser fixada por qualquer ente da federação através de lei ordinária que fixe base de cálculo e alíquota.
Taxa de polícia
CTN, Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
A polícia administrativa distingue-se da judiciária porque aquela incide sobre bens (uso da propriedade) e direitos (exercícios de liberdade).
Só se pode cobrar taxa de polícia pelo efetivo exercício desse poder. Ex.: Taxa de Alvará de Localização e Funcionamento. 
Taxas de serviço
CTN, Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Caso de serviço de limpeza de logradouro público.
Serviços públicos gerais são financiados com a arrecadação dos impostos, enquanto que os específicos (uti singuli) são por meio de taxas.
Por serem tributos que exigem uma contraprestação, as taxas só podem ser cobradas no limite do custeio do serviço.
CF, art. 145, § 2º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
STF – Súmula Vinculante 29 – “É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra”.
STF – Súmula 667 – “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”.
Taxas judiciais na Paraíba:
Contribuição de melhoria
Tributos vinculados à realização de obra pública que valorize o imóvel.
Fator gerador: melhoria (valorização) da obra pública.
Fundamento jurídico: vedação ao enriquecimento sem causa.
A contribuição é decorrente da obra pública, e não para sua realização, de modo que não é legítima a sua cobrança com o intuito de obter recursos a serem utilizados em obras futuras, uma vez que a valorização só pode ser aferida após a conclusão da obra.
Excepcionalmente, porém, o tributo poderá ser cobrado em face de realização de parte da obra, desde que a parcela realizada tenha inequivocamente resultado em valorização dos imóveis localizados na área de influência.
CTN,  Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
(ESAF)“A Constituição de 1988 não estabelece que o limite total da contribuição de melhoria seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa”
Empréstimos compulsórios
CF, art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
São tributos de arrecadação vinculada, mas que não são classificados quanto à hipótese de incidência pois dependem de fato gerador instituído em lei.
São restituíveis ao contribuinte.
Leis ordinárias e medidas provisórias não podem criar empréstimos compulsórios.
Nos casos do inciso I, não há necessidade de obediência aos princípios da anterioridade e da noventena.

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