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p2 micologia

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Micoses Profundas ou Sistêmicas: 
Paracoccidioidomicose: 
• Agente etiológico: Paracoccidioides Brasiliensis. 
• Distribuição geográfica: América Central e Sul. 
• Habitat: solo e vegetação, em zonas de florestas tropicais e subtropicais de clima 
muito úmido. 
• Modo de infecção: inalação de conídios; 
• A estomatite moriforme é a forma mais clássica inicial da doença. 
• Diagnóstico: exame direto entre lâmina e lamínula; Biópsia de úlcera. 
• Tratamento: derivados imidozólicos como cetoconazol, itraconazol.. 
Histoplamose (Micose de Darling): 
• Agente etiológico: Histoplasma Capsulatum. 
• Distribuição geográfica: universal; mas predominância absoluta nos EUA. 
• Habitat: solo enriquecido com fezes de morcegos/aves. 
• Modo de infecção: inalação, através do aparelho respiratório. 
• Diagnóstico: exame laboratorial direto; cultura de sangue, medula óssea ou outro 
material. 
• Formas clinicas: histoplasmose pulmonar aguda; mediastinite e periocardite. 
• Tratamento: cetoconazol para pacientes que não imunocomprometidos. 
Coccidioidomicose: 
• Agente etiológico: Coccidioides Immitis. 
• Distribuição geográfica: oeste americano, seguido pelo México. Atualmente no Brasil 
foi observada no estado do Piauí e Ceará, em caçadores de tatu que revolveram a 
terra para desentocar a caça. 
• Habitat: solo de deserto; lugares com verão quente, inverno moderado e chuvas 
esparsas. 
• Modo de infecção: inalação de esporos nas zonas endêmicas; 
• Diagnóstico: exame histopatológico de tecido ou material clínico. Exame direto de 
escarro. 
• Formas clínicas: apresenta-se como uma afecção respiratória comum, após período 
de incubação de 7 a 28 dias; meningite; coccidioidomicose disseminada; 
coccidioidomicose pulmonar crônica; infecção pulmonar inicial. 
• Tratamento: anfotericina B; itraconazol; 
Micoses Oportunistas por fungos filamentosos e leveduriformes: 
Candida: 
• Agente etiológico: Candida Albicans. 
• Distribuição geográfica: é a mais universal das micoses; 
• Habitat: habita o aparelho digestivo e o aparelho respiratório. Encontrado como 
comensais da vagina e a uretra, na pele e sob as unhas das mãos e dos pés. 
• Modo de infecção: é endógena, já que o paciente é portador de seu agente casual. 
Portadores de AIDS e diabetes miellitus são mais susceptíveis a possuir candidíase 
com mais frequência. 
• Formas clínicas: - na cavidade bucal: o sapinho em recém-nascidos (estomatite 
cremosa), é a mais frequente, transmitido pela mãe que possua vulvovaginite, no 
parto; candidíase perianal; candidíase pulmonar; candidíase da unha (paroníquia). 
• Diagnóstico: lesão direta com raspado de pele, mucosa, escarro, sangue; 
• Tratamento: nistatina; 
Criptococose: 
• Agente etiológico: Cryptococcus Neoformans; 
• Distribuição geográfica: universal; 
• Habitat: solo em que há acumulo de fezes; associação com eucaliptos; fezes de aves, 
principalmente pombos; 
• Modo de infecção: inalação de conidíos ou por via digestiva com alimentos 
contaminados. 
• Formas clínicas: assintomática na maioria dos casos; neurocriptococose; 
• Diagnóstico: material clínico/exame direto: liquor, escarro, biópsia. 
• Tratamento: depende da forma clínica e do estado de competência; Anfotericina B; 
derivados azólicos; 
Aspergilose: 
• Agente etiológico: Aspergillus. 
• Distribuição geográfica: universal; Porém, as formas pulmonares da infecção 
predominam nos países de agricultura bem desenvolvida, principalmente de grãos 
de cereais. 
• Habitat: espalhados na natureza. Causadores frequente da deterioração de 
alimentos de qualquer espécie, grãos de cereais, encontrados mais em substratos de 
decomposições. 
• Modo de infecção: inalação. 
• Formas clínicas: otomicose; aspergiloma; sinusite alérgica; 
• Diagnóstico: exame direto- escarro, lavado, broncoalveolar, biópsias, secreções. 
• Tratamento: depende do caso clínico e da espécie de Aspergillus. 
Mucormicose: (Zigomicoses) 
• Agente etiológico: Rhizopus; Mucor; Absidia; Rhizomucos; 
• Distribuição geográfica: universal. 
• Habitat: são decompositores de matéria orgânica; podem contaminar e se 
desenvolver em alimentos e outros produtos. 
• Modo de infecção: Mucormicose: é uma infecção micótica ocasional, pacientes com 
cetoacidose diabética e terapias imunossupressoras são mais susceptíveis. 
• Formas clínicas: Zigomicose: atinge troncos e membros; Mucormicose: intestinal, 
cerebral. 
• Diagnóstico: exame direto e histopatológico a partir do aspirado dos seios paranasais 
e escarro lavado broncoalveolar. 
• Tratamento: Anfotericina B, por semanas ou meses. 
 
Micotoxinas exógenas e endógenas: 
Micotoxinas exógenas: produzidas e depois liberadas pelo fungo no meio externo, o 
substrato é ingerido pelo homem ou animal, que é o responsável pela intoxicação, 
denominada micotoxicose. Não há necessidade de ser ingerir o fungo para ocorrer a 
contaminação. 
• Os principais produtores de micotoxinas exógenas são: Aspergillus, Fusarium e 
Penicillium. Participam da reciclagem de matéria orgânica no solo. 
1.1 Aflatoxinas: Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus. 
Fungos produtores: Amendoim, milho, nozes, amêndoas, trigo, cevada, aveia. São 
termoresistentes. 
1.2 Ocratoxinas: Aspergillus ochraceus e diversas espécies de Penicillium. 
Fungos produtores: milho, café em grãos, trigo, feijão. Principal causador de nefropatias 
em suínos. A ocratoxina no feijão pode ser reduzida pelo preparo tradicional deixando o 
grão de molho por 12 horas. 
1.3 Zearalenona: Fusarium. 
Alimentos contaminados: milho, trigo, nozes, cevada. O suíno é o animal mais sensível. 
1.4 Patulina: Penicillium. 
Alimentos contaminados: suco de frutas (principalmente maçã) e produtos de 
confeitaria. Não há comprovação de intoxicação por causas naturais. 
1.5 Fumonisina: Fusarium. 
Controle de micotoxinas em alimentos: 
Controle feito pela prevenção e eliminação, sendo que a prevenção é mais eficaz. 
Incluem plantio, colheita, transporte e armazenagem. Educação da população quanto 
aos riscos do consumo. 
Micotoxinas Endógenas: 
Endotoxinas quando estão localizadas no interior do micélio do fungo. Há a necessidade 
de se ingerir o fungo para que ocorra a intoxicação, micetismo. 
O micetismo é a doença causada pela ingestão de fungos, na maioria das vezes 
macroscópico (cogumelos venenosos). 
• Tipos de micetismo: 
1. Trato gastrointestinal: sintomas são náuseas, diarreia, vômitos. Logo após a ingestão 
do fungo, desaparece com 1-2 dias. Raramente é fatal. 
2. Trato gastrointestinal e envenenamento celular: sintomas aparecem após algumas 
horas, causando náuseas, vômitos e diarreia. Pode ocorrer icterícias e convulsões em 
casos mais graves, podendo levar ao coma e a morte, após 2-7 dias. 
3. Envenenamento celular: os sintomas iniciam-se após 8-12 horas da ingestão do 
fungo, a sintomatologia inclui dores abdominais intensas, vômitos, delírios, 
alucinações, a morte ocorre por parada cardíaca. Não há antídoto. 
4. Associação ao álcool: coprina, que quando ingeridos junto ao álcool causam 
problemas de intoxicação. 
5. Sistema nervoso central: 
 5.1 Amanita muscaria e Amanita pantherina: 
 Os sintomas incluem: espasmos musculares, tonteira, vômitos, seguido de sono 
profundo com sonhos intensos, geralmente após 2 horas da ingestão. 
 5.2 Fungos alucinógenos: 
 O gênero Psilocybe, que é encontrado comumente crescendo em fezes de herbívoros na 
época das chuvas, é utilizado por índios mexicanos em rituais sagrados e por indivíduos 
toxicômanos. 
5.3 Claviceps purpurea: 
É um Ascomycete, parasita obrigatório que se desenvolve em gramíneas, principalmente 
centeio,formando um esclerócio, que é uma estrutura rígida conhecida como “esporão de 
centeio” ou “ergot”. A intoxicação ocorre pela ingestão do esclerócio inteiro ou sob a forma 
de farinha e é denominada ergotismo. 
5.4 Eczema facial de carneiros: 
A intoxicação ocorre pela ingestão dos conídeos desse fungo, que contaminam as folhas de 
braquiária. Os conídios de Pithomyces chartarum contém uma endotoxina denominada 
esporidesmina, que quando ingerida por esses animais (ingestão do fungo), causa danos ao 
fígado.

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