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ERRO OU IGNORÂNCIA
PROFESSORA DÉBORA GUIMARÃES 
ERRO OU IGNORÂNCIA
CONCEITO: 
OCORRE QUANDO ALGUEM, POR DESCONHECIMENTO OU FALSO CONHECIMENTO DA REALIDADE, CELEBRA UM NEGÓCIO DIVERSO DA SUA REAL VONTADE, ISTO É, CELEBRA UM NEGÓCIO QUE NÃO CELEBRARIA SE TIVESSE PLENA PERCEPÇÃO DA REALIDADE. 
ERRO (ESTADO DE ESPÍRITO POSITIVO) – FALSA PERCEPÇÃO DA REALIDADE. 
IGNORÂNCIA (ESTADO DE ESPÍRITO NEGATIVO) – DESCONHECIMENTO DA REALIDADE. 
QUEM ERRA, ERRA SOZINHO!!!
O ERRO É COMETIDO SEM QUALQUER INGERÊNCIA DA OUTRA PARTE OU DE TERCEIRO. 
É UM PROBLEMA COGNITIVO QUE SE DESENVOLVE SOZINHO NA ESFERA SUBJETIVA DO DECLARANTE. 
SE O NEGOCIANTE FOR INDUZIDO A ERRO PELO OUTRO NEGOCIANTE OU POR TERCEIRO, ENTÃO ESTAREMOS FALANDO DE “DOLO” E NÃO DE “ERRO”. 
EFEITO DO ERRO
O erro, enquanto defeito do negócio jurídico, gera a anulabilidade deste pelo prazo de 4 anos a contar da sua celebração. 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
[...]
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
CARACTERÍSTICAS DO ERRO
PARA GERAR ANULABILIDADE DO NEGÓCIO, O ERRO DEVE TER AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS: 
 O ERRO DEVE SER SUBSTANCIAL – 
Erro substancial é aquele que figura como essencial para o negócio, é aquele sem o qual o negócio não teria sido celebrado. 
Para anular o negócio, o negociante deve demonstrar que só celebrou o negócio porque incorreu em erro, isto é, em razão do desconhecimento ou falso conhecimento da realidade. 
É preciso que “a opinião equivocada do declarante” tenha sido a razão determinante do ajuste. 
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CARACTERÍSTICAS DO ERRO
 O ERRO DEVE SER ESCUSÁVEL –
Significa que o erro deve ser desculpável, deve ter por fundamento uma razão plausível ou ser tal que uma pessoa de inteligência comum e atenção ordinária o possa cometer. 
Deve ser um erro que o “homem médio” também cometeria na mesma situação. 
Não pode decorrer da negligência ou imprudência do negociante. 
Há divergência doutrinária, porque o CC/02 não a previu expressamente. Mas a maioria da doutrina e da jurisprudência entende que a escusabilidade é indispensável para a configuração do erro como defeito do negócio. (STJ, AgRG no Resp. 1210013/RJ, 2° Turma, Min. Herman). 
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CARACTERÍSTICAS DO ERRO
 O ERRO DEVE SER RECOGNOSCÍVEL/PERCEPTÍVEL – 
O erro deve ser perceptível por pessoa de diligência normal. 
Ou seja, é preciso que, diante das circunstâncias do negócio, o erro pudesse ter sido percebido pelo outro negociante, que agiu culposamente ao não perceber o erro ou ao não se atentar para o seu dever de esclarecimento. 
Se o receptor da vontade do declarante, estando de boa-fé e agindo com diligência normal, não percebeu o erro, então o negócio não é anulável. 
Mas se o receptor da vontade poderia ter percebido o erro se tivesse agido com cautela mediana, aí o negócio é anulável. (Para essa análise, deve-se verificar os dados subjetivos do declaratário e os dados objetivos do negócio).
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ESPÉCIES DE ERRO: 
A) ERROR IN NEGOTIO (ERRO QUANTO Á NATUREZA DO NEGÓCIO) – é o erro quanto à natureza do negócio que se leva a efeito. 
Ex. Celebra doação achando que é comodato. 
B) ERROR IN SUBSTANCIA OU IN QUALITATE (ERRO QUANTO À QUALIDADE ESSENCIAL DO OBJETO) – é o erro sobre as propriedades essenciais/as qualidades do objeto do negócio. 
Ex. Aquisição de anel de cobre, achando que é de ouro. 
C) ERROR IN CORPORE (ERRO QUANTO AO OBJETO PRINCIPAL DA DECLARAÇÃO) – é o erro quanto à identidade do objeto principal do negócio. 
Ex. Aquisição de um quadro de um pintor cujo nome é idêntico ao de um pintor famoso. 
ESPÉCIES DE ERRO: 
D) ERROR IN PERSONA (ERRO QUANTO À PESSOA) – é aquele que incide sobre a identidade ou as qualidades da pessoa com quem se celebra o negócio. 
Ex. Doação a alguém achando que ele salvou seu filho. 
E) ERRO QUANTO AOS MOTIVOS – é aquele que incide sobre o motivo determinante do negócio, motivo este que deve estar expresso no negócio. 
Ex. Tício só vende seu quadro de pintura a Caio, porque acha que o quadro será enviado ao exterior. 
ESPÉCIES DE ERRO: 
F) ERROR IURIS (ERRO DE DIREITO) – é o falso conhecimento da lei ou a interpretação errônea da lei que conduz o negociante a celebrar o negócio. 
Ex. Caio adquire terreno para construir prédio e depois descobre que existe lei municipal obstando a construção superior a 2 andares. 
OBS! O ERRO DE DIREITO SÓ FIGURA COMO ERRO GERADOR DE ANULABILIDADE SE FOR O MOTIVO DETERMINANTE DO NEGÓCIO E NÃO IMPLICAR EM RECUSA OU OPOSIÇÃO À APLICAÇÃO DA LEI. 
DISPOSITIVOS LEGAIS PERTINENTES!
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
DISPOSITIVOS LEGAIS PERTINENTES!
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. (Princípio da Conservação dos Negócios)
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. (Princípio da Conservação dos Negócios)
DISTINÇÕES!!
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ERRO 
VÍCIO REDIBITÓRIO
No erro, o defeito está na mente do sujeito, que desconhece a realidade ou tem uma falsa percepção da realidade. 
Gera anulabilidade do negócio dentro de 4 anos. 
AÇÃO ANULATÓRIA DO NEGÓCIO. 
Art. 138 do CC.
É O DEFEITO OCULTO NA COISA OBJETO DO NEGÓCIO, QUE A TORNA IMPÓPRIA PARA O USO OU LHE DIMINUE O VALOR.
O negociante pode devolver a coisa e pedir o dinheiro de volta ou pedir abatimento no preço no prazo de 30 dias se a coisa for móvel ou de 1 ano se a coisa for imóvel. 
AÇÕES EDILÍCIAS – AÇÃO REDIBITÓRIA OU QUANTI MINORIS.
Arts. 441, 442, 443 e 445 do CC.