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ARTIGO - Poder Judiciário do Acre e o Direito de Família

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1 
 
O PODER JUDICIÁRIO DO ACRE E O 
DIREITO DE FAMÍLIA 
 
Celso Lopes de Santana1 
 
 
RESUMO 
 
 
A sociedade é formada por grupos 
naturais, as chamadas famílias. Em 
especial, nas últimas décadas, a 
necessidade de compreensão das 
relações familiares e afetivas exige uma 
constante adaptação do Direito, na 
tentativa de solucionar os conflitos 
surgidos no cotidiano da vida social e 
familiar. Objetivo: Apresentar um estudo 
sobre os Direitos de Família e as decisões 
judiciais envolvendo a união homoafetiva. 
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa 
para coleta de conceitos e informações, 
visando contribuir para a compreensão da 
realidade. Resultados: Identificaram-se 
algumas decisões de magistrados que 
contribuíram para a resolução de conflitos 
jurídicos. Considerações Finais: 
Concluiu-se que a união homoafetiva é 
uma realidade que envolve grande 
número de processos judiciais. 
 
Palavras-chave: Família. União Estável. 
Homoafetivos. Crianças. Adolescentes. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A norma jurídica, assim como o 
princípio ético e o comportamento moral 
devem ser sempre a reflexão da alma 
humana. Desse modo, a justiça ocorre 
com a experiência daquele que vive o 
Direito. Portanto, o Direito não pode ser 
visto apenas como mero produto dos 
fatos, ou estudado com restrições e 
limitações científicas. Mas, vislumbrá-lo a 
partir do sentimento humano na 
 
1
 Graduado em Pedagogia pela União das Escolas 
Superiores de Cacoal – RO (UNESC), Funcionário 
Público na Secretaria de Estado de Educação do 
Acre, cursando o 4º Ano do Curso de Direito na 
Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO). E-mail: 
cls.tati2014@gmail.com 
concepção e aplicação das normas 
(LONGO, 2004). 
Com a reforma do Código Civil de 
1916, em 2002, o legislador poderia ter 
atualizado diversos dispositivos legais 
sobre o Direito de Família, contudo, não o 
fez. Dessa forma, perdeu a oportunidade 
de adequar a legislação ordinária às 
propostas democratizantes da 
Constituição Federal de 1988, inclusive no 
que diz respeito ao art. 4º, inciso IV da 
Carta Magna que visa “promover o bem 
de todos, sem qualquer forma de 
discriminação” (LOREA, on line, 2015). 
Sob esta ótica, este paper traz em 
seu bojo uma breve apresentação sobre 
os conceitos de família, as decisões do 
Poder Judiciário e as inovações trazidas 
por elas frente ao Direito de Família, inclui 
destacar a união homoafetiva e a adoção 
de crianças e adolescentes pretendidas 
por casais que possuem este perfil. 
Para a coleta de dados o 
pesquisador buscou informações em 
pesquisas anteriores, tais como: livros 
(obras literárias ou obras de divulgação), 
dicionários, em publicações periódicas 
(artigos científicos de revistas ou jornais 
científicos) e obras acadêmicas (TCC, 
dissertação de mestrado, tese de 
doutorado) disponíveis na internet e na 
Biblioteca Profª. Terezinha Campos 
Corrêa – FAAO, e ainda, em questionários 
destinados a professores do curso de 
Direito da Faculdade da Amazônia 
Ocidental - FAAO.. 
Este estudo justifica-se por tratar 
de conhecimentos jurídicos sobre 
questões contemporâneas respeitando as 
leis e a sua interpretação através dos 
princípios fundamentais do Direito. Assim, 
é relevante por ser um trabalho 
acadêmico, cuja temática considerou 
resultados de entrevistas e de pesquisas 
divulgadas em artigos científicos, livros e 
revistas que ampliaram o conhecimento 
sobre o assunto. 
Portanto, buscou-se analisar os 
Direitos de Família, no contexto atual 
envolvendo a união homoafetiva e a 
adoção de crianças ou adolescentes 
realizadas por estes indivíduos, tendo em 
vista a proposta de melhorar o 
conhecimento jurídico em relação ao que 
está contido no ordenamento jurídico 
2 
 
brasileiro e as decisões que inovaram a 
interpretação da lei em relação aos fatos 
apresentados. 
 
 
1 BREVE RELATO SOBRE O 
CONCEITO DE FAMÍLIA 
 
 
Desde os primórdios o conceito de 
família materializado na figura do 
patriarca, onde os filhos e a esposa 
tinham uma posição inferior a dele. Neste 
mesmo sentido, o conceito de família foi 
caracterizado pelo Código Civil de 1916. 
No entanto, a Constituição de 1988 
acabou revolucionando o conceito de 
família contido no sistema jurídico 
brasileiro. Sobretudo, modificou a visão 
antiga que permeava entre as legítimas, 
fruto do casamento civil e as ilegítimas 
com a origem fora do casamento 
(CAVALCANTI, 2003). 
Desse modo, a família era 
considerada uma instituição jurídica 
apensa quando sua origem fosse do 
casamento. 
Conforme Azevedo (2002), a união 
entre pessoas que não eram casadas, 
teve seus primeiros reconhecimentos a 
partir da legislação matrimonial do 
Imperador Constantino 2 , que criou com 
rigidez vários impedimentos quanto a 
relação mantida com mulher de situação 
econômica menor que a do concubino3. 
Segundo Pereira (1999) sempre 
existiu uma tendência da sociedade em 
generalizar a relação sem o casamento, 
entre um homem e uma mulher como 
sendo algo negativo, em relação ao 
aspecto ético, moral, religioso e social. 
No entanto, o reconhecimento pela 
união estável acabou por acontecer em 
sociedades modernas e atualmente são 
direitos constitucionais, contidos no 
ordenamento jurídico brasileiro. 
Para Venosa (2008) a união 
estável é uma relação pública, duradoura 
 
2 Constantino foi imperador do Império Romano 
entre os anos de 306 a 337. Acesso em: 12.03.15. 
Disponível em: http://www.suapesquisa.com/biografi 
as/constantino.htm 
 
3 S.M. Pessoas que vivem juntas sem estarem 
casadas. 
não adulterina, onde o casal vive como se 
fossem casados, formada por respeito, 
fidelidade, lealdade, sustento e educação 
dos filhos havidos dessa união. 
 
 
1.1 DIREITO DE FAMÍLIA: INOVAÇÕES 
NO CAMPO JURÍDICO 
 
 
Muitos são os conceitos dados a 
essa instituição na doutrina, devido não 
estar presente na Constituição Federal de 
1988 e no Código Civil de 2002. Tais 
normas regem sobre os Direitos de 
Família. Contudo, mesmo com o 
reconhecimento da União Estável como 
entidade familiar, sendo essa passível de 
direitos e deveres, a Carta Maior de 1988, 
não dá os mesmos direitos de quando 
ocorre o casamento. 
Conforme Brasil (2010), a atual 
noção jurídica de família disseminou-se 
para todo o país. Com a Lei nº 11.340, de 
2006, conhecida como Lei Maria da 
Penha tem-se uma nova regulamentação 
legislativa da família, juridicamente 
compreendida como a “comunidade 
formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa; independentemente de 
orientação sexual” (art. 5º, inciso II, e 
parágrafo único). 
Esta nova definição legal da família 
brasileira está em sintonia com o conceito 
de casamento “entre cônjuges 4 ” do art. 
1.511, do Código Civil, não apenas 
deixando de fazer qualquer alusão à 
oposição de sexos, mas explicitando que 
a heterossexualidade não é condição para 
o casamento (ANGHER, 2012). 
Com base no art. 4º, inciso IV da 
Carta Magna que visa promover o bem de 
todos, sem qualquer forma de 
discriminação algumas decisões do 
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul 
ampliaram o conceito de família e 
consolidavam as decisões da magistratura 
de primeiro grau que reconheciam as 
 
4
 Cônjuges – Cada uma das pessoas ligadas pelo 
matrimônio. (CPC arts. 405; 592, IV). in DE PAULO, 
Antonio (Org.). Pequeno Dicionário Jurídico. Rio 
de Janeiro: DP&A, 2002. p. 83 
3 
 
uniões entre pessoas do mesmo sexo 
(LOREA, on line, 2015). 
 
 
1.1.1 União Homoafetiva: Decisões 
Jurídicas do PoderJudiciário Acreano 
 
 
A Constituição Federal admite que 
a família inicia-se com o casamento entre 
o homem e a mulher, na forma civil, ou 
religiosa com efeitos civis. Contudo, 
observando os costumes da sociedade 
brasileira reconheceu a União Estável e a 
comunidade formada por qualquer dos 
pais e seus descendentes a entidade 
familiar, para fins de proteção estatal 
(ANGHER, 2012). 
Neste sentido, o Código Civil 
disciplina o Direito de Família com a 
concessão de diretrizes para a 
constituição da família, as capacidades e 
impedimentos para a celebração e 
realização do casamento, as suas causas 
de suspensão e invalidades, dentre outros 
tópicos, regulando ainda as relações 
oriundas de união estável e relações de 
parentesco. Admite-se que o legislador 
atentou em permitir à sociedade o início 
de uma família observando-se os valores 
morais, éticos e religiosos praticados por 
ela, mantendo o Estado alerta a qualquer 
indício de desabamento das estruturas 
construídas e pronto para a manutenção 
do que se considera a base da sociedade, 
primordial para o seu desenvolvimento de 
forma ordenada, acreditando-se que a 
proteção da família é uma proteção do 
próprio Estado (BAUMANN, 2006). 
Sobre este assunto, a Justiça 
Acreana decidiu de maneira inédita a 
união estável entre pessoas do mesmo 
sexo, assegurando às pessoas envolvidas 
todos os direitos patrimoniais, conforme 
publicado no Diário da Justiça nº 4454, 
que circulou em 13 de junho de 2011, 
sentença inédita da lavra do eminente juiz 
de direito Fernando Nóbrega Silva. Em 
decisão proferida, o magistrado 
reconheceu a convivência homoafetiva 
entre as partes litigantes, no período de 
2002 a 2010 e, em mesma oportunidade, 
declarou dissolvida a entidade familiar, 
para todos os fins e efeitos legais 
pertinentes. Reconhecendo ainda, o 
direito de meação de ambas as 
conviventes sobre bens e dívidas 
adquiridas no supracitado período de 
convivência (LIMA, on line, 2011). 
Esta colocação do autor vem de 
encontro com os dados coletados durante 
a pesquisa ao propor uma definição para 
o conceito de família. Desse modo, o 
Professor Rafael Marcos Costa Pimentel, 
em resposta disse: “Na verdade a questão 
de família vem sendo inovada superando 
a figura ultrapassada de pátrio poder 
dando espaço para a ideia de poder 
familiar, razão que até mesmo no Brasil 
tem decisões em que admitem justamente 
visando a proteção integral e o melhor 
interesse da criança”. 
Sobre o assunto, a Professora Ana 
Caroliny Afonso Cabral destacou que o 
conceito de família “extrapola conceitos 
doutrinários e jurisdicionais, deve-se 
entender que o conceito jurídico-social 
que mais se aproxima da atual conjuntura 
familiar é aquela que considera família 
como uma ‘relação pública, duradoura não 
adulterina, formada por respeito, 
fidelidade, lealdade, sustento e educação 
dos filhos havidos dessa união’ uma vez 
que aí se encontram os pilares 
norteadores da entidade familiar. 
Complementou que o “judiciário brasileiro 
aos poucos, cria julgados que exprimem 
melhor o conceito familiar, sem extrapolar 
os limites constitucionais”. 
A esse respeito, o Professor Igor 
Clem Souza Soares demonstrou-se 
favorável a decisão de reconhecimento da 
união homoafetiva. Destacando que a 
união homoafetiva é “realidade em nossa 
sociedade, portanto legítimo o seu 
reconhecimento pelo Estado”. Ainda 
complementou que certamente, o 
reconhecimento da existência entre 
pessoas do mesmo sexo; o processo de 
dissolução do casamento através do 
divórcio direto, sem a necessidade de 
processo prévio de separação judicial são 
fatores que indica a evolução do direito de 
família nas últimas décadas. 
Através das representações 
desses entrevistados, pode-se notar que 
foi oportuna a decisão do magistrado 
acreano ao deferir o pedido de união 
estável para o casal homoafetivo, tendo 
em vista que foram respeitados os direitos 
4 
 
individuais e coletivos, além de atender os 
ditames legais e jurisprudenciais, 
aproximando a justiça e as tendências 
sociais que ajudam a moldar o direito 
pátrio. 
Em 2014, a Justiça acreana 
reconheceu o direito à multiparentalidade5, 
sendo uma decisão inédita. Na ocasião, a 
sentença favorável, também partiu do 
magistrado Fernando Nóbrega, o mesmo 
considerou que o vínculo familiar não 
pode ser atribuído apenas à genética, 
mas, diante da nova realidade das 
famílias recompostas, com multiplicidade 
de vínculos, formados, principalmente, 
pela questão afetiva. Contudo, frisou que 
se não houver vinculação entre a função 
parental e a ascendência genética, mas 
for concretizada a paternidade não se 
pode conceber negar a 
multiparentalidade. O juiz se baseou em 
diversos julgados e convenções em 
matéria de Direito de Família, como a da 
jurista Maria Berenice, que por certa vez 
destacou: “os laços de afeto e de 
solidariedade derivam da convivência 
familiar, não do sangue. Assim, a posse 
de estado de filho nada mais é do que o 
reconhecimento jurídico do afeto, com o 
claro objetivo de garantir a felicidade, com 
um direito a ser alcançado” (IBDFAM, on 
line, 2014). 
A partir da análise deste núcleo de 
pensamento, constata-se que a decisão 
do magistrado se baseou ainda na 
intenção de não contradizer o que a ‘filha’ 
já vivenciava. Ou seja, a mesma já 
reconhecia sua dupla filiação-paternal 
com os pais biológico e socioafetivo. 
Desse modo, Nogueira arguiu que “a 
negativa à formalização desse duplo elo 
de parentesco com o qual ela se mostra 
feliz, poderá causar-lhe danos irreparáveis 
a sua integridade física e psicológica, o 
que implicaria, desenganadamente, 
escancarada e odiosa 
inconstitucionalidade” (IBDFAM, on line, 
2014). 
 
5
 A multiparentalidade, que é a possibilidade 
jurídica de inserção de mais de um pai ou de uma 
mãe no registro civil da pessoa, já é realidade 
jurídica legal no Brasil, apesar da lentidão 
legislativa no âmbito. Acesso em: 25.03.15. 
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/29422/multi 
parentalidade-reconhecimento-e-efeitos-juridicos 
Com esta decisão, desde o dia 27 
de junho de 2014, a adolescente passou a 
ter o nome de dois pais em sua certidão 
de nascimento, aquele que a registrou e o 
biológico. O acordo de reconhecimento de 
paternidade foi solicitado pela menina e 
por vários integrantes da família, o pai 
biológico, o pai registral e a mãe. 
No decorrer da leitura e 
interpretação dos questionários aplicados 
observou-se que, a adoção e o registro de 
ambos os nomes de pais ou mães que 
compõem casais homoafetivos deve ser 
visto com cautela. Observando que o 
procedimento de adoção deve ser feito 
com base em estudos psicossociais 
prévios, conforme anotações feitas pelo 
Professor Igor Clem. Sendo assim, 
atenderia a questão jurídica e, em 
primeira mão o melhor interesse da 
criança, princípio que deve prevalecer 
sobre qualquer outro aspecto. “[...] o 
deferimento da adoção homofetiva, 
embora possível, deve necessariamente 
ser mais criterioso e contar com mais 
rigores no que diz respeito ao estudo 
social”, complementou Ana Caroliny 
Afonso Cabral. 
Tomando por base as informações 
coletadas nas entrevistas, podemos dizer 
que o dispositivo jurídico não representa 
em sua totalidade a justiça social, mas, 
sua integração no caso concreto, 
associado aos princípios fundamentais, ao 
costume, a analogia, perfazendo, através 
da figura do Juiz, aa melhor resposta do 
Estado, em relação aos seus tutelados, 
que por meio da justiça buscam a solução 
de seus conflitos de maneira célere e 
efetiva. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Ao responder as perguntas que 
nortearam este trabalho, podemos dizer 
que o estudo revelou a necessidade do 
Direito estar sendo vislumbradoem 
atenção aos casos concretos, fazendo 
nota às modificações no cenário social. 
Portanto, vale ressaltar que a letra fria da 
lei, precisa ser aplicada levando em 
consideração as necessidades básicas 
dos envolvidos no conflito. 
5 
 
Neste sentido, os dados coletados 
confirmaram a literatura discutida. 
Demonstrando que magistrados, 
professores e profissionais que atuam na 
área jurídica, atualmente compreendem a 
evolução do Direito de Família, como ficou 
expresso nas decisões do Poder 
Judiciário Acreano ao aplicar o 
ordenamento jurídico e os princípios 
constitucionais para solucionar conflitos 
tão modernos. 
A família é a base da sociedade, 
contudo, assume outros conceitos, 
engloba e expressa-se sob várias formas, 
cabendo nela o interesse de cultivar a 
dignidade da pessoa humana. 
Por outro lado, ressalta-se que as 
decisões, antes de serem proferidas, 
precisam ser coerentes com o bem estar 
social, garantindo justiça social, por 
respeitar os parâmetros sociais, sem 
desrespeitar os moldes do ordenamento 
jurídico vigente. 
 
 
THE JUDICIAL POWER OF ACRE AND 
THE FAMILY LAW 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Society is made up of natural groups, calls 
families. In particular, in recent decades, 
the need to understand family and 
affective relations requires constant 
adaptation of the law in an attempt to 
resolve the conflicts that arise in daily 
social and family life. Objective: To 
present a study on the Family Rights and 
judicial decisions involving the 
homoafetiva union. Methodology: This is a 
survey to collect concepts and information, 
to contribute to the understanding of 
reality. Results: We identified some 
decisions of magistrates who contributed 
to the resolution of legal disputes. Final 
Thoughts: We conclude that the 
homoafetiva union is a reality that involves 
a large number of lawsuits. 
 
Keywords: Family. Stable Union. 
Homosexual. Children. Teens. 
 
 
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7 
 
APÊNDICE (A) – INSTRUMENTO DE 
COLETA DE DADOS 
 
QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA 
COM PROFISSIONAIS DA ÁREA 
JURÍDICA 
 
Data: ____/Março/2015 
IDENTIFICAÇÃO: 
Nome: 
Área de Formação: 
Título de: 
 
1. Marque a alternativa que melhor condiz 
o conceito de família. 
 
( ) o conceito de família materializa-se 
na figura do patriarca, onde os filhos e a 
esposa têm uma posição inferior a dele. 
 
( ) a união estável também considerada 
como uma família, dada sua relação 
pública, duradoura não adulterina, onde o 
casal vive como se fossem casados, 
formada por respeito, fidelidade, lealdade, 
sustento e educação dos filhos havidos 
dessa união. 
 
( ) Silvio de Salvo Venosa (2003) assim 
se expressa: “a família em um conceito 
amplo é o conjunto de pessoas unidas por 
vínculo jurídico de natureza familiar. Em 
conceito restrito, família compreende 
somente o núcleo formado por pais e 
filhos que vivem sob o pátrio poder”. 
 
2. Comente sobre 01 (uma) decisão de 
juízes e/ou desembargadores relativas ao 
direito de família, tendo como foco os 
pontos inovadores e os reflexos destas 
decisões na realidadejurídica acreana. 
 
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3. Cite alguns pontos da evolução que 
ocorreu no Direito de Família nas últimas 
décadas. 
 
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4. Dê sua opinião sobre: a) União 
Homoafetiva; b) Adoção de crianças e 
adolescentes por casais homoafetivos. 
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