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Direito Penal - 2ª Fase

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OAB 2ª fase – Direito Penal
O Instituto IOB nasce a partir da 
experiência de mais de 40 anos da IOB no 
desenvolvimento de conteúdos, serviços de 
consultoria e cursos de excelência.
Por intermédio do Instituto IOB, 
é possível acesso a diversos cursos por meio 
de ambientes de aprendizado estruturados 
por diferentes tecnologias.
As obras que compõem os cursos preparatórios 
do Instituto foram desenvolvidas com o 
objetivo de sintetizar os principais pontos 
destacados nas videoaulas.
institutoiob.com.br
OAB 2ª fase – Direito Penal / Obra organizada pelo 
Instituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.
ISBN 978-85-8079-085-6
Informamos que é de inteira 
responsabilidade do autor a emissão 
dos conceitos.
Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida por qualquer 
meio ou forma sem a prévia 
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é 
crime estabelecido na Lei nº 
9.610/1998 e punido pelo art. 184 
do Código Penal.
Sumário
Capítulo 1 – Orientações para a 2ª Fase do Exame de Ordem, 5
1. Sugerimos o Uso do Vade Mecum Penal – Ed. Rideel – 
Organizador Rogério Cury, 6
2. Resposta Escrita à Acusação/Resposta Preliminar, 7
3. Casos Referentes à Matéria, 9
4. Memoriais/Alegações Finais, 9
5. Considerações Finais (Considerações Derradeiras), 11
6. Casos Referentes à Matéria, 12
7. Recursos de Competêcia Recursal da Justiça Comum Estadual, 12
8. Competência Recursal da Justiça Comum Federal, 13
9. Casos Referentes à Matéria, 17
10. Recurso em Sentido Estrito, 18
11. Casos Referentes à Matéria, 20
12. Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito, 21
13. Casos Referentes à Matéria, 21
14. Embargos Infringentes e de Nulidade, 22
15. Embargos de Declaração – Endereçado para a 1ª Instância, 24
16. Casos Referentes à Matéria, 25
17. Embargos de Declaração – Endereçados para a 2ª Instância, 26
18. Casos Referentes à Matéria, 26
19. Queixa-crime, 30
20. Casos Referentes à Matéria, 31
21. Relaxamento de Prisão em Flagrante, 32
22. Casos Referentes à Matéria, 34
23. Gabarito Comentado, 34
Gabarito, 38
Capítulo 1
Orientações para a 2ª Fase do 
Exame de Ordem
Na prova prático-profissional, é permitida, exclusivamente, a consulta à 
legislação sem qualquer anotação ou comentário. Não é permitido o uso de 
material didático, tais como Manuais, Livros de Doutrina, sendo também 
vedado o uso de apostilas ou material que possua modelos de peças práti-
cas, informativos de Tribunais, anotações pessoais, manuscritas, impressas 
ou transcrições, cópias reprográficas, impresso da internet, jurisprudências, 
dicionários ou qualquer outro material de consulta. Os examinandos deve-
rão trazer os textos de consulta com as partes não permitidas já isoladas, por 
grampo ou fita adesiva.
É permitido utilizar legislação não comentada, códigos, leis de introdu-
ção dos códigos, índice remissivo, instruções normativas, exposição de moti-
vos, súmulas, enunciados, regimento interno, resoluções de tribunais, marca-
-texto, traço ou simples remissão a artigos ou à lei e separação de códigos 
por cores, marcador de página, post-it com remissão apenas a artigo ou à lei, 
clipes ou similares.
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1. Sugerimos o Uso do Vade Mecum Penal – 
Ed. Rideel – Organizador Rogério Cury
1 – Fique atento à leitura do problema proposto e à fase processual que se 
encontra. Você deve utilizar somente os dados fornecidos pelo problema, sem 
acrescentar algo alheio ao enunciado. Não assine a peça e nem forneça quais-
quer outros dados pessoais.
2 – Reserve cerca de 3 horas para a elaboração da peça prático-profissional 
e aproximadamente 25 a 30 minutos para cada questão, quando a prova tiver 
duração de 5 horas.
3 – Antes de iniciar a elaboração da peça, realize um pequeno rascunho, 
contendo um esquema do que vai ser produzido, ou seja, anote qual a peça, 
para quem vai ser encaminhada, qual a tese, qual o pedido, etc. Após, inicie a 
feitura da peça.
4 – Durante a elaboração da peça e questões, não utilize palavras repetidas. 
Cuidado para não repetir a mesma palavra no início de parágrafos próximos, 
como também no mesmo parágrafo. Cite artigos de lei e súmulas, não bastan-
do fazer constar seu conteúdo.
5 – Cuidado com os erros de grafia, acentuação e português. Eles podem 
levar à reprovação.
6 – Na prova prático-profissional, os examinadores avaliarão o endereça-
mento, teses (preliminares e mérito), raciocínio jurídico, a fundamentação e 
sua consistência, a capacidade de interpretação e exposição, a correção grama-
tical, pedido e a técnica profissional demonstrada. Lembramos aos candidatos 
que, seja na(s) tese(s) e pedido(s), sempre devem citar artigos de lei e/ou súmu-
las no corpo da peça, tendo em vista que isto vem sendo exigência da FGV.
7 – A procura dos temas nos Códigos deve ser feita a partir do índice alfabé-
tico remissivo. Isto agiliza sua procura e, consequentemente, o tempo de prova 
será melhor aproveitado.
8 – Cada parágrafo feito deve ser analisado para que não reste nenhum erro, 
como também para que o parágrafo seguinte não seja repetição do anterior.
9 – A letra apresentada pelo candidato deve ser legível, pois poderá correr 
o risco do examinador não entendê-la ou até mesmo interpretá-la de modo 
diverso do que está realmente escrito.
10 – As questões devem ser respondidas de forma objetiva, indo ao cerne 
do tema proposto.
Lembramos aos candidatos que na respostas devem citar artigos de lei e/ou 
súmulas, tendo em vista que isto vem sendo exigência da FGV.
11 – O candidato deve iniciar a prova com a elaboração da peça profissional 
e, em seguida, responder às questões.
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12 – Importante lembrar que o examinador fará a correção da prova anali-
sando a conduta de um profissional. Portanto, o uso de técnica profissional é 
imprescindível (boas frases, bons parágrafos, comentários técnicos e adequados 
para o caso, citação de artigos e súmulas).
13 – O candidato deve utilizar de raciocínio jurídico, amparado por legisla-
ção e súmulas do STJ e STF.
14 – Para a redação da peça profissional, o examinando deverá formular tex-
to com extensão máxima de 150 (cento e cinquenta) linhas; para a redação das 
respostas às questões práticas, a extensão máxima do texto será de 30 (trinta) li-
nhas para cada questão. Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer 
fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a 
extensão máxima permitida.
15 – Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça pro-
fissional e/ou as respostas das questões práticas exijam assinatura, o examinan-
do deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO”. Ao texto que contenha 
outra assinatura, será atribuída nota 0 (zero), por se tratar de identificação do 
examinando em local indevido.
16 – Na elaboração dos textos da peça profissional e das respostas às ques-
tões práticas, o examinando deverá incluir todos os dados que se façam necessá-
rios, sem, contudo, produzir qualquer identificação além daquelas fornecidas e 
permitidas no caderno de prova. Assim, o examinando deverá escrever o nome 
do dado seguido de reticências (exemplo: “Município...”, “Data...”, “Advoga-
do...”, “OAB...”, etc.). A omissão de dados que forem legalmente exigidos ou 
necessários para a correta solução do problema proposto acarretará em descon-
tos na pontuação atribuída ao examinando nesta fase.
17 – Nos casos de propositura de peça inadequada para a solução do proble-
ma proposto, considerando, neste caso, aquelas peças que justifiquem o inde-
ferimento liminar por inépcia, principalmente quando se tratar de ritos proce-
dimentais diversos, como também quando não se possa aplicar o princípio da 
fungibilidade nos casos de recursos,ou de apresentação de resposta incoerente 
com situação proposta ou de ausência de texto, o examinando receberá nota 
ZERO na redação da peça profissional ou na questão.
2. Resposta Escrita à Acusação/Resposta 
Preliminar
Observações preliminares sobre a peça: “É uma peça utilizada após a 
citação do acusado. Após a decisão que recebeu provisoriamente a ação penal, 
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o juiz abre prazo de 10 (dez) dias para o advogado apresentar a defesa, poden-
do nela alegar tudo (teses preliminares e de mérito) o que entenda necessário, 
devendo arrolar as suas testemunhas, sob pena de preclusão.”
Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da _____ Vara Criminal da Comarca 
de ______________, Estado de _______.
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara Federal da Sub-
secção Judiciária de _______, do Estado de _______,
(pular 2 linhas)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 _______, qualificado nos autos da Ação Penal 
que lhe move a Justiça Pública, processo em epígrafe, via de seu advogado e 
procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à presença de Vos-
sa Excelência, apresentar RESPOSTA ESCRITA, a que alude o art. 396-A 
do Código de Processo Penal (ou a Legislação Especial ou art. 406, CPP – 
Júri) expondo e requerendo o que segue:
(pular 1 linha)
DOS FATOS
Narrar os fatos em parágrafos de até 4 ou 5 linhas, não repetindo a mesma 
palavra dentro do mesmo parágrafo.
(pular 1 linha)
DA PRELIMINAR
Narrar a preliminar, tal como citação defeituosa, hipótese de rejeição da 
ação penal etc.
Na narrativa da preliminar, podem ser citadas doutrina e jurisprudência, 
além de ficar bem esclarecido o motivo que deu ensejo para essa alegação.
(pular 1 linha)
DO MÉRITO
Narrar a tese de mérito, como hipótese de absolvição sumária, nos termos 
do art. 397 do CPP.
(pular 1 linha)
DOS PEDIDOS
Nesta fase, havendo a arguição de preliminar, deve ser feito o pedido preli-
minar e de mérito. Não havendo arguição de preliminar, mas somente tese de 
mérito, o pedido será apenas em relação à tese alegada.
Fique atento no pedido, para a presença das hipóteses do art. 397 do CPP, 
pois após a apresentação da resposta escrita, os autos serão enviados ao juiz que 
decidirá sob a hipótese de absolvição sumária ou não.
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Não se esqueça de arrolar testemunhas, realizando a qualificação e reque-
rendo as devidas intimações, como:
ROL DE TESTEMUNHAS:
Nome ___________; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________; qualificação ________; Endereço __________ .
Nome ___________; qualificação ________; Endereço __________ .
 Nestes termos, 
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado _________________
 OAB/______ nº _________
3. Casos Referentes à Matéria
Tício foi preso em flagrante pela prática do crime de furto. Houve a decre-
tação de prisão preventiva, que fora revogada a pedido do Ministério Público 
quando do oferecimento da denúncia. A exordial acusatória imputou a Tício a 
figura típica prevista no art. 155 caput do CP, em razão de ter subtraído quatro 
CD de música de uma loja especializada, sendo avaliados em R$ 25,00 (vinte 
e cinco reais) cada qual, totalizando o importe de R$ 100,00 (cem reais). O 
objeto do furto foi integralmente devolvido à vítima. Foram testemunhas dos 
fatos e da devolução dos CD à vítima os Srs. Mévio de Rivera e Sassoferrato 
de Bártolo.
Na data de ontem, Tício foi citado e recebeu cópia da denúncia.
Questão: Apresente a peça cabível para a defesa de Tício.
4. Memoriais/Alegações Finais
Observações preliminares sobre a peça: as Alegações Finais ou “Memo-
riais Escritos” é a peça a ser utilizada após o final da instrução criminal e antes 
da prolação de sentença. Nela as partes fazem um resumo do que consta dos 
autos, sendo a última oportunidade, antes da sentença, para as partes frisarem 
suas teses preliminares e de mérito. 
Com a reforma do CPP (Lei nº 11.719/2008), haverá apresentação de 
Alegações Finais (Memoriais Escritos), quando não puderem ser realizadas 
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de maneira oral (regra atual). Desta feita, apenas em casos complexos, ou de 
grande número de acusados, haverá a conversão dos memoriais orais em escri-
tos, nos termos do art. 403, § 3º do CPP.
Aqui, para a apresentação da peça em questão, existe processo e existe mo-
mento processual específico, ou seja, após o término da instrução criminal.
Modelo Prático (rito ordinário)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ____ Vara Criminal 
da Comarca de ____________, Estado de São Paulo,
ou
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal da Subsecção 
Judiciária de ____________, Estado de ________,
(pular 2 linhas)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 ___________, qualificado nos autos da Ação Penal 
que lhe move a Justiça Pública, por infração ao artigo ____ do ou da ________, 
via de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamen-
te à douta presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 403 do Código de 
Processo Penal, apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, expondo e requeren-
do o quanto segue:
 (pular 1 linha)
 DOS FATOS
 (pular 1 linha)
O presente processo, diz respeito à suposta prática do crime de __________ 
e, segundo consta na exordial, o ora imputado ___________ (narrar os fatos, 
sem que haja a repetição da mesma palavra dentro do mesmo parágrafo, como 
também que o parágrafo tenha, no máximo, entre 4 ou 5 linhas).
 (pular 1 linha)
 DA PRELIMINAR
 (pular 1 linha)
Narrar a tese preliminar, com a menção de doutrina e jurisprudência.
 (pular 1 linha)
 DO MÉRITO
Via de regra este é o momento de articular tese que redunde na absolvição 
do cliente.
 (pular 1 linha)
*Não esquecer de reservar, conquanto não haja consulta, espaço específico 
para colocação de doutrina e jurisprudência, que deve ser assim enunciada, 
por exemplo:
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“A jurisprudência já afirmou que nos crimes materiais contra a ordem tri-
butária é imprescindível o lançamento, que condiciona a própria tipicidade da 
conduta (Súmula Vinculante nº 24 do STF).”
Ou
A doutrina de Guilherme Nucci tem merecido reiteradas citações dos Tri-
bunais. O eminente autor entende que... (Código Penal, p. ...,). 
Obs.: Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que 
conheça, desde que saiba exatamente o nome do livro, do autor ou o número 
do recurso criminal enfrentado pela corte.
 (pular 1 linha)
SUBSIDIARIAMENTE
Aqui o candidato deve mencionar todas as teses alternativas à anulação do 
processo e a absolvição pura e simples. A pertinência da tese dependerá 
do caso concreto.
Apenas para ilustrar, aqui vão algumas teses que o candidato deve saber 
manusear na hora da prova:
Desclassificação (atenção com eventual prescrição ou decadência que 
dela derivar e com a Súmula nº 337 do STJ). Afastamento de qualificadoras. 
Circunstâncias judiciais favoráveis. Reconhecimento de atenuantes. Afasta-
mento de agravantes e causas de aumento. Reconhecimento de causas de 
diminuição. Concurso de crimes mais favorável ao agente. Regime inicial 
de cumprimento de pena menos gravoso. Substituição da pena por restriti-
va de direitos, ou pena de multa. Sursis. Recurso em liberdade. Negativa de 
indenização. Negativa aos efeitos do art. 91 do CP.
5. Considerações Finais (Considerações 
Derradeiras)
 (pular 1 linha)
A acusação não logrou provar o que imputara na denúncia e as provas pro-
duzidas impõem a prolação de uma sentença absolutória(pular 1 linha)
É imprescindível, para uma condenação criminal, um juízo de certeza. 
Meras suposições não bastam para levar a uma sentença penal condenatória. 
Entretanto, se V. Exa. entender de forma diversa, a condenação não pode ser 
nos termos que pretende o Parquet, devendo ser considerados os argumentos 
acima expendidos.
 (pular 1 linha)
 DOS PEDIDOS
 (pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto e inequivocamente provado, a defesa requer:
a) preliminarmente a .... nulidade absoluta ..........
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b) Caso V. Exa. entender de forma diversa, afastando a nulidade apontada, 
quanto ao mérito, postula-se a absolvição do acusado, com fulcro no 
inciso __, do art. 386 do Código de Processo Penal.
c) Apenas pela eventualidade, em caso do não acatamento da tese meritó-
ria, subsidiariamente requer a substituição da pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do CP (ou suspensão con-
dicional da pena – art. 77 do CP; ou causa de diminuição de pena, etc.).
OBS.: Sendo caso de rito especial do Júri, além de preliminares, a defesa 
poderá requerer a impronúncia (art. 414 do CPP); absolvição sumária (art. 415 
do CPP) ou desclassificação (art. 415 do CPP). Em verdade, é plenamente 
possível requerer como tese principal a absolvição sumária (art. 415 do CPP) e, 
subsidiariamente, a desclassificação (art. 419 do CPP).
 (pular 1 linha)
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado ___________
 OAB/ ____ nº __________
6. Casos Referentes à Matéria
Caim, enfermeiro, do Hospital sem Base, responde processo por praticar 
ato que se adequa ao que dispõe o art. 121, § 2º, inciso III, 1ª parte, c.c. o art. 
14, inciso II do CP, pois segundo narra a denúncia, tal enfermeiro tentou matar 
Abel, mediante aplicação de injeção intravenosa. Feito o laudo, para apurar o 
caráter da substância ora utilizada, este conclui que tal substância ministrada 
não tinha potencialidade lesiva, não podendo através de seu uso causar a morte 
de ninguém. O representante do Ministério Público apresentou suas Alegações 
Finais, requerendo a pronúncia de Caim, conforme versava a denúncia.
Questão: Advogue para Caim.
7. Recursos de Competêcia Recursal da 
Justiça Comum Estadual
No que diz respeito à Justiça Comum Estadual, temos o Tribunal de Justi-
ça (Seção Criminal), que tem competência para julgar recursos relacionados 
a todos os crimes, salvo os crimes de menor potencial ofensivo (crimes com 
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pena máxima em abstrato de até 2 anos e as contravenções penais) que serão 
julgados pelo Colégio Recursal do Juizado Especial Criminal da comarca onde 
foi julgado o caso.
Também vale lembrar que, em tal órgão, seus componentes recebem a 
denominação de Desembargadores.
Por sua vez, na Justiça Comum Estadual, em 1ª instância temos Juízes de 
Direito da Vara Criminal ou Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, Estado do 
Ceará, por exemplo. 
Quanto à 2ª instância, temos, para todos os Estados, Tribunal de Justiça, 
Seção ou Secção Criminal, do Estado de Minas Gerais, por exemplo.
Os integrantes dos TJ são denominados Desembargadores.
Os TJ possuem Câmaras Criminais (em alguns casos excepcionais, Turmas 
Criminais).
Os crimes de competência da Justiça Comum Estadual são todos aqueles 
que não são da competência da Justiça Especializada Militar e Eleitoral ou da 
Justiça Comum Federal.
8. Competência Recursal da Justiça Comum 
Federal
Na Justiça Federal, em 1ª instância, temos Juízes Federais da Vara Criminal 
ou Vara do Júri da Seção Judiciária de São Paulo, por exemplo.
Quanto à 2ª instância, temos o Tribunal Regional Federal, dividido em 
regiões, como: SP e MS formam a 3ª Região.
Os integrantes dos TRF são denominados Desembargadores.
Os TRF possuem Turmas Recursais.
Os crimes de competência da Justiça Comum Federal estão tratados, em 
regra, no art. 109 da CF.
Dentre os crimes de competência da Justiça Comum Federal, temos: cri-
mes políticos (Lei de Segurança Nacional); crimes que atinjam quaisquer inte-
resses da União ou de suas entidades autárquicas, ou empresas públicas, salvo 
as contravenções e os crimes de competência da Justiça Militar e da Justiça 
Eleitoral (art. 109, IV da CF); crimes praticados contra a Justiça do Trabalho 
e a Justiça Eleitoral, excetuados os crimes eleitorais; tráfico internacional de 
entorpecentes; crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, ressalvados 
os casos da competência Justiça Militar – art. 109, IX da CF; crimes contra o 
sistema financeiro e contra a ordem econômica e financeira; art. 109, X da CF; 
crimes praticados contra servidores públicos no exercício da função, etc.
Importante frisar que em matéria de competência devem ser também estu-
dadas as súmulas do STJ e STF.
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APELAÇÃO
Observações preliminares sobre a peça: “Tal peça é cabível quando, no 
processo, houve sentença definitiva ou com força de definitiva, porém, ainda 
não há trânsito em julgado.” Então, há processo, sentença que ainda não 
transitou em julgado. 
Modelo Prático:
*Petição de interposição:
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da 
Comarca de _________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Seção 
Judiciária de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
________________, qualificado nos autos do processo em epígrafe, via de 
seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à 
Douta Presença de Vossa Excelência, dentro do quinquídio legal, interpor re-
curso de APELAÇÃO, com fulcro no art. 593 do Código de Processo Penal, 
data vênia, por não se conformar com a r. sentença condenatória.
 Em anexo, seguem as razões recursais.
 (pular 1 linha)
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado__________
 OAB/ ____ nº___
*Roteiro de Razões de Apelação:
Egrégio Tribunal de Justiça, Seção Criminal, do Estado de São Paulo,
ou
Egrégio Tribunal Regional Federal da ___ Região.
(pular 2 linhas)
Comarca de ____________________
Cartório do ____ Ofício Criminal
Processo nº __/__
(pular 1 linha)
Apelante: ______________________
Apelado: ______________________
(pular 3 linhas)
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DOUTO PROCURADOR, 
(pular 2 linhas)
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
(pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
(pular 3 linhas)
A r. sentença condenatória de fls. não deu ao caso o conforto da justiça e 
merece ser reformada, senão vejamos:
ou
Em que pese o zelo do magistrado “a quo”, este não deu ao caso a solução 
adequada, assim vejamos:
ou
A r. sentença de fls. é injusta e necessita de reparo. Verifiquemos:
 (pular 1 linha)
 DOS FATOS
 (pular 1 linha)
 DO DIREITO
Aqui o candidato deve organizar seu raciocínio da mesma maneira que 
em uma alegação final: higidez do processo (preliminares) mérito (absolvição, 
normalmente) e subsidiárias (outras teses que melhorem de alguma forma a 
situação do condenado, como desclassificação, afastamento de qualificadora, 
alteração de regime de cumprimento, etc.).
 (pular 1 linha)
*Não se esquecer de reservar, conquanto não haja consulta, espaço especí-
fico para colocação de doutrina (desde que o candidato tenha conhecimento 
de alguma) e jurisprudência, que deve ser assim enunciada, por exemplo:
“A jurisprudência já se pronunciou no sentido de que o regime integral-
mente fechado não compõe com o princípio da individualização da pena 
(HC nº ... do C. STF ou STJ).”
OuDoutrina respeitada sobre este tema é a de Júlio Fabbrini Mirabete. O emi-
nente autor entende que... (CP interpretado p. ...,).
Obs.: Importante: o candidato só deve citar jurisprudência ou doutrina que 
conheça, desde que saiba exatamente o nome do livro do autor ou o número 
do recurso criminal enfrentado pela corte.
 ou
 CONCLUSÃO
 (pular 1 linha)
*Este tópico serve para reforçar a sua tese.
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REQUERIMENTO
Por tudo que dos autos consta, requer o conhecimento e provimento do 
recurso para que haja a total reforma da r. sentença condenatória, sendo im-
prescindível a imposição da absolvição ao caso em tela, alicerçado no inciso 
_____ do art. 386 do Código de Processo Penal.
OU (pode ser requerida a reforma parcial do julgado recorrido); (pode ha-
ver pedido subsidiário); (pode haver pedido alternativo – preliminar e mérito).
 (pular 1 linha)
DE FORMA ALTERNATIVA
 (pular 1 linha)
*Neste tópico, deve-se requerer algo além da absolvição, ou seja, suspen-
são condicional da pena; aplicação da pena mínima; perdão judicial; substi-
tuição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; aplicação de 
regime prisional mais brando. Enfim, a aplicação de benefícios cabíveis ao 
caso em questão.
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado_____________
 OAB/ ____ nº______
*A apelação, em suas razões, pode ser confeccionada com preliminar e 
mérito, dependendo do caso. Neste caso, haverá, no mínimo, dois pedidos 
(preliminar e mérito).
CASOS REFERENTES À MATÉRIA
Guapo morador da cidade de Jaboatão foi denunciado como incurso nas 
penas do art. 155, § 4º, inciso I do CP, sob a acusação de ter adentrado na 
residência do senhor Manoel Luiz, com 50 anos de idade, e primário. Guapo 
subtraiu uma TV. Na polícia, confessou o delito, mas, em juízo, negou o fato, 
esclarecendo ao magistrado que a confissão ocorreu, pois foi ameaçado pelos 
policiais. O advogado do acusado apresentou resposta escrita em momento 
oportuno. Quando ouvidas, as testemunhas arroladas pela acusação nada escla-
receram, ao passo que as arroladas pela defesa confirmaram que Guapo é traba-
lhador, boa pessoa e não que este não tiveram notícia alguma que este praticou 
o crime em questão. Quando da fase do art. 402, do CPP, nada foi requerido 
pelas partes. Na fase do artigo seguinte, o Parquet requereu a condenação do 
acusado nos exatos termos da denúncia. Após intimado, o defensor do ora acu-
sado não apresentou suas alegações finais. Sem tomar qualquer tipo de provi-
dência, o magistrado prolatou sentença condenando Guapo e concedendo-lhe 
sursis. Intimado o réu, de próprio punho recorreu.
Questão: Como advogado de Guapo, ofereça as razões recursais.
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CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Observações preliminares sobre a peça: tal peça serve para contra-arra-
zoar, o recurso de apelação, ou seja, uma parte descontente com a sentença 
proferida ingressa com o recurso de apelação, a outra parte, que foi beneficiada 
com tal decisão, não quer que ela seja modificada, e com isso ingressa com as 
contrarrazões de apelação, para combater a tese alegada em sede de apelação, 
e para requerer que a sentença prolatada não seja reformada.
Em verdade, esta peça nada mais é do que uma contestação ao recurso de 
apelação interposto.
Modelo prático
*Petição de Juntada
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Criminal 
da Comarca de _________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 _________, qualificado nos autos em epígrafe, via 
de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente à 
Douta presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 600 do Código de Pro-
cesso Penal, requerer a juntada aos presentes autos das contrarrazões do recurso 
de apelação, ora interposto pelo ilustre representante do Ministério Público.
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data 
 (pular 2 linhas)
 Advogado ___________
 OAB/ ____ nº ____
 • As contrarrazões seguem o mesmo modo do recurso de apelação, ou 
seja, a 2ª peça aqui segue o mesmo modo da 2ª peça apresentada em 
apelação, dividida em fatos, direito e pedido.
9. Casos Referentes à Matéria
Evandro, Policial Militar, após cumprir sua jornada de trabalho, estava cami-
nhando até sua residência, momento em que avistou um grupo de pessoas nos 
arredores de um veículo; diante de tal situação, percebeu que ali estava ocor-
rendo um roubo e que um dos integrantes do grupo mantinha uma moça na 
mira de um revólver. Caminhando por trás do meliante, sem ser por este notado, 
disparou quatro tiros com sua arma particular, vindo, o citado delituoso, a falecer 
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no local. Os outros integrantes do grupo lograram êxito em empreender fuga 
e escaparem. Evandro foi processado e, ao final, absolvido sumariamente em 
primeiro grau, pois a r. decisão judicial reconheceu que o policial agiu no cum-
primento do dever de sua profissão (art. 23, inciso III, 1ª parte, do Código Penal).
Descontente com tal decisão, o Ministério Público recorreu pleiteando a 
reforma da r. decisão. Para tanto alega, em síntese, que o policial estava fora 
de serviço e que houve excesso no revide, eis que Evandro, disparando quatro 
tiros do seu revólver, praticamente descarregou-o, pois a arma possuía, ao todo, 
seis balas.
Questão: Advogue para Evandro, apresentando a peça pertinente.
10. Recurso em Sentido Estrito
Observações preliminares sobre a peça: “Entendemos, como a maior par-
te da doutrina, que o recurso em sentido estrito, segue um rol taxativo, e só 
cabe nas hipóteses previstas no art. 581 do Código de Processo Penal. Há ainda 
hipóteses em leis especiais, tais como: da Lei nº 1.521 de 1951 (lei de economia 
popular); art. 294 do Código de Trânsito; art. 2º, do Decreto-Lei nº 201/1967 e 
art. 6º da Lei nº 1.508/1951.
Modelo Prático
(Roteiro de Interposição)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ____ Vara Crimi-
nal da Comarca de __________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal 
da Seção Judiciária de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 _________, qualificados nos autos da Ação Penal 
que lhe move a Justiça Pública, via de seu advogado e procurador que esta 
subscreve, vem, respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, dentro 
do quinquídio legal, com fulcro no art. 581, inciso ___ , do Código de Processo 
Penal, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, por não se conformar 
com a r. ________.
Requer que Vossa Excelência se retrate da decisão proferida. Caso entenda 
por bem mantê-la requer, outrossim, que, juntamente com as razões recursais, 
os autos sejam encaminhados à Instância Superior (ou que se feito o traslado 
de peças, nos termos do art. 587 do CPP – nos casos que o RESE “sobe” ao 
Tribunal por instrumento).
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 Nestes termos,
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado ____________
 OAB/ ____ nº _____
Razões de RESE
Egrégio Tribunal de Justiça, Seção ou Secção Criminal, do Estado de 
São Paulo,
Ou
Egrégio Tribunal Regional Federal da ____ Região (pular 2 linhas)
Comarca de __________ 
ou Subsecção Judiciária de _________.
Cartório do __ Ofício Criminal
ou Secretaria do __ Ofício Criminal.
Processo nº __/__
(pular 1 linha)
Recorrente: __________
Recorrido: ___________
(pular 3 linhas)
DOUTO PROCURADOR,
(pular 2 linhas)
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
(pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
(pular3 linhas)
A r. decisão de fls., não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, 
senão vejamos:
ou
A Justiça não abraça o caso em tela com a r. sentença de fls., o que será 
demonstrado pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos:
ou
Revestida de injustiça a r. decisão __________, merecendo ser reformada 
por esta Corte, senão verifiquemos:
(pular 1 linha)
Dos Fatos:
ou
(pular 1 linha)
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DO DIREITO APLICÁVEL À ESPÉCIE
(pular 1 linha)
CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS
ou
CONCLUSÃO:
(pular 1 linha)
REQUERIMENTO
(pular 1 linha)
Por tudo quanto foi exposto, requer o conhecimento e provimento do pre-
sente recurso, com a reforma da r. decisão de fls., com fulcro no inciso ____ , 
do artigo _____, do Código de Processo Penal.
– PODERÁ HAVER PEDIDO ALTERNATIVO/SUBSIDIÁRIO.
– PODERÁ HAVER PEDIDO PRELIMINAR.
 (pular 1 linha)
 DE FORMA ALTERNATIVA
 ou
 ALTERNATIVAMENTE
 (pular 2 linhas)
 local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado_____________
 OAB / ____ nº_______
 • O exemplo acima é de razões simples, todavia, existem casos onde, nas 
razões, serão articuladas preliminares e mérito e, neste caso, devem cons-
tar todos os pedidos, ou seja, preliminares, mérito e eventuais subsidiárias.
11. Casos Referentes à Matéria
Luminha, após desentendimento com Martinha, saca de um revólver e ati-
ra vindo a acertar a perna esquerda desta, mas, de repente, arrepende-se e vai 
embora. Por causa do ocorrido, o Parquet da cidade de Bebedouro-SP ofereceu 
denúncia qualificando o fato como tentativa de homicídio, tendo o juiz recebi-
do a exordial e o processo seguido seus trâmites normais. Nas vezes em que foi 
ouvido, Luminha afirma que atirou, mas que se arrependeu, pois tinha a inten-
ção de matar Martinha. Passadas as alegações finais, o juiz pronuncia Luminha 
para responder ao delito perante o Tribunal do Júri, conforme se verifica pela 
sentença que foi proferida da data de ontem. 
Questão: Adote o recurso cabível.
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12. Contrarrazões de Recurso em Sentido 
Estrito
Observações preliminares sobre a peça: “As contrarrazões de recurso em 
sentido estrito, é utilizada, quando nas hipóteses do art. 581 do Código de Pro-
cesso Penal, a acusação recorre.”
Modelo Prático
(petição de juntada)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da 
Comarca de __________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal Federal 
da Seção Judiciária de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 ___________, qualificados nos autos em epígrafe, 
por intermédio de seu advogado e procurador que a esta subscreve, vem, mui 
respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, requerer, nos termos 
do art. 588 do CPP, a juntada aos autos das CONTRARRAZÕES do Recurso 
em Sentido Estrito, ora interposto pelo representante do Ministério Público.
 Nestes termos,
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado _________
 OAB / ____ nº ___
 • As contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito seguem praticamente 
a mesma forma das razões de Recurso em Sentido Estrito, ou seja, a 2ª 
peça de contrarrazões aqui é praticamente idêntica às razões de RES; é 
claro que diferenciando-se por parte de quem está recorrendo.
13. Casos Referentes à Matéria
Maria deu à luz, num terreno baldio, e ato contínuo, influenciada pelo 
estado puerperal e, mediante asfixia mecânica, levou a óbito o filho que acaba-
ra de nascer. O representante do Ministério Público tipificou sua ação como 
sendo homicídio qualificado, frisando o animus necandi da autora. O juiz, 
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entretanto, pronunciou-a como incursa nas penas do crime de infanticídio. O 
Promotor de Justiça não se conformou e recorreu, frisando que o caso era de 
homicídio qualificado.
Questão: Apresente as contrarrazões do recurso interposto pela acusação.
14. Embargos Infringentes e de Nulidade
Observações preliminares sobre a peça: “É uma peça que utilizada diante 
de decisões dos Tribunais (Câmaras ou Turmas) que não são unânimes e des-
favoráveis ao réu. Deste modo, caberá o recurso em questão, dos julgamentos 
de apelação, de recurso em sentido estrito ou de agravo em execução (maioria 
da doutrina), não unânimes e desfavoráveis ao réu. 
Caso prático
“Ciro” foi processado e condenado pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara 
Criminal da Comarca de Barreiras-PI a dois anos de reclusão e multa, por 
violação ao art. 155, caput, do Código Penal, tendo-lhe sido concedido a sus-
pensão condicional da pena pelo tempo legal. “Ciro” em juízo confessou a 
prática do delito, havendo prova que não ostenta qualquer outro antecedente 
criminal e tendo, por outro lado, a res furtiva sido avaliada em R$ 10,00. A res-
peitável sentença condenatória transitou em julgado para o Ministério Público 
e “A”, tempestivamente, apelou e arrazoou. Em grau de recurso (Apelação 
nº 155.099/1), a 11ª Câmara do Tribunal competente negou provimento ao 
recurso de apelo, contra o voto do juiz revisor. O julgador que entendeu ser o 
caso de acolher as ponderações da defesa aduziu que, sendo o apelante primá-
rio, e de pequeno valor o prejuízo causado, não podia prevalecer a pena corpo-
ral, que importaria em contrariar as disposições do § 2º, do art. 155 do Código 
Penal. O venerando acórdão foi publicado na data de hoje. 
Questão: adotar a medida cabível, em favor do apelante “Ciro”. Justifique 
e de a tramitação.
Modelo prático 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator, da Apelação Cri-
minal nº 155.099/1 em trâmite perante a 11ª Câmara Criminal do Egrégio 
Tribunal de Justiça, do Estado de São Paulo, 
(pular 1 linha)
Apelação nº 155.099/1
(pular 8 linhas )
“Ciro”, qualificado nos autos da apelação em epígrafe, por seu advogado 
no final assinado, vem respeitosamente à ilustre presença de Vossa Exce-
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lência, tempestivamente, com fundamento no art. 609, parágrafo único, do 
Código de Processo Penal, opor EMBARGOS INFRINGENTES, ao vene-
rando acórdão de fls. ... . 
 Nestes termos, com as razões anexas, 
 Pede e espera deferimento. 
 (pular 2 linhas)
 Advogado ___________
 OAB/ ____ nº_________
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 
(pular 2 linhas)
DOUTO PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA: 
(pular 2 linhas )
COLENDA CÂMARA (justiça estadual)
COLENDA TURMA (justiça federal)
(pular 2 linhas)
EMÉRITOS JULGADORES:
(pular 2 linhas)
Muito embora houvesse por bem este E. Tribunal negado provimento ao 
recurso de apelo, ora interposto, sem unanimidade, a razão está para o voto 
vencido, como vejamos:
 (pular 1 linha)
DOS FATOS
Trata-se de condenação, por infração ao art. 155, caput, do Código Penal, 
à pena de 2 (dois) anos de reclusão e multa, tendo sido aplicada a suspensão 
condicional da pena pelo prazo legal. 
O embargante não ostenta antecedentes criminais, e a res furtiva, laudo de 
fls. ..., foi avaliada em R$ 10,00 (dez reais). 
 (pular 1 linha)
Negou-se provimento ao apelo, votação não unânime. 
 (pular 1 linha)
DO VOTO VENCIDO 
 ou
DAS RAZÕES DO VOTO VENCIDO
 (pular 1 linha)
O voto vencido do eminente julgador merece transcrição: 
 (pular 1 linha)
 Aduziu que:
“em sendo o apelante primário, e de pequeno valor o prejuízo causado, não 
podia prevalecer a pena corporal que importaria em contrariar as disposições 
do § 2º, do art. 155, do Código Penal.”
(pular 1 linha) 
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Evidente que mantendo-se a decisão, estaríamos por contrariar dispositivolegal, ainda mais sendo reconhecidos pela r. sentença, tais requisitos que 
tornam o furto privilegiado.
 (pular 1 linha)
Celso Delmanto, em Direitos Públicos Subjetivos do Réu, no Código Pe-
nal Comentado, fl. 269, com a propriedade que lhe é inerente, comenta:
 (pular 1 linha)
“Se comprovados os dois requisitos não pode o magistrado deixar de con-
cedê-lo, pois, preenchidas as condições que o § 2º prevê, este constitui direito 
público subjetivo do agente.”
 (pular 1 linha)
Neste sentido, é a sustentação jurisprudencial: 
 (pular 1 linha)
“Presentes o binômio, primariedade do réu e pequeno valor da subtração, 
é indisputável a incidência do disposto no § 2º do art. 155 do Código Penal.” 
(JUTacrim 79/27)
 (pular 1 linha)
No presente caso, não há como sustentar situação diversa, pois, assim sen-
do, estaríamos negando ao embargante um direito que lhe assiste, como bem 
pondera o voto vencido, em seus argumentos. 
REQUERIMENTO 
 (pular 1 linha)
Assim, requer-se o acolhimento dos embargos, para que prevaleça o voto 
vencido, aplicando, para tanto, o § 2º do art. 155, do Código Penal. 
 (pular 1 linha).
 Sendo esta medida certa de Justiça!
 Local e data. 
 (pular 2 linhas)
 Advogado _____________
 OAB / ____ nº_________
15. Embargos de Declaração – Endereçado 
para a 1ª Instância
Observações preliminares sobre a peça: “É o famoso embarguinho, se-
gundo a praxe informal forense. Tal embargo ataca sentença, que é obscura, 
ambígua, omissa ou contraditória.”
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Modelo prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Egrégia ___ Vara Crimi-
nal da Comarca de _________, Estado de São Paulo,
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Sub-
secção Judiciária de ________, Estado de São Paulo,
(pular 1 linha)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
 __________, qualificado nos autos em epígrafe, 
via e de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeito-
samente à Douta presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 382 do 
Código de Processo Penal, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, contra a 
r. sentença de fls., pelos motivos de fato e de direito que passa a aduzir:
 (pular 1 linha)
 DOS FATOS
 (pular 1 linha)
 DO DIREITO APLICÁVEL À ESPÉCIE
 (pular 1 linha)
 CONSIDERAÇÕES DERRADEIRAS
 (pular 1 linha)
 REQUERIMENTO
Em face do exposto, requer o embargante:
Que haja conhecimento dos embargos, a fim que se declare a ___, ...
 (pular 1 linha)
 Nestes termos, 
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data.
 (pular 2 linhas)
 Advogado ___________
 OAB / ____ nº _____
16. Casos Referentes à Matéria
Paulo, com 22 anos de idade, primário e com emprego fixo, envolveu-se 
com a prática de crime de roubo, em sua forma tentada. Denunciado, foi pro-
cessado e condenado a dois anos de reclusão. O juiz que prolatou a sentença, 
embora tenha reconhecido a primariedade, no tocante ao sursis, foi omisso, 
mas concedeu o apelo em liberdade.
Questão: Elabore a medida cabível que ataque a omissão da sentença.
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17. Embargos de Declaração – Endereçados 
para a 2ª Instância
Observações preliminares sobre a peça: “Estes embargos, são opostos contra 
acórdão que possua obscuridade, omissão, contrariedade e ambiguidade.”
Modelo prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Recurso Crimi-
nal nº ____, no Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (ou Juiz 
Relator do Recurso Criminal nº ____, do Egrégio Tribunal Regional Federal),
(pular 1 linha)
Apelação nº __/__
(pular 8 linhas)
 ___________, outrora qualificado, por intermédio 
de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem, mui respeitosamente 
à douta presença de Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE DECLARA-
ÇÃO, com fulcro no art. 619 do Código de Processo Penal, contra o v. acórdão, 
pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
 (pular 1 linha)
 DOS FATOS
 (pular 1 linha)
 Do Direito
 (pular 1 linha)
 REQUERIMENTO
Por tudo quanto foi exposto e provado, requer o embargante:
Que haja conhecimentos dos embargos, de modo que se declare a ____, 
 (pular 1 linha)
 Nestes termos, 
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data.
 (pular 2 linhas)
 Advogado _________
 OAB / ____ nº ___
18. Casos Referentes à Matéria
Vildo, brasileiro, solteiro, foi processado perante a 78ª Vara Criminal da 
Comarca de Colina-MG, como incurso nas penas do art. 213 do Código Penal. 
Baseou toda a sua defesa no fato de que, apesar de ter sido reconhecido pela 
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vítima, não seria possível ser o autor do crime, uma vez que, no dia dos fatos, 
estava na cidade do Rio de Janeiro, tendo anexado aos autos notas fiscais de res-
taurantes e do hotel em que ficou hospedado. Foi concedido a Vildo o direito 
de recorrer em liberdade; ele efetivamente apelou ao Tribunal competente, 
sempre alegando, dentre outras coisas, que não era possível ter ele praticado 
o crime que fora condenado, pois não se encontrava no Estado de Minas Ge-
rais e que a prova juntada aos autos era robusta e insofismável. A decisão do 
Tribunal, por sua 1ª Câmara, publicada ontem, negou provimento ao recurso 
interposto por Vildo, salientando seus péssimos antecedentes criminais, e que 
era sólida a prova acusatória, mas não mencionou a prova carreada aos autos, 
no que diz respeito às notas fiscais anexadas.
Questão: Como advogado de Vildo, elabore a peça que melhor atenda seus 
interesses.
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Cabimento/Utilização
Das Decisões proferidas pelo Juiz da Vara de Execução Criminal (art. 66 
da Lei nº 7.210/84)
ROTEIRO/ESTRUTURA
Interposição dirigida ao Juiz da Vara das Execuções Criminais
Razões: ao Egrégio Tribunal (TJ ou TRF).
CASOS REFERENTES À MATÉRIA
“TICO” foi processado por infração ao art. 157, § 2º, incisos I e II do 
CP. Foi condenado pela 7ª, 10ª e 22ª Varas Criminais, sendo apenado, em 
cada uma delas em 5 anos e 4 meses de reclusão, mais pena de multa, tendo 
como vítimas 3 (três) casas de loteria, todas situadas na Capital. Requereu-se 
ao juízo competente a unificação de penas, sendo o pedido indeferido sob 
o fundamento de que, sendo diversas as vítimas que se viram envolvidas no 
comportamento criminoso do agente, estando em jogo bem jurídico persona-
líssimo, não caberia, portanto, a ficção jurídica do crime continuado.
Questão: Você como advogado de “Tico”, interponha o recurso competen-
te para o caso.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Fundamento legal
Art. 83 e seguintes, do Código Penal, c.c. o art. 131 e seguintes da Lei 
nº 7.210/1984.
Forma/Estrutura
É formada por uma única peça que, necessariamente, deverá ser instruída 
com documentos, por exemplo, atestado de conduta e permanência carcerária, 
proposta de emprego, etc. 
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Requisitos para a obtenção do Livramento Condicional:
– condenação igual ou superior a 2 anos;
– que o condenado que estiver preso tenha cumprido mais de um terço 
da pena (regra);
– no caso de condenado reincidente em crime doloso, o preso deve ter 
cumprido mais da metade da pena;
– no caso do condenado em crime hediondo deve ter cumprido mais de 
dois terços da pena, desde que não seja reincidente específico.
– comprovação de bom comportamento carcerário, bom desempenho 
no trabalho e aptidão para prover a própria subsistência com atividade 
honesta;
– reparação do dano causado pelo delito, salvo demonstração de total im-
possibilidade de fazê-lo;
– crime praticado com violência ou grave ameaça contra a pessoa; de-
verá demonstrar que não voltará a delinquir; 
– o preso devepreencher os requisitos objetivos e subjetivos;
– poderá ainda ser determinada a realização de exame criminológico, 
conforme jurisprudência do STF e STJ (Súmula nº 439).
Caso Prático
Artur foi condenado a cinco anos de reclusão pela prática do roubo, sendo 
que determinada decisão já transitou em julgado. Já cumpriu mais de um terço 
da pena preso. Possuiu em seu favor um bom comportamento carcerário, não 
sendo reincidente, e ainda trabalhando internamente no presídio. 
Questão: Adotar a medida judicial cabível para a soltura de Artur.
Modelo Prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara das Execuções 
Criminais da Comarca de_________, Estado de Minas Gerais,
(pular 1 linha)
Execução nº___
(pular 8 linhas)
ARTUR, já qualificado nos autos da execução supra, por seu advogado, que 
esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fun-
damento no art. 83 e seguintes do Código Penal, c/c com o art. 131 e seguintes 
da Lei nº 7.210/1984 requerer LIVRAMENTO CONDICIONAL pelos mo-
tivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
(pular 1 linha)
DOS FATOS
O requerente foi condenado ao cumprimento de 5 anos de reclusão, pelo 
fato de ter sido provado ser ele o autor do crime de roubo, sendo que, tal deci-
são já transitou em julgado (doc. 1). 
(pular 1 linha) 
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DO DIREITO
Da pena imposta, o requerente já cumpriu um terço integralmente preso, 
fato este que pode ser verificado pelo cálculo de liquidação de pena às fls. ..., e 
certidão de permanência carcerária (doc. 2). 
(pular 1 linha)
Durante o período em cárcere, o requerente manteve bom comportamento 
e trabalhou internamente; fatos comprovados pela certidão de conduta carce-
rária e atestado de trabalho (docs. 3 e 4).
(pular 1 linha)
Com relação aos antecedentes, certo que o requerente não é reincidente, 
segundo consta pela certidão de antecedentes criminais (doc. 5).
(pular 1 linha)
Possui, graças a sua aptidão ao trabalho, promessa de emprego para quando 
sair do presídio (doc. 6), e comprova também que possui moradia certa (doc. 7). 
(pular 1 linha)
Segundo dispõe o art. 83 do CP, tem direito ao livramento condicional o 
condenado primário que preencher os seguintes requisitos legais (copiar art. 83 
CP e incisos correspondentes ao caso):
(pular 1 linha)
No caso em questão, o requerente já cumpriu mais de 1/3 (um terço) da 
pena imposta além de preencher os demais requisitos legais, o que lhe dá o 
direito a obter o livramento condicional, haja vista tratar-se de direito seu e não 
faculdade judicial.
(pular 1 linha)
Desta forma, presentes os requisitos legais, é medida de Justiça a concessão 
do livramento condicional ao requerente.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência, após parecer do ilustre 
representante do Ministério Público, a concessão do pedido de livramento con-
dicional, prosseguindo-se nas demais formalidades legais, com a expedição de 
carteira em favor do requerente.
 (pular 1 linha)
 Nestes termos, 
 Pede e espera deferimento. 
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado__________
 OAB/ ____ nº________
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19. Queixa-crime
Observações preliminares sobre a peça: Sempre que se falar em queixa, 
estar-se-á tratando da petição inicial da ação penal de iniciativa privada, assim 
como a denúncia é a petição inicial da ação penal pública.
Modelo prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito ou Juiz Federal da Egrégia 
___ Vara Criminal da Comarca ou Subsecção Judiciária de _____, Estado de 
São Paulo,
(pular 8 linhas)
________, brasileiro, estado civil ____, profissão ____, portador da Cédula 
de Identidade RG nº ____, e do CPF/MF nº ____, residente e domiciliado 
na Rua ______, nº ___, na cidade de ______, via de seu advogado e procura-
dor que a esta subscreve (procuração específica inclusa), vem, mui respeito-
samente à Douta presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-CRIME, 
nos moldes do art. 41 do Código de Processo Penal contra ______, brasileiro, 
estado civil ____, profissão ____, portador da Cédula de Identidade RG nº 
____, e do CPF/MF nº ____, residente e domiciliado na Rua ______, nº ___, 
na cidade de _______, pelos motivos que a seguir aduz:
 (pular 1 linha)
 OS FATOS
 (pular 1 linha)
(narre de forma ordeira os fatos ocorridos, inclusive citando o dispositivo 
legal infringido, pulando 1 linha de um parágrafo a outro)
 DO DIREITO
Além de enfrentar a tese, o candidato deve citar respectivo artigo de lei, 
súmula, etc.
 REQUERIMENTO
 (pular 1 linha)
Por tudo quanto restou exposto, tendo o querelado infringido o artigo ___ 
do Código Penal, requer a Vossa Excelência:
O recebimento da presente;
Que se colha a manifestação do representante do Parquet;
A citação do querelado e intimação para os demais atos processuais, até 
final julgamento, momento em que deverá ser condenado, observando-se o 
disposto no art. 529 do Código de Direito Processual Penal;
Outrossim, que haja a fixação de valor mínimo de indenização pelos pre-
juízos causados ao querelante, nos termos do art. 387, IV do CPP;
Notificação das testemunhas, cujo rol segue abaixo.
 (pular 1 linha)
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ROL DE TESTEMUNHAS:
1 – nome, qualificação, endereço.
2 – nome, qualificação, endereço.
3 – nome, qualificação, endereço.
(pular 1 linha)
 Nestes termos, 
 Pede deferimento.
 (pular 1 linha) 
 Local e data
 (pular 1 linha)
 Advogado ______________
 OAB / ____ nº _______
PROCURAÇÃO ESPECÍFICA
 (pular 8 linhas)
____________, brasileiro, estado civil _____, profissão _____, portador da 
Cédula de Identidade RG nº _____, e do CPF/MF nº _____, residente e domi-
ciliado na Rua ______, nº ___, na cidade de _______, nomeia e constitui seu 
advogado e procurador o Dr. __________, brasileiro, estado civil _____, advo-
gado, OAB/SP nº _____, com escritório profissional na Rua ______, nº ___, na 
cidade de _______, a quem confere todos os poderes, inclusive os da cláusula 
ad judicia e, especialmente, para propor queixa-crime contra: _______, bra-
sileiro, estado civil _____, profissão _____, portador da Cédula de Identida-
de RG nº _____, e do CPF/MF nº ______, residente e domiciliado na Rua 
______, nº ___, na cidade de _______, pelo fato a seguir:
(narrar os fatos com clareza e objetividade – breve relato dos fatos)
 (pular 1 linha)
 Local e data
 (pular 1 linha)
 Assinatura do Cliente (Querelante)
20. Casos Referentes à Matéria
Múrcio, separado judicialmente, presidente da Associação dos Médicos 
da cidade de Ribeirão Preto-SP, teve sua honra afrontada por pessoas que são 
seus inimigos políticos. Tais pessoas são os também médicos, Drs. Habib e 
Tício que, usualmente fazem fortes críticas e restrições à sua gestão. Desta 
vez, citados oponentes enviaram uma circular a todos os outros associados, 
onde fizeram severas acusações à pessoa do então presidente. Dentre outras 
coisas, disseram que o Dr. Múrcio era safado e pilantra, e que habitualmente 
se apropriava de dinheiro que não era seu.
Questão: Apresente a peça cabível para a defesa dos interesses de Múrcio.
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21. Relaxamento de Prisão em Flagrante
Observações preliminares sobre a peça: “A peça em tela é utilizada quan-
do a prisão em flagrante possui mácula. Há uma prisão em flagrante ilegal, 
contendo vícios ou irregularidades, tal como flagrante preparado, provocado 
dentre outras hipóteses.”
Fundamentos Legais
O relaxamento de prisão em flagrante tem amparo de nossa Carta Política, 
em seu art. 5º, inciso LXV e art. 310, I do CPP.
Endereçamento
Da mesma forma quea Liberdade Provisória, esta peça é encaminhada à 
1ª instância (a um Juiz de Direito Competente de uma Vara Criminal, ou 
a um Juiz Federal).
Denominação do postulante
Também, na mesma esteira da Liberdade Provisória, o indivíduo que ingressa 
– via procurador – com o pedido de Relaxamento de Prisão em Flagrante recebe 
a denominação de REQUERENTE.
Prazo
Como, na Liberdade Provisória, o pedido de Relaxamento de Prisão em 
Flagrante não possui momento oportuno para ser requerido, podendo ser feito 
enquanto perdurar a situação de ilegalidade.
Hipótese
Essa peça é utilizada em casos em que haja prisão em flagrante ilegal, ou 
seja, quando o auto e prisão em flagrante possuir irregularidades, como no caso 
em que a pessoa após cometer algum crime se apresenta espontaneamente e 
é presa em flagrante delito, ou então quando não é realizada a entrega de nota 
de culpa no prazo de 24 horas, após a prisão.
Forma
Compõe-se de uma única peça, onde serão demonstradas as máculas exis-
tentes no auto de prisão em flagrante. Não se discute o mérito da causa.
Observações imprescindíveis
Caberá relaxamento de prisão em flagrante em casos de prisão ilegal, ou 
seja, o auto de prisão em flagrante conterá vícios, como no caso do flagrante 
preparado, ou quando não é expedida e entregue ao indiciado sua nota de 
culpa, dentre outros.
A ilegalidade da prisão é imprescindível. A diferença desta peça para 
com a liberdade provisória é que no relaxamento o auto de prisão em fla-
grante a prisão é ilegal, já na liberdade provisória a prisão é legal, porém, o 
preso possui os requisitos inerentes à concessão de tal liberdade. Atenção: 
PODEM SER CUMULADOS OS PEDIDOS DE RELAXAMENTO DE 
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FLAGRANTE E LIBERDADE PROVISÓRIA, QUANDO, SIMULTANEA-
MENTE, HOUVER VÍCIO DO FLAGRANTE E ESTIVEREM AUSEN-
TES OS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA.
Casos práticos
A – preso em flagrante delito, não houve a expedição da nota de culpa.
B – policiais preparam o flagrante, vindo a autuar o indivíduo em fla-
grante delito.
Modelo prático
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da 
Comarca de _______________, Estado de São Paulo,
(pular 2 linhas)
Processo nº __/__
(pular 8 linhas)
________, qualificado nos autos de prisão em flagrante em epígrafe, via de 
seu advogado e procurador que esta subscreve (procuração inclusa), vem, mui 
respeitosamente à Douta presença de Vossa Excelência, requerer RELAXA-
MENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com fulcro no art. 5º, inciso LXV, 
da Constituição Federal c/c o art. 310, I do CPP, pelos fatos e fundamentos que 
a seguir aduz:
 (pular 1 linha)
DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
 (pular 1 linha)
(especificar os motivos da prisão e os vícios do auto, tudo de acordo com os 
dados fornecidos pelo caso sorteado).
Do Direito – Ausência de situação flagrancial (ou vício formal do 
flagrante)
 (pular 1 linha)
(especificar toda a matéria de direito, jurisprudência, súmulas etc. ...)
 REQUERIMENTO
 (pular 1 linha)
Assim sendo, requer:
Vista ao ilustre representante do Ministério Público;
A concessão do pedido, determinando o relaxamento da prisão ilegal noticiada;
A expedição do competente alvará de soltura, em favor do requerente.
 Termos em que, 
 Pede deferimento.
 (pular 2 linhas)
 Local e data
 (pular 2 linhas)
 Advogado ______________
 OAB / SP nº ________
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22. Casos Referentes à Matéria
3 – (FGV/OAB – 1) No dia 10 de março de 2011, após ingerir um litro de 
vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a con-
duzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percor-
rer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi 
surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar 
um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José 
Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade 
em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste 
de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que 
José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expe-
lido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de 
Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do 
crime previsto no art. 306 da Lei nº 9.503/1997, c/c art. 2º, inciso II, do Decreto 
nº 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o 
direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de 
José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é pro-
curado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiram vê-lo e 
de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à 
Defesnoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser 
inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, 
redija a peça cabível, exclusiva e advogado, no que tange à liberdade de seu 
cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autori-
dade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso.
23. Gabarito Comentado
O examinando deverá redigir uma petição de relaxamento de prisão, fun-
damentado no art. 5º, LXV, da CRFB/1988, ou art. 310, I, do CPP (embora 
os fatos narrados na questão sejam anteriores à vigência da Lei nº 12.403/2011, 
a Banca atribuirá a pontuação relativa ao item também ao examinando que 
indicar o art. 310, I, do CPP como dispositivo legal ensejador ao pedido de 
relaxamento de prisão. Isso porque estará demonstrada a atualização jurídica 
acerca do tema), a ser endereçada ao Juiz de Direito da Vara Criminal. 
Na petição, deverá argumentar que: 
1. O auto de prisão em flagrante é nulo por violação ao direito à não autoin-
criminação compulsória (princípio do nemo tenetur se detegere), previsto no 
art. 5º, LXIII, da CRFB/1988 ou art. 8º, 2, “g” do Decreto nº 678/1992. 
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2. A prova é ilícita em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico, 
por força do art. 5º, LVI, da CRFB/1988 ou art. 157 do CPP. 
3. O auto de prisão em flagrante é nulo pela violação à exigência de comu-
nicação da medida à Autoridade Judiciária, ao Ministério Público e à Defenso-
ria Pública dentro de 24 horas, nos termos do art. 306, § 1º, do CPP ou art. 5º, 
LXII, da CRFB/1988, ou art. 6º, inciso V, c/c. art. 185, ambos do CPP (a banca 
também convencionou aceitar como fundamento o art. 306, caput, do CPP, 
considerando-se a legislação da época dos fatos). 
4. O auto de prisão é nulo por violação ao direito à comunicação entre 
o preso e o advogado, bem como familiares, nos termos do art. 5º, LXIII, da 
CRFB ou art. 7º, III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ou art. 8º, 
2, “d” do Decreto nº 678/1992.
Ao final, o examinando deverá formular pedido de relaxamento de prisão 
em razão da nulidade do auto de prisão em flagrante, com a consequente expe-
dição de alvará de soltura. 
Exercícios
1. José da Silva foi preso em flagrante pela polícia militar quando trans-
portava em seu carro grande quantidade de drogas. Levado pelos 
policiais à delegacia de polícia mais próxima, José telefonou para seu 
advogado, o qual requereu ao delegado que aguardasse sua chegada 
para lavrar o flagrante. Enquanto esperavam o advogado, o delegado 
de polícia conversou informalmente com José, o qual confessou que 
pertencia a um grupo que se dedicava ao tráfico de drogas e declinou 
o nome de outras cinco pessoas que participavam dessegrupo. Essa 
conversa foi gravada pelo delegado de polícia.
 Após a chegada do advogado à delegacia, a autoridade policial permi-
tiu que José da Silva se entrevistasse particularmente com seu advo-
gado e, só então, procedeu à lavratura do auto de prisão em flagrante, 
ocasião em que José foi informado de seu direito de permanecer cala-
do e foi formalmente interrogado pela autoridade policial. Durante o 
interrogatório formal, assistido pelo advogado, José da Silva optou por 
permanecer calado, afirmando que só se manifestaria em juízo.
 Com base na gravação contendo a confissão e delação de José, o 
Delegado de Polícia, em um único ato, determina que um de seus 
policiais atue como agente infiltrado e requer, ainda, outras medidas 
cautelares investigativas para obter provas em face dos demais mem-
bros do grupo criminoso:
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 1. quebra de sigilo de dados telefônicos, autorizada pelo juiz com-
petente;
 2. busca e apreensão, deferida pelo juiz competente, a qual logrou 
apreender grande quantidade de drogas e armas;
 3. prisão preventiva dos cinco comparsas de José da Silva, que es-
tavam de posse das drogas e armas. Todas as provas coligidas na 
investigação corroboraram as informações fornecidas por José em 
seu depoimento.
 Relatado o inquérito policial, o promotor de justiça denunciou to-
dos os envolvidos por associação para o tráfico de drogas (art. 35, 
Lei nº 11.343/2006), tráfico ilícito de entorpecentes (art. 33, Lei nº 
11.343/2006) e quadrilha armada (art. 288, parágrafo único).
 Considerando tal narrativa, excluindo eventual pedido de aplicação 
do instituto da delação premiada, indique quais as teses defensivas, 
no plano do direito material e processual, que podem ser arguidas a 
partir do enunciado acima, pela defesa de José. Indique os dispositi-
vos legais aplicáveis aos argumentos apresentados.
2. Caio, funcionário público, ao fiscalizar determinado estabelecimento 
comercial exige vantagem indevida.
 A qual delito corresponde o fato narrado:
 I. se a vantagem exigida servir para que Caio deixe de cobrar tributo 
devido;
 II. se a vantagem, advinda de cobrança de tributo que Caio sabia não 
ser devida, for desviada para proveito de Caio?
3. Pedro, almejando a morte de José, contra ele efetua disparo de 
arma de fogo, acertando-o na região toráxica. José vem a falecer, 
entretanto, não em razão do disparo recebido, mas porque, com 
intenção suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos 
antes de sofrer a agressão, o que foi comprovado durante instrução 
processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do pre-
visto no art. 121, caput, do Código Penal.
 Na condição de Advogado de Pedro:
I. indique o recurso cabível;
II. o prazo de interposição;
III. a argumentação visando à melhoria da situação jurídica do 
defendido.
 Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos 
legais.
4. Aurélio, tentando defender-se da agressão a faca perpetrada por 
Berilo, saca de seu revólver e efetua um disparo contra o agressor. 
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Entretanto, o disparo efetuado por Aurélio ao invés de acertar Be-
rilo, atinge Cornélio, que se encontrava muito próximo de Berilo. 
Em consequência do tiro, Cornélio vem a falecer.
 Aurélio é acusado de homicídio.
 Na qualidade de advogado de Aurélio, indique a tese de defesa que 
melhor se adequa ao fato. Justifique sua resposta.
5. Lucas, processado em liberdade, foi condenado na 1ª instância à 
pena de 05 (cinco) anos em regime integralmente fechado, pelo cri-
me de tráfico de drogas, cometido em setembro de 2006. Interpôs 
Recurso de Apelação o qual foi parcialmente provido. O Tribunal 
alterou apenas o dispositivo da sentença que fixava o regime em 
integralmente fechado para inicialmente fechado. Após o trânsito 
em julgado, Lucas deu início ao cumprimento de pena em 10 de 
fevereiro de 2009. O juízo da execução, em 10 de outubro de 2010, 
negou a progressão de regime sob o fundamento de que Lucas ainda 
não havia cumprido 2/5 da pena, em que pese os demais requisitos 
tenham sido preenchidos.
 Diante dos fatos e da decisão acima exposta, sendo que sua intima-
ção, na condição de Advogado de Lucas, ocorreu em 11/10/2010:
I. indique o recurso cabível.
II. apresente a argumentação adequada, indicando os respectivos 
dispositivos legais.
6. Lauro foi denunciado e, posteriormente, pronunciado pela prática 
dos crimes previstos no art. 121, § 2º, incisos II e IV, em concurso 
material com o art. 211, todos do Código Penal Brasileiro (CPB). 
Em 24/6/2008, Lauro foi regularmente submetido a julgamento pe-
rante o tribunal do júri. A tese de negativa de autoria não foi acolhida 
pelo conselho de sentença e Lauro foi condenado pelos dois crimes, 
tendo o juiz fixado a pena em 16 anos pelo homicídio qualificado 
e, em 3 anos, pela ocultação de cadáver. O Ministério Público não 
recorreu da decisão. A defesa ficou inconformada com o resultado 
do julgamento, por entender que havia prova da inocência do réu 
em relação aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.
 Considerando a situação hipotética apresentada, indique, com os 
devidos fundamentos jurídicos:
– o recurso cabível à defesa de Lauro;
– a providência jurídica cabível na hipótese de o juiz denegar o 
recurso.
7. Qual a diferença entre “furto privilegiado”, com objeto de pequeno 
valor e atipicidade do fato em caso de subtração em caso de princípio 
da insignificância ? Explique e fundamente sua resposta. 
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Gabarito
1. Gravação informal obtida pelo 
delegado de polícia constitui 
prova ilícita, já que o preso 
tem o direito de ser informa-
do dos seus direitos, dentre os 
quais o de permanecer calado 
(art. 5º, inciso LXIII, Consti-
tuição). O depoimento poli-
cial é um ato formal e, segun-
do o art. 6º, V, deve observar 
as regras para a oitiva do acu-
sado na fase judicial, previstas 
no Capítulo III, Título VII 
do Código de Processo Penal. 
Como as demais provas foram 
obtidas a partir do depoimento 
que constitui prova ilícita, de-
vem igualmente ser considera-
das ilícitas (art. 157, § 1º, Có-
digo de Processo Penal). 2. A 
infiltração de agente policial, 
conforme determina o art. 53, 
I da Lei nº 11.343/2006, só 
pode ser determinada median-
te autorização judicial e oitiva 
do Ministério Público. 3. Não 
se admite a acumulação das 
acusações de quadrilha e as-
sociação para o tráfico, já que 
as duas redações típicas com-
preendem as mesmas ações 
objetivas (estabilidade na co-
munhão de ações e desígnios 
para a prática de crimes).
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2. Art. 3º da Lei nº 8.137/1990 e 
excesso de exação qualificada – 
art. 316, § 2º, do CP.
 Justificativa: A exigência de van-
tagem indevida por funcionário 
público em razão de sua fun-
ção caracteriza, em princípio, 
o delito de concussão. A Lei 
nº 8.137/1990, a lei dos crimes 
contra a ordem tributária, criou, 
no que interessa à questão, dois 
tipos novos: inseriu no art. 316 
do Código Penal dois parágra-
fos, criando o excesso de exação 
– nas hipóteses em que a vanta-
gem indevida for ela mesma um 
tributo ou contribuição social 
indevida –, e sua forma qualifi-
cada, que se dá quando a vanta-
gem é apropriada pelo agente. 
O outro novel tipo penal está no 
art. 3º da Lei nº 8.137/1990, que 
tipifica uma forma específica de 
concussão: a exigência de van-
tagem indevida para deixar de 
cobrar tributo devido.
3. (i) Recurso em Sentido Estrito, 
nos termos do art. 581, IV, do 
Código de Processo Penal; (ii) 5 
dias, nos termos do art. 586, do 
Código de Processo Penal; (iii) 
deveria ser requerida a desclas-
sificaçãode crime consumado 
para tentado, já que a ação de 
Pedro não deu origem à morte 
de José. Trata-se de hipótese de 
concausa absolutamente inde-
pendente preexistente. Artigo 
13, do Código Penal.
4. Trata-se o presente caso de um 
erro na execução (art. 73 do CP, 
1ª parte), atendendo-se, confor-
me o citado artigo, ao disposto no 
§ 3º do art. 20 do Código Penal. 
Por outro lado, verifica-se que Au-
rélio ao efetuar o disparo agiu em 
legítima defesa (art. 25 do CP) 
própria e real. Entretanto, por 
um erro acertou pessoa diversa 
(Cornélio) do agressor (Berilo). 
Mesmo assim, não fica afastada a 
legítima defesa posto que de acor-
do com o art. 20, § 3º do CP “não 
se consideram, neste caso, as con-
dições ou qualidades da vítima, 
senão as da pessoa contra quem 
o agente queria praticar o crime”. 
Levando-se, ainda, em considera-
ção o fato de que Aurélio agiu em 
defesa de uma agressão injusta 
e atual, utilizando-se, ainda, dos 
meios necessários e que dispunha 
para se defender.
5. (a) Recurso Cabível: Agravo em 
Execução (valor 0,2), nos termos 
do previsto no art. 197, da Lei nº 
7.210/1984 (valor 0,1); (b) Fun-
damentação: Com o advento da 
Lei nº 11.464/2007, restou legal-
mente instituída a possibilidade 
de progressão de regime nos cri-
mes hediondos e equiparados, 
respeitando, assim, o princípio 
constitucional da individualiza-
ção da pena. A mencionada lei 
fixou prazo diferenciado para 
tais delitos, afastando o critério 
de cumprimento de 1/6 da pena, 
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determinando o cumprimen-
to de 2/5, para primários e 3/5, 
para reincidentes. No entanto, 
no caso em comento, o delito 
fora cometido antes da entrada 
em vigor da Lei nº 11.464/2007, 
sendo esta prejudicial ao réu no 
que tange ao prazo para progres-
são, razão pela qual não poderá 
ser aplicada retroativamente. 
Logo, quando do pedido perante 
o juízo da execução, Lucas já 
havia cumprido o requisito ob-
jetivo exigido para a progressão 
de regime, ou seja, 1/6, devendo 
ser concedido, nos termos do art. 
112, da Lei nº 7.210/1984. O re-
querimento deve ser de progres-
são de regime. Pontuação para 
argumentação 0,5. Pontuação 
para indicação dos dispositivos 
legais.

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