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COAÇÃO
Professora Débora Guimarães
COAÇÃO
- CONCEITO: 
É A VIOLÊNCIA PRATICADA POR UM DOS NEGOCIANTES OU POR TERCEIRO (COATOR) CONTRA O OUTRO NEGOCIANTE (VÍTIMA/COACTO), ATINGINDO-LHE A LIBERDADE DE DECLARAR SUA VONTADE. 
RETIRA A PLENA LIBERDADE DE UM DOS NEGOCIANTES. 
ESPÉCIES DE COAÇÃO
 COAÇÃO ABSOLUTA OU IRRESISTÍVEL (VIS ABSOLUTA) 
- É aquela que retira, de forma plena, a liberdade da vítima, que sequer chega a manifestar a sua vontade. 
- Na coação absoluta, a vítima não tem escolha diante das circunstâncias, se tornando mero instrumento nas mãos do coator. 
- Ela representa ausência de manifestação de vontade e gera INEXISTÊNCIA DO NEGÓCIO. 
- Parte da doutrina entende que a coação absoluta seria apenas a coação física. 
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ESPÉCIES DE COAÇÃO
COAÇÃO ABSOLUTA OU IRRESISTÍVEL (VIS ABSOLUTA) 
- Grande parte da doutrina entende que a coação absoluta seria apenas a coação física. 
- Já Thompson entende que tanto a coação física (violência física), como a coação psicológica (violência psicológica/moral/ameaça) podem figurar como absolutas se forem irresistíveis. 
- Exemplos de coação absoluta: 
A) Ticio, pressionando a mão de Caio, o força fisicamente a assinar o negócio (coação física irresistível). 
B) Ticio impede fisicamente Caio de levantar em que permanecer sentado significa voto diverso do que ele pretendia (coação física irresistível). 
C) Ticio aponta uma arma para Caio como forma de força-lo a assinar o negócio (coação psicológica/ameaça irresistível);
ESPÉCIES DE COAÇÃO
 COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL (VIS COMPULSIVA) 
- É aquela no âmbito da qual a vítima possui a alternativa entre opor-se à violência ou ceder a ela, praticando o ato exigido. 
- Na coação relativa, a vítima chega a declara uma vontade, mas de forma turbada, viciada, em virtude do medo/receio de sofrer grave dano iminente. 
- Ela representa um vício de vontade e gera ANULABILIDADE DO NEGÓCIO no prazo de 4 anos a contar do dia em que ela cessar. 
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ESPÉCIES DE COAÇÃO
 COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL (VIS COMPULSIVA) 
- Grande parte da doutrina entende que a coação relativa seria apenas a coação psicológica/moral/ameaça. 
- Já Thompson entende que tanto a coação psicológica (violência psicológica/moral/ameaça), como a coação física (violência física) podem figurar como relativas se forem resistíveis. 
- Exemplos de coação relativa: 
A) Ticio ameaça que matará o filho de Caio se este não vender a sua fazenda (coação psicológica resistível); 
B) Tício afirma que a casa de Caio pegará fogo se este não vende-la para Tício (coação psicológica resistível); 
C) Tício, esbofeteando Caio, obtém que este assine uma nota promissória (coação física resistível). 
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
É TODA VIOLÊNCIA FÍSICA OU MORAL/PSICOLÓGICA RESISTÍVEL E ILEGÍTIMA, CAPAZ DE INFUNDIR NA VÍTIMA TEMOR DE DANO IMINENTE E CONSIDERÁVEL, COM O QUE O COATOR OBTEM DO COACTO DECLARAÇÃO DE VONTADE TENDENTE À CELEBRAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO CONTRÁRIO À SUA REAL VONTADE, VICIANDO-A E TORNANDO DEFEITUOSO E ANULÁVEL O NEGÓCIO. (THOMPSON)
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
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 NÃO FIGURA COMO INJUSTA A AMEAÇA DO EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO OU O TEMOR REVERENCIAL. 
Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial.
REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
1) AMEAÇA INJUSTA 
É A AMEAÇA DE UM DANO INJUSTO QUE ATINGIRÁ A VÍTIMA. 
TANTO PODE SE TRATAR DE UMA AMEAÇA PURA, QUANTO DE UMA VIOLÊNCIA FÍSICA INICIADA COM PROMESSA DE CONTINUIDADE, CASO A SOLICITAÇÃO NÃO SEJA ATENDIDA. 
OBS.!
É O EXERCÍO DE UM DIREITO RECONHECIDO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO E DE FORMA REGULAR. 
É O RESPEITO A UMA AUTORIDADE FAMILIAR, RELIGIOSA OU A QUEM SE DEVA REFERÊNCIA. 
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EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO
TEMOR REVERENCIAL 
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
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 NÃO FIGURA COMO SÉRIA A AMEAÇA DISPARATADA, SEM QUALQUER CHANCE DE CONCRETIZAÇÃO. 
REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
2) AMEAÇA SÉRIA 
É A AMEAÇA CAPAZ DE INCUTIR NA VÍTIMA FUNDADO TEMOR DE DANO.
OBS.!
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
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REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
3) AMEAÇA IMINENTE 
É A AMEAÇA REFERENTE A UM MAL PRESTES À ACONTECER. DEVE HAVER PROXIMIDADE DO MAL AMEAÇADO. 
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
 
REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
4) AMEAÇA GRAVE 
É A AMEAÇA REFERENTE A UM DANO CONSIDERÁVEL.
O DANO AMEAÇADO DEVE SER MAIOR QUE O DECORRENTE DO NEGÓCIO. 
AQUI, ALÉM DE SE ANALISAR O ASPECTO OBJETIVO (DANO PROPRIAMENTE DITO), TAMBEM DEVE-SE ANALISAR AS CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS DA VÍTIMA E O MEIO EM QUE A AMEAÇA É PRATICADA, POIS PODE ASSUMIR PROPORÇÕES DIVERSAS A DEPENDER DE FATORES INDIVIDUAIS OU OUTROS AFERIVEIS DO CASO CONCRETO. 
Art. 152 do CC. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
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 Art. 151 do CC. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
5) DIREÇÃO DA AMEAÇA 
É A AMEAÇA DIRIGIDA AO COACTO, SUA FAMÍLIA OU SEUS BENS. 
COAÇÃO RELATIVA OU RESISTÍVEL 
(VIS COMPULSIVA)
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REQUISITOS PARA SUA CARACTERIZAÇÃO: 
6) NEXO CAUSAL 
É PRECISO QUE A VONTADE DECLARADA TENHA SIDO OBTIDA COMO CONSEQUÊNCIA DA AMEAÇA ILEGÍTIMA. 
COAÇÃO RELATIVA EXERCIDA POR TERCEIRO
- O NEGÓCIO SÓ SERÁ ANULÁVEL SE O NEGOCIANTE BENEFICIADO SABIA OU TINHA COMO SABER DA COAÇÃO.
- SE O NEGOCIANTE BENEFICIADO NÃO SABIA NEM TINHA COMO SABER DA COAÇÃO, O NEGÓCIO É VÁLIDO, MAS O COATOR RESPONDERÁ PELAS PERDAS E DANOS CAUSADOS AO COACTO. 
Art. 155 do CC. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.