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Coagulopatias Hereditárias

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COAGULOPATIAS
HEREDITÁRIAS
Prof. Dra. Vanessa B.Ribeiro
HEMOSTASIA OU HEMOSTASE
 Mecanismos envolvidos na manutenção 
do equilíbrio sanguíneo
 Sangue fluido – perfusão dos tecidos
 Formação de coágulos e trombos – danos ao 
endotélio vascular
 Envolvem:
Vasos sanguíneos
Plaquetas
Fatores de coagulação
HEMOSTASIA OU HEMOSTASE
 Resposta ao dano vascular envolve 5 passos:
1 - Vasoconstrição
2 – Adesão e agregação plaquetária
3 – Ativação da cascata de coagulação
4 – Formação do coágulo
5 – Destruição do coágulo
VASOCONSTRIÇÃO
 Ocorre na região da ruptura ou lesão do vaso
 Capaz de estancar o sangramento da lesão por 
si só - pequenos vasos (capilares)
 Elasticidade natural dos vasos deve estar normal
 Idosos – equimoses e hematomas 
 Dorso das mãos e antebraço
ADERÊNCIA E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
 Plaquetas são produzidas na medula óssea
 Origem do da fragmentação
dos megacariócitos
VR: 150.000 – 400.000/mm3
ADERÊNCIA E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
 Envolvimento em lesões vasculares mais extensas
 Aderência à superfície do vaso lesado leva à
agregação de novas plaquetas ao local 
 Liberação de várias substâncias
 Fator plaquetário – desencadeamento da coagulação
 Dimensão e número das plaquetas são importantes 
para as funções:
Tampão plaquetário Vedação de pequenas perfurações
Aderência, agregação e liberação dos fatores 
ADERÊNCIA E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
 Principal função plaquetária: 
 Formação do tampão mecânico em resposta ao dano 
vascular
 Depende:
 Interação plaqueta–vaso Adesão
 Interação plaqueta-plaqueta Agregação
 Glicoproteínas de revestimento das plaquetas 
são responsáveis pela adesão ao colágeno 
exposto e pela aderência célula-célula
Dependente do Fator de von Willebrand (VWF)
 VWF – duas vias de secreção
 Produzido pelas células endoteliais e pelas 
plaquetas 
 Facilita a adesão das plaquetas ao endotélio
 Responsável pelo transporte do Fator VIII –
importante na cascata de coagulação
ia
ADERÊNCIA E AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
 Cascata de coagulação – reações que ocorrem em 
sequência
 Dependente de pró-enzimas, cofatores, proteínas 
reguladoras (C e S),cálcio e tromboplastina 
tecidual
ia
ATIVAÇÃO DA COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
Fibrinogênio Fibrina
Trombina
Converte o tampão primário em um tampão 
firme e estável
FORMAÇÃO DO COÁGULO
CASCATA DE COAGULAÇÃO
 3 fases importantes:
 Ativação do fator X
 Clivagem da protrombina (II) trombina
 Clivagem do fibrinogênio (I) fibrina
Ativação 
do fator X
Via intrínseca Via extrínseca
Dependente do 
contato 
plaquetário e 
de Ca iônico
(fator IV)
Dependente de 
tromboplastina
tecidual
(Fator III)
Fatores de 
coagulação 
sanguínea
Plaquetas 
ativadas
Tromboplastina
tecidual
CASCATA DE COAGULAÇÃO
 Deficiência destes fatores: COAGULOPATIAS
 Hereditárias ou adquiridas
 Gravidade proporcional ao grau da deficiência
 Principais testes de triagem de 
coagulopatias:
 Tempo de tromboplastina parcial 
 Tempo de protrombina
 Tempo de trombina
 Reatividade do fibrinogênio (CIVD)
FORMAÇÃO DA FIBRINA
 Estabiliza o coágulo e facilita a regeneração 
do tecido lesado
 Extensão da coagulação é mediada pela 
trombomodulina – formação da proteína C
 Garante que a coagulação não vá além do necessário 
para estancar a hemorragia
Trombina Fibrinogênio
PROTEÍNA C
Inibe fatores 
V e VIII
DESTRUIÇÃO DO COÁGULO
 Fibrinólise
 Ativação do plaminogênio em plasmina
 Induzida pelo ativador do plasminogênio tissular
 Organismo produz a antiplasmina, que inibe a 
ação da plasmina
 A fim de evitar excesso de fibrinólise e risco de 
hemorragia
EQUILÍBRIOCOAGULAÇÃO FIBRINÓLISE
DISTÚRBIOS VASCULARES 
 Distúrbios hemorrágicos
 Equimoses faciais e sangramento 
espontâneo de pequenos vasos
 Telangiectasia hemorrágica 
hereditária
 Autossômica dominante
 Sangramento nasal frequente
 Hemorragia do sistema 
digestório – anemia crônica
DISTÚRBIOS PLAQUETÁRIOS 
 Podem ocorrer mesmo quando o indivíduo 
apresenta contagem normal de plaquetas
 Sangramento de pele e mucosas –
coagulação tardia
 Síndrome de Bernard-Soulier
 Macroplaquetas
 Deficientes nas glicoproteínas de membrana
 Não se ligam ao VWF
 Falha na adesão, agregação plaquetária
e ativação da cascata de coagulação
PLAQUETAS
Plaquetas 
normais
Plaquetas na 
Síndrome de 
Bernard -Soulier
COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
 Em geral, correspondem a deficiências de 
determinados fatores de coagulação 
 Maioria são autossômicas recessivas
 Mais importantes:
 Doença de Von Willebrand – autossômica recessiva
 Hemofilias A e B - recessivas ligadas ao X
DOENÇA DE VON WILLEBRAND
 Distúrbio hemorrágico mais comum na espécie 
humana
 Frequência de 1:250 indivíduos
 Deficiência ou função anormal do FVW
 Caracterizada por sangramento nasal e menorragia, 
perda sanguínea excessiva após cortes 
superficiais, hemorragia pós-parto ou pós-
cirúrgica (casos mais graves)
DOENÇA DE VON WILLEBRAND
 FVW – importante no processo de coagulação:
 Hemostasia primária: adesão e interação das plaquetas 
ao endotélio vascular trombo plaquetário
 Hemostasia secundária: transporta e protege o Fator 
VIII ativação da cascata coágulo de fibrina
 Deficiências relacionadas a mutações pontuais ou 
deleções no gene FVW
HEMOFILIA A (HEMOFILIA CLÁSSICA)
 Deficiência de fator VIII da coagulação
 Resultantes de mutações no gene F8 – deleções, 
inserções, mutações de ponto ou inversões
 Inversões – recombinação intracromossômica que 
altera a posição dos genes
 Frequência: 1/5-10.000 homens
 Descritas mais de 270 variantes alélicas de 
hemofilia A
Meiose I
HEMOFILIA A (HEMOFILIA CLÁSSICA)
 Clinicamente:
 Episódios recorrentes de sangramento espontâneo ou 
devido a pequenos traumatismos
 Sangramento nas articulações – edema doloroso e 
hemartroses
 Destruição da articulação e invalidez permanente
 Hemorragias em diversos órgãos – cérebro e sistema 
digestório – causas frequentes de morte nos pacientes
 Extrações dentárias com sangramento prolongado
HEMOFILIA A (HEMOFILIA CLÁSSICA)
HEMOFILIA A (HEMOFILIA CLÁSSICA)
 Leve, moderada ou grave – associada aos níveis de 
deficiência do Fator VIII 
 Fator VIII – cofator para ativação do Fator IX em 
Fator X
 Tratamento:
 Reposição de Fator VIII derivados de plasma humano
 10-15% dos casos: produção de anticorpos que 
neutralizam o fator reposto 
 Uso de imunossupressores
HEMOFILIA B
 Deficiência do Fator IX da coagulação
 Quadro clínico e tratamento semelhantes ao da 
hemofilia A
 Frequência: 1/100.000 homens
 Deleções e mutações pontuais no gene F9
 Fator IX é um precursor enzimático inativo
 Quando o seu peptídeo ativador é clivado na cascata 
proteolítica ele ativa o fator X
DEFICIÊNCIAS PRÓ-TROMBÓTICAS
 Associadas ao estados de hipercoagulação
 Trombos: infartos do miocárdio, AVC, doença 
arterial periférica, entre outras
 Trombose (arterial ou venosa): associada com o 
aumento da idade, cirurgias ou gravidez
 Trombofilia: distúrbios hereditários ou 
adquiridos que predispõem à trombose
Envolvem defeitos nas proteínas dos sistemas de 
anticoagulação ou fibrinólise
DEFICIÊNCIA DE ANTITROMBINA III
 Principal anticoagulante fisiológico
 Neutraliza a trombina e outros fatores de 
coagulação
 Deficiência: trombose venosa profunda, embolia 
pulmonar, AVC
 Herança autossômica dominante
 Diversas variantes da proteína estãoassociadas a 
um grau variável do risco de trombose
DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNA C
 Na sua forma ativa inibe alguns fatores de 
coagulação e estimula a fibrinólise
 Sua atividade requer a ação de 2 cofatores:
 Presença de trombomodulina (na superfície das células 
endoteliais)
 Proteína S (dependente de Vitamina K)
 Deficiência: estado de hipercoagulabilidade
semelhante à deficiência da antitrombina III
 Predomínio de trombose venosa 
DOENÇA DO FATOR V DE LEIDEN
 Proteína C (anticoagulante)- cliva o fator V da 
coagulação
 Nesta doença ocorre uma mutação do Fator V que 
confere resistência à proteína C 
ativa,estimulando o processo de coagulação 
 Polimorfismo genético do gene F5 – tornando Fator 
V menos suscetível à clivagem pela proteína C
 Fator V de Leiden
 Maior frequência em países europeus (5%)
ALTERAÇÕES NO SISTEMA FIBRINOLÍTICO
 A fibrinólise remove o excesso de fibrina 
depositado na parede dos vasos e tecidos
 Componente mais importante é o plasminogênio que 
quando ativado produz a plasmina que remove o 
coágulo
 Deficiência congênita do plasminogênio, 
deficiência no ativador tissular 
 Eventos trombóticos recorrentes
FIM

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