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BIOQUÍMICA DA URINA
A formação da urina é uma das principais funções do sistema 
urinário. Quando é formada, a urina normal consiste em sódio, 
cloreto, potássio, cálcio, magnésio, sulfato, bicarbonato, ácido 
úrico, íons amônio, creatinina e urobilinogênio. Alguns leucócitos e 
eritrócitos (no homem, alguns espermatozoides) podem passar para 
a urina em seu trajeto do rim para a uretra.
O exame de urina de rotina tem muitas funções. Ele pode ser 
usado para avaliar os pacientes quanto a doenças renais e do trato 
urinário e pode ajudar a detectar doenças metabólicas ou 
sistêmicas.
O exame de urina compreende:
a. exame físico;
b. exame químico;
c. exame microscópico;
d. identificação de cálculos;
e. exame bacteriológico.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 1
EXAME FÍSICO
VOLUME
Cerca de 1200 mL de sangue circulam nos rins por minuto, são 
filtrados e aproximadamente 1 mL de urina é formado por minuto. 
Cerca de 150 L do filtrado glomerular são reabsorvidos pelos 
túbulos, em 24 h. A determinação do volume se faz em cilindros 
graduados.
 Adulto normal: em 24 h – 1000 a 1500 mL.
 Crianças: a diurese é > do que em adulto.
Nas seguintes condições o volume urinário é aumentado 
(POLIÚRIA)
⇒ diabetes mellitus e insipidus;
⇒ rim contraído;
⇒ frio;
⇒ emoções, ingestão excessiva de líquidos.
Nota-se diminuição do volume urinário (OLIGÚRIA) nos seguintes 
casos:
 nefrite aguda;
 doenças cardíacas e pulmonares;
 febre;
 diarréia;
 vômito;
 choque;
 desidratação, infarto hemorrágico do rim.
COR
A cor da urina é variável e depende da maior ou menor 
concentração:
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 2
 de pigmentos urinários;
 de medicamentos;
 de certos alimentos;
 elementos patológicos.
Normalmente, tem coloração entre o amarelo-citrino e o amarelo-
avermelhado. O urocromo é o principal responsável pela cor 
amarela, e a uroeritrina, pela vermelha.
Em condições patológicas, a urina pode exibir diversas colorações.
 As cores vermelha, castanha e negra devem ser identificadas 
como benzina-positiva ou benzina-negativa; as positivas são de 
urina que contém hemoglobina, hemácias ou mioglobina.
 A hematúria de origem glomerular (glomerulonefrite aguda) 
não apresenta coágulos, enquanto que, em outros tipos de 
hematúria, como no traumatismo ou tumor, eles 
freqüentemente estão presentes.
 A urina com aspecto leitoso pode resultar da presença de pus ou 
grande quantidade de cristais de fosfato, identificação se faz 
através do exame de sedimento.
Cor que a urina pode assumir em diversas condições
Cor Causa Provável
Amarelo-citrino Urocromo (normal)
Alaranjada Urina concentrada
Esverdeada Bilirrubina-bileverdina
Vermelha Hemoglobina, mioglobina, hemácias, beterraba
Verde ou azul Azul-de-metileno, infecção por Pseudomonas 
Castanha a negra Melanina, metildopa, envenenamento por fenol
Leitosa opaca Lipidúria, piúria
ASPECTO
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 3
Em geral, a urina recentemente emitida é límpida. Deixada em 
repouso por algum tempo, pode haver pequeno depósito 
(constituído por leucócitos, células epiteliais, muco) denominado 
nubécula. Esta é mais acentuada em urina de mulher.
As substâncias que mais freqüentemente turvam a urina são:
a) fostatos amorfos;
b) uratos amorfos;
c) pus;
d) germes.
ODOR
O cheiro característico da urina recentemente emitida (cheiro sui 
generis) tem sido atribuído a ácidos orgânicos voláteis que ela 
contém. Com o envelhecimento, o cheiro se torna amoniacal. Sob a 
influência de alguns medicamentos, a urina adquire odor particular.
REAÇÃO (pH URINÁRIO)
O pH urinário reflete a capacidade dos rins em manter a 
concentração dos íons hidrogênio no plasma e nos LEC. No 
metabolismo normal há formação de ácidos não voláteis (ácido 
sulfúrico, fosfórico, clorídrico, pirúvico, lático, cítrico, corpos 
cetônicos), que serão excretados pelos rins com cátions, cujo o 
mais importante é o sódio.
A urina recém emitida tem um pH normal próximo de 6,0. Este 
valor tende a aumentar pela ação das bactérias sobre a uréia 
formando amônia, quando a análise não é feita logo após a micção. 
Assim, uma urina de pH alcalino quase sempre indica uma 
conservação e/ou manipulação inadequadas.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 4
No entanto, uma amostra fresca com pH alcalino pode 
significar uma infecção urinária, que pode ser confirmada pela 
presença de bactérias, piócitos e testes químicos (nitrito e leucócito 
esterase).
A determinação do pH da urina é útil também para a identificação 
de cristais no sedimento urinário.
 Urinas ácidas:
o cristais de oxalato de cálcio;
o ácido úrico;
o urato amorfo.
 Urina alcalinas:
o cristais de fosfato amorfo;
o fosfato triplo;
o carbonato de cálcio.
Urinas ácidas - pode ser encontrada nas seguintes 
condições:
 Conseqüência de uma dieta rica em proteínas e por algumas 
frutas;
 Diabetes mellitus, inanição, doenças respiratórias, 
anormalidades de secreção e reabsorção de ácidos e bases pelas 
células tubulares;
 No tratamento de determinados cálculos urinários pelo uso de 
cloreto de amônio, metionina, fosfatos ácidos, etc...
Urinas alcalinas - pode ser encontrada em:
 Conseqüência de uma dieta rica em frutas e vegetais diversos;
 Alcalose metabólica, hiperventilação respiratória e após 
vômito;
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 5
 No tratamento de determinados cálculos urinários pelo uso 
bicarbonato de sódio, citrato de potássio e acetozalamida.
Medida de pH – as tiras reativas utilizam um sistema triplo 
indicador, variando de pH de 5-9.
DENSIDADE
A densidade normal da urina varia de 1,010 a 1,030 g/cm³ e ela 
indica a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina. A 
densidade urinária varia com o volume e com a quantidade de 
solutos excretados (principalmente, cloreto de sódio e uréia). Deste 
modo, a densidade é um bom indicador do estado de 
hidratação/desidratação do paciente.
Alterações no valor da densidade da urina podem ser encontradas 
em:
 Densidade alta pela presença de glicose: diabetes mellitus;
 Densidade baixa pela excreção de grandes volumes urinários: 
diabetes insipidus;
 Densidade baixa pela perda da capacidade de concentração 
urinária: doenças renais.
Medida da densidade: tiras reativas
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 6
EXAME QUÍMICO
PROTEÍNAS
Normalmente, ocorre uma excreção de proteínas na urina, numa 
faixa de ~ 150 mg/24 horas, dependendo do volume urinário. Essas 
proteínas são originárias do plasma e também do trato urinário. 
Proteínas plasmáticas de peso molecular inferior a 50 a 60 kDa são 
normalmente filtradas nos glomérulos e reabsorvidas nos túbulos 
renais. A albumina de peso molecular em torno de 67 kDa também 
sofre uma pequena filtração e a maior parte é reabsorvida.
Desta forma, existem dois fatores que contribuem para a excreção 
aumentada de proteínas na urina:
1. o aumento da permeabilidade da membrana glomerular e
2. a diminuição da reabsorção tubular.
Proteinúria - pesquisa positiva de proteínas na urina. A proteinúria 
pode ser assim classificada:
1. Proteinúria pré-renal – são proteinúrias de origem não renal. 
Podem ocorrer nas seguintes situações:
a. Produção excessiva de proteínas de baixo peso molecular 
(hemoglobina, mioglobina, algumas Igs, etc) que são 
filtradas no glomérulo;
Exemplo: Síntese da ptn de Bence-Jones no mieloma 
múltiplo e sua excreção na urina.
b. Aumento da pressão hidrostática renal comconseqüente 
aumento da pressão sangüínea forçando a filtração de 
proteínas na membrana glomerular.
 Exemplo: hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, etc.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 7
2. Proteinúria Glomerular – é um tipo de proteinúria que ocorre 
nas doenças glomerulares, glomerulonefrite e síndrome 
nefrótica de origem infecciosa, tóxica, imunológica ou por 
problemas vasculares. Nessas doenças a proteinúria está 
sempre presente e quanto maior a perda de proteínas mais 
grave a lesão renal.
3. Proteinúria Tubular - é um tipo de proteinúria que ocorre nas 
lesões tubulares em que há perdas de proteínas na urina de 
grau leve a moderado. Geralmente, a proteinúria tubular 
ocorre nas seguintes doenças: pielonefrite, necrose tubular 
aguda, rim policístico, intoxicações por metais pesados, etc.
4. Proteinúria das Vias Renais Baixas – é um tipo de proteinúria 
de grau leva encontrada nos casos de uretrite e cistite em 
conseqüência de uma exudação através das mucosas.
5. Proteinúria Assintomática – são proteinúria de grau leve que 
pode ocorrer transitoriamente em pessoas normais em 
conseqüência de excesso de exercícios, após um banho frio, 
em estados febris, proteinúria ortostática por postura 
inadequada.
GLICOSE
A glicose é reabsorvida totalmente por transporte ativo nos túbulos 
renais, respeitanto o limiar renal de 160 a 180 mg/dL.
A glicosúria, portanto, somente ocorrerá quando a taxa de glicose 
sangüínea ultrapassar o valor de seu limiar renal de reabsorção.
Assim, a pesquisa de glicose na urina é útil para diagnosticar e 
monitorar Diabetes Mellitus.
Interferências nos resultados:
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 8
a) Falso positivo: são raros, podendo ocorrer quando da 
exposição da tira ao ar ultrapassar o tempo de leitura, em 
casos de contaminação da urina com peróxidos, oxidantes;
b) Falso negativo: presença de elevadas concentrações de ácido 
ascórbico, aspirina, corpos cetônicos, levodopa, que podem 
inibir a reação enzimática.
SANGUE
O sangue pode ser excretado na urina na forma de hemácias 
íntegras (hematúria) ou de hemoglobina (hemoglobinúria). Quando 
eliminado em grandes quantidades, a hematúria pode ser 
observada a olho nu (urina vermelha e opaca). Já a hemoglobinúria 
excessiva apresenta uma cor vermelha e transparente. Na 
sedimentoscopia, a hematúria será comprovada pela presença de 
hemácias íntegras. Por outro lado, no caso de hemoglobinúria por 
distúrbios hemolíticos ou por lise das hemácias no trato urinário a 
presença de hemácias não será observada. Assim, o método 
químico é mais preciso para evidenciar a presença de sangue na 
urina, servindo a sedimentoscopia para diferencia a hematúria da 
hemoglobinúria.
Interferências nos resultados:
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 9
a) Falso positivo: contaminação menstrual, presença de 
detergentes oxidantes nos frascos de coleta da urina, 
peroxidade bacteriana (E. coli);
b) Falso negativo: níveis elevados de ácido ascórbico, quantidade 
excessiva de nitrito na amostra e em situações de perdas 
grandes de proteínas.
NITRITO
A pesquisa de nitrito na urina tem a finalidade de detectar 
precocemente infecções bacterianas do trato urinário, uma vez que 
as bactérias Gram-negativas, quando presentes na amostra a ser 
analisada, transformam o nitrato (componente normal 
da urina) em nitrito. A prova do nitrito é empregada 
para diagnóstico precoce da cistite e pielonefrite, sendo 
utilizada na terapia com antibióticos, na monitoração 
de pacientes com alto risco de infecção do trato 
urinário (diabéticos, gestantes) e na seleção de 
amostras para urocultura. Um teste de nitrito negativo 
não elimina uma possível infecção, pois algumas 
bactérias na reduzem o nitrato a nitrito (Streptococcus 
faecalis).
Bactérias que reduzem nitrato para nitrito:
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 10
Escherichia coli, Klebsiela enterobacter, Proteus, Pseudomonas.
Interferências nos resultados:
c) Falso positivo: contaminação bacteriana por coleta e/ou 
armazenamento inadequado da amostra. Interferência da cor 
e de certos pigmentos e medicamentos presentes na urina;
d) Falso negativo: níveis elevados de ácido ascórbico, urina com 
pH inferior a 6, inibição do metabolismo bacteriano por 
antibióticos.
LEUCÓCITOS
A pesquisa de leucócitos na urina é muito útil para diagnosticar 
processo infecciosa do trato urinário, podendo ser realizada tanto 
pela análise química quanto pela sedimentoscopia. A pesquisa 
química apresenta a vantagem de detectar os leucócitos que foram 
destruídos na urina e que não seriam observados no exame 
microscópico.
Normalmente, a urina emitida contém 5 leucócitos por campo, 
microscópio com aumento de 400X. Um aumento na excreção 
urinária pode ocorrer na glomerulonefrite aguda, pielonefrite, 
cistite, uretrite, tumores e cálculos renais.
Interferências nos resultados:
a) Falso positivo: contaminação agente oxidantes fortes no frasco 
de coleta ou na amostra;
b) Falso negativo: Presença de grandes quantidades de glicose e 
proteínas na amostra. Amostras de densidade alta, 
medicamentos diversos (tetraciclina, cefalotina, cefalexina, 
gentamicina) e outra substâncias alterando a cor normal da 
urina.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 11
SEDIMENTOSCOPIA
A sedimentoscopia é o exame microscópico do sedimento urinário, 
compreendendo a observação, identificação e quantificação de todo 
o material insolúvel presente na amostra (leucócitos, hemácias, 
células epiteliais, cilindros, cristais, flora bacteriana, muco, 
leveduras, parasitas, espermatozoides, artefatos).
A sedimentoscopia urinária é de suma importância para o 
diagnóstico, prognóstico e constatação de cura de diversas 
patologias renais porque fornece informações sobre a integridade 
anatômica dos rins.
1. HEMÁCIAS
a. Valor de referência: 0 a 2 hemácias por campo;
b. Exame: contar 10 campos com aumento de 400X e tirar a 
média;
c. Significado clínico: considera-se como hematúria quando 
há perda de mais de 5 hemácias por campo no sedimento 
urinário. As principais causas de hematúria são:
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 12
i. Causas pré-renais: coagulopatias, terapia 
anticoagulantes, hemoglobinopatias, anemia 
falciforme;
ii. Doenças renais glomerulares: glomerulonefrites 
agudas e crônicas, nefrite por lúpus eritrematoso, 
hematúria familiar benigna;
iii. Doenças renais não glomerulares: pielonefrite, 
tumores, traumatismos, rim poliscístico, etc;
iv. Causas pós-renais: cálculo urinários, cistites, prostites, 
uretrites, hipertrofia prostática.
2. LEUCÓCITOS
a. Valor de referência: até 5 leucócitos por campo;
b. Exame: contar 10 campos com aumento de 400X e tirar a 
média;
c. Significado clínico: considera-se como piúria quando são 
encontrados no sedimento urinário mais de 5 leucócitos 
por campo. As principais causas de piúria são:
i. glomerulonefrite;
ii. infecções do trato urogenital;
iii. cistite;
iv. pielonefrite;
v. prostatite;
vi. uretrite;
vii. inflamações diversas;
viii. lúpus eritrematoso;
ix. tumores, etc.
3. CÉLULAS EPITELIAIS
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 13
a. Valor de referência: normalmente podem ser encontradas 
no sedimento urinário algumas células epiteliais;
b. Exame: contar 10 campos com aumento de 400X e tirar a 
média;
c. Significado clínico: vários tipos de células epiteliais são 
frequentemente encontradas no sedimento devido à 
descamaçãonormal das células 
velhas que recobrem o epitélio 
do trato urinário e genital. 
Algumas células epiteliais 
eliminadas na urina podem 
indicar processo inflamatório ou 
doenças renais.
4. CILINDROS
a. Valor de referência: de 0 a 2 cilindros hialinos por campo 
com aumento de 100X;
b. Exame: contar 10 campos com aumento de 100X, 
identificando os diversos tipos de cilindro no aumento de 400X 
e tirar a média;
c. Significado clínico: os cilindros com o próprio nome 
indica, são formações cilíndricas moldadas na luz dos túbulos 
renais (distal e coletor) devido a uma maior acidez urinária 
nestes locais. O principal componente dos cilindros é uma 
proteína de Tamm-Horsfall, mucoproteína secretada pelas 
células tubulares. A formação dos cilindros ocorre pela 
precipitação da proteína de Tamm-Horsfall dentro do túbulo 
renal, podendo a precipitação ocorrer aglutinação de 
elementos presentes na luz tubular, como hemácias, 
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 14
leucócitos, células epiteliais, originando os diversos tipos de 
cilindros:
i. Cilindros hialinos - é o mais freqüente na urina, 
sendo constituído quase totalmente pela proteína de 
Hamm-Hoorsfall. A presença de cilindros hialinos acima de 2 
por campo pode ser devida a:
• Glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal 
crônica,, insuficiência cardíaca, estresse, exercício físico 
intenso, desidratação, exposição ao calor;
ii. Cilindros hemáticos - é freqüente nos casos de 
sangramento no interior dos néfrons, indica:
• lesão glomerular (glomerulonefrite) ou tubular;
iii. Cilindros de leucócitos (leucocitários) - indica:
• infecção ou inflamação no interior dos néfrons, 
como ocorre na pielonefrite, glomerulonefrite e em outras 
doenças renais;
iv. Cilindros epiteliais - raros, cuja formação é devido à 
destruição ou descamação ocorrida nos túbulos, indicando 
uma doença renal grave. Podem estar presentes na:
• glomerulonefrite, pielonefrite, nas infecções 
viróticas e nas intoxicações e exposições a agentes 
nefrotóxicos (mercúrio, etilenoglicol);
v. Cilindros mistos - constituído pela matéria protéica 
contendo mais de um tipo de elemento células aprisionado, 
como por exemplo, hemácias e leucócitos. Quando presentes 
devem ser classificados pelo elemento predominante.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 15
5. CRISTAIS – A presença de cristais na urina é muito 
comum, mas de um modo geral, o significado clínico é limitado. 
São formados pela precipitação de sais da urina submetidos a 
variações de pH, temperatura ou concentração. A investigação 
de cristais é importante para a investigação de doenças 
hepáticas, alterações metabólicas, etc.
a. Valor de referência: presença de cristais de urato 
amorfo, oxalato de cálcio (urina ácida), fosfato amorfo, 
fosfato triplo (urina alcalina);
b. Exame: contar 10 campos com aumento de 400X, 
identificar cada tipo de cristal e tirar a média.
6. MUCO – corresponde ao material protéico produzido pelas 
glândulas e células epiteliais do sistema urogenital, 
normalmente não tem significado clínico.
7. FLORA BACTERIANA
A urina recém emitida não contém bactérias, devendo ser coletada 
em condições estéreis para evitar a proliferação bacteriana. A 
presença de bactérias na urina (bacterinúria) juntamente com 
leucócitos e testes positivos de nitrito e leucócito esterase é uma 
indicação de processos infecciosos.
Contaminantes:
Levedura (Candida albicans)
Parasitas (Trichomonas vaginalis)
Espermatozóides
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 16
COMPOSTOS NITROGENADOS NÃO PROTÉICOS
Os compostos nitrogenados não protéicos (NNP) são metabólitos 
formados no organismo a partir do catabolismo das proteínas, 
ácidos nucléicos e aminoácidos. Dentre os metabólitos NNP do 
organismo, os principais são a uréia, a creatinina e o ácido úrico.
Principais Compostos NNP do sangue:
Compostos NNP % do total de NNP
1 – Uréia 45%
2 - Aminoácidos 20%
3 - Ácido Úrico 20%
4 – Creatinina 5%
5 – Creatina 1-2%
6 - Amônia 0,2%
URÉIA – é o principal composto nitrogenado NNP do sangue, sendo 
formada no fígado a partir da amônia e gás carbônico, através do 
ciclo da uréia.
CREATININA – é formada nos músculos a partir da creatina e da 
creatinofosfato (Creatina-P).
ÁCIDO ÚRICO – as fontes de ácido úrico estão presentes nos 
ácidos nucléicos e em outros compostos metabolicamente 
importantes, como ATP, AMP.
CLAREAMENTO DE CREATININA
Clareamento ou depuração de uma substância corresponde ao 
volume de plasma que é filtrado nos glomérulos por minuto, sendo 
a substância totalmente excretada na urina (não é reabsorvida e 
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 17
nem secretada). Assim sendo, a prova serve para avaliar a filtração 
glomerular.
A velocidade de filtração glomerular (VFG) é o volume de plasma 
filtrado (V) pelos glomérulos por unidade de tempo(t).
VFG = V + t
Quando a creatinina plasmática é elevada, a velocidade de filtração 
glomerular (clareamento) é diminuída, indicando um dano renal.
A fórmula para o clareamento da creatinina é:
U = mg/dL de creatinina na urina.
V = volume de urina em mL.
S = mg/dL de creatinina no sangue.
t = tempo em minutos em que foi coletada a urina = horas x 60.
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 18
ClCr = U x V : S x 
t
Clareamento de Creatinina = mL de plasma clareado por 
minuto
Profa Cleide A F. Rezende - Bioquímica Clínica - Urina 19
	EXAME FÍSICO
	VOLUME
	COR
	Cor
	Amarelo-citrino
	Alaranjada
	Esverdeada
	Vermelha
	ODOR
	O pH urinário reflete a capacidade dos rins em manter a concentração dos íons hidrogênio no plasma e nos LEC. No metabolismo normal há formação de ácidos não voláteis (ácido sulfúrico, fosfórico, clorídrico, pirúvico, lático, cítrico, corpos cetônicos), que serão excretados pelos rins com cátions, cujo o mais importante é o sódio.
	Densidade
	EXAME QUÍMICO
	PROTEÍNAS
	GLICOSE
	SANGUE
	NITRITO
	LEUCÓCITOS
	SEDIMENTOSCOPIA
	U = mg/dL de creatinina na urina.
	V = volume de urina em mL.

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