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Curso de Criminologia Modelos de Avaliação e Intervenção em Criminologia Tereza Andrade Ph.D. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Em termos epistemológicos, os referenciais teóricos associados a intervenção no comportamento delinquente remete-nos para duas vertentes de intervenção em criminologia: A criminologia clínica e a criminologia geral. Aparentemente a criminologia clínica apresenta suas origens na antropologia criminal desenvolvida pelo estudioso Cesare Lombroso, e tem como objetivo obter um diagnóstico através de uma postura clínica que visa compreender o porquê dessa conduta criminosa I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Partindo desse diagnóstico; promover a ressocialização do indivíduo para que esse retorne à sociedade. Também tem a finalidade de elaborar um “prognóstico” sobre sua eventual reincidência, se ele voltará ou não a realizar o crime, usando dessa maneira, a análise da conduta do indivíduo. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Segundo Luiz Rodrigues Mazarena (1981, p.411) “La palabra 'clínica' viene del griego Kliné: lecho. En su origen, es la parte de la medicina que enseña a observar, diagnosticar, curar y pronosticar las enfermedades a la cabecera de la cama de los pacientes” ou seja, a criminologia tem o dever de “curar” o indivíduo em seu próprio leito. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Mazarena trata a criminologia clínica como a aplicação da criminologia geral. Para ele a criminologia clínica interpreta o criminoso, individualizando o sujeito social, analisa sua realidade desde o ponto de partida, conectando o criminoso com seu crime. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. De acordo com Mazarena: “La clínica criminológica es, ante todo, Criminologia aplicada. Recordemos que existen tres niveles de interpretación: el conductual (crimen), el individual (criminal), y el general (criminalidad); I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. la clínica opera básicamente en el nivel individual, analiza al sujeto antisocial en singular, en sua realidade personal e irrepetible, y explica el nivel conductual desde el punto de partida del hecho concreto, para llegar a la conjunción del criminal con su crimen.”(MAZARENA Rodriguez 2011, p. 103) I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Para Benigno de Túlio “A criminologia clínica deve ser entendida como a ciência das condutas antissociais e criminais, baseada na observação e análise profunda de casos individuais, sejam eles normais, anormais ou patológicos”. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Saúl Ulises Mendoza Jordán define criminologia clínica como “la ciencia multidisciplinaria que estudia al delincuente en forma particular, a fin de conocer la génesis de su conducta delictiva y aplicarle un tratamiento personalizado, procurando su reinserción a la sociedad.” I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. A proposta da criminologia clínica é escutar e compreender os casos individuais dos que se relacionam com a justiça. A escuta deve ser feita de forma essencialmente compreensiva e feita de forma igualitária com o preso e não analiticamente; deve-se compreender o discurso da pessoa a partir de sua própria história, de seu próprio ponto de vista, e não a partir da visão da pessoa que analisa. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Não existem crimes para a criminologia clínica; somente criminosos. Ao fazer a análise dos crimes percebe-se que cada ato criminoso é feito de forma diferente, cada um apresenta certas peculiaridades inerentes à pessoa que cometeu o ato que infringiu a norma. Reflexão: Dessa forma é impossível estudar o crime de forma geral. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. “¿Qué es lo que impone entonces la Criminología Clínica? Impone que no se pueden estudiar los crímenes en una forma global, que no se deben aplicar reglas generales, sino estudiar a fondo cada caso concreto, no hablar del homicidio en general, sino hablar del homicídio que cometió este sujeto en particular, en este momento histórico determinado.” (MAZARENA. Rodriguez 1981, p.411) I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Neste quadro impõe-se-nos a analisar algumas diferenciações básicas entre a criminologia clinica e a geral. Segundo Rodrigues Manzanera a Criminologia Geral expõe os conhecimentos teóricos sobre o crime que procedeu de diversas disciplinas que integram a Criminologia. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. RODRIGUEZ MAZARENA diz-nos que: “la criminologia general expone los conocimientos teóricos sobre el crimen que proceden de las diversas disciplinas que integram la Criminologia (Antropología, Psiquiatría, Sociología, Criminalistica, etc.) y que se estudian en abstracto y por separado en “líneas paralelas y horizontales”. Desde esta perpesctiva puede decirse que la Criminologia General es el “conjunto sistematizado de conocimientos relacionados com la fenomenologia, la etiologia y las derivaciones o consencuencias de la realidad delincuencial o criminal”. (MAZARENA. Rodriguez. 1995, p. 412 citado por PÉREZ. Alonso 1999, p.22) I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Foca-se como objetivo da criminologia geral um conjunto de conhecimentos que se ocupa do crime, da criminalidade (e de suas causa), da vítima, do controle social do ato criminoso, bem como da personalidade do criminoso e da maneira de ressocializá-lo. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Etimologicamente o termo deriva do latim crimino (crime) e do grego logos (tratado ou estudo), sendo, portanto, o “estudo do crime. É uma ciência empírica e interdisciplinar. É empírica pois baseia-se na experiência da observação, nos fatose na prática mais do que em opiniões e argumentos. É interdisciplinar , formada portanto, pelo diálogo de uma séria de ciências e disciplinas, tais como a biologia, a psicopatologia, a sociologia, a política, a antropologia, o direito, a filosofia, entre outros. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. A criminologia é dividida em escola clássica (Beccaria, século XVIII), escola positiva (Lombroso, século XIX) e escola sociológica (final do século XIX) e academicamente começa com a publicação da obra de Cesare Lombroso chamada "L'Uomo Delinquente", em 1876. Sua tese principal era a do delinquente nato. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Tal como em outras ciências, também em criminologia se tem tentado eliminar o conceito de "causa", substituindo-o pela ideia de "fator". Isso implica o reconhecimento de não apenas uma causa, mas, sobretudo, de fatores que possam desencadear o efeito criminoso (fatores biológicos, psíquicos, sociais...). Uma das funções principais da criminologia é estabelecer uma relação estreita entre três disciplinas consideradas fundamentais: a psicopatologia, o direito penal e a ciência político-criminal. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Outra atribuição da criminologia é, por exemplo, elaborar uma série de teorias e hipóteses sobre as razões para o aumento de um determinado delito. Os criminólogos se encarregam de dar esse tipo de informação a quem elabora a política criminal, os quais, por sua vez, idealizarão soluções, proporão leis, etc. Esta última etapa se faz através do direito penal. Posteriormente, outra vez mais o criminólogo avaliará o impacto produzido por essa nova lei na criminalidade. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Interessam ao criminólogo as causas e os motivos para o fato delituoso. Normalmente ele procura fazer um diagnóstico do crime e uma tipologia do criminoso, assim como uma classificação do delito cometido. Essas causas e motivos abrangem desde avaliação do entorno prévio ao crime, os antecedentes vivenciais e emocionais do delinquente, até a motivação que leva o agressor a pratica pragmática do crime. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Na criminologia Clínica visa-se compreender os comportamentos problemáticos, encarando-os como expressão de conflitos e confrontos que seus autores têm em relação às expectativas, normas e valores sociais e culturais, e também levando em conta seu caráter de lesividade e conflitualidade na dinâmica que se estabelece entre o autor e a vítima. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. O conceito tradicional de criminologia clínica faz parte de uma criminologia clínica de primeira geração entendendo a conduta criminosa como uma relação de causa e efeito. A causa (fato, fenómeno, objeto, etc.) teria uma relação direta com o efeito que visto sua origem tem ocorrência quase que obrigatória. A investigação e análise desses fatores era própria da ciências exatas, biológicas da própria medicina. Para Augusto Alvino de Sá “Dentro dessa ótica, o crime seria uma consequência natural, ou quase que ‘necessária’, de certas condições imanentes daquele que o praticou.” I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. A concepção de primeira geração trata a causa como fator de explicação do fenómeno crime e a periculosidade como condição imanente do indivíduo, já que sua conduta e fatores já predeterminaram seus atos criminosos. Não há prognóstico de reincidência na concepção casualista de primeira geração da criminologia clínica. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Nas penitenciárias o modelo de primeira geração da criminologia clínica definia uma prática de trabalho baseada unicamente num modelo médico psicológico, enfatizando-se e valorizando-se exames como o eletroencefalograma em conjunto com o exame psicológico. Da história de vida do indivíduo era feita um estudo social. Esse tipo de procedimento era seguido independentemente do tipo de crime praticado, sendo feito exames mais profundo quando a gravidade do crime era maior. O prognóstico feito com base nessas análises e mostrava considerações sobre a recuperação do preso aliada a ideia de tratamento. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. o conceito de criminologia clínica no modelo de primeira geração segundo Alvino Augusto de Sá: “Criminologia clínica é a ciência que, valendo-se dos conceitos, conhecimentos, princípios e métodos de investigação e prevenção médico-psicológicos (e sócio-familiares), ocupa-se da pessoa do apenado, para nele investigar a dinâmica de sua conduta criminosa, sua personalidade e seu “estado perigoso” (diagnóstico), as perspectivas de desdobramentos futuros da mesma (prognóstico) e assim propor e perseguir estratégias de intervenção, com vistas à superação ou contenção de uma possível tendência criminal e a evitar uma recidiva(tratamento). I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Portanto, dentro desta conceituação tradicional de Criminologia Clínica, são ideias centrais as de diagnóstico, prognóstico e tratamento. A conduta criminosa tende a ser compreendida como conduta anormal, desviada, como possível expressão de uma anomalia física ou psíquica, dentro de uma concepção pré-determinista do comportamento, pelo que ocupa lugar de destaque o diagnóstico de periculosidade.” (SÁ. Alvino A., 2007, p.2) I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. A concepção multifatorial é um conceito moderno na Criminologia Clinica. Não se pressupõe nenhuma condição interna de predisposição ao crime, ou seja, acredita-se que a conduta criminosa acontece devido a uma série de circunstancias e fatores que se entrelaçam sem que nenhum tenha relação direta e pré-determinista com o crime; não se pressupõe nenhuma condição interna de predisposição ao crime. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Quando se estuda o porquê do comportamento criminoso investiga-se um conjunto bastante complexo de fatores das mais diferentes ordens e principalmente de sua interação para se desenvolver uma compreensão desta conduta aprofundando-se cada vez mais na sua discussão e investigaçãoe não obter uma explicação do fenómeno criminoso I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Poderemos notar que nenhum fator é típico do delinquente. Todos os fatores (familiares, personalidade, socioeconómicos, culturais...) são os mesmo entre delinquentes e não delinquentes com a diferença é de grau, do peso de uns fatores e outros num contexto complexo de interações. Nisto, já podemos ver diferença entre a concepção multifatorial e a concepção causalista, pois, na concepção causalista se tem implícito que existe uma linha divisória entre delinquentes e não delinquentes. I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. Como não se acredita haver uma condição interna no individuo que o predispõe ao crime ou nenhum fator (apenas o peso deles) que diferencie os delinquentes e não-delinquentes, passou-se a se falar unicamente no prognóstico de reincidência e não mais em periculosidade havendo, assim, uma evolução da concepção causalista para a concepção multifatorial I.Introdução Análise histórica e epistemológica dos referenciais teóricos de intervenção no comportamento delinquente no quadro das filosofias e políticas criminais. A periculosidade é de natureza pré-determinista e vincula-se às condições bio-psicológicas do agente, já o prognóstico de reincidência reconhece que existe uma possibilidade de o agente vir a cometer novos delitos se for inserido nas mesmas condições (sociais, económicas, culturais...) desde que ele continue portador das mesmas condições individuais que levaram o agente a delinquir anteriormente. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção A conduta criminal é entendida como uma conduta socialmente desadaptada, que exige uma investigação de múltiplos fatores, das mais diferentes ordens (que abrangem o indivíduo, seu corpo, sua personalidade, toda sua história, sua família, seu ambiente, e propostas terapêutico-penais). Trabalha-se com o conceito de intervenção. Procura conhecer a motivação ou motivações da conduta criminosa. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção 1. ABORDAGEM CLÁSSICA Pena como resultado do enfrentamento Estado/infrator. Satisfação da pretensão punitiva do Estado como objetivo principal, senão único. Ausência de preocupação com a reparação do dano, a ressocialização do infrator e a prevenção do delito. 2. ABORDAGEM MODERNA Destaque para o lado humano e conflitivo do problema criminal; O castigo não esgota as expectativas em torno do fato delituoso; A pena como intervenção positiva no infrator; Ressocialização do delinquente, reparação do dano e prevenção do crime como objetivos essenciais. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção 3. UM NOVO PARADIGMA CRIMINOLÓGICO Repressão substituída por prevenção: Fracasso do modelo repressivo clássico Custos altos; Intervenção tardia; Falta de efetividade real. Avanço da Criminologia como ciência Estudos e pesquisas Compreensão do fenômeno criminal com todas as suas variáveis II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção. A nível da intervenção vamos focar na prevenção, tendo em conta, o grande tema dos programas de prevenção precoce do comportamento antissocial. Perceber porque é importante prevenir, remete-nos para a ideia de que é melhor prevenir do que curar. Existem três níveis de prevenção e vários conceitos ligados a prevenção II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Fundamento: O crime não é doença, mas um grave problema que a sociedade tem de resolver. PREVENÇÃO X AÇÃO X REAÇÃO Níveis de PREVENÇÃO DO, comportamento criminal, CRIME 1) Prevenção Primária 2) Prevenção Secundária 3) Prevenção Terciária II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção PREVENÇÃO Primária – ataca a raiz do conflito (educação, emprego, moradia, segurança, etc.)- universal - conjunto de estratégias que são dirigidas a comunidade em geral visando prevenir o fenómeno, sem se ter nenhuma população com fatores de risco. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Voltada para as origens do delito, visando neutralizá-lo antes que ocorra; Resolução das situações, carenciais, criminógenas; Opera a longo e médio prazo e se dirige a todos os cidadãos; Reclama prestações sociais e intervenção comunitária; Limitações práticas: falta de vontade política e de conscientização da sociedade. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Secundária – destina ações à setores da sociedade (policiamento, programas de apoio social, controle das comunicações, investigações, etc.) - seletiva- age-se sobre a população que tem fatores de risco Política legislativa penal, ação policial, políticas de segurança pública. Atua na exteriorização do conflito; Opera a curto e médio prazo; Dirige-se a setores específicos da sociedade, II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Terciária – voltada ao recluso para que não reincida (laborterapia, liberdade assistida, serviços comunitários e reintegração ao mercado de Trabalho)- indicada – conjunto de estratégias com pessoas que já são alvo do fenómeno Destinatário: população carcerária; Caráter punitivo; Objetivo: evitar a reincidência; Intervenção tardia, parcial e insuficiente II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção primaria Universal Conjunto de estratégias que procuram aumentar o bem-estar, mitigando a chance de um acontecimento negativo ocorrer. Tendo como alvo a população geral, informando a pop. Geral em relação a ferramentas disponíveis. Ex: Programa de prevenção que não trata nenhuma variável especifica Secundaria Seletiva Terciaria Identificação de pessoas que vão ser alvo. Sendo assim um conjunto de estratégias para diminuir fatores de risco numa dada população que já é de risco. Ex: programa de prevenção num bairro social. Em Portugal têm o programa ESCOLHAS. Aplicado a nível nacional, com financiamento do Estado por período de 3 anos. Visando integração social, dinamizar a comunidade, proporcionar oportunidades, criar espaços de proteção Aplicação de estratégias a indivíduos que já apresentaram comportamento delinquente ou para prevenir comportamento delinquente continuo indicada II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Outras formas de sintetizar os conceitos; a) Prevenção situacional b) Prevenção comunitária c) Prevenção do sistema de justiça d) Prevenção desenvolvimental ou baseada no risco – baseadas em estudos sobre o desenvolvimento humano, estudos longitudinais baseados no risco, porque vai corresponder a um conjunto de medidas que visam diminuir fatores de risco e aumentar fatores de proteção II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção A prevenção desenvolvimental ou baseada no risco, sendo um modelo deintervenção precoce, defende que estas medidas devem ser aplicadas o mais cedo possível, podendo mesmo ser durante o período de gestação, tendo de se continuar durante a infância e adolescência. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Note-se que o cérebro é plástico e moldável e nos primeiros anos de vida somos mais suscetíveis de receber mais influências. Este tipo de modelo recebe varias criticas, limitações e dificuldades. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Causas: Obvio que se tem de conhecer os fatores de risco, sendo que em termos ideais seria de se intervir nas causas do comportamento, mas como é que se sabe o que causa o comportamento? Tem de se ter em conta que o fator de risco apenas aumenta a probabilidade de algo acontecer no futuro, não se podendo dizer que apenas um fator explica o fenómeno em si, II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção notando que os estudos longitudinais são os que mais aproximam de conseguir explicar os fenómenos. Para identificar causas tem-se sempre que recorrer ao método experimental. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Por não se saber das causas os programas tendem a ser multidimensional, tendo em conta os vários níveis ou dimensões como individuais, familiares e ambientais. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção A maior parte da literatura aponta para, o baixo autocontrolo, a impulsividade, a falta de empatia, fracas competências sociais, como alguns fatores de risco mais importantes para o comportamento antissocial na vida futura. Nota: FALA- SE SEMPRE EM TERMOS DE PROBABILIDADE II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção A escola vista como sitio importante para se intervir. É importante no sentido de adquisição de competencias. Investe-se muito na comunidade, conhecem-se varios fatores de risco associados, neste campo, existem varias teorias em relação aos fatores de risco II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção E os fatores de proteção? Críticas a esta lógica. Foca-se demais no negativo, na inibição do fator de risco e não na fomentação dos fatores de proteção. Importante notar que não são o oposto uns dos outros, exemplo um alto autocontrolo não serve de fator de proteção, são sim fatores que mitigam o efeito negativo do fator de risco. Notando neste ponto, por exemplo o efeito da resiliência. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Reflexão: Percebe-se pouca intervenção no sentido de fomentar os fatores de proteção e pouca fomentação pro social. Definição de comportamento antissocial e pro social com exemplos que sirvam II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção BAC Impulsividade Baixa Inteligência Pares- delinquência como fenómeno grupal Escola- desvinculação escolar, importância do labiling e das teorias da etiquetagem – intervir nas escolas é fundamental Comunidade – pobreza, desigualdade social, desestruturação, desorganização social Supervisão Disciplina Criminalidade familiar II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção NOTA: A Labeling Approach Theory ou Teoria do Etiquetamento Social, é uma teoria criminológica marcada pela ideia de que as noções de crime e criminoso são construídas socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social a respeito do comportamento de determinados indivíduos II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Programas de Prevenção Existe uma multiplicidade de programas, no entanto, alguns são avaliados outros não. A nível individual, um dos programas mais aplicados é o de treino de competências sociais – trabalha-se essencialmente, as competências para facilitar as relações interpessoais, as interações sociais. Promover o bom relacionamento e facilitar a vida em sociedade. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Outro aspeto a trabalhar e a ter presente nos programas é a gestão e resolução de conflitos. A modelagem é outra dimensão contemplada nos programas, particularmente, a modelagem promovida pelos pais, constituindo estes, como agentes de socialização II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Programas dirigidos especificamente a família: 1) Programas de educação parental 2)Treino de competências sociais – centralizando-se na questão da importância da disciplina, da afetividade, enfatizando a importância do vinculo com os pais. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Avaliação dos programas de intervenção Importante avaliar os programas de intervenção no sentido de questionar-se o porque de avaliar- sendo que a resposta ajuda a perceber o que está bem e o que está mal, notando que existem varios programas que, ao contrario, acabam por ter efeitos negativos. Realça-se sempre a importancia de se criar uma cultura de avaliação dos programas. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Existem varios tipos de avaliação: A que visa avaliar a vertente económica A satisfação dos participantes Avaliação dos resultados Avalição de custos Avaliação de processos e Avaliação das necessidades II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção O que é fulcral na elaboração de programas de prevenção é o foco na complexidade das condições necessárias para se prevenir. Neste contexto, é que distintos autores falam de diferentes tipos de prevenção e a importancia de se ter em conta a diferença a nivel dos alvos dos programas de prevenção. Questionar os objetivos II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Por exemplo, qual é o objetivo da prevenção situacional? Reduzir as oportunidades, com base numa multiplicidade de teorias. Pois, não depende apenas de um ofensor motivado. O objeto tem de estar disponível. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Na prevenção desenvolvimental, por exmplo, importa estudar a evolução dos individuos, tentando encontrar as regularidades e irregularidades ao longo da vida. Com realce para a identificação dos fatores de risco, percebendo a importancia, po outro lado, dos efeitos secundarios dos mesmos. Tendo os efeitos secundários varia natureza, como por exemplo o efeito da estigmatização II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Nos programas de prevenção, também, é importante levar em conta e estar atento ao equilíbrio entre a segurança e a liberdade. Outro aspeto importante é que não se pode generalizar os programas e os modelos de intervenção, daí a importância da avaliação do processo para se poder assegurar dos fatores que podem aumentar ou diminuir a sua eficácia. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Prevenção Precoce do comportamento antissocial “Prevenir é melhor quecurar” a ideia de que qualquer opção preventiva é sempre melhor do que uma estratégia reativa e meramente retributiva. Este tipo de prevenção e a prevenção em si têm as suas origens na medicina, no sentido de se tentar consciencializar de que certos comportamentos poderão constituir fatores de risco para um dado resultado. Sendo que esta tentativa é muitas vezes feita através de campanhas publicitárias, notando que esta lógica aplica-se também a criminologia II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Ao aplicar esta lógica a criminologia parte-se da ideia geral que todas as crianças, adultos, jovens, têm um percurso de vida que em si, coexistem eventos positivos e eventos negativos. Sendo que a maior parte das pessoas consegue utilizar as experiencias negativas para desenvolver componentes e competências pro sociais para chegar ao destino definido. Porém apesar da maioria o fazer, existe um grupo minoritário que não o faz. Neste caso, é importante criar condições para que o percurso se desvie do destino antissocial. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Pode-se questionar como é que se sabe deste percurso, destas trajetórias? Normalmente, através das teorias do ciclo de vida, exemplo, a criminologia desenvolvimental. Sendo que, neste contexto, estas teorias começaram a ganhar mais visibilidade a partir dos anos 90, tanto na área cientifica como na área das politicas de intervenção, a nível mais politico. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Neste sentido, as teorias informam os decisores políticos, que daí começaram a adotar medidas preventivas. Tendo-se também, implícitas questões financeiras, na medida em que prevenir pode sair mais barato que curar. Nota: note-se que o conceito de prevenção é bastante elástico, encerrando em si varias aplicações e terminologias. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção A ideia que se tem face aos modelos de prevenção, é que são sempre muito bons, vistos quase sempre como se fossem mágicos. Isto porque antes se dava mais atenção ao modelo de intervenção reativa que deu sinais de não funcionar. Neste contexto, quando surgiu a prevenção, apareceu como a solução e foi bem recebida. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Importante notar que a prevenção pode conter, em si, aspetos negativos, tais como: Estigmatização, falsos positivos, comercialização de programas sem grandes avaliações, etc.. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Por outro lado, a maioria dos programas de prevenção tem como VD o comportamento antissocial e não o crime em si. O que pode ser problemático, na medida em que, nem tudo o que é comportamento antissocial é crime. Tendo-se em conta que mesmo a definição de crime e de comportamento antissocial varia de país para país e de tempo, de época. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Como já tínhamos referido, existem 4 grandes áreas de prevenção: 1. Situacional – estratégias que visam reduzir a oportunidade criminal aumentando o risco de detenção, o exemplo disto será a colocação de alarmes 2. Comunitária – destinada a alterar as condições sociais e institucionais de uma dada comunidade que já tenha sido identificada como sendo de risco. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção 3. do sistema de justiça – medidas de incapacitação, afastamento e reabilitação. Aqui, o que se pretende é prevenir a reincidência no sistema de justiça. 4. Desenvolvimental/precoce baseada no risco – promoção de comportamentos normativos em crianças e adolescentes no sentido de mitigar o comportamento antissocial II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Este tipo de prevenção baseia-se no fato de que muitos fatores de risco se estabelecem muito cedo na vida. Sendo assim que é baseada no risco e constitui-se na identificação de fatores de risco e de proteção. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção É nesta medida que se pretende prevenir antes que o comportamento se cristalize e se solidifique, sendo a idade mais propicia a da infância e da adolescência. Podemos perguntar porquê? Existem alguns pressupostos: O individuo enquanto adulto é resultado de padrões de pensamentos, atitudes, que se foram desenvolvendo no tempo. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção É na infância que se é mais recetivo a mudanças, sendo que a criança é como que uma esponja. Intervir cedo é mais eficaz, sendo que a biologia o confirma. Pois, o cérebro perde elasticidade e plasticidade ao longo do tempo da vida. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Assim, com o avançar da idade tem-se menos capacidade de ganhar certas competências e uma maior dificuldade em se mudar de ideia. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção É importante notar o lado negativo da velocidade de aquisições. Pois, quando a criança se encontra exposta a ambientes e eventos negativos, ela absorve-os com facilidade, tendo assim consequências ao nível do desenvolvimento cerebral. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Efeito em cascata – efeito de acumulação ao longo da vida. Sendo de extrema importância que se quebre o ciclo dos fatores de risco. Porque a um fator de risco se acaba sempre por associar muitos outros fatores de risco. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Trajetórias criminais – muitos adultos delinquentes, com certas caraterísticas, tiveram um passado favorável a tal. Sendo que um dos avanços teóricos nesta matéria, tem sido a teoria de taxonomia de Moffit. Que apresenta um grupo minoritário de ofensores persistentes. II.Intervenção no Comportamento Delinquente – quadros de referência e níveis de intervenção Esta teoria veio a mostrar que alguns fatores de risco para a occorrencia de trajetorias criminais, surgem mesmo durante o período de gestação, associados a certos comportamentos da mãe. Podendo, também, estar na origem de sérios défices psicológicos. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Porque prevenir cedo? Vimos que grande parte dos fatores de risco estabelecem-se em tenras idades, pois a violência vem de trás, sendo que prevenir cedo é mais eficaz, menos doloroso e menos dispendioso. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Base dos modelos: criminologia dsenvolvimental – disciplina criminológica que se foca em perceber as (des)continuidades do comportamento delinquente, estudando fatores de risco e acontecimentos que levam a que se comece/agrave/acabe com o comportamento antissocial e delinquente, salientando que estas teorias são bastante complexas Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Tínhamos visto que, em termos empíricos, por norma estas teorias tomam a forma de estudos longitudinais acompanhando os sujeitos ao longo do tempo. Alguns destes estudos chegaram mesmo acompanhar os sujeitos por 50 anos. Permitindo assim ao individuo se comparar consigo próprioao longo do tempo; Ver a sua própria evolução ao longo do tempo; Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Procurar diferenças intra-individuais; Verificar e analisar o que muda ao longo do tempo O que permite saber que fatores de risco são importantes e em que faixa etária são mais importantes. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente P re v e n ç ã o P re c o c e Intervenção Precoce Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Caraterísticas da prevenção precoce Estratégias aplicadas desde a infância, mesmo a partir da gravidez até ao fim da adolescência. Pretendendo-se, assim, prevenir antes do cometimento do primeiro ato delinquente. Aplica-se medidas de natureza desenvolvimental, tendo todas as medidas em consideração; o desenvolvimento e a idade em que vão ser aplicadas. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Distingue-se entre prevenção e intervenção no sentido em que a prevenção joga com fatores de risco e de proteção e a intervenção foca no pós-problema. Distinguindo-se assim, pelo conceito de risco, pois, a intervenção constitui-se numa subcategoria da prevenção. Não sendo o mesmo que a reabilitação, na medida em que aqui já não se coloca a ideia de risco. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente A prevenção pode tratar da interação entre o individuo e o meio ambiente, incluindo aqui o meio comunitário e a família. Ou por outro lado pode focar na avaliação de programas. Havendo maior tradição com avaliações de eficácia. Assim demarca-se que o modelo de prevenção precoce é bastante abrangente, pois inclui investigação fundamental e investigação aplicada numa lógica de investigação/ação. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Pretende-se prevenir a ocorrência do fator de risco, e por fator de risco entenda-se o fator que aumenta a probabilidade de um evento acontecer, sendo que tem alguns requisitos a cumprir para que se possa efetivamente falar em fator de risco: 1. Perigo acrescido para o individuo 2. Acontecer antes do resultado Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente 3. Transversal – por norma não se tem só um fim 4. Associação de fatores de risco uns com os outros/multiplicidade de situações 5. A relação entre fatores de risco e resultados não é uma relação de causalidade mas sim uma relação probabilística. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Denotam-se diferenças inter e intra individuais, por exemplo a teoria geral do crime com o seu postulado de continuidade, defendendo que o auto controlo é estável ao longo da vida, Diferindo entre os indivíduos e não a nível pessoal, sendo assim uma constante a nível individual. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Ideia de causalidade- há muitos tipos de definição de risco, sendo que esta prevenção tem os fatores de risco como probabilísticos. Logo a presença do fator de risco nem sempre leva a um resultado. Influencia na probabilidade, natureza e severidade. As correlações não deixam identificar fatores de risco. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Mediação e moderação entre o fator de risco e o resultado – exemplo, relação entre punição física parental e o comportamento antissocial da criança – será que há algo a condicionar? A mediação explica o como da relação entre fator e resultado. (figura diapositivo seguinte) Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Mediação BAC KASPf Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Na moderação percebe-se a consequência da variação desse fator na relação, sendo o exemplo mais típico de uma variável moderadora, o género. Perceber se existe mediação ou moderação é sempre necessário e crucial, pois ajuda a otimizar a intervenção. Até porque haver moderação ou mediação, tal coloca sempre em causa a relação entre fator de risco e resultado. Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Fatores de risco: Proximais/ distais – os proximais estão próximos do acontecimento e os distais estão mais distantes. Estáticos / dinâmicos – os estáticos não são passíveis de serem alterados, sendo um exemplo a história criminal, por outro lado os dinâmicos são passiveis de serem intervencionados e alterados, sendo nestes que se foca a criminologia desenvolvimental. Individuais / parentais / familiares Modelos de Intervenção no Comportamento Delinquente Fatores de proteção Não são muito estudados, gerando controvérsias, havendo alguns autores que não reconhecem a sua existência, porém, como já tínhamos visto, fator de proteção não corresponde ao oposto de fator de risco. Tendo-se de interligar a este no sentido de mitigar o seu efeito. Sendo que um dos fatores de proteção mais apontado pela literatura são a resiliência, os vínculos sociais a instituições normativas e as crenças que vai desenvolvendo ao logo do tempo.
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