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PARENTESCO Generalidades ● relação jurídica estabelecida pela lei ou por decisão judicial entre uma pessoa e as demais que integram o grupo familiar ● sentimento de pertencimento ● parentesco =/= família ● art. 1.593 → parentesco natural (biológico) e parentesco civil (socioafetivo ou por afinidade) ○ parentesco por afinidade é o que decorre do casamento e da união estável, vinculando-se com os parentes do cônjuge ou companheiro. limita-se aos ascendentes, descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro (art. 1.595, §1º) ○ dentre as espécies de parentesco não biológico, além da afinidade, situam-se a adoção, a posse de estado de filiação e o derivado de inseminação heteróloga. ● art. 1.521 → não podem casar os ascendentes com os descendentes, seja parentesco natural ou civil, os afins em linha reta, o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante, os irmãos e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive ● art. 1.594 ● art. 1.626 → o adotado assume integralmente a condição de filho do adotante, desligando-se de qualquer vínculo com a família e os parentes de origem biológica Parentesco em linha reta ● ascendentes e descendentes ● é infinita ● os parentes mais próximos preferem aos mais remotos ● parentes em linha reta não podem casar, sendo esse entendimento absoluto (art. 1.521, I), não pode um adotar o outro, e entre eles há o direito de receber e dever de prestar alimentos, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau (art. 1.696) ● o direito também considera ascendente o que se vincula a outro por laços de afinidade, em decorrência do casamento (exemplo: sogro e genro), bem como descendente (ex.: afilhado) ● a descendencia não pode ser desfeita por ato de vontade; pode haver modificações dos efeitos jurídicos do parentesco, mas nunca a rejeição voluntária. o pai poderá perder o poder familiar sobre o filho ou sua guarda, mas não deixará de ser pai, persistindo os demais efeitos previstos em lei, em virtude desse parentesco. ● o parentesco pode ser extinto, todavia, na hipótese de adoção, pois esta desliga o adotado de qualquer vínculo com os pais e parentes consanguíneos Parentesco em linha colateral ● os parentes se relacionam mediante um ancestral comum ● na linha colateral, os graus sobem até o ascendente comum e descem até o parente cuja relação se pretende identificar ○ até o 4º grau colateral para fins sucessórios ○ até o 2º grau colateral para fins de obrigação alimentar ○ até o 3º grau colateral para impedimentos em casamento ● paulo lôbo diz que o CC02 uniformizou a relação de parentesco colateral para qualquer fim, inclusive sucessão e proteção dos direitos da personalidade ● o parente colateral até o quarto grau pode exigir que cesse a ameaça ou lesão a direito da personalidade de parente morto e reclamar perdas e danos (art. 12) ● Parentesco por afinidade ● estabelecido em decorrência do casamento ou de constituição de união estável ● independe da vontade das partes ou da eventual rejeição dos que a ele ficam sujeitos ● os parentes afins não são iguais ou equiparados aos parentes consanguíneos; são equivalentes, mas diferentes. o parentesco afim é normalmente considerado, pelo legislador e pela administração da justiça, para impedir a aquisição de algum direito ou situação de vantagem, em virtude da aproximação afetiva que termina por ocorrer entre os parentes afins e suas respectivas famílias ● na linha reta, os ascendentes e descendentes de um dos cônjuges são parentes afins do outro cônjuge, de modo infinito, mas com qualificações e denominações distintas. ○ esse parentesco jamais se extingue, levando, por exemplo, ao impedimento perpétuo de casamento entre sogro e nora ou entre genro e sogra (art. 1.521, II) ● na linha colateral, não ultrapassa o segundo grau, e extingue-se com a dissolução do casamento ou da união estável, ou com o falecimento do cônjuge ● o vínculo só existe entre o cônjuge e o parente do seu consorte, e não entre os parentes de ambos ● STF, RMS n. 957-0 → não há dever de alimentos entre os parentes afins, como entre sogro e nora FILIAÇÃO Generalidades ● relação de parentesco que se estabelece entre duas pessoas, uma das quais é titular de autoridade parental e a outra a esta se vincula pela origem biológica ou socioafetiva ● art. 1.596 → os filhos de origem biológica e não biológica têm os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer discriminações ● os critérios de aferição da socioafetividade são inteiramente objetivos, assentados na convivência familiar e na consolidação do estado de filiação ● art. 1.597 → os filhos podem provir de origem genética conhecida ou desconhecida Presunções legais de concepção dos filhos ● presunção pater is est quem nuptia demonstrant ● presunção mater semper certa est ● presunção de paternidade atribuída ao que teve relações sexuais com a mãe, no período da concepção ● presunção exceptio plurium concubentium, que se opõe à anterior (a mãe teve relações com mais de um homem) ● art. 1.597 ○ presunção de paternidade do marido, para os filhos concebidos cento e oitenta dias após o efetivo início da convivência conjugal/entre companheiros (não se conta a partir da celebração do casamento ou do início da união estável, mas do efetivo início da convivência!!!!!!!) ○ presunção de paternidade, para os filhos concebidos até trezentos dias após a dissolução da sociedade conjugal Inseminação Artificial Homóloga ● manipula gametas da mulher e do homem ● o uso do sêmen do marido só é permitido se for de sua vontade e enquanto estiver vivo ou, caso morto, se deixar consentimento expresso para esse fim ● dá-se a concepção quando se efetiva no aparelho reprodutor da mãe, ainda que o embrião tenha resultado de manipulação em laboratório (in vitro) ● quanto aos embriões excedentários, o código civil é silente. entende-se por excedentários aqueles que, resultantes de técnicas de reprodução assistida, como a inseminação artificial homóloga, não são introduzidos no ventre da mãe, permanecendo armazenados nas instituições especializadas. ○ o destino desses embriões vêm sendo um problema relacionado com a reprodução assistida, especialmente quando os cônjuges ou companheiros não têm mais interesse em conceber outros filhos, nem permitem que sejam utilizados em outras mulheres ○ o código civil apenas trata da presunção de concepção em relação ao embrião que tiver sido introduzido no útero da mulher, silenciando quanto ao destino dos demais que permanecem na condição de excedentários ○ apenas é admitida a concepção de embriões excedentários se estes derivarem de fecundação homóloga, ou seja, de gametas da mãe e do pai, sejam casados ou companheiros de união estável. por consequência, está proibida a utilização de embrião excedentário por homem e mulher que não sejam os pais genéticos. ○ I Jornada de Direito Civil do CJF → finda a sociedade conjugal, na forma do art. 1.571, a regra do inciso IV só poderáser aplicada se houver autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges, para a utilização dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o início do procedimento de implantação desses embriões ■ contudo, se a vedação for descumprida e ocorrer a concepção no útero de mulher que não seja a mãe genética, o filho será juridicamente da que pari-lo e, no caso de estar casada ou em união estável, do marido ou do companheiro, neste caso em virtude do princípio pater is est e da presunção de maternidade da mulher parturiente. ■ o brasil não acolheu o uso instrumental do útero alheio, sem vínculo de filiação (gestação por substituição ou “barriga de aluguel”) Inseminação Artificial Heteróloga ● dá-se quando é utilizado o sêmen de outro homem, normalmente doador anônimo, e não o do marido, para a fecundação do óvulo da mulher ● a única exigência é que o marido tenha, previamente, autorizado a utilização de sêmen estranho ao seu (não precisa ser escrita, pode ser verbal e comprovada em juízo) ● o consentimento é irrevogável e jamais a paternidade pode ser impugnada pelo marido, nem pode ser admitida a investigação de paternidade ● fortalece a natureza fundamentalmente socioafetiva da filiação e da paternidade Presunções de Filiação na União Estável ● art. 1.597 → aplicação extensiva ● a presunção de concepção do filho se aplica a qualquer entidade familiar ○ enquanto no casamento a convivência é presumida a partir da celebração, na união estável deve ser provado o início de sua constituição, pois independe de ato ou de declaração ○ no casamento, basta a respectiva certidão apresentada pela mãe para que o oficial do registro público faça consignar o nome do marido como pai. a união estável, por ser fundada em ato-fato jurídico, e não em ato jurídico, oferece dificuldades para a aplicação da presunção da paternidade do companheiro, justamente por faltar instrumento jurídico de constituição. ■ a presunção de paternidade, na união estável, decorre do fato da existência não controvertida desta, para o que basta a declaração do nascimento feita pelo pai e sua declaração de que convive em união estável com a mãe, feitas perante o oficial do registro público Direito ao Conhecimento da Origem Genética ● não está coligado à presunção de filiação e paternidade ● sua sede é o direito da personalidade ● para possibilitar o conhecimento da origem genética da pessoa concebida com gametas de doador anônimo, resguardada a identidade civil deste, o CFM estabelece que “as clínicas, centros ou serviços que empregam a doação devem manter, de forma permanente, um registro de dados clínicos de caráter geral, características fenotípicas e uma amostra de material celular dos doadores” ● art. 48 do ECA → direito do adotado de conhecer sua origem biológica mediante acesso ao processo de adoção, após completar 18 anos, ou quando menor com assistência jurídica e psicológica ● Súmula 301 do STJ → em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade ○ contudo, essa súmula só pode ser aplicada se não houver constituição de estado de filiação, ou seja, quando do registro de nascimento não constar paternidade de qualquer origem ● Lei 12.010/2009 → faculdade de a gestante (ou a mãe, após o parto) entregar a criança à adoção regular, por meio do poder judiciário. não há anonimato, pois a criança é registrada com o nome da mãe e entregue ao juizado da infância e da juventude para adoção. Prova da Filiação ● filiação provada mediante certidão do registro do nascimento ● efeitos declaratórios ● o registro possui presunção quase absoluta, pois apenas pode ser invalidado se se provar que houve erro ou falsidade. a declaração de nascimento do filho, feita pelo pai, é irrevogável. ao pai cabe apenas o direito de contestar a paternidade, se provar, conjuntamente, que esta não se constituiu por não ter sido o genitor biológico e não ter havido estado de filiação estável ● art. 1.603 ● art. 1.604 → eventual invalidação do registro ○ o registro pode ser invalidado, mas não impugnado ○ impugnável é o reconhecimento voluntário da filiação (art. 1.614) ● art. 1.605 → prova do estado de filiação ● art. 50 da Lei n. 6.015 → todo nascimento deverá ser dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar de residência dos pais, dentro do prazo de 15 dias ● art. 52 da Lei n. 6.015 → são obrigados a fazer a declaração de nascimento o pai ou, na falta ou impedimento dele, a mãe, ou, na falta e impedimento desta, o parente mais próximo, prosseguindo sucessivamente o ônus nas pessoas dos administradores de hospitais, médicos, parteiras, terceiros que tiverem assistido o parto. ○ se o oficial tiver motivo para duvidar da declaração, poderá exigir atestado do médico ou parteira ou ir à casa onde se deu o parto ● se a mãe for casada, o registro consignará o nome do marido como pai, em virtude da presunção pater is est, que apenas pode ser afastada por impugnação dele e de ninguém mais ● se a mãe não for casada, inclusive for companheira em uniao estável, o nome do pai apenas será consignado no registro se ele for o declarante, isoladamente ou em conjunto com ela, salvo quanod decorrer de reconhecimento voluntário ulterior ou de investigaçõa da paternidade ● art. 5 da Lei 8.560/92 → no registro dos filhos havidos fora do casamento não será consignado o estado civil dos pais ou a natureza da filiação ● Lei 12.662/2012 → emissão obrigatória da declaração de nascido vivo Validade e Eficácia do Registro de Nascimento ● art. 1.604 → ninguém poderá vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento (para as paternidades já reconhecidas) ● vindicar a origem genética =/= vindicar a paternidade ● a validade do registro pode ser impugnada nas hipóteses de erro ou falsidade ○ erro é o desvio não intencional da declaração do nascimento, concernente ao próprio ato de registro, imputável ao oficial de registro, ou da informação do declarante legitimado, concernente à atribuição da paternidade ou maternidade da pessoa ○ falsidade é a declaração intencionalmente contrária à verdade do nascimento ■ não há falsidade quando a filiação é dada por caráter socioafetivo ● quando se tratar de criança ou adolescente, é competente a justiça da infância e da juventude para determinar o cancelamento, a retificação, e o suprimento do registro de nascimento Posse do Estado de Filiação ● situação fática na qual uma pessoa desfruta do status de filho em relação a outra pessoa, independentemente dessa situação corresponder à realidade legal ● a pretensão é imprescritível ● prova-se a filiação pela certidão do registro do nascimento ● a doutrina identifica o estado de filiação por três elementos ○ tractatus (comportamento) ○ nomen ○ fama (imagem social ou reputação) ● qualquer meio de prova pode ser utilizado, desde que admitido em direito. todavia, as provas são complementares de dois requisitos alternativos que a lei prevê:existência de começo de prova por escrito, proveniente dos pais, ou presunções veementes da filiação resultante de fatos já certos ● a posse do estado de filiação, consolidada no tempo, não pode ser contraditada por investigação da paternidade fundada em prova genética Legitimidade para a Prova Judicial da Filiação ● a ação de estado de filiação não prescreve nem decai em tempo algum ● o exercício da ação, ou a legitimidade ad causam, constitui direito personalíssimo do filho, que não pode ser substituído ○ significa dizer que não se pode, mediante ação judicial, atribuir compulsoriamente a paternidade ao filho contra sua vontade ○ o direito à filiação não é indisponível ● os herdeiros não têm direito de iniciativa da ação ○ têm direito derivado, no sentindo de prosseguirem com a ação iniciada pelo titular, ○ havendo parentes próximos que não queiram exercê-lo, não podem os mais remotos (os próximos preferem aos remotos) ● em se tratando de filho menor, a ação de prova de filiação pode ser intentada mediante seu representante legal, porque será o próprio filho o autor da ação ○ a legitimidade excepcional do ministério público para a ação de investigação de paternidade, autorizada pela Lei 8.560, não se estende à ação de prova de filiação Novas Núpcias da Mulher ● no caso da viúva ou mulher que teve seu casamento invalidado, ou da divorciada, que contrair novas núpcias antes de completados dez meses da dissolução do casamento anterior e lhe nascer filho antes de completados trezentos dias da data da dissolução, presume-se este filho do primeiro marido ● presume-se do segundo marido se o filho tiver nascido após cento e oitenta dias do início da convivência conjugal, desde que ultrapassado o prazo de trezentos dias da data da dissolução ● presume-se do primeiro marido se o filho tiver nascido após cento e oitenta dias do início da convivência conjugal, mas antes de completados dez meses da dissolução do primeiro casamento ● art. 1.598 → cabível também em união estável ● a presunção não é absoluta, pois pode ser ilidida mediante prova em contrário da paternidade do segundo marido ● obs.: casos de inseminação homóloga com o sêmen do primeiro marido Impotência para gerar ● impotência coeundi → impotência propriamente dita, por razões físicas ou psíquicas ○ importa saber se a impotência foi constatada no período em que teria ocorrido a concepção ○ 3 tipos ■ orgânica → doenças mentais, diabetes, doenças caquetizantes ■ fisiopáticas → estados semiorgânicos, mal interpretados como formas psíquicas pois não há lesão evidente ■ psíquica → inibição sexual inconsciente ○ presume o impedimento para gerar ○ os avanços da ciência tem tornado relativa a presunção ● impotência generandi → é a referida na norma, que impede a geração, em virtude de absoluta esterilidade do homem ou da mulher ○ art. 1.599 ○ vasectomia, ou oriunda de fatores físicos Presunção de Paternidade e o Adultério da Mãe ● não pode o pai biológico interpor-se na relação familiar se o marido ou companheiro da mãe não tiver promovido a impugnação da paternidade, com fundamento no art. 1.601 ○ ainda assim é preciso provar que o marido não teve relações com a mulher ou que não as podia ter, na época da concepção ● norma inaplicável à união estável (a fidelidade não é dever comum dos companheiros) Impugnação da Paternidade pelo Marido da Mãe ● direito exclusivo do marido da mãe ● direito personalíssimo ● a impugnação é proposta contra o filho que, sendo menor, será representado pela mãe ● a sentença que a julgar procedente tem eficácia ex tunc e é oponível a todos, inclusive aos demais parentes do impugnante, que deixam de o ser em face do impugnado ● os herdeiros do marido não têm iniciativa para impugnar a paternidade, apenas para prosseguir a ação ● é imprescritível ● para que possa ser impugnada a paternidade, deve o marido da mãe provar não ser o genitor, tampouco ter constituído estado de filiação de natureza socioafetiva ○ se o próprio declarou perante o registro de nascimento, deve provar que foi induzido em erro ou em razão de dolo ou coação ● a impugnação do filho por qualquer dos três tipos de inseminação artificial do art. 1.597 impede a impugnação de paternidade pelo marido da mãe, salvo se provar que, na inseminação artificial homóloga, o profissional ou o hospital utilizaram sêmen que não foi o seu, com utilização de exame de dna Reconfiguração da Presunção Pater is est - Impugnação da Maternidade pela Suposta Mãe ● art. 1.608 → impugnação mediante prova de falsidade da declaração ● o direito de impugnação da maternidade é privativo da mãe, não podendo ser exercido por qualquer outra pessoa nem pelo ministério público Adoção à Brasileira ● registro civil de criança que não tem origem biológica nos declarantes ● a convivência familiar duradoura transforma a “adoção à brasileira” em posse de estado de filho, que é espécie do gênero estado de filiação, que independe do fato originário da falsidade ou não da declaração. bastam para a posse do estado de filho o nome, o tratamento e a reputação, que são consolidados na convivência familiar duradoura RECONHECIMENTO DE FILHO Generalidades ● apenas o filho, no prazo decadencial de quatro anos, após atingir a maioridade, pode impugnar o reconhecimento (art. 1.614) Direito ao Reconhecimento Voluntário de Filho ● o filho que não tiver sido regularmente registrado, por declaração dos pais ou dos legitimados a fazê-lo, poderá ser reconhecido por manifestação livre de vontade de ambos os pais ou de um deles ● ato livre, pessoal, irrevogável e de eficácia erga omnes ● ato jurídico em sentido estrito ● voluntário, irrevogável, incondicional ● o reconhecimento do filho só é possível se este foi havido fora do casamento ● podem reconhecer os pais sem vinculo matrimonial, o menor relativamente capaz (com assistência dos pais), o cônjuge e o companheiro de união estável e a pessoa com deficiência mental ○ o menor relativamente incapaz deve ser representado pelos pais ou pelo seu tutor (art. 1.634) Modalidades de Reconhecimento Voluntário ● reconhecimento no próprio registro do nascimento, cujo pai ou mãe que nele não constava promove o reconhecimento formal voluntariamente, perante oficial do registro, assinando o termo perante testemunhas ● reconhecimento indireto, por manifestação que não é dirigida imediatamente ao registro do nascimento ● reconhecimento em testamento ● reconhecimento incidental quando o pai ou mãe fizer manifestação expressa e direta perante o juiz Direito ao Filho a Residir com o Genitor que o Reconheceu ● art. 1.611 → o filho reconhecido por um dos cônjuges só poderá residir no lar conjugal se o outro cônjuge o consentir ○ mas o juiz deve ponderar o caso concreto e pode violar tal norma para permitir que o filho resida com o pai ou mãe Guarda do Filho Reconhecido ● a guarda é exclusiva do genitor que reconheceu o filho ○ se por exemplo a mãe fizera a declaração para o registro do nascimento, aguarda decorreu naturalmente desse fato; se o pai vem a reconhecer o filho em momento posterior, não obterá sua guarda, salvo se houver acordo ou se o juiz deferir-lhe o pedido, convencido de ser este o melhor interesse do filho menor ● se ambos reconhecerem o filho, a guarda será objeto de acordo ou de decisão judicial que contemple o melhor interesse do menor Investigação da Paternidade e da Maternidade ● direito indisponível ● imprescritível (art. 27 do ECA e Súmula 149 do STF) ● a legitimidade da ação é exclusiva do filho, mas a contestação pode ser feita por qualquer pessoa que justo interesse tenha (interessados são todos aqueles que possam ser afetados pela decisão judicial, como o genitor biológico, o genitor registrado, o genitor socioafetivo, o cônjuge ou companheiro do suposto genitor e os herdeiros deste) ○ parentes colaterais não tem interesse juridicamente protegido para ajuizamento da ação ○ o registro da paternidade só pode ser (des)constituído se o pai for citado (REsp 512.278) ● se não houver provas, a recusa ao exame de DNA não pode ser considerada suficiente para confirmação da paternidade, mas pode ser feita em conjunto com contexto probatório ○ súmula 301 do STJ → em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade ● o exame não confere a filiação, mas confirma (ou não) a origem genética ○ mas a sentença judicial pode suprir a falta do reconhecimento voluntário e será averbada no registro de nascimento do filho, nos casos de ausência de um dos polos da filiação ● eficácia erga omnes e ex tunc ○ os efeitos da sentença retroagem à data do nascimento do reconhecido ● art. 1.616 ● outro efeito é o da fixação de alimentos Consentimento e Impugnação do Reconhecimento pelo Filho ● filho maior de 18 anos → necessário seu consentimento para o reconhecimento ● o consentimento do filho menor é dispensado ○ 1, porque incapaz ○ 2, em virtude da presunção de ser feito o reconhecimento em seu benefício ● a lei admite que, no prazo decadencial de 4 anos, o filho possa exercer o direito de rejeitar o reconhecimento (e essa rejeição pode acontecer tanto na filiação socioafetiva quanto na biológica) ○ não necessita de provar inexistência de origem genética ○ somente o filho pode impugnar o reconhecimento ● o reconhecimento não depende do consentimento para ser considerado válido, se for realizado mediante uma das espécies previstas no art. 1.609, mas sua eficácia, para que gere efeitos, depende ○ o reconhecimento é ato complexo que depende do consentimento ● reconhecimento do filho maior feito sem o seu consentimento e mesmo assim consumada averbação no registro do nascimento → ato nulo ADOÇÃO Generalidades ● a origem se apaga no momento da adoção ● direito ao reconhecimento da origem biológica como direito da personalidade ● art. 27 do ECA como direito ao reconhecimento do estado de filiação ● adoção como ato jurídico em sentido estrito, de natureza complexa, pois depende de decisão judicial para produção de efeitos ● irrevogável ● ato personalíssimo, inadmissível de ser exercido por procuração (art. 39 do ECA) ● o nascituro pode ser adotado Legitimados a Adotar ● maiores de 18 anos (inclusive pessoas com deficiência mental ou intelectual) ○ menos de 18 anos → adoção nula ○ são impedidos de adotar os ébrios habituais e os excepcionais ○ não podem adotar também os ascendentes, descendentes e irmãos do adotando ■ STJ, REsp 1.448.969 → possibilidade de adoção por parte dos avós quando tiver sido comprovada a filiação socioafetiva (da mãe?) ● a diferença de idade com o pretendido adotado deve ser superior a 16 anos ○ O STF entendeu que a regra não é de cogência absoluta, podendo ser afastada em face de lei estrangeira que não a preveja (STF, SE 3.838-0) ● comprovação de “estabilidade da família” em juízo ● art. 1.611 → aplicação analógica. o filho adotado somente poderá residir no lar conjugal se houver o consentimento do cônjuge ou companheiro do adotante ● art. 165, I, do ECA → necessidade de anuência do outro cônjuge ou companheiro para adoção individual Estágio de Convivência ● art. 46 do ECA ● prazo fixado pela autoridade judiciária ● adoção por estrangeiro ou brasileiro residente no exterior → estágio de 30 dias cumpridos no território brasileiro ● determinante para a adoção conjunta de divorciados e ex-companheiros de união estável Consentimentos para Adoção e Hipóteses de sua Dispensa. Entrega pela Gestante para Adoção ● pais do adotando conhecidos → o consentimento de ambos é indispensável ○ mesmo em caso de serem casados ou companheiros, o consentimento de um não supõe o do outro, pois a autoridade parental é atribuída em conjunto (art. 1.631) ○ a recusa de qualquer um dos dois impede a adoção por terceiros ○ há dois tipos de consentimento: ■ o que se dá antes do adotando completar 12 anos ■ o que é associado ao do adotando que tiver mais de 12 anos (assistência) ○ dispensa-se o consentimento dos pais que perderam a autoridade parental (art. 1.638), ou no caso de menor com pais desconhecidos ou desaparecidos ● o consentimento pode ser feito por qualquer meio ○ necessidade de ser reduzido a termo perante o juízo ○ pode ser revogado no curso do processo ○ irrevogável apos o trânsito em julgado da sentença ● na falta dos pais, tutores e curadores podem exercer o papel de representantes legais ● adotado maior de 18 anos → cessa a exigência de consentimento dos pais ● art. 13 do ECA → permissão para que a mãe entregue o filho, após o parto, para adoção Adoção por duas pessoas ● art. 42, §2º, do ECA → proibição de que a mesma pessoa seja adotada por duas pessoas, salvo se forem cônjuges ou companheiros ● um pode adotar ● possibilidade de divorciados adotarem, procurando ressalvar situação de fato que já tinha sido constituída, quando o adotando já se encontrava integrado à convivência familiar que se desfez ○ concordância quanto ao regime de guarda e de visitas do filho adotado ● art. 42, §6, do ECA → adoção póstuma ○ o adotante, antes do falecimento, deve ter feito inequívoca manifestação de vontade de adotar determinada pessoa ○ deve ter havido início de processo de adoção antes do falecimento Adoção de Maiores de 18 Anos ● aplica-se no que couber o ECA ● dispensa consentimento dos pais Requisitos do Processo Judicial e do Benefício do Adotando ● possibilidade de adoção mediante escritura pública ● competência das Varas de Infância e Juventude, quando o adotando for menor de 18 anos (art. 148, III, ECA) e varas de família quando +18 ● art. 47 do ECA → requisitos para ultimação no registro civil ● art. 50 do ECA → determina que os postulantes à adoção sejam inscritos nos cadastros estadual respectivo e nacional ● cumpre ao juiz avaliar as dimensões subjetiva (afinidade, afetividade) e objetiva (ambiente e condição familiar adequados) ● independente da idade, sempre que possível, o adotando deverá ser previamente ouvido e sua opinião considerada ○ +12 → obrigatoriedade do consentimento colhido em audiência ● art. 167 e 168 → procedimentosacautelatórios ● lei 12.955 → terão prioridade os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica Efeitos da Adoção ● corte total com a família de origem, salvo para contrair matrimônio ● art. 41 do ECA ● manutenção de vínculo biológico no caso de um dos cônjuges ou companheiros adotar o filho do outro ● atribuição ao adotado do sobrenome do adotante ● os efeitos da adoção começam com o trânsito em julgado da sentença ○ um desses efeitos é a inscrição no registro do nascimento ○ a sentença não possui efeitos retroativos, dado seu caráter constitutivo ■ em caso de falecimento do adotante, contudo, retroage-se para a data do falecimento ● a adoção é irrevogável Adoção Internacional ● estágio de convivência no brasil por 30 dias ● exigência de inscrição em cadastro específico de pessoas interessadas ● deve comprovar que está apto para adotar também em seu país e demonstrar estudo (laudo) psicossocial ● arts. 51 e 52 do ECA ● não é permitida a saída do adotando do país antes de consumada a adoção ● convenção de haia → permite o efeito imediato da adoção no Brasil, sem necessidade de homologação (quando o Brasil for país de acolhida, ou seja, brasileiro adotando criança do exterior) (o país de saída deve ser signatário) AUTORIDADE PARENTAL Generalidades ● horizontal ● direitos e deveres recíprocos ● ECA, arts. 21 a 24; 155 a 163 ○ regras procedimentais de caráter supletivo ○ são legitimados para ação de perda ou suspensão da autoridade parental o mp ou “quem quer que tenha legítimo interesse” ○ possibilidade de decretação liminar ou incidental de suspensão da autoridade parental, ficando confiado a pessoa idônea (art. 157) ○ a sentença que decretar perda ou suspensão será registrada à margem do registro de nascimento do menor (art. 163) ● ECA, arts. 22 e 24 → previsão de perda da autoridade parental em casos de descumprimento de deveres de guarda, sustento e educação dos filhos ○ lei 12.318 → possibilidade de suspensão em caso de alienação parental ● o exercício da autoridade parental é delegável a terceiro, no todo ou em parte, sendo preferencialmente membro da família Extinção da Autoridade Parental ● art. 1.635 ○ extinção (interrupção definitiva da autoridade parental) ○ rol taxativo Suspensão da Autoridade Parental ● art. 1.637 ● não é preciso que seja permanente, basta o receio de que possa vir a se repetir no futuro ● pode ser total ou parcial ● a suspensão de um concentra o exercício do poder familiar no outro, salvo se incapaz ou falecido ● o abuso da autoridade parental pode ser objeto de punição criminal por via da suspensão (art. 232 do ECA) Perda da Autoridade Parental ● art. 1.638 ○ castigo imoderado ○ abandono do filho ○ prática de atos contrários à moral e aos bons costumes (incesto/abuso) ○ prática reiterada de hipóteses de suspensão ● art. 93 do ECA → competência da justiça da infância e da juventude ● arts. 155 a 163 do ECA → procedimentos, com provocação do mp ou de quem tenha legítimo interesse Abandono Afetivo ● inadimplemento dos deveres jurídicos de paternidade, gerando reparação civil, que cumpre duas finalidades ○ 1, de reparação de danos patrimoniais ○ 2, de compensação por danos extrapatrimoniais (assistência moral e afetiva e criação) ● a responsabilidade não é objetiva, pois depende de culpa do pai ou da mãe a quem se imputa o abandono afetivo ○ os danos não são presumíveis, tendo que ser comprovados por quem alega ○ o ônus da prova das excludentes (situações que excluam a responsabilidade) são do imputado pelo inadimplemento, devendo demonstrar que tenha tentado reverter a situação em momento anterior ● o prazo prescricional das ações de reparação civil por abandono afetivo começa a fluir com a maioridade do interessado, sendo que prescreve em 3 anos para os danos materiais (os danos morais estão relacionados aos direitos da personalidade) Responsabilidade Civil dos Pais ● responsabilidade sem culpa (os pais são responsáveis, ainda que comprovem que não agiram com culpa) ● direito de regresso contra o outro genitor (em caso de guarda compartilhada de pais separados ● a responsabilidade persiste mesmo que o filho seja maior quando do ajuizamento da ação pela vítima ● atos do menor ocultando a idade tornam válidos o negócio jurídico e as obrigações que assumir Representação, Assistência e Curatela dos Filhos - Administração e Usufruto dos Bens dos Filhos ● usufruto paterno ou materno não precisa ser submetido a registro público, se recair sobre imóvel, porque decorre de imposição legal ● os atos de alienação dos bens imóveis dos filhos e as dívidas e obrigações contraídas em seus nomes, sem autorização judicial, são considerados nulos ○ a nulidade é imprescritível; o filho pode requerer a qualquer momento, quando maior ○ o filho menor pode requerer mediante representação do mp, que designará curador ● art. 1.693 → bens ou valores que não podem ser objeto de usufruto e daministração dos pais ○ bens ou valores pecuniários que já estavam na titularidade do menor quando foi reconhecido, voluntária ou judicialmente, por um dos pais ○ valores obtidos pelo menor em razão de seu trabalho ○ bens recebidos por herança ou doação, com cláusula de impedimento ○ bens daqueles que foram excluídos da sucessão da pessoa que os deixou (?) ALIMENTOS como foi a aula que eu mais prestei atenção não vou colocar resumo aqui, pelo avançado da hora, mas colocar algumas respostas de questões que acho que podem ser pertinentes e coisas que devem ser lembradas na sistemática das questões de concurso TESE DE REPERCUSSÃO GERAL STF. Tema 821: "A utilização do salário mínimo como base de cálculo do valor de pensão alimentícia não viola a Constituição Federal." STJ. Súmula 596. A obrigação alimentar dos avós possui natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais. Atenção! No REsp 1492861/RS que o neto carece de legitimidade ativa ad causam para propor ação objetivando o reconhecimento de vínculo socioafetivo entre sua mãe e seus avós, resguardando seu direito de demandar em nome próprio II. Qualquer descendente possui legitimidade, por direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de qualquer ascendente de grau superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da filiação em vida. CORRETO. Atualmente, a busca pela identidade genética constitui direito fundamental reconhecido pelo STF e STJ. Logo, não há condicionamentos ou entraves, sendo possível, portanto, a investigação de paternidade em face dos avós ou outros ascendentes, por exemplo, quando sobrevir o falecimento do suposto pai biológico. Enunciado 521 da V Jornada de Direito Civil do CJF: Qualquer descendente possui legitimidade, por direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de qualquer ascendente de grau superior, ainda que o painão tenha iniciado a ação de prova da filiação em vida. IV. O cancelamento do pagamento de pensão alimentícia a filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos. CORRETO. A maioridade civil NÃO é causa de extinção automática da pensão alimentícia, pois se deve aferir o binômio necessidade e possibilidade, afinal, embora cessado o poder familiar, persistirá o vínculo de parentesco e os deveres dele decorrentes (CC, art. 1695 e 1696). Veja, ainda, a súmula 358 do STJ. I. A guarda compartilhada não exclui a fixação do regime de convivência e não implica ausência do pagamento de pensão alimentícia.CORRETO. Na guarda compartilhada existe fixação do regime de convivência (CC, art. 1583,p2), bem como persistirá o dever de pagar pensão alimentícia, por se tratar de algo inerente dos pais em relação aos filhos (dever de sustentar), não se modificando em razão do divórcio, separação ou dissolução de união estável (CC, art. 1579 e 1632). Beneficiários distintos. Em análise da Lei 11.804/08, o ministro relator, Marco Aurélio Bellizze, esclareceu inicialmente que os alimentos gravídicos não se confundem com a pensão alimentícia, pois, enquanto este último se destina diretamente ao menor, os primeiros têm como beneficiária a própria gestante a) com o nascimento com vida da criança, os alimentos gravídicos concedidos à gestante serão convertidos automaticamente em pensão alimentícia em favor do recém-nascido, com mudança, assim, da titularidade dos alimentos, sem que, para tanto, seja necessário pronunciamento judicial ou pedido expresso da parte. Correta. Info 606 do STJ: Ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança. A ação de alimentos gravídicos não se extingue ou perde seu objeto com o nascimento da criança, pois os referidos alimentos ficam convertidos em pensão alimentícia até eventual ação revisional em que se solicite a exoneração, redução ou majoração de seu valor ou até mesmo eventual resultado em ação de investigação ou negatória de paternidade. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.423-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/6/2017 (Info 606). b) uma vez tendo o alimentante sido preso pelo inadimplemento das prestações alimentícias, estará isento de nova prisão por inadimplemento futuro, nesse caso sendo possível apenas penhora em bens de que seja proprietário ou possuidor. Devedor de alimentos não pode ser preso novamente por não pagamento da mesma dívida: "De acordo com o ministro, tendo o paciente “cumprido integralmente a pena fixada pelo juízo da execução, não há falar em renovação pelo mesmo fato, não se aplicando a Súmula nº 309 do STJ, que apenas autoriza a prisão civil do alimentante relativa às três prestações anteriores ao ajuizamento da execução, bem como àquelas que vencerem no curso do processo”. O julgado se refere a mesma dívida, que compreende as três últimas prestações. No caso de novo inadimplemento futuro, pode-se prender novamente o devedor. Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos. Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor. Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. b) A doutrina afirma que a obrigação de alimentar possui como características básicas: irrenunciabilidade, intransmissibilidade e irrepetibilidade. = QUANDO ESTAMOS DIANTE DE ALIMENTOS ENTRE OS CONJUGES/COMPANHEIROS - É POSSÍVEL RENUNCIÁ-LOS NO DIVÓRCIO/DISSOLUÇÃO. d) Na doutrina e na jurisprudência vigentes o cônjuge culpado não sofre restrição quanto ao direito de pedir alimentos ao outro cônjuge. - SOFRE SIM, POIS O CULPADO RECEBERÁ APENAS OS ALIMENTOS INDISPENSÁVEIS À SUA SUBSISTÊNCIA - ART. 1694, §2º, CC/02 O direito aos alimentos, é, em regra, irrenunciável (art. 1707, CC), embora o STJ admita a renúncia manifestada no momento do acordo de separação judicial ou de divórcio (INFO 553). Por outro lado, a obrigação alimentar é, sim, transmissível, conforme se infere a partir da leitura do art. 1700, CC. Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694. Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. "São irrenunciáveis os alimentos devidos na constância do vínculo familiar (art. 1.707 do CC). É válida e eficaz a renúncia manifestada no momento do acordo de separação judicial ou de divórcio. No entanto, por outro lado, não pode ser admitida a renúncia feita durante a vigência da união estável." "na ação de alimentos, a sentença não se subordina ao princípio da adstrição, podendo o magistrado arbitrá-los com base nos elementos fáticos que integram o binômio necessidade/capacidade, sem que a decisão incorra em violação dos arts. 128 e 460 do CPC"
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