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8.HÉRNIA EM GRANDES ANIMAIS

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HÉRNIA EM GRANDES ANIMAIS
Basicamente as hérnias de maior frequência na rotina de grandes animais são as hérnias umbilicais, inguinais ou inguinoescrotais, abdominais e as hérnias incisionais. Sendo a hérnia, a passagem de um órgão ou estrutura através de uma abertura que normalmente não deveria haver passagem. Para que seja considerada uma hérnia verdadedeira, a hérnia deve ter um anel herniário, que é a abertura por onde o órgão passa, o saco herniário, e o órgão em questão que está herniado. 
HÉRNIA UMBILICAL
Passagem de algum órgão, ou estrutura pelo local correspondente ao umbigo, sendo este uma abertura fisiológica durante a vida fetal, que é o local que permite a passagem do cordão umbilical para comunicação e conexão com a placenta, o cordão umbilical é formado pelas artérias e veia umbilical, e pelo úraco. Quando o animal nasce há a ruptura do cordão, fechamento dessas estruturas, e até a 2-3 semana de vida há a atrofia dessas estruturas e fechamento do orifício, sendo este tempo variável de acordo com a espécie e raça, porém se houve algum trauma de tração, ruptura do cordão muito próxima do abdome, ou processos infecciosos, podem levar ao não fechamento da abertura, e conforme o animal cresce pode haver a maior abertura deste orifício e possibilidade de passagem de órgãos, podendo ser só omento, algum órgão tubular, etc. A hérnia não gera dor, e muitas vezes, ao pressionar, consegue-se reposicionar as estruturas, sendo denominada como hérnia redutível, porém deve-se fazer a correção pela possibilidade de encarceiramento. Estas hérnias podem ter origem congênita, e associado a algumas raças, como por exemplo animais da raça Gir cuja cicatrização é mais demorada e o umbigo mais pendular, e podem ser adquiridas, como por exemplo em casos de onfalite. Animais com hérnias muitas vezes demonstram desenvolvimento inferior aos outros animais. 
Algumas vezes as estruturas correspondentes ao cordão umbilical podem não fechar por mau manejo do umbigo, podendo apresentar úraco persistente, e comunicação direta com a bexiga.
O diagnóstico de onfalopatias podem ser feitas além do exame físico, através da ultrassonografia e sondagem para identificação de fístulas. 
Em casos de hérnias pequenas, pode-se fazer o tratamento conservador, realiza-se a tricotomia da região e passa-se uma substancia caustica sobre o local, com tintura iodo a 5%, todo dia, até a pele do animal ficar sensível, essa reação inflamatória estimulada vai influenciar e promover o fechamento da cavidade abdominal através da fibrose da região, fechando a linha alba, isso apenas em animais jovens, e hérnias com menos de 2cm, se por ventura não houver sucesso, é realizada a herniorrafia. 
O preparo do paciente e protocolo anestésico dependem do porte do animal e da hérnia (tamanho, redutível ou não, etc). O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, levemente lateralizado, e sempre deve haver sedação, pois o animal pode-se movimentar e aumentar exposição de órgãos e promover complicações transoperatórias. Depois da tricotomia ampla da região, pode-se fazer anestesia lombossacra com lidocaína, podendo ou não estar associado com xilazina epidural, porém se a hérnia não é muito grande, faz-se apenas a anestesia local em subcutâneo e região de linha alba. 
A incisão se inicia de forma elíptica, próxima ao anel herniário palpável, com cuidado para não perfurar nenhum órgão, disseca a região, expõe o saco e identifica as estruturas da hérnia, e a abertura da cavidade se dá proximo ao anel, dissecando com cuidado. O saco herniário é totalmente removido e feita a ligadura das estruturas vasculares que estiverem no saco caso não estão involuidas. Faz a sutura da cavidade através de um plano se mayo ou jaquetão em animais maiores, e em animais pequenos, qualquer padrão que não seja invaginante. 
A linha alba demora de 30-60d para cicatrizar, e até 90d em equinos, por isso o animal deve ficar em repouso após o procedimento, para garantir que não vai ter deiscência dos pontos.
HÉRNIA INGUINAL/INGUINOESCROTAL
Passagem do órgão pelo anel inguinal, sendo que naturalmente há estruturas que devam passar por eles, como artéria testicular, ductos linfáticos, porém a passagem de outras estruturas não. A maioria dessas hérnias em macho é congênita, e passe essa condição à seus descendentes, por isso esses animais não devem ser utilizados para reprodução. 
Normalmente o que hérnia é intestino delgado, e quando ele hérnia por dentro da túnica vaginal assim como as estruturas normais, é denominado hérnia indireta, porém se vem passando em contato, mas por fora da túnica vaginal, com contato direto com os anéis inguinais, é denominado hérnia direta, nas hérnias indiretas há bastante dor e bastante comprometimento vascular, pois o espaço é pequeno e há compressão dos órgão, promovendo edema, inflamação, necrose das estruturas e até sepse, podendo o animal morrer em poucas horas. Nas diretas, só há o aumento de volume, não há dor, porque não há comprometimento, a víscera passa pelo subcutâneo, sendo que as hérnias diretas são mais comuns de acontecerem em potros pela maior facilidade de passagem, e as indiretas em animais adultos. 
A técnica para a hérnia direta se dá pela identificação e incisão sobre o anel, disseca, realoca os órgãos e faz a rafia do anel herniário, não completo, pois há estruturas normalmente passando por lá, e faz a dermorrafia. Nas indiretas, o paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, abertura do escroto, abertura do anel inguinal para diminuir o encarceiramento e avalia as alças, se estiverem escurecidas, há necessidade de laparatomia mediana exploratória para avaliação do resto do intestino. Sutura o anel inguinal inteiro e fecha. 
HÉRNIA INCISIONAL 
As hérnias incisionais são aberturas que se formam por problemas na cicatrização do local operado, sendo mais frequente em cavalos, pois em ruminantes geralmente os procedimentos não são por incisão em linha média. Estando associado a qualquer distúrbio local no ponto de sutura, sendo que em equinos o processo de cicatrização em cavalos ainda é mais demorado. É importante que durante o tempo de recuperação haja uma boa bandagem para minimizar a compressão realizada pelas vísceras e tensão gerada sobre a sutura. 
HÉRNIAS ABDOMINAIS
Geralmente estão associados a traumas que promovam ruptura de fibra muscular e criação de uma abertura lateral ao abdome. Para corrigir esses defeitos é importante ter tela cirúrgica, pois só aproximas as bordas podem levar a ruptura maior das fibras.

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