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HÉRNIAS EM GRANDES ANIMAIS É a protrusão, de um órgão ou víscera (ou parte deles) através de uma abertura anormal, de forma que a estrutura herniada alcance uma cavidade a qual ela não pertence. Classificadas como: a. Congênitas: estão presentes ao nascimento, embora possam não estar aparente. b. Adquiridas: decorrente de um trauma, hérnia inguinal, inguino-escrotal. c. Redutível: podendo ocorrer nas congênitas e adquiridas, é quando o conteúdo de dentro da hérnia é capaz de voltar para a cavidade, sendo livremente manipulado. d. Irredutível ou encarcerada: Conteúdo não redutível, ou seja, não é possível o conteúdo voltar à cavidade de origem com a manipulação/palpação. e. Estrangulada: Causando necrose por falta de irrigação sanguínea e perca de função do órgão, geralmente em casos de torção. Nomenclatura anatômica de uma hérnia. Anel é o orifício anômalo de uma cavidade mal formada onde ocorre à protrusão de conteúdo, o saco herniário é o local onde compreende o conteúdo herniário, que pode ser intestino, gordura, testículo, bexiga... HÉRNIA UMBILICAL É a mais comum sendo 0,5-2,0 % dos potros apresentam esta enfermidade. A maioria com natureza congênita, ou seja, hereditário. Etiologia se da devido à tração excessiva no cordão ou infecção do cordão. Em bovinos as hérnias umbilicais redutíveis são uma questão hereditária e em bovinos leiteiros existem maiores predisposições, dentre elas a raça mais comum é a holandesa. Os sinais clínicos em hérnias redutíveis sem a presença de infecção, não há dor, se houver dor pode ser devido a abcessos ou acometimento de estruturas remanescentes do onfalo. Se houver peristaltismo no saco herniário é devido a conteúdo intestinal, se tiver aumento de temperatura, coloração vermelha escura e/ou enegrecido do saco pode indicar necrose e obstrução sanguínea. Em caso de secreção (tipo) observar cor, odor e quantidade, realizar cultura e antibiograma. O diagnóstico é clínico com a palpação (consistência, motilidade de conteúdo, redutibilidade, dor...), se estão encarceradas ou estranguladas o diagnóstico é um pouco mais complicado, não podendo sentir as estruturas da maneira correta. Palpar muito bem o anel herniário sua consistência e espessura. O US ajuda a saber a motilidade, o conteúdo etc... Seu diagnóstico diferencial é o abscesso umbilical e a infecção de estruturas remanescentes do ônfalo. Seu tratamento em hérnias menores que 3-4 cm (redutível) de diâmetro faz-se a redução manual diária e isso causa uma regressão espontânea. Deve ser monitorada caso der alguma complicação e utilizar bandagens compressivas. Em hérnia maiores de quatro cm ou encarcerada ou estrangulada (independente do tamanho) deve-se realizar herniorrafia umbilical. Em hérnias redutíveis pode ser feita a campo, porém em encarcerada ou estrangulada deve ser em centro cirúrgico, pois vai ser realizada a abertura abdominal. Na técnica fechada em decúbito dorsal, tricotomia, antissepsia, incisão elíptica em cima do saco herniário, reduzir e inverter o saco com o conteúdo e suturar o anel herniário. Na técnica aberta deve ser observado o conteúdo presente no saco herniário, sendo assim deve ser realizado em centro cirúrgico com ambiente estéril. Incisão elíptica com o animal em decúbito dorsal, Ao invés de inverter o conteúdo herniário, deve-se abrir o saco e avaliar o conteúdo (pode estar encarcerado ou estrangulado) retira-se a sobra de tecido e realizar a herniorrafia. Com o padrão de sutura em jaquetão (sobreposição), cushing para diminuir o espaço morto e simples separado na pele. O pós-operatório em técnica aberta utiliza-se antb de amplo espectro, realizar profilaxia contra tétano, DAINE’s, retira-se os pontos de pele entre 10-14 dias e realiza repouso por 2-3 semanas. Em casos de recidivas administrar tela de polipropileno. Em casos de encarceramento e estrangulamento avaliar a viabilidade das estruturas envolvidas e se necessário realizar a ressecção dos seguimentos. O prognóstico das hérnias redutíveis tem prognóstico bom, já as encarceradas tem prognóstico reservado, pois o excesso de fibrina causa aderência das estruturas e nas estranguladas é de reservado a ruim devido a injúria da reperfusão. HÉRNIA INGUINAL Pouco menos comum, ocorre quando o intestino (geralmente porção distal de jejuno ou ílio), ou outra víscera, se insinuam (protruem) parar dentro do Canal inguinal, quando alcança o escroto é chamado de hérnia inguino-escrotal podendo ocorrer em várias espécies (e, bov, ovi, capri e sui). Quase exclusiva de machos inteiros, porém há relatos em animais castrados e éguas, possuem um diâmetro do anel inguinal menor. Em potros a maioria se apresenta na forma congênita relacionada ao diâmetro do gubernáculo. O gubernáculo é um ligamento do testículo a bolsa escrotal, ele começa a degenerar e a diminuir de tamanha (puxa o testículo a bolsa) e em alguns animais o gubernáculo pode ser espesso e abre muito e passa pelo canal inguinal e cai no saco herniário quando o anel inguinal esta frouxo. Isso ocorre em potras. O anel inguinal interno e anel inguinal externo é uma abertura, sendo um espaço formado pela sobreposição de fáscias musculares. O anel inguinal externo é palpado transcutâneo enquanto o interno somente é palpado via transretal. O mecanismo fisiopatológico das hérnias inguinais em garanhão a maioria ocorre durante exercício ou monta natural. E algumas raças tem predisposição como a Tenesse walking horse e American sanddlabred. As hérnias inguinais se classificam em hérnias indiretas, que são conteúdo e saco íntegros, ou seja, túnica integra, e direta, que é quando a túnica se rompe e o conteúdo é contido apenas com o saco escrotal (pele). Os sinais clínicos normalmente envolvem obstrução, podendo apresentar taquicardia, o equino rola frequentemente pode ser possível observar peristaltismo das alças. O diagnóstico é feito pela anamnese (garanhão? Histórico? Cólica?), sinais clínicas com a inspeção, palpação do escroto e transretal e US do escroto. Diferente dos potros (congênitas), em adultos geralmente são enfermidades que necessitam de tratamento cirúrgico imediato. O tratamento conservativo, com sedação e redução transretal, porém pode dar recidiva. Tratamento cirúrgico da hérnia indireta é feita com o animal em decúbito dorsal em centro cirúrgico, realiza-se a incisão em cima do anel inguinal externo, localiza-se o anel e o testículo e realiza a orquiectomia e então se sutura. Em casos de hérnia direta, o mesmo procedimento, incisão no anel inguinal externo e localização do testículo e cordão espermático, orquiectomia e após isso, reintroduz o intestino na cavidade e sutura o anel inguinal. No pós-operatório utilizam-se antimicrobianos (na técnica aberta e procedimentos a campo), profilaxia de tétano, DAINE’s, retirada de pontos de pele com 10-14 dias e repouso de 2-3 semanas. Em casos de encarceramento e estrangulamento deve-se monitorar no pós-operatório e pode evoluir pra necrose e assim deve ser coletado liquido abdominal para avaliar se há inflamação. O Prognóstico em hérnias indiretas é bom, em hérnias encarceradas ou estrangulas independente se é direta ou indireta, tem um prognóstico reservado, assim como em hérnias diretas, porém quando há alterações do líquido abdominal é mau. Indireta Direta
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