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1 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 1 
andrematta.blogspot.com.br 
DIREITO INTERNACIONAL 
TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – AULA 1 
Questionário 
1. Quais são os sujeitos de direito internacional público? O que significa ser sujeito de 
direito? E os demais são o quê? 
Os sujeitos de direito internacional público são somente os Estados e as 
Organizações Internacionais (formadas por Estados). Pois, sujeitos de direito são 
aqueles capazes de ser titulares de direitos e obrigações. Os demais sujeitos são 
considerados apenas atores internacionais, pois, de alguma forma, participam das 
relações jurídicas e políticas internacionais. Isso é o que ocorre, por exemplo, com o 
exercício de alguns direitos por indivíduos, como a capacidade postulatória em 
tribunais internacionais para a proteção de direitos humanos; por empresas, em 
órgãos internacionais de solução de controvérsias sobre investimentos; ou por 
organizações não governamentais, em diferentes instâncias1. 
 
2. Quais são as principais características do direito internacional público? 
As principais características do direito internacional público são: 
- a obrigatoriedade de normas para todos os Estados que assinaram o tratado (tem 
um conjunto normativo obrigatório para todos); 
- é um conjunto normativo com poderes de sanção; 
- inexistência de subordinação dos sujeitos de direito internacional público a um 
Estado; 
- inexistência de uma norma constitucional acima das demais normas; 
- inexistências de atos jurídicos unilaterais obrigatórios, oponíveis a toda a sociedade 
internacional2. 
 
3. Quais são os princípios norteadores do direito internacional público? 
Os princípios norteadores do direito internacional público que dão organicidade e 
lógica ao sistema jurídico são: 
1. Princípio da Igualdade Soberana, que pressupõe que todos os Estados são iguais 
perante o direito. 
2. Princípio da Autonomia, da Não Ingerência nos Assuntos Internos dos Outros 
Estados, que significa que o Estado pode governar-se de acordo com seus 
próprios interesses. Está estreitamente ligado ao princípio da não ingerência nos 
assuntos internos dos outros Estados, que determina a não interferência nos 
demais Estados. 
3. Princípio da Interdição do Recurso à Força e a Solução Pacífica das Controvérsias, 
que na verdade são dois princípios intimamente relacionados, significa que os 
sujeitos de direito internacional devem procurar resolver suas diferenças pelos 
instrumentos pacíficos existentes. 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 23. 
2
 Ibid., p. 24-25. 
2 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 1 
andrematta.blogspot.com.br 
4. Princípio do Respeito aos Direitos Humanos, que significa que todos os Estados 
devem buscar a proteção dos direitos humanos, hoje considerado um valor 
comum a todos os sistemas de direito. 
5. Princípio da Cooperação Internacional, que significa que os Estados devem agir 
em conjunto, colaborando para a busca de objetivos comuns3. 
 
4. Quais são as fontes de direito mencionadas no artigo 38 do Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça? Fale sobre cada uma delas. 
O artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça menciona as seguintes 
fontes de direito internacional: 
1. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam 
regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
2. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o 
direito; 
3. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
4. as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das 
diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
 
 
3
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 26-27. 
1 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 2 
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DIREITO INTERNACIONAL 
TAE – AULA 02 – QUESTIONÁRIO 
 
1. Quais são as características gerais dos tratados? 
As características gerais ou princípios gerais dos tratados ou do direito dos tratados 
são: 
a) Consensualismo, que se fundamenta sobre a autonomia da vontade dos sujeitos 
de direito internacional. Um tratado precisa de, ao menos, dois sujeitos de direito 
internacional (Estados ou Organizações Internacionais) para existir. Os próprios 
sujeitos definem as características do futuro tratado. 
b) Ausência de hierarquia, pois não há hierarquia entre os tratados. Cada fonte 
normativa cria normas próprias que não tem relação hierárquica com outras 
normas existentes. A exceção à regra é o "jus cogens", considerado uma espécie 
de norma obrigatória a todos os Estados e que, portanto, coloca-se acima dos 
demais tratados. 
c) Ausência de formalismo, pois, embora os tratados devam ser realizados por 
escrito, não há procedimentos específicos, rígidos para a redação dos tratados. 
Em que pese haver, mesmo não sendo obrigatória, na maioria das vezes, uma 
lógica própria, construída costumeiramente, no processo de elaboração dos 
tratados. Também não há uma uniformidade de nomenclatura dos tratados, como 
existe nas normas de direito interno1. 
 
2. Como são classificados os tratados? 
Os tratados são classificados segundo dois critérios: de ordem formal (forma dos 
tratados) ou conforme a natureza material (conteúdo dos tratados). 
As classificações mais úteis de ordem formal dos tratados são: 
1. em função do número de partes : bilaterais (dois Estados) ou multilaterais (mais 
de dois Estados); 
2. quanto à qualidade das partes : entre Estados ou entre Estados e Organizações 
Internacionais; 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 40. 
2 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 2 
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3. quanto ao procedimento de assunção do compromisso pelos Estados: exibilidade 
ou não da ratificação para o engajamento definitivo dos Estados, ou seja, se o ato 
é suficiente para o comprometimento definitivo. 
Em relação à natureza material dos tratados (conteúdo dos tratados), tem-se: 
1. em função da natureza do tratado : contrato ou norma. Tratados-norma criam 
regras de direito, em geral comuns às partes, sem uma contraprestação 
específica dos Estados. Tratados-contrato criam benefícios recíprocos, em geral 
de cunho econômico ou financeiro. 
2. em função da matéria : direitos humanos ou tratados em geral. Os tratados de 
direitos humanos são considerados, por muitos Estados, como de importância 
diferenciada, por vezes de hierarquia superior, fundamentado no sentido da 
norma, pois o tratado não seria uma obrigação em relação aos demais Estados, 
mas uma obrigação em relação aos indivíduos de cada Estado2. 
 
3. Qual a particularidade dos tratados em direitos humanos? Como eles são tratados pelo 
ordenamento jurídico brasileiro? 
Os tratados de direitos humanos são considerados, por muitos Estados, como de 
importância diferenciada, por vezes de hierarquia superior. Essa ideia tem como 
fundamento o sentido da norma, pois o tratado não seria uma obrigação em relação 
aos demais Estados, mas uma obrigação em relação aos indivíduos de cada Estado. 
No ordenamento jurídico brasileiro, após a Emenda Constitucional nº 45/2004, que 
incluiu o § 3º ao art. 5º, há a previsão de que, se um tratado for considerado de 
direitos humanos, ele poderá ser submetido ao procedimento de aprovação similar 
ao de uma emenda constitucional. Se aprovado com o “quorum” de emenda 
constitucional,terá força de norma constitucional. Se não for aprovado com esse 
“quorum”, terá força de norma infraconstitucional3. 
 
 
2
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 45-46. 
3
 Ibid., p. 46. 
1 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 3 
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DIREITO INTERNACIONAL 
TAE – AULA 3 
 
1. Qual a diferença entre assinatura e ratificação? 
A assinatura do tratado é o ato emanado pelo representante do Estado, concordando com seu 
conteúdo. O procedimento se concretiza com a troca de notas ou cartas entre as partes. Cada 
Estado ou Organização Internacional tem a competência de indicar a pessoa responsável pela 
assinatura. Em geral, a assinatura é realizada pelo Chefe do Poder Executivo, competência 
determinada pela Constituição1. 
Por sua vez, a ratificação é ato formal do Estado pelo qual indica seu consentimento em estar 
submetido a um determinado tratado. Também é conhecida por aceitação, aprovação ou ato 
formal de confirmação. Nos tratados bilaterais, a ratificação é realizada com a troca de notas 
diplomáticas entre os sujeitos envolvidos. Nos tratados multilaterais, para ser considerada válida, 
a ratificação precisar ser registrada no secretariado da Convenção ou do respectivo órgão 
depositário. Cada Estado pode definir quem será competente para ratificar tratados. Em geral, a 
sua aprovação é privativa do Poder Legislativo, sendo em seguida realizada pelo Poder Executivo. 
 
2. Como se dá a ratificação no Brasil? Ela é suficiente para que o tratado seja incorporado ao 
ordenamento brasileiro? De quem é a competência para a ratificação dos tratados? E para a 
denúncia dos tratados? 
No Brasil, a ratificação de um tratado se dá por meio de um processo administrativo que percorre 
o seguinte trâmite: 
- O Ministério das Relações Exteriores traduz o texto negociado para o português, prepara uma 
Minuta da Mensagem Presidencial, faz a análise jurídica da legalidade do texto e encaminha ao 
Presidente da República; 
- a Casa Civil da Presidência da República faz uma análise da legalidade e do mérito do tratado, 
tecendo suas considerações; 
- o Presidente, estando de acordo, envia a Mensagem, acompanhada da Exposição de Motivos à 
Câmara dos Deputados; 
- O Senado Federal aprova o tratado; 
- O Presidente do Senado Federal promulga, então, um Decreto Legislativo, que é publicado no 
Diário Oficial do Senado. Este ato representa o referendo do Congresso Nacional. 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 63. 
2 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 3 
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- O Poder Executivo ratifica o tratado, com o depósito do instrumento de ratificação perante o 
órgão depositário. O Poder Executivo ratifica o tratado porque ele é o único com competência 
para agir internacionalmente em nome do Estado. Após a autorização pelo Congresso, o chefe do 
Poder Executivo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, procede à ratificação. A partir de 
então, o Brasil se compromete perante os demais Estados-partes. 
- O Poder Executivo publica o Decreto Executivo, promulgando e internalizando o tratado, a partir 
do momento em que este integra a ordem jurídica interna. 
Os tratados podem ser denunciados pelos próprios Estados2. 
 
3. Como é efetuado o engajamento parcial ou condicional em tratados? 
O engajamento parcial ou condicional em tratados se refere à possibilidade de o Estado ou da 
Organização Internacional limitar seu consentimento a parte do texto do tratado ou então aceitá-
lo, desde que seja interpretado em determinado sentido, opondo, para tanto, reservas ou 
declarações interpretativas. 
A reserva é uma declaração unilateral, feita por um sujeito de direito internacional ao assinar, 
ratificar, aceitar ou aprovar um tratado ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o 
efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação nesse Estado ou Organização 
Internacional. As reservas limitam os efeitos jurídicos do tratado para uma das partes, em relação 
às demais. 
As declarações interpretativas é a manifestação unilateral do Estado ou da Organização 
Internacional, pela qual concorda com o engajamento ao tratado, condicionando a que 
determinada parte do texto do tratado seja interpretada de uma forma particular3. 
 
4. Soft norms são importantes para o direito internacional? Por quê? 
As “soft norms” são importantes sim para o direito internacional vez que, embora não tenham 
o mesmo grau de atribuição de capacidades nem são tão importantes quanto às normas 
restritivas, os Estados comprometem-se a cooperar e a respeitar os acordos realizados, sem 
submeter-se, no entanto, a obrigações jurídicas. Essa modalidade de comprometimento 
representa uma atribuição de capacidade, sendo que o Estado permite à comunidade 
internacional garantir primeiramente um controle moral sobre as disposições dos acordos e, 
depois, porque esses acordos servem como base à realização de futuros acordos restritivos. 
Por isso, constituem uma etapa intermediária da atribuição de capacidade, já portadora de 
consequências concretas. 
 
2 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 75. 
3
 Ibid., p. 77-80. 
3 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 3 
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5. Quais são as condições de validade dos tratados? Quais são os vícios de consentimento? 
Para ser válido, o tratado precisa atender a três critérios: 
1. ter partes capazes para o ato; 
2. ter objeto lícito e possível ; 
3. ser o resultado do consentimento livre das partes4. 
 
Os vícios de consentimento são: 
- o erro, que deve ser de fato e não de direito; 
- o dolo, que é o vício de consentimento gerado por conduta fraudulenta, que cria uma 
situação fictícia para conduzir o Estado ou a Organização Internacional a manifestar sua 
vontade em desacordo com a realidade; 
- a coação, que ocorre quando o representante é obrigado a comprometer o Estado ou 
Organização Internacional, seja por pressão psicológica, seja pelo uso da violência ou grave 
ameaça; 
- e a corrupção, que ocorre quando a manifestação da vontade do representante do Estado ou 
da Organização Internacional foi motivada por vantagem pessoal direta ou indireta, oferecida 
pela outra parte ou por particular 5. 
 
6. Quais são os limites territoriais e temporais dos tratados? 
Quanto ao limite territorial, o tratado é válido somente para as partes que o ratificaram 
(“pacta tertiis Nec nocent Nec prosunt”). Qualquer incidência sobre terceiros pode ser 
considerada violação ao princípio da liberdade de consentimento e da igualdade soberana 
entre os Estados, que estariam submentidos a um texto sem seu consentimento. Todavia, há 
três exceções possíveis a essa regra: 
1. O tratado atinge indiretamente terceiros, prejudicando-os. Nesse caso, não importa qual 
seja o dano, cabe responsabilidade internacional e reparação. 
2. O tratado atinge diretamente um terceiro Estado, beneficiando-o. 
3. Em alguns casos, o tratado pode gerar efeitos sobre terceiros que não o ratificaram. Trata-
se da regra da não oponibilidade do contrato a terceiros6. 
 
Quanto ao limite temporal, os tratados não geram efeitos retroativos. Ou seja, os tratados são 
exigíveis somente a partir de sua entrada em vigor. A única situação em que os tratados 
podem retroagir ocorre quando os Estados aceitam a retroatividade no próprio tratado de 
forma expressa no seu texto ou quando a interpretação dos efeitos do tratadoapenas pode 
ocorrer se a retroatividade for possível7. 
 
 
 
 
4
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 99. 
5
 Ibid., p. 107-111. 
6
 Ibid., p. 113. 
7
 Ibid., p. 116. 
4 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 3 
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7. Como pode ser controlada a efetividade dos tratados? Este controle fere o consentimento dos 
Estados? 
A efetividade dos tratados pode ser controlada por meio de mecanismos ou de instrumentos 
disponibilizados pelos próprios Estados que atribuem capacidades de fiscalização de seus atos 
aos demais Estados ou às Organizações Internacionais. Por esse motivo, esses mecanismos de 
controle de efetividade dos tratados não ferem o consentimento dos Estados. 
Esses instrumentos de controle são: 
- relatórios, que são documentos produzidos pelos Estados ou Organizações Internacionais que 
descrevem a implementação do tratado em seus territórios ou em temas sob seus domínios; 
- inspeções, que são verificações, por representantes externos, das atividades realizadas por 
um Estado para cumprimento de um tratado. 
- organizações internacionais de controle, que têm por objetivo a uniformização dos critérios 
de elaboração dos relatórios, seu controle, a difusão de informações produzidas pelos Estados-
membros, pelas organizações não governamentais, pelos meios científicos e por outras 
Organizações Internacionais, a transferência de tecnologia, entre outras. Elas servem também 
como fórum de negociações para os avanços dos demais tratados sobre o mesmo tema. São 
comissões ou secretariados criados a partir de um tratado. 
- medidas unilaterais negativas e positivas. Embora não sejam consideradas instrumentos 
típicos de controle. As medidas unilaterais positivas são estímulos de Organizações 
Internacionais ou de Estados em face de resultados favoráveis ao cumprimento de 
determinado tratado. As medidas negativas são punições por seu não cumprimento8. 
 
8. Quais são as modalidades de interpretação dos tratados? Em qual situação eles são 
incompatíveis? 
As modalidades de interpretação dos tratados são: 
1. autêntica, quando realizada pelos próprios Estados na dúvida ou com base na percepção 
da vontade dos Estados à época da negociação do tratado (princípio da 
contemporaneidade); 
2. não autêntica, quando operada pelos tribunais. Essa é feita pelos juízes ou árbitros 
internacionais9. 
 
Os tratados são incompatíveis quando têm dispositivos contrários, válidos entre as mesmas 
partes, ao mesmo tempo10. 
 
 
 
8
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 119-125. 
9
 Ibid., p. 126. 
10
 Ibid., p. 132. 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 4 
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DIREITO INTERNACIONAL 
TAE – AULA 04 
1. Quais são os elementos que formam o costume? Há um tempo mínimo para a formação do 
costume? Quando um costume é extinto? 
Os constumes internacionais são práticas aceitas pelos Estados como direito aplicável, durante 
um período razoável de tempo. Nesse sentido, tem-se que o costume é formado por três 
elementos : 
1. o objetivo ou material : o uso (a prática de direito aplicável) ; 
2. o subjetivo : a aceitação pelos Estados como direito aplicável; 
3. o espacial : se o costume é universal ou regional (local)1. 
 
Todavia, inexiste um período de tempo mínimo para a configuração do costume. Pois, com o 
avanço da internacionalização do direito e da globalização, a configuração dos costumes pode 
ocorrer em espaços curtos de tempo. A determinação do tempo dependerá da configuração da 
aceitação (elemento subjetivo) pelos Estados e do objeto em discussão2. 
 
Quanto à extinção do costume, essa se dá quando : 
- o costume deixa de ser praticado pelos sujeitos de direito internacional; 
- um tratado, contrário ao costume, é ratificado entre os mesmos Estados. 
 
2. Princípios gerais de direito e princípios jurídicos são a mesma coisa? Dê exemplos de PGD. 
Princípios gerais de direito não são o mesmo que princípios jurídicos, pois enquanto esses são 
aplicados apenas a alguns sistemas nacionais, ou seja, são reconhecidos somente no direito 
interno, aqueles são regras amplamente aceitas pela sociedade internacional, consolidadadas 
por constumes internacionais. Essa consolidação pode decorrer da repetição em tratados, ou 
no uso em razões de julgamento comumente aplicadas nos tribunais nacionais e 
internacionais 
São exemplos de princípios gerais : 
- Princípio da Igualdade Sobera ; 
- Princípio da Autonomia, não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados ; 
- Princípio da Interdição do Recurso à Força e Solução Pacífica das Controvérsias ; 
- Princípio do Respeito aos Direitos Humanos ; 
- Princípio da Cooperação Internacional3. 
 
 
 
 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 147. 
2
 Ibid., p. 148. 
3
 Ibid., p. 154-155. 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 4 
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3. Atos unilaterais constituem norma de direito ou meros atos jurídicos? Qual a diferença entre 
eles? Somente estados editam atos unilaterais? 
No Direito Internacional Público os atos unilaterais constituem normas de direito, não sendo 
considerados meros atos jurídicos, pois esses geram efeitos sem criar obrigações. Os atos 
unilaterais em Direito Internacional Público são manifestações autônomas e não equívocas de 
uma vontade formulada publicamente por um ou vários Estados ou Organizações 
Internacionais, endereçadas a um ou vários Estados da sociedade internacional em geral ou de 
uma Organização Internacional, com a intenção de criar obrigações jurídicas no plano 
internacional. Ante o exposto, nota-se que tanto os Estados como as Organizações 
Internacionais editam atos unilaterais4. 
 
4. Qual a importância da doutrina, jurisprudência, analogia e equidade como fonte de direito 
internacional? 
A doutrina é importante como fonte de direito internacional por representar o conhecimento 
gerado pelos estudiosos do direito internacional, por meio de livros e artigos que iluminam 
interpretações e abrem novos caminhos para a construção e utilização do direito5. 
A jurisprudência é uma fonte importante de direito internacional porque é inegável que as 
interpretações anteriores dos tribunais exercem uma influência importante nos julgados 
futuros. Todavia, para que um precedente jurídico internacional seja considerado, é 
importante que seja oriundo de um tribunal internacional, em geral dos casos paradigmáticos 
(leading cases), que primeiro analisaram a fundo o problema6. 
A analogia – embora não prevista no art. 38 da Corte Internacional de Justiça e também não 
ser considerada um fonte de direito propriamente dita, mas sim um método de raciocínio 
jurídico – mostra-se importante para o direito internacional por, quando não houver uma 
regra para o caso, aplicar-se-á uma regra de um caso similar. 
A equidade – embora não seja propriamente uma fonte de direito, mas um técnica de 
interpretação judicial – é importante para o direito internacional por permitir a busca por uma 
solução justa, pois permite que o julgador utilize a interpretação da norma que mais favoreça 
a consecução da justiça. Todavia, o uso da equidade no direito internacional só é permitida 
quando autorizada pelas partes envolvidas7. 
 
5. Qual a diferença entre a personalidade jurídica dos Estados e das OIs? 
A natureza jurídica dos Estados e das Organizações Internacionais é a mesma : pessoa jurídica 
dedireito internacional. A personalidade jurídica internacional se subdivie em: originária, dos 
Estados, que decorre do contrato social e em virtude da soberania de cada Estado; e derivada, 
das Organizações Internacionais, que decorre da vontade dos Estados. As Organizações 
 
4
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 160. 
5
 Ibid., p. 167. 
6
 Ibid., p. 165-166. 
7
 Ibid., p. 166. 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 4 
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Internacionais têm limites de competência predeterminados pelos próprios membros que a 
constituem, possuem capacidade funcional. Já os Estados têm capacidade universal. A 
principal diferença é a origem do fundamento: nos Estados, existe uma justificativa interna 
para a personalidade jurídica, originada da faceta interna da soberania. Nas Organizações 
Internacionais, o único elemento justificador é externo, derivado apenas da soberania dos 
Estados-membros. 
 
6. Indivíduos e empresas publicas ou privadas têm personalidade jurídica internacional? 
Não, pois são meros atores de direito internacional, somente os sujeitos de direito 
internacional possuem personalidade jurídica internacional. Todavia, para alguns 
doutrinadores, os indivíduos possuem personalidade internacional restrita (capacidade 
postulatória em tribunais sobre direitos humanos). 
 
1 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 5 
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DIREITO INTERNACIONAL 
TAE – AULA 05 
1. O que é nacionalidade? Bens e empresas possuem nacionalidade? 
A nacionalidade é o vínculo jurídico-político de fidelidade entre o Estado e o indivíduo, 
atribuído pelo Estado, no exercício de seu poder soberano. Da nacionalidade derivam direitos 
e obrigações de ambos os lados1. 
 
Bens e empresas não possuem nacionalidade, pois, essa, como elemento constitutivo do 
Estado, aplica-se apenas a pessoas físicas. Contudo, o conceito de nacionalidade é extensível a 
pessoas jurídicas (empresas) e coisas (bens). A atribuição de nacionalidade às pessoas 
jurídicas ou às coisas tem natureza diversa2. 
 
2. Qual a diferença entre nacionalidade originária e derivada? Quais são os critérios para 
atribuição de nacionalidade originária? 
A nacionalidade originária, também chamada de primária, relaciona-se a elos diretos com o 
Estado. Natos são os detentores da nacionalidade originária, ou seja, é a adquirida no 
nascimento. 
 
A nacionalidade derivada ou adquirida é aquela solicitada por vontade própria, por uma 
decisão do indivíduo. Ocorre após um processo de naturalização que requer o preenchimento 
de alguns critérios. Naturalizados são os detentores de nacionalidade derivada. 
 
A nacionalidade originária pode ser atribuída por diferentes critérios: 
1. Critérios territoriais, fixados pelo local do nascimento (do latim “jus solis”). 
2. Critérios familiares (descendentes), fixados por laços sanguíneos (do latim “jus 
sanguinis”). 
3. Critérios mistos, quando considerados os dois critérios anteriores conjuntamente3. 
 
3. Como se dá a aquisição de nacionalidade brasileira? E a perda? 
A aquisição da nacionalidade brasileira se dá conforme as seguintes situações: 
1. brasileiros natos; 
2. brasileiros naturalizados; 
3. dupla nacionalidade; 
4. portugueses no Brasil4. 
A perda da nacionalidade brasileira é estabelecida na Constituição Federal e aplicável quando 
o brasileiro: 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 176. 
2
 Ibid., p. 179. 
3
 Ibid., p. 182. 
4
 Ibid., p. 183. 
2 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 5 
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1. tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional ; 
2. adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos : 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis5. 
 
4. Quais são os limites e possibilidades de possuir a dupla nacionalidade brasileira? 
A dupla nacionalidade é admitida pela legislação brasileira em dois casos: 
1. reconhecimento da nacionalidade estrangeira pela lei brasileira; 
2. imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de 
direitos civis6. 
 
5. Em quais situações estrangeiros podem permanecer no Brasil de modo regular? 
A entrada de um estrangeiro no Brasil depende de um visto de entrada. O visto é uma 
autorização dada pela autoridade brasileira para a permanência do estrangeiro no país por 
um determinado período de tempo. É concedido pela autoridade consular brasileira no 
exterior ou pela Polícia Federal no Brasil. O visto não assegura a entrada automática do 
estrangeiro no Brasil, pois esse está sujeito à discricionariedade de uma reavaliação da Polícia 
Federal da decisão de entrada quando o estrangeiro chega aos postos de fronteira nacionais. 
 
Os vistos brasileiros podem ser de diferentes modalidades: 
1. turista, concedido por 90 dias prorrogáveis por igual período, não podendo exceder 180 
dias em 12 meses; 
2. temporário, com prazos variados para estudantes, negócios, esportes, cientistas, 
jornalistas, religiosos. 
3. permanente; 
4. outros, concedidos pelo Ministério das Relações Exteriores, como o visto cortesia, o 
diplomático ou o oficial. 
 
Outras formas de entrada e permanência de estrangeiros no Brasil são por meio de asilo e de 
refúgio. 
O direito de asilo é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro perseguido por 
suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. No Brasil, trata-se de garantia constitucional, 
(art. 4º, X, CF/1988). Há duas formas de asilo: o asilo diplomático, que é concedido ao 
estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no exterior; e o asilo territorial, que é 
concedido ao estrangeiro no Brasil. 
 
5
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 194. 
6
 Ibid., p. 192. 
3 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 5 
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O direito de refúgio é a proteção do Estado nacional ao estrangeiro ou a um grupo de 
estrangeiros perseguidos em função de sua raça, religião, nacionalidade ou opção política, 
desde que haja fundado temor de perseguição em seu país, onde não haverá um julgamento 
justo, com o devido processo legal7. 
 
6. Quais são as modalidades de retirada forçada de estrangeiros do Brasil? Aponte as 
especificidades de cada uma e o procedimento utilizado. 
As modalidades de retirada forçada do país são: 
1. Deportação: é a retirada do território nacional do estrangeiro irregular no Brasil, por 
questões administrativas ou causas diversas, como: 
a) entrada irregular no território nacional; 
b) circulação por municípios para os quais o estrangeiro não tem autorização de ir, o que 
ocorre com aqueles habitantes de municípios fronteiriços e que podem circular por 
determinados municípios brasileiros sem visto; 
c) expiração do visto; 
d) exercício de atividade remunerada pelo detentor de visto de turista, de trânsito 
temporário; 
e) não comunicação ao Ministério da Justiça da mudança de endereço, até 30 dias após a 
efetivação da mudança. 
 Apurada a irregularidade, a Polícia Federal notifica o estrangeiro para que saia do país, 
concedendo-lhe um prazo quegeralmente é exíguo (até oito dias). Se o estrangeiro não 
sair do território nacional, ele será deportado. O próprio estrangeiro deve arcar com os 
custos da deportação. Se não tiver recursos, o Tesouro Nacional arcará com os custos e o 
deportado será enviado a seu país de origem ou a outro que o aceite, caso não queira 
retornar a seu país. De qualquer forma, o estrangeiro não poderá retornar ao Brasil sem 
ressarcir ao Tesouro Nacional as despesas incorridas em sua deportação. 
2. Expulsão: é a retirada forçada do estrangeiro do território nacional, por ter cometido 
crime no Brasil ou por questões de segurança nacional (questões políticas). Trata-se de ato 
unilateral do governo brasileiro. São hipóteses de expulsão: 
a) atentar contra a ordem política ou social, a tranquilidade ou a moralidade pública e a 
economia popular; 
b) praticar procedimentos que o torne nocivos à conveniência e aos interesses nacionais; 
c) praticar fraude a fim de obter sua entrada ou permanência no Brasil; 
d) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo 
que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação. 
e) entregar-se a à vadiagem ou a mendicância; 
f) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiros. 
Nos casos de expulsão, instaura-se um inquérito administrativo no âmbito do Ministério 
da Justiça. Verificada a incidência de uma das hipóteses de expulsão, o Presidente da 
República, após uma análise de conveniência e oportunidade, irá decretar ou não a 
 
7
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 197198. 
4 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 5 
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expulsão do estrangeiro, ato que necessita de fundamentação. Quando se tratar de 
atentado à segurança nacional, não é necessário que o processo judicial tenha terminado, 
podendo ocorrer a expulsão a qualquer momento. O Poder Judiciário pode rever o ato 
apenas no que se refere a sua legalidade, jamais em relação ao mérito, pois se trata de 
ato discricionário do Presidente da República. Não pode ocorrer a expulsão de estrangeiro 
casado com brasileira. O casamento deve ser efetivo, há mais de cinco anos, não sendo 
considerado quando houve divórcio ou separação, ainda que de fato. Também não há 
expulsão se o estrangeiro tiver filho brasileiro sob sua guarda e este dependa do 
estrangeiro economicamente. 
3. extradição: é o envio do estrangeiro por ter cometido crime no exterior, para ser 
processado ou julgado, ou então, para lá cumprir sua pena, depois de ter sido condenado. 
Trata-se de um ato bilateral, pois depende, de um lado, da solicitação do Estado 
interessado na extradição do estrangeiro que se encontra em território nacional e, de 
outro, da manifestação de vontade do estado brasileiro. A extradição é realizada em geral 
a partir de tratados bilaterais entre os Estados envolvidos. O processo de extradição se 
inicia com o decreto da prisão do extraditando. A prisão preventiva tem por objetivo 
garantir e eficácia da extratição e não se confunde com a prisão sanção no Estado 
requerente, mas, por regra geral, tem-se que o tempo de prisão preventiva no Brasil é 
computado como pena executada pelo Estado requerente. O controle de legalidade é 
executado pelo país que extradita. O Judiciário controla a legalidade do procedimento, 
verifica se houve ou haverá violação dos direitos fundamentais do acusado e se as normas 
entre os dois Estados são compatíveis entre si8. 
 
7. Quais são as principais diferenças entre o TPI e a CIJ? 
O Tribunal Penal Internacional (TPI), também conhecido com Corte Penal Internacional (CPI), é 
o primeiro tribunal penal internacional permanente. Foi estabelecido em 2002 em Haia, cidade 
nos Países Baixos, onde inclusive fica a sede do Tribunal, conforme estabelece o artigo 3º do 
Estatuto de Roma. O objetivo do TPI é promover o Direito internacional, e seu mandato é de 
julgar os indivíduos e não os Estados (tarefa do Tribunal Internacional de Justiça). O TPI é 
competente somente para os crimes mais graves cometidos por indivíduos: genocídios, crimes 
de guerra e crimes contra a humanidade. Julga os crimes de agressão quando correlacionados 
com os anteriores. O nascimento de uma jurisdição permanente universal é um grande passo 
em direção da universalidade dos Direitos humanos e do respeito do direito internacional9. 
 
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), também chamada de Tribunal Internacional de Justiça, é 
o principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas. Tem sede em Haia, nos Países 
Baixos. Por isso, também costuma ser denominada como Corte de Haia ou Tribunal de Haia. 
Sua sede é o Palácio da Paz. Sua principal função é de resolver conflitos jurídicos a ela 
submetidos pelos Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas apresentadas pela 
 
8
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 199-203. 
9
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Penal_Internacional 
5 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 5 
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Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou por 
órgãos e agências especializadas acreditadas pela Assembleia da ONU, de acordo com a Carta 
das Nações Unidas10. 
 
Dessa forma, as principais diferenças entre o TPI e a CIJ são que: O Tribunal Penal 
Internacional (TPI), também conhecido com Corte Penal Internacional (CPI), é órgão 
independente, com competência para julgar os indivíduos que cometeram crimes de 
genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e os crimes de agressão. Enquanto 
que a Corte Internacional de Justiça (CIJ), também chamada de Tribunal Internacional de 
Justiça, é órgão jurisdicional da Organização das Nações Unidas, com competência para julgar 
os Estados e não indivíduos, em questões que envolvam violação de tratados, segurança 
coletiva e paz internacional. 
 
 
10
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Corte_Internacional_de_Justi%C3%A7a 
1 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 6 
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DIREITO INTERNACIONAL 
TAE – AULA 06 – QUESTIONÁRIO 
1. Quais são os elementos que formam o Estado? 
Os elementos que formam o Estado, conforme um padrão internacional, seguido pela 
Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres do Estado (de 1933), são: população 
permanente, território determinado, governo e capacidade de entrar em relações com outros 
Estados1. 
 
2. Qual a diferença entre delimitação e demarcação? 
A delimitação de um território significa o estabelecimento de seus limites, o que é feito por 
tratados ou costumes. A demarcação de um território significa a implantação de marcos 
físicos sobre o território, que podem ser portes, cercas, muros, balizas, entre outros2. 
 
3. Quais são as formas de expansão do território do Estado? 
As formas de expansão do território, ou de expansão do domínio soberano do Estado sobre 
novos territórios, são classificadas em: 
a) ocupação efetiva, que ocorre quando um Estado toma posse de um território que não 
pertencia anteriormente a nenhum outro Estado; 
b) conquista, que é a transferência do domínio de um território de um Estado para outro, por 
meio da guerra; 
c) secessão, que é a independência de parte do território, que se torna um Estado autônomo; 
d) cessão convencional, que ocorre quando um Estado transmite uma porção de seu 
território a outro Estado por manifestação livre de sua vontade; 
e) fusão convencional, que ocorre com a junção completade dois ou mais Estados para a 
criação de um outro Estado resultante; 
f) decisão unilateral, que ocorre quando uma Organização Internacional ou comissão 
arbitral decide um litígio entre dois ou mais Estados, determinando os limites territoriais 
de cada um3. 
 
4. Qual a diferença entre fronteira e limite? 
Limite é um ponto que determina com certa precisão até aonde vai o território do Estado. 
Fronteira é uma região em torno do limite territorial, sobre a qual o Estado tem interesse de 
zelar para garantir sua segurança nacional4. 
 
 
 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 171. 
2
 Ibid., p. 213. 
3
 Ibid., p. 215-225. 
4
 Ibid., p. 214. 
2 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 6 
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5. Quais são as formas de fixação de território nos rios? 
As formas de fixação de territórios nos rios ou de fixação do limite em rios contíguos 
(limítrofes ou de fronteira) são: 
a) no talvegue, sendo o talvegue a linha do nível mais baixo do leito do rio em toda sua 
extensão. Tem natureza estratégica porque indica o melhor curso de navegação. 
b) em condomínio, que significa que os dois Estados podem utilizar o rio, tanto para 
navegação quanto para exploração comercial, sem discriminação em função da 
nacionalidade dos usuários 
c) no meio do rio, que ocorre quando é difícil estabelecer o talvegue ou quando a navegação 
é igualmente possível por diferentes partes do rio ou ainda quando o rio não é muito 
utilizado para navegação. 
d) em uma das margens do rio, que configura uma situação incomum, mas possível de ser 
encontrada, quando o rio é de uso exclusivo de apenas um dos Estados, ficando o outro 
Estado proibido de utilizar os recursos fluviais. 
 
6. Diferenciar mar territorial, zona contígua, zona econômica exclusiva e plataforma continental. 
Qual a extensão de cada uma delas? 
 O mar territorial compreende uma faixa de doze milhas de largura, a contar da linha 
de baixa-mar do litoral continental e insular. Nessa região, o Estado exerce sua 
soberania de forma plena. 
 A zona contígua compreende uma faixa que se estende de doze a vinte e quatro 
milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir o mar 
territorial. Essa região não integra o território, mas o Estado tem a possibilidade de 
exercer seu poder de polícia de modo a garantir a segurança nacional, prevenir a 
entrada de clandestinos, fiscalizar o cumprimento das normas alfandegárias, 
sanitárias e ambientais. 
 A zona econômica exclusiva compreende a faixa de terra e a coluna d’água que se 
estendem a priori doze a duzentas milhas marítimas, também contadas a partir da 
linha de base que servem para medir o mar territorial. 
 A plataforma continental é a extensão natural do solo mar adentro, até o limite da 
talude continental. Talude continental é a região de declividade mais acentuada do 
fundo marinho (do solo dentro do mar)5. 
 
 
 
 
 
 
5
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 232. 
 
3 
 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 6 
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7. O que é patrimônio comum da humanidade? Dê exemplos e a especificidade de cada um. 
O patrimônio comum da humanidade corresponde às regiões que não estão sob o domínio 
direto de Estado algum e cuja preservação é de interesse de toda a humanidade. São 
exemplos: 
a) O alto-mar, que compreende as regiões além da zona econômica exclusiva dos Estados. 
b) A Antártica ou Antártida, continente que fica no Polo Sul, pode ser utilizada somente para 
fins de pesquisa científica pacífica; trata-se de uma “reserva natural dedicada à paz e à 
ciência”. 
c) O espaço geoestacionário, que compreende a região ao redor da Terra, numa altitude de 
aproximadamente 36 mil quilômetros acima do Equador, ideal para o posicionamento de 
satélites. 
d) O espaço sideral e os corpos celestes, que são regulados por um tratado firmado em 1967. 
Esse acordo internacional nasceu dos esforços para a chegada à Lua, surgindo um 
“costume internacional instantâneo“, declarando o direito tradicional de toda a 
humanidade sobre todo o universo e os demais planetas. Buscava evitar a alegação de 
que a Lua e outros planetas eram “res nullius” e, a partir de então, passíveis de 
apropriação pelo primeiro Estado que lá colocasse sua bandeira6. 
 
 
6
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 240-243. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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TAE – Aula 07 
 
Questionário 
 
1. Reconhecimento de um novo Estado e de um novo governo é a mesma coisa? 
Não. O reconhecimento de um novo Estado é a manifestação unilateral e 
discricionária de outros Estados ou Organizações Internacionais no 
sentido de aceitar a criação do novo sujeito de direito internacional, 
portanto, com direitos e obrigações.1 O reconhecimento de um novo 
governo ocorre no contexto de um Estado já reconhecido, mas cuja direção 
política é alterada. 2 
 
2. Quem pode reconhecer um novo Estado? 
Um novo Estado pode ser reconhecido por outros Estados ou por 
Organizações Internacionais, que se manifestam unilateral e 
discricionariamente para o reconhecimento.3 
 
3. Qual a importância do reconhecimento de um novo Estado? 
A importância do reconhecimento de um novo Estado é porque: 
a) Demonstra a vontade política de interagir com o Estado reconhecido; 
b) Demonstra que considera que a nova entidade detém as condições 
fáticas para tornar-se um sujeito de direito internacional. 
c) Cria juridicamente um “estoppel”, tornando, nesse caso, impossível ao 
Estado que reconheceu o novo Estado mudar a manifestação de sua 
vontade.4 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 246. 
2
 Ibid., p. 251. 
3
 Ibid., p. 246. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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4. Em que contexto um novo governo pode ser reconhecido? 
O reconhecimento de um novo governo ocorre no contexto de um Estado já 
reconhecido, mas cuja direção política é alterada5. 
 
5. Cite três tipos especiais de personalidade jurídica internacional, explicando cada 
um deles. 
São exemplos de tipos especiais de personalidade jurídica internacional: 
1. entidades políticas legalmente próximas dos Estados: são arranjos 
políticos criados por Estados ou por Organizações Internacionais. 
Essas figuras híbridas podem ser regiões com um governo autônomo e 
população, mas que não são Estados propriamente ditos. Essas ficções 
jurídicas têm poderes para celebrar tratados, manter a ordem e exercer a 
jurisdição em seu território. No entanto, não se pode dizer que sejam 
entes soberanos. 
2. Territórios internacionalizados: são regiões administradas por outros 
Estados, não em nome próprio, mas em nome da Comunidade 
Internacional em geral, ou por Organizações Internacionais. Geralmente 
são administradas por um período de tempo determinado. 
3. Estados com “status nascendi”: são regiões com governos, população 
e territórios próprios, mas ainda não reconhecidos pela comunidade 
internacional. Por conveniência jurídica, assume-se que existe certa 
personalidade jurídica, para que os atos praticados antes do 
reconhecimento sejam considerados válidos retroativamente. 
4. Comunidades beligerantes: são movimentos de independência, de 
liberação nacional, que participamde fato de negociações 
internacionais, para atingir seus objetivos e, portanto, têm um “status” 
intermediário e parcialmente reconhecido pelo direito internacional. 
 
4
 Ibid., p. 249. 
5
 Ibid., p. 251. 
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5. Microestados: são Estados com território muito pequeno, mas que têm 
soberania reconhecida pela Comunidade Internacional, muito embora 
seus direitos soberanos não sejam os mesmos dos demais Estados. 
6. Governos em exílio: muito embora tenham poderes limitados, alguns 
Estados, em geral aliados, reconhecem algumas capacidades e 
competências soberanas a chefes de Estado em exílio ou mesmo a 
líderes de movimentos revolucionários fora do território disputado, 
certamente com capacidades e competências muito reduzidas em 
relação aos governos com exercícios plenos de poder. 6 
 
6. Cite duas capacidades e duas competências que o Estado soberano possui. 
As capacidades e as competências são os meios pelos quais a soberania 
se consolida. 
As capacidades estão relacionadas à vida internacional, dentre as quais, 
podem-se identificar as seguintes: 
- produzir normas jurídicas internacionais; 
- ser sujeito ativo de ilícitos internacionais; 
- pedir indenização por danos ilícitos cometidos por outros Estados; 
- ter acesso aos sistemas internacionais de solução de controvérsias; 
- tornar-se membro e participar plenamente da vida das Organizações 
Internacionais; 
- Estabelecer relações diplomáticas e consulares com outros Estados. 
As competências estão relacionadas à vida interna, dentre as quais, 
podem-se identificar as seguintes: 
- exercer o domínio sobre seu território, independentemente da vontade de 
qualquer outra fonte de poder; 
 
6
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 256-257. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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- criar normas internas e julgar os atos cometidos em seu território; 
- atribuir a nacionalidade de seu Estado; 
- determinar o direito sobre as pessoas físicas e jurídicas.7 
 
7. Soberania pode ser transferida? Por quê? 
Não. A soberania não pode ser transferida, porque transferir implica perder 
uma parte do que se estar transferindo. E a soberania persiste, com 
bastante força. Ela é a base do direito internacional e das relações entre os 
Estados. Os Estados atribuem poderes aos outros atores internacionais, 
sem, no entanto, deixar de ter estes poderes para si próprios. Trata-se, 
assim, de uma atribuição. As Organizações Internacionais e os outros 
atores que recebem os poderes não têm soberania. Eles não são 
soberanos. Os Estados não perdem seus poderes. Os Estados continuam a 
poder criar, executar e julgar seus atos jurídicos. Ao contrário da ideia de 
transferência, a atribuição de competências e capacidades soberanas 
guarda a ideia de temporalidade e de não exclusividade.8 
 
8. O que é sucessão de Estados? Nesses casos há transferência de soberania? 
A sucessão de Estados é a substituição de um Estado por outro na 
responsabilidade das Relações Internacionais de um determinado território. 
A sucessão de Estados dá origem à criação de novos direitos soberanos 
ou à expansão dos direitos soberanos de um Estado sobre o outro 
território. Não se trata, portanto, de transferência de soberania. Não se deve 
falar em herança de soberania com o nascimento do outro Estado. Há o 
nascimento do direito soberano, independente dos direitos do Estado 
predecessor.9 
 
7
 Ibid., p. 264. 
8
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 268. 
9
 Ibid., p. 270-271. 
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9. Quais são as modalidades de sucessão de Estado? 
Existem quatro principais modalidades de sucessão de Estado: 
a) Aquisição de um território cujo domínio a ninguém pertencia 
anteriormente (“res nullius”); 
b) Transferência ou fusão de território de um Estado a outro; 
c) Perda de uma parte do território de um Estado a outro; 
d) Dissolução de um Estado e a respectiva formação de dois ou mais 
novos Estados.10 
 
10. Qual é o principio norteador na sucessão de Estado? Explique. 
O princípio jurídico norteador da sucessão de Estado é o da continuidade 
do Estado. Presume-se que há a continuação do Estado anterior no novo 
Estado, em relação à responsabilidade de direitos e obrigações. Isso 
implica também o respeito às obrigações assumidas por um governo que 
toma o poder, ainda que decorrente de revolução ou golpe de Estado, 
porque não há um novo Estado, mas o anterior, agora com um novo 
governo. Nesses casos, o Estado continua o mesmo, ainda que o novo 
governo não reconheça os atos praticados por seu predecessor.11 
 
11. Em que momento ocorre a extinção jurídica do Estado? 
A extinção jurídica do Estado apenas ocorre com sua dissolução ou, então, 
com sua fusão a outro Estado.12 
 
 
 
10
 Ibid., p. 271. 
11
 Ibid., p. 272. 
12
 Ibid., p. 272. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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12. Qual é o principio seguido na sucessão de Estados em relação aos tratados? 
Explique. 
O princípio seguido na sucessão de Estados em relação aos tratados é o 
princípio da manutenção seletiva dos tratados em vigor anteriormente. 
Embora exista a presunção de que o Estado sucessor continua parte nos 
tratados em vigor, sendo que, em alguns casos, o Estado sucessor declara 
que continuará sendo parte em todos os tratados de seu predecessor, o 
Estado sucessor poderá posteriormente decidir em quais tratados será ou 
não parte, conforme seus interesses.13 
 
13. O que ocorre com os tratados em caso de fusão ou de dissolução do Estado? 
Quando há fusão de dois ou mais Estados, dando origem a um novo 
Estado, distinto dos anteriores, presume-se que o novo Estado participa de 
todos os tratados e Organizações Internacionais integradas pelos 
anteriores. O mesmo se estende aos tratados negociados, que esperam por 
assinatura ou ratificação. Todos os atos podem ser praticados pelo novo 
Estado unificado, exceto quando: 
a) Não há interesse de sua parte; 
b) Os demais não aceitam sua participação; 
c) A sua participação seria incompatível com a finalidade do tratado.14 
No caso da dissolução (separação) do Estado em diversos Estados 
distintos, presume-se que os novos Estados têm o direito de dar 
continuidade a todos os tratados relacionados ao Estado anterior. Se foi 
negociado pelo Estado anterior, podem aderir. Se aderiram, podem assinar 
ou mesmo ratificar. No entanto, há algumas considerações que limitam 
esse poder de escolha: 
 
13
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 273. 
14
 Ibid., p. 275. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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a) Se o tratado se refere a todo o território, todos os Estados têm direito 
idêntico ao predecessor ; 
b) Se o tratado se refere à parte do território do Estado predecessor, que 
agora pertence apenas a um ou a alguns Estados sucessores, somente 
estes terão o direito de integrar o novo tratado; 
c) Os demais Estados partes no tratado devem aceitar a participação dos 
novos; 
d) A participação dos sucessores não pode ser contrária aos objetivosdo 
tratado em vigor.15 
 
14. O que acontece com os bens, arquivos e dívidas na sucessão de Estados? 
Em relação aos bens, na sucessão de Estados, a criação de um novo 
Estado implica a transferência de bens do Estado predecessor. Trata-se 
dos bens públicos, que incluem não apenas imóveis, mas direitos e 
interesses pertencentes ao Estado. 16 
Na sucessão de Estados, todos os arquivos públicos devem ser 
transferidos com a sucessão do Estado. Essa transferência é feita, em 
geral, sem compensação financeira e segue a seguinte lógica: 
a) Os documentos que se referem ao território do sucessor devem ser 
destinados ao mesmo; 
b) O Estado predecessor deve fornecer os títulos territoriais relativos ao 
território e seus limites territoriais, na melhor forma possível. 
c) O predecessor pode cobrar do sucessor os valores referentes aos 
custos da realização das cópias. 
Em relação às dívidas do Estado predecessor, “a priori”, essas se 
transferem ao Estado sucessor “pro rata”. A sucessão de Estados não 
 
15
 Ibid., p. 276. 
16
 Ibid., p. 277. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 7 
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pode prejudicar credores. O mais indicado é a realização de um acordo 
entre as partes. Se não houver acordo, alguns princípios devem ser 
seguidos: 
a) Quando há transferência de parte do território de um Estado para outro 
Estado, o sucessor deve assumir as dívidas do predecessor 
proporcionalmente ao território transferido ; 
b) Se for um novo Estado independente, não se deve transferir a dívida ; 
c) Quando se trata de União entre os Estados, as dívidas são assumidas 
pelo Estado que se forma ; 
d) Se for dissolução do Estado, a dívida é dividida proporcionalmente. 17 
 
 
 
17
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 279. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 8 
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TAE – AULA 08 
 
1. Conceitue Organizações Internacionais? 
Organizações Internacionais ou intergovernamentais são pessoas jurídicas 
de direito internacional. Têm ordens jurídicas próprias, diferentes dos 
Estados que as integram. 1 
 
2. OIs podem ter como membros pessoas físicas ou jurídicas de direito interno? O 
que serão nesses casos? 
Uma Organização Internacional (OI) não poderá ter como membros pessoas 
físicas ou jurídicas de direito interno, tais como indivíduos, empresas ou 
organizações não governamentais, visto que são as OIs resultado de 
manifestação de vontade dos sujeitos de direito internacional e não de 
sujeitos de direito interno. Quando uma organização que opera no âmbito 
internacional tem membros que não são Estados (ainda que também 
tenham Estados-membros), ela não será uma Organização Internacional, 
mas uma organização não governamental (ONG). 2 
 
3. Qual a natureza jurídica de uma OI? Qual o fundamento para sua criação? 
As Organizações Internacionais têm natureza de pessoa jurídica de direito 
internacional, de caráter institucional. A criação de Organizações 
Internacionais fundamenta-se no poder soberano dos Estados. Essa 
natureza jurídica é, portanto, a mesma dos Estados, mas com limites de 
competência predeterminados pelos próprios membros que a constituem. 
A principal diferença é a origem do fundamento: nos Estados, existe uma 
justificativa interna para a personalidade jurídica, derivada da faceta interna 
da soberania. Nas Organizações Internacionais, o único elemento 
justificador é externo, derivado apenas da soberania dos Estados-
membros. 3 
 
1
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 285. 
2
 Ibid., p. 285. 
3
 Ibid., p. 286. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 8 
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4. OIs podem criar outras OIs? 
Sim. As Organizações Internacionais podem criar outras Organizações 
Internacionais. Neste caso, a organização instituidora atribuirá parte de 
suas capacidades e competências à outra, também decorrente da vontade 
dos Estados.4 
 
5. Qual a importância do tratado constitutivo da OI? Qual a particularidade destes? 
O tratado constitutivo das Organizações Internacionais, em geral, 
denomina-se estatuto, é ratificado por Estados ou outras Organizações 
Internacionais e determina as estruturas, as competências, as finalidades, 
os meios de execução, os procedimentos para alteração de seu estatuto e 
suas formas de extinção. Para cada estrutura, define os instrumentos e 
critérios para composição de cargos e a forma de exercício do poder. 
Esses tratados são documentos solenes, que não aceitam reservas. Os 
membros devem aceitar a Organização Internacional tal como foi 
negociada. Também não podem alegar outros tratados posteriores para 
esquivar-se de cumprir o tratado constitutivo porque este tem primazia 
sobre outros tratados. 5 
 
6. Qual é a motivação dos Estados para criarem OIs? 
Os Estados criam Organizações Institucionais com diferentes propósitos, 
como institucionalizar o controle de determinados temas, criar instituições 
independentes da burocracia nacional, possibilitar a existência de foro 
permanente de negociações ou viabilizar a coordenação de determinados 
temas, a partir do amadurecimento de um processo de cooperação 
multilateral. 6 
 
 
 
4
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 288. 
5
 Ibid., p. 289. 
6
 Ibid., p. 290. 
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7. Cite e explique três estruturas mais comuns nas OIs. 
Embora cada Organização Internacional possa definir o conjunto de 
estruturas mais apropriado para seu funcionamento, existem algumas 
estruturas gerais, comumente encontradas na maioria das Organizações 
Internacionais, como: 
a) Assembleia Geral ou Conselho Ministerial, que é o órgão que reúne 
todos os Membros. Trata-se de órgão máximo de deliberação, com 
poder de alterar os tratados em vigor. Pode-se reunir permanentemente, 
ou periodicamente (a cada dois anos, por exemplo). 
b) Secretário Geral, que é um órgão unipessoal, ocupado por um indivíduo 
escolhido pelos membros. Em geral, o cargo é ocupado por um agente 
de carreira da própria OI, que tem mais conhecimento da estrutura da 
instituição. Isso busca também demonstrar a neutralidade na escolha do 
secretário em relação aos Estados-membros. 
c) Mecanismo de Solução de Controvérsias, que é cada vez mais frequente 
nas Organizações Internacionais, devido à multiplicação das fontes 
normativas em direito internacional, cada conjunto de normas jurídicas 
cria mecanismos próprios para buscar efetividade do direito em seu 
subsistema. Assim, mesmo Organizações Internacionais mais antigas 
buscam instrumentos próprios de solução de controvérsias. 
d) Órgãos específicos, que têm por objetivo controlar e implementar os 
objetivos da organização. Em geral, têm de um terço a um quinto dos 
membros da organização. 7 
 
8. Qual a classificação dos membros de uma OI? 
Os membros de uma OI são classificados segundo três modalidades de 
vínculo: permanente, observador e temporário. 
a) Os membros permanentes são aqueles que podem participar ativamente 
de todas as atividades da Organização Internacional, com direito a voz e 
a voto. 
 
7
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 293-294. 
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b) Os observadorestêm acesso às reuniões e podem inclusive ter direito a 
voz, mas não terão direito a voto. 
c) Os temporários são convidados para reuniões específicas, para 
discussão de pontos que lhe interessam, ou apenas durante um período 
restrito e, em geral, predeterminado. 8 
 
9. De que forma os Estados podem deixar de serem membros de uma OI? 
Os Estados podem deixar de ser membros de uma Organização 
Internacional, como sanção pelo não cumprimento de suas obrigações ou 
por vontade própria. O primeiro caso é raro, porque são preferidas outras 
sanções menos graves do que a exclusão do Estado, mesmo porque essa 
medida impede que a Organização Internacional possa continuar agindo 
sobre o Estado, no futuro. O segundo caso, em geral, é resolvido após um 
determinado período de tempo, com a mudança das circunstâncias que 
levaram o Estado a pedir seu afastamento. 9 
 
10. Explique a teoria das capacidades ou dos poderes implícitos? Quais são suas 
limitações? 
Os Estados atribuem capacidades às Organizações Internacionais. Atende-
se ao princípio da especialidade, ou seja, a Organização Internacional tem 
capacidade apenas para os fins específicos para os quais foi criada. Nesse 
sentido, as Organizações Internacionais têm uma capacidade funcional, ou 
seja, para aquelas funções para as quais foram criadas, e não uma 
capacidade universal, como os Estados, que têm irrestrito poder de agir no 
âmbito de sua soberania. O princípio da especialidade pressupõe uma 
interpretação ampla, na qual se evoca com frequência a teoria das 
capacidades implícitas. Tais capacidades evoluem com o amadurecimento 
da organização e com as novas dimensões dos meios para alcançar seus 
fins (conhecida como teoria dos poderes implícitos). Assim, além dos 
 
8
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 295. 
9
 Ibid., p. 296. 
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poderes das Organizações Internacionais indicados em seus tratados 
constitutivos e nos demais arranjos entre os Estados, ao longo de sua 
existência, reconhecem-se poderes implícitos, não expressamente 
atribuídos pelos Estados, mas sem os quais os atos dessas Organizações 
Internacionais teriam baixa efetividade. Não há dúvida alguma de que a 
teoria dos poderes implícitos amplia bastante as capacidades e 
competências das Organizações Internacionais. A teoria dos poderes 
implícitos encontra seus limites numa análise sistemática do direito 
internacional e do contexto no qual uma Organização Internacional se 
insere. Assim, uma organização especializada (com um tema de atuação), 
vinculada a uma organização maior, com objetivos mais amplos, não pode 
ter competências que se sobreponham à competência da organização à 
qual está vinculada nem a outras organizações específicas vinculadas ao 
mesmo sistema. 
 
11. Cite três capacidades institucionais das OIs, explicando cada uma delas. 
As Organizações Internacionais têm capacidades para: 
a) celebrar tratados com outros sujeitos de direito internacional, o qual 
deriva tanto da natureza jurídica de direito internacional das OIs como das 
competências atribuídas pelos Estados-membros. Assim, a OI tem 
competência para firmar todos os atos necessários para atingir os 
objetivos para os quais foi criada. 
b) Enviar e receber representantes diplomáticos, pois, como os demais 
sujeitos de direito internacional, as OIs têm o direito de acreditação passivo 
e ativo. Os diplomatas das OIs têm os mesmos privilégios e imunidades 
dos diplomatas dos Estados. 
c) Promover e participar de conferências internacionais, pois as OIs são um 
foro constante de negociações internacionais. Podem promover 
conferências para discutir os temas que considerem importantes para o 
avanço internacional. 
d) Apresentar reclamações perante tribunais internacionais; 
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e) Ser depositária de tratados. 
f) Operar navios e aeronaves com bandeira própria, reguladas por sua 
própria legislação. Trata-se de uma ferramenta importante que busca não 
vincular as atividades da Organização Internacional a Estado algum. 10 
 
12. De quem é a competência de interpretar o tratado constitutivo da OI? 
A interpretação do tratado constitutivo é feita pela própria Organização 
Internacional e não pelos Estados que a integram. Logo, em caso de 
controvérsias, a Organização Internacional irá decidir sobre seu tratado 
constitutivo. 11 
 
13. Quais são os procedimentos de tomada de decisões nas OIs? 
A tomada de decisões ocorre por meio da produção de atos jurídicos pelos 
órgãos colegiados das Organizações Internacionais que são chamados de 
resoluções. Em função de sua obrigatoriedade as resoluções são 
classificadas em: recomendações, que não são obrigatórias, mas indicam 
uma posição da Organização Internacional sobre o tema; e decisões, que 
são de caráter obrigatório e devem ser seguidas pelos Estados, pois 
quando não cumpridas, podem dar origem a sanções. Via de regra, a 
adoção de decisões é precedida por uma ou várias recomendações 
indicando a posição da Organização Internacional a respeito de um 
determinado tema. Trata-se, nesse sentido, de um procedimento 
escalonado. 12 
 
14. De que forma uma OI pode ser controlada? Qual é a forma de extinção de uma 
OI? 
Os principais instrumentos de controle das OIs são: 
a) O controle interno, de caráter político, que é realizado pelos órgãos 
deliberativos e judiciais da própria Organização Internacional. 
 
10
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 299-301. 
11
 Ibid., p. 305. 
12
 Ibid., p. 310. 
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b) O controle interno, de caráter judicial, que é realizado quando a 
Organização Internacional tem um órgão judicial interno, competente 
para controlar seus próprios atos. 
c) O controle externo, de caráter político, que é realizado por outras 
Organizações Internacionais, quando há subsídio, ou mesmo pelos 
Estados-membros. 
d) O controle externo, de caráter judicial, que pode ser realizado pelos 
tribunais internacionais e pelos tribunais nacionais. 13 
 
A extinção da Organização Internacional ocorre com a desconstituição da 
personalidade jurídica pelos membros. A sucessão ocorre quando outra 
Organização Internacional é criada a partir daquela que foi extinta. 14 
 
15. Quais são os instrumentos jurídicos que regem o direito diplomático? 
*O direito diplomático consiste no conjunto de normas e costumes, aceitos 
internacionalmente, para regular as relações diplomáticas entre os Estados 
e Organizações Internacionais. Trata-se de um direito autossuficiente, 
construído pela via costumeira e consolidado por diferentes tratados 
multilaterais e bilaterais.15 
 
* NÃO ACHEI A RESPOSTA EXPLÍCITA NO LIVRO. ACREDITO QUE ESTEJA 
IMPLÍCITA NO PARÁGRAFO CITADO. 
 
16. O que guia as relações diplomáticas? 
As relações diplomáticas são tradicionalmente guiadas pelos Ministérios 
das Relações Exteriores e Chefes de Estados (Chefe do Poder Executivo). 
Todavia, essas relações começam a coexistir com mais frequência com 
uma paradiplomacia guiada pelos demais ministérios, pelos chefes dos 
 
13
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 311, 312. 
14
 Ibid., p. 312. 
15
 Ibid., p. 331. 
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demais poderes do Estado (Judiciárioe Legislativo), pelos Estados e 
Municípios.16 
 
17. Quem possui direito de legação? Isso implica no reconhecimento do Estado? 
Apenas os sujeitos de direito internacional têm direito de legação, que é o 
direito de receber e enviar diplomatas. Como o direito de legação depende 
do reconhecimento do sujeito de direito internacional, a aceitação do 
estabelecimento de relações diplomáticas significa, por consequência, do 
outro Estado ou da Organização Internacional no reconhecimento do 
Estado.17 
 
18. Qual a diferença entre acreditante e acreditador? 
País acreditante é o que envia diplomatas, também chamado de Estado de 
origem. País acreditador é aquele que recebe diplomatas, também chamado 
de Estado de acolhimento.18 
 
19. Qual a diferença entre embaixada e consulado? E entre acreditação dupla ou 
múltipla e representação comum? 
A embaixada diz respeito à representação política do Estado, enquanto que 
o consulado é responsável pela representação comercial e administrativa, 
sobretudo notarial.19 
A acreditação dupla ou múltipla ocorre quando a mesma representação 
diplomática representa seu governo perante diversos Estados ao mesmo 
tempo. A representação comum, por sua vez, ocorre quando a mesma 
embaixada representa dois ou mais Estados perante um terceiro Estado. 
Nesse caso, a missão diplomática é comum, podendo ter funcionários de 
todas as nacionalidades representadas ou apenas de uma delas.20 
 
 
16
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 331. 
17
 Ibid., p. 332-333. 
18
 Ibid., p. 334. 
19
 Ibid., p. 334. 
20
 Ibid., p. 336. 
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20. Estrangeiros podem representar o Estado em uma missão diplomática? 
Sim, pois os sujeitos de direito internacional têm a liberdade de escolher 
seus representantes que, em geral, são nacionais seus. Em alguns casos, 
os Estados nomeiam estrangeiros como seus diplomatas. A escolha de um 
nacional ou de um estrangeiro é um direito soberano do Estado e não pode 
ser questionado pelos demais Estados.21 
 
21. Somente diplomatas podem ser chefe da missão diplomática? 
Não, pois a função de chefe da missão diplomática, que é chamado de 
embaixador, pode ser ocupada por qualquer pessoa, de qualquer nível da 
carreira diplomática (mesmo um iniciante) ou até mesmo alguém estranho à 
carreira.22 
 
22. Qual a natureza dos membros da missão? 
Os membros do pessoal da missão diplomática podem ser de três 
naturezas: 
a) Membros do pessoal diplomático: diplomatas que integram a missão, 
tais como ministros, conselheiros, secretários ou adidos. São agentes 
diplomáticos o chefe da missão, bem como os membros do pessoal 
diplomático. 
b) Membros do pessoal administrativo e técnico: responsáveis pelo 
trabalho técnico-burocrático, como secretários ou arquivistas. 
c) Membros do pessoal de serviço: os demais funcionários responsáveis 
pela manutenção da missão, como o serviço de jardinagem, garçons, 
cozinheiros e limpeza.23 
 
23. Cite três funções da missão. 
 
21
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 338. 
22
 Ibid., p. 338. 
23
 Ibid., p. 339. 
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Entre as principais funções da missão diplomática (art. 3º da CVRD) 
encontram-se: 
a) Representar o Estado de origem (acreditante) junto ao Estado de 
acolhimento (acreditador); 
b) Proteger os interesses do Estado de origem de seus nacionais junto ao 
Estado de acolhimento, dentro dos limites estabelecidos pelo direito 
internacional. 
c) Negociar com o governo do Estado de acolhimento. 
d) Obter licitamente informações sobre a evolução dos eventos de toda 
natureza no Estado de acolhimento e informar seu próprio governo. 
e) Promover relazões de amizade e desenvolver relações econômicas, 
culturais, científicas entre o Estado de acolhimento e o Estado de 
origem.24 
 
24. Qual a diferença entre imunidade e privilégio? 
Imunidades diplomáticas são benefícios previstos no direito internacional e 
concedidos pelo Estado de acolhimento ao Estado de origem, para que 
este exerça certas capacidades e competências soberanas em seu 
território. Privilégios são benefícios concedidos pelo direito dos próprios 
Estados de acolhimento, além de suas obrigações assumidas pelas normas 
multilaterais.25 
 
25. Descreva duas imunidades atribuídas aos Estados. 
Primeiramente deve-se esclarecer que as imunidades e os privilégios 
diplomáticos podem ser de duas naturezas: funcional e individual. A 
imunidade funcional busca proteger o Estado, por meio da proteção ao 
agente, que atua em seu nome, no exercício de suas funções. A imunidade 
pessoal ou individual busca proteger os atos do próprio agente, em nome 
 
24
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 341. 
25
 Ibid., p. 342. 
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próprio, para dar-lhe melhores condições para exercer seu trabalho com 
tranquilidade. 
Desta forma, as seguintes imunidades são atribuídas aos Estados: 
a) Imunidades pessoais de natureza tributária. Os membros da missão 
diplomática estão isentos de todos os impostos e taxas de qualquer 
nível federativo, federais, estaduais e municipais. Os bens da missão 
diplomática são isentos de todo os impostos de qualquer ente 
federativo. 
b) Imunidades de natureza trabalhista. Os agentes diplomáticos 
submetem-se às normas trabalhistas do Estado de acolhimento quando 
contratam nacionais deste como membros do pessoal de serviço. Já os 
membros do pessoal técnico e os agentes diplomáticos contribuem para 
a seguridade social do Estado de origem. 
c) Imunidades da missão diplomática. Esta garante o direito de 
inviolabilidade do: local da missão; correios; e documentos e arquivos. 
A inviolabilidade do local da missão diplomática é a impossibilidade de 
qualquer autoridade do Estado de acolhimento ingressar no local da 
missão, ainda que com mandado judicial, sem a expressa autorização 
do Estado de origem. 
d) Imunidade de jurisdição e de execução. A imunidade de jurisdição 
impede que o Poder Judiciário julgue os diplomatas do outro Estado. A 
imunidade de execução impede que as sanções e julgados, quando 
possíveis, sejam executados.26 
 
26. As imunidades se estendem a todos os membros da missão? 
Não, pois nem todos os membros da missão diplomática gozam das 
mesmas imunidades. Os chefes da missão têm imunidade mais ampla do 
que o pessoal do corpo técnico ou de serviços.27 
 
 
26
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 344-351. 
27
 Ibid., p. 359. 
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27. Qual a diferença entre imunidade de jurisdição e de execução? Explique. 
A imunidade de jurisdição impede que o Poder Judiciário julgue os diplomatas 
do outro Estado. A imunidade de execução impede que as sanções e julgados, 
quando possíveis, sejam executados.28 
 
28. O que é a teoria das imunidades relativas? 
A teoria das imunidades relativas dos Estados soberanos exclui a 
imunidade de jurisdição quando o Estado ou seus agentes praticam atos 
estranhos a seu “jus imperii”. Busca evitar o prejuízo sofrido pelo dano por 
nacionais provocados injustamente por representantes diplomáticos, ainda 
que em nome de Estadosestrangeiros, mas na prática de atos estranhos à 
atividade diplomática.29 
 
29. Rompimento de relações diplomáticas implica no rompimento de relações 
consulares? Qual é o fundamento das relações consulares? 
O rompimento das relações diplomáticas não impõe o rompimento das 
relações consulares, pois tanto o estabelecimento como o rompimento das 
relações consulares seguem uma lógica própria, diferente das relações 
diplomáticas. Isso porque a representação diplomática e a representação 
consular têm objetivos diferentes. Enquanto a representação diplomática 
cuida de questões políticas, a representação consular pode ter funções 
bastante variadas, cuidando principalmente de atos administrativos e 
promoção comercial.30 
 
30. Quais são as funções do consulado? 
As funções do consulado são as mais variadas. Entre as mais comuns 
encontram-se aquelas previstas na Convenção de Viena, de 1963 (art. 5º): 
a) Conceder vistos a estrangeiros que desejem visitar o país; 
 
28
 Ibid., p. 351. 
29
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 353. 
30
 Ibid., p. 363. 
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b) Emitir novos passaportes para seus nacionais que estejam fora de seu 
território, quando da sua expiração, ou em caso de perda ou subtração. 
c) Registrar nascimentos, casamentos e óbitos; 
d) Autenticar documentos ou traduções oficiais, entre outros; 
e) Proteger o interesse de seus nacionais no Estado de acolhimento. 
 
31. Cite duas diferenças entre as imunidades e privilégios do pessoal da missão 
diplomática e do consulado. 
As principais diferenças entre as imunidades e privilégios do pessoal da 
missão diplomática e do consulado são: 
a) Imunidades tributárias: não são automáticas e dependem de acordo 
entre os dois Estados. 
b) Imunidades trabalhistas: os empregados estrangeiros permanentes da 
repartição consular não precisam de visto de permanência no país, tal 
como aplicável aos estrangeiros em geral. 
c) Imunidades do local da missão: o prédio do consulado é inviolável, 
devendo o Estado receptor proteger o local e seus arquivos, mesmo em 
caso de guerras. Em caso de incêndio ou outro sinistro de natureza 
grave, no entanto, presume-se a permissão. No entanto, a residência do 
cônsul não tem imunidade, como ocorre com a residência do chefe da 
missão diplomática. 
d) Imunidade do correio consular: tem proteção relativa e, caso haja 
suspeita séria de porta objetos estranhos à atividade consular, o Estado 
acreditador pode solicitar sua abertura, sem o que a mala é retornada a 
sua origem. 
e) Imunidade de jurisdição: os membros do pessoal consular podem ser 
presos, em casos de crimes graves. 
f) Extensão aos familiares: as imunidades não se estendem aos familiares, 
como ocorre em relação às imunidades diplomáticas.31 
 
 
31
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 367-368. 
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32. O Estado é obrigado a manter relações diplomáticas e consulares com os 
demais? E em caso de guerra o que acontece? 
Não, pois a ruptura das relações diplomáticas e consulares é um ato 
discricionário de qualquer um dos Estados envolvidos. O Estado de 
acolhimento pode expulsar os diplomatas de seu território, assim como o 
Estado de origem pode retirá-los e fechar o local da missão diplomática. O 
ato tem um significado político importante, por que transmite a informação 
de que o canal de diálogo entre os mesmos será interrompido. 
Em caso de guerra, a ruptura das relações diplomáticas é automática. Em 
geral, a missão é chamada logo antes do conflito iniciar, até porque é difícil 
assegurar a integridade dos diplomatas e da missão, em caso de conflito 
armado.32 
 
 
 
32
 VARELLA, Marcelo D. Direito Internacional Público. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 369. 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 9, 10 e 11 
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TAE 9, 10 e 11 
 
Questões dirigidas DIPr – Processus 
 
1. Dê exemplos de situações que podem ser tratadas pelo DIPr? 
O Direito Internacional Privado (DIPr) pode tratar das seguintes situações: 
casamento de pessoas de diferentes nacionalidades; contratos assinados entre 
empresas localizadas entre Estados diferentes ou; pessoas que falecem e 
possuem bens em mais de um Estado. 
 
2. Qual a particularidade dos casos tratados pelo DIPr? E qual a particularidade das 
regras de DIPr em relação aos demais ramos do direito? 
No DIPr, não há julgamento do caso concreto, mas a decisão ocorre acerca da lei 
que deverá ser aplicada ao caso concreto. 
 
3. Qual o objeto do DIPr? 
O objeto do DIPr é a solução de conflito de lei no espaço. Concorrência entre 
legislações aplicadas. Na verdade, não julga o caso concreto, mas decide sobre a 
lei que deverá ser aplicada ao caso concreto. Trata de relações privadas com 
conexão internacional. 
 
4. Quais são as fontes de DIPr? Existe hierarquia entre elas? 
As fontes de DIPr são, em primeiro lugar, a lei interna dos Estados, seguida dos 
Tratados, da doutrina, da jurisprudência e dos costumes. A novidade das fontes 
do DIPr é a questão da hierarquia existente, o que não ocorre no Direito 
Internacional Público. 
 
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5. O que é qualificar? 
Qualificar é definir um termo, por exemplo, aquelas normas que não se 
constituem em diretas ou indiretas. Em relação a sua estrutura, podemos 
classificar as normas como unilaterais, bilaterais e justapostas. As normas 
unilaterais são aquelas em que o Estado se preocupa em determinar a esfera de 
vigência (neste caso a vigência espacial), como por exemplo, ao determinar que 
uma lei brasileira se aplicará aos brasileiros fora do país. 
Já a norma bilateral se preocupa com a determinação da norma vigente, assim 
pode-se usar como exemplo a norma que determina que um fato seja regulado 
pela legislação do país daquele nacional. Normas justapostas são duas normas 
unilaterais que se complementam e por isso acabam se tornando uma norma 
bilateral. 
 
6. Quais são as teorias existentes para a qualificação? Discorra sobre os argumentos e 
dificuldades de cada uma delas. 
Teoria da territorialidade: Parte da doutrina entende que, quando os tribunais de 
um Estado, chamados a conhecer de um conflito emergente de uma relação 
jurídico-privada com caráter internacional tivessem de encarar a possibilidade de 
encontrar uma regulamentação diferente daquela que, diretamente, resultasse do 
seu direito interno, este Estado não é obrigado. 
A teoria da “lex fori materialis” (da lei do foro) é negada a quaisquer fatos e 
situações que lhe sejam estranhos (ou seja, que não tenham com ela qualquer 
conexão espacial), pois, esta, violaria gravemente o princípio universal do direito 
segundo o qual, visando a norma jurídica regular os comportamentos humanos 
que se desenvolvem no seio de uma sociedade, não poderá considerar-se 
aplicável a condutas que se situem fora da sua esfera de eficácia (fora, portanto, 
do alcance do seu preceito), e isso quer em razão do tempo (princípio da 
irretroatividade das leis), quer em razão do lugar onde se verificam (princípio da 
não transatividade das leis). 
DIREITO INTERNACIONAL – TAE 9, 10 e 11 
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O princípio da não transatividade das leis consiste no princípio segundo o qual 
nenhuma lei ― a do foro ou qualquer outra ― deve considerar-seaplicável a um 
fato ou situação que não se acha (por qualquer dos seus elementos) em contato 
com ela. O não acatamento deste princípio universal de direito traria 
inevitavelmente consigo o perigo da ofensa de direitos adquiridos ou de 
expectativas legítimas dos indivíduos. 
 
7. Como se dá a qualificação no Brasil? Existem exceções? 
No Brasil, adota-se a teoria da “Lex fori” (lei do foro), mas existem duas exceções 
que são o art. 8º e 9º da LINDB. Nesse caso, aplica-se a lei do país onde o 
contrato foi instituído. 
 
8. Questão prévia e qualificação é a mesma coisa? 
Não. Questão prévia significa que o juiz não pode apreciar questão judicial 
principal sem ter-se pronunciado anteriormente a respeito de uma ou outra que, 
pela lógica, precede- a. Esta, em regra, só é aplicada após a homologação. 
 
9. O juiz brasileiro pode remeter um caso que considere da competência de outro juízo? 
Na verdade, o que o juiz fará não é remeter da competência, mas deverá 
apropriar-se da lei estrangeira e aplicá-la no Brasil. 
 
10. De que forma pode se dá a aplicação da lei estrangeira? 
O juiz poderá aplicar a lei estrangeira de ofício. 
 
 
 
 
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11. Quais são os meios de prova da lei estrangeira? A quem incumbe o ônus? 
A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, 
quanto ao ônus da prova e aos meios de produzi-los, não se admitindo os 
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
12. O que é o retorno/reenvio? Ele é possível no direito brasileiro? 
O reenvio, retorno ou devolução é o modo de interpretar a norma de direito 
internacional privado, mediante a substituição da lei nacional pela estrangeira, 
desprezando o elemento conexão apontado pela ordenação nacional, para dar 
preferência à indicada pelo ordenamento jurídico. 
 
13. Quais são os limites de aplicação da lei estrangeira? Discorra sobre cada um deles. 
As normas jurídicas, como normas de conduta que são, veem o seu âmbito de 
eficácia limitado pelos fatores tempo e espaço: 
- não podem, por um lado, ter a pretensão de regular os fatos que se passaram 
antes de sua entrada em vigor; 
- nem, por outro lado, os que se passem ou se passaram sem qualquer contato 
com o Estado que as editou. 
Ou seja, o ordenamento jurídico de um Estado não pode chamar a si a orientação 
daquelas condutas que se passaram para além da sua possível esfera de 
influência. Há que respeitar-se os direitos adquiridos ou situações jurídicas 
constituídas à sombra da lei eficaz, isto é, da lei sob cujo império ou dentro de 
cujo âmbito de eficácia o direito foi adquirido ou a situação jurídica se constituiu, 
dado que a natural expectativa dos indivíduos na continuidade e estabilidade das 
suas relações jurídicas ou direitos é um pressuposto fundamental da existência 
do Direito como ordem implantada na vida humana de relação. 
 
 
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14. Como se dá a aplicação indireta da lei estrangeira? 
O juiz conhece o direito e, em razão disto, cabe ao mesmo aplicar o direito 
estrangeiro de ofício mesmo quando a parte interessada não o provar ou não o 
alegar. 
 
15. Qual a diferença entre homologação de sentença e execução de sentença? 
Homologação de sentença estrangeira não é o mesmo que execução, mas para 
que a sentença seja executada, é necessária sua homologação. O STJ não é 
obrigado a homologar, mas o Juiz Federal é obrigado a cumprir. Portanto, 
homologação e execução são momentos diferentes. 
 
16. Para que servem as cartas rogatórias? 
As cartas rogatórias servem para decisões interlocutórias. São momentos 
processuais anteriores à sentença, mas que interferem na decisão do juiz. A carta 
rogatória chega ao Brasil, vai para o STJ. Este emite uma carta de sentença ao 
Juiz Federal. 
 
17. A concessão ou denegação do exequatur faz coisa julgada material? 
A concessão ou denegação do “exequatur” só fará coisa julgada material caso a 
sentença proferida em país estrangeiro esteja em conformidade com as leis 
internas do país exequente. Todavia, caso ocorra discrepância entre a sentença 
prolatada no estrangeiro e a sentença que poderá ser prolatada internamente, 
esta não fará coisa julgada material. 
 
18. De que modo deve ocorrer a citação de parte domiciliada no Brasil? 
Vale ressaltar que o requisito da citação pessoal é regra de direito processual 
material de extrema importância, tratando-se de um processo em que uma das 
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partes seja domiciliada no Brasil, é necessário que sua citação tenha sido feita 
por carta rogatória e não por citação postal ou qualquer outro meio prescrito pelo 
direito estrangeiro, devendo-se observar três princípios: 
a) O comparecimento voluntário do réu ao processo no exterior dispensa a 
existência e citação e também regulariza a citação viciada; 
b) A falta de citação pode ser suprida quando a parte que requer a homologação é 
a própria parte que deixou de ser citada; 
c) Caso as partes não sejam domiciliadas no Brasil, a citação no exterior deverá 
ser realizada de acordo com a lei onde foi instaurado o processo. 
 
19. Quais são os objetivos da homologação no âmbito interno? 
O objetivo do processo homologatório é o reconhecimento da eficácia jurídica da 
sentença estrangeira perante a ordem jurídica brasileira. A concentração dessa 
competência, perante um único órgão jurisdicional, favorece a produção de uma 
jurisprudência uniforme e assim, também, a certeza de direito. Homologáveis são, 
segundo a lei, apenas sentenças estrangeiras, não importando se tratar de 
sentenças declaratórias, constitutivas ou condenatórias. 
 
20. Quais são as decisões passíveis de homologação? 
Toda e qualquer sentença que envolva direito privado é passível de homologação. 
Aquelas que tratam de Direito Público não o são. Para ser homologada, a 
sentença deve ter viés privado. Sentença declaratória agora é passível de 
homologação. Antes não era. 
 
21. Descreve o sistema de homologação utilizado no Brasil? 
O Brasil adota o juízo de delibação. Por este, o juiz brasileiro não analisa mérito. 
Questionar uma sentença proferida por um outro Estado, para o Brasil, 
configuraria ferimento à Soberania daquele Estado. Por isso o Brasil não verifica 
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mérito. A não verificação de mérito não significa ausência de análise de 
conteúdo, ou seja, da materialidade. O juiz não verifica o mérito, mas verifica o 
conteúdo, pois as leis, atos e sentenças de outro Estado não terão validade no 
Brasil se tiver conteúdo que afete a ordem pública, os direitos humanos, a 
soberania nacional e os bons costumes. 
 
22. Discorra sobre os requisitos necessários para a homologação de sentença? 
Os dois objetivos da homologação de sentença são dar força executiva à 
sentença estrangeira em território nacional e atribuir autoridade de coisa julgada 
àquela sentença estrangeira (sentença não pode mais ser discutida). 
Para que essa sentença seja homologada, é necessário que ela tenha sido emitida 
por juiz competente (competência nacional, art. 89, CPC). 
Outro requisito é que as partes tenham sido citadas (por carta rogatória) e 
verificada a revelia. 
A sentença deve ter transitado em julgado e esteja revestida das formalidades 
necessárias para as decisões que não tenham mais recursos. 
 
23. Sentença homologanda gera litispendência em relação à lide na justiça brasileira? 
Não. Conforme o art. 90 do CPC, o objeto da sentença é diferente, portanto,aquela ação que transitar mais rapidamente em um dos Estados, interrompe a 
outra. 
 
24. Há coincidência entre objetos e partes do processo de homologação e da sentença 
estrangeira? 
Não. Não há coincidência entre os objetos da sentença estrangeira e do processo 
de homologação. E os sujeitos do processo da sentença estrangeira não 
necessariamente são os mesmos sujeitos do processo de homologação. 
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