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Apostila II Direito Civil I Parte Geral Pessoa Natural

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DIREITO CIVIL I –PARTE GERAL
TÓPICO II – DAS PESSOAS NATURAIS
DAS PESSOAS NATURAIS
-O primeiro capítulo do Código Civil se refere às Pessoas. Todo concurso que exige Direito Civil coloca este ponto no Edital. É fundamental saber bem esta matéria. Portanto aconselhamos o aluno a acompanhar esta aula com o Código Civil na mão. Especialmente dos artigos 1o ao 78.
PESSOA
-É todo ente físico ou jurídico, suscetível de direitos e obrigações. É sinônimo de sujeito de direito. 
Pessoa Natural,
-Deixando a Pessoa Jurídica para a próxima. Nesta aula vamos falar sobre a personalidade (início,individualização e fim) capacidade e emancipação.
Comecemos pela Personalidade. 
-Artigo 1º do Código Civil prevê: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. 
-Assim, o conceito de Pessoa inclui homens, mulheres e crianças; qualquer ser humano sem distinção de idade, saúde mental, sexo, cor, raça, credo, nacionalidade, etc. Por outro lado o conceito exclui os animais, que gozam de proteção legal, mas não são sujeitos de direito, os seres inanimados, etc.
ATENÇÃO
-Os examinadores de concursos públicos gostam muito de pedir sinônimos nas provas. Portanto, sempre que possível irei mencionar sinônimos de uma palavra. Mesmo correndo o risco de ser repetitivo. 
-Mas é melhor ser repetitivo e fazer com que o aluno grave a matéria e fornecer o máximo de conceitos possível, do que omitir determinado ponto. 
-Falo isso porque há pouco tempo vi uma questão cair em uma prova indagando “qual a diferença, para os efeitos de gozo de direitos na ordem civil, entre o autóctone e o ádvena”. A questão era simples, mas se o aluno não soubesse o significado de tais palavras, não acertaria a questão. Autóctone (ou aborígine) é o que nasceu no País. E ádvena é o estrangeiro. Assim a questão queria saber qual a diferença entre o brasileiro e o estrangeiro quanto ao gozo de direitos. Resposta: no Direito Civil nenhuma, pois ambos são considerados sujeitos de direitos e obrigações. 
-Além disso, o Direito (especialmente o Civil) usa muitas expressões em latim. Estas expressões não estão nas leis. É doutrina. Mas costuma cair. Por isso irei fornecendo as expressões em latim, com sua tradução e real significado. 
-Da mesma forma explicarei as posições doutrinárias que são adotadas pelos examinadores, orientações jurisprudenciais, súmulas, etc. 
PERSONALIDADE JURIDICA
- Inicia-se com o nascimento com vida, ainda que por poucos momentos (Teoria da Natalidade). Preste atenção nisto: se a criança nascer com vida, ainda que por um instante, adquire a personalidade. 
-Para se saber se nasceu viva e em seguida morreu, ou se nasceu morta, é realizado um exame chamado de docimasia hidrostática de Galeno, que consiste em colocar o pulmão da criança morta em uma solução líquida; se boiar é sinal de que a criança chegou a dar pelo menos uma inspirada e, portanto, nasceu com vida; se afundar, é sinal de que não chegou a respirar e, portanto, nasceu morta. 
-Atualmente a medicina dispõe de técnicas mais modernas e eficazes para tal constatação.Não caiam em “pegadinhas”. Esta questão, apesar de simples tem caído muito, inclusive em concursos na área jurídica. Sempre é colocada uma alternativa dizendo que a personalidade se inicia com a concepção (gravidez) da mulher, ou que a criança tem de ter viabilidade (possibilidade de vida), ou que deva ter “forma humana” e até que ela se inicia com o “corte do cordão umbelical”. Tudo isso é bobagem para nosso Direito. Nascer com vida é ter respirado. Respirou... então nasceu com vida e a personalidade se iniciou.
NACITURO 
-È o que está por nascer. É o ente que foi gerado ou concebido,mas ainda não nasceu. Não tem personalidade jurídica, pois ainda não é pessoa sob o ponto de vista jurídico. Apesar de não ter personalidade jurídica, a lei põe a salvo os direitos do nascituro desde a concepção. Ele tem expectativa de direito. Exemplo: pai morre deixando mulher grávida; não se abre inventário até que nasça a criança.
- O nascituro tem direito ao resguardo à herança. Os direitos assegurados ao nascituro estão em estado potencial, sob condição
suspensiva: só terão eficácia se nascer com vida. 
PERSONALIDADE
-Adquirindo a personalidade (que consiste no conjunto de caracteres próprios da pessoa, sendo a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações), o ser humano adquire o direito de defender o que lhe é próprio, como:
- Integridade física (vida, alimentos, etc.);
- intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica, artística e intelectual);
- moral (honra, segredo pessoal ou profissional, opção religiosa, sexual, etc.). 
LEMBRE-SE:
- A dignidade é um direito fundamental, previsto em nossa Constituição, que também prevê que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente dessa violação. Os direitos da personalidade (leia o art. 11 do CC).
 Esses Direitos são:
 - Absolutos;
 - Intransmissíveis;
 - Indisponíveis;
 - Irrenunciáveis;
 - Imprescritíveis. 
-Acompanhe os próximos artigos: O artigo 12 prevê a possibilidade de exigir que cesse lesão a direito da personalidade, por meio de ação própria, sem prejuízo da reparação de eventuais danos materiais e morais suportados pela pessoa.
- A nova lei prevê também a possibilidade de defesa do direito do morto, por meio de ação promovida por seus sucessores. 
- O artigo 13 e seu parágrafo único prevê o direito de disposição de partes, separadas do próprio corpo em vida para fins de transplante, ao prescrever que, “salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
- O ato previsto neste artigo, será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”. É possível, também, com objetivo científico ou altruístico a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, podendo essa disposição ser revogada a qualquer momento.
DIREITO AO NOME
-Note agora que os artigos 16 a 19 do Código Civil tutelam o direito ao nome contra atentado de terceiros, expondo-o ao desprezo público, ao ridículo, acarretando dano moral ou patrimonial. O artigo 20 tutela o direito à imagem e os direitos a ele conexos (também artigo 5º, XXVIII, “a” da Constituição Federal), que se refere ao direito de ninguém ver seu rosto estampado em público ou mercantilizado sem seu consenso e o de não ter sua personalidade alterada material ou intelectualmente, causando dano à sua reputação. Há certas limitações do direito de imagem, com dispensa da anuência para sua divulgação (ex.: pessoa notória – desde que não haja abusos, pois sua vida íntima deve ser preservada;
exercício de cargo público, etc.). 
DIREITO À INTIMIDADE
-Tutela, também, o Código Civil em seu artigo 21 o direito à intimidade prescrevendo que a vida privada da pessoa natural é inviolável (ex.: violação de domicílio, correspondência, conversas telefônicas, etc.). É de se esclarecer finalmente, que o Código Civil não exauriu a matéria. A enumeração exposta é exemplificativa, deixando ao Juiz margem para que estenda a proteção a situações não previstas expressamente. Ficou bem claro até aqui que a personalidade tem início com o nascimento com vida, mas a lei põe a salvo os direitos do nascituro. 
INDIVIDUALIZAÇÃO
Falemos agora sobre a individualização da pessoa natural. Esta se dá pelo: a) nome – reconhecimento da pessoa na sociedade; b) estado – posição na sociedade política; c) domicílio – lugar da atividade social. Vamos comentar um a um desses temas.
NOME
A) Nome
- É o sinal exterior pelo qual se designa e se reconhece a pessoa na família e na sociedade. Trata-se de direito inalienável e imprescritível, essencial para o exercício de direitos e cumprimentodas obrigações. Também é conferido às pessoas jurídicas. É protegido pela lei. São elementos constitutivos do nome:
• Prenome 
- É o próprio da pessoa, pode ser simples (ex.: João, José, Rodrigo, Laura, Aparecida, etc.) ou composto (ex.: José Carlos, AntônioPedro, Ana Maria, etc.).
• Patronímico (ou nome de família, ou apelido de família, ou sobrenome)
- Identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação ou estirpe, podendo ser simples (ex.: Silva, Souza, Lobo, etc.) ou composto (ex.: Alcântara Machado; Lins e Silva, etc.).
• Agnome 
- É o sinal distintivo entre pessoas da mesma família, que se acrescenta ao nome completo (ex.: Júnior, Filho, Neto, Sobrinho).
● Cognome
- São outros elementos facultativos como o cognome (apelido ou epíteto);
● Pseudônimo ou Codinome(para o exercício de uma atividade específica)
– cantor, ator, autor, etc);
● Axiônimo (que representam os títulos de nobreza, eclesiástivos ou acadêmicos)
– Duque, Visconde, Bispo, Mestre, Doutor, etc), mas não tenho visto estas expressões caírem em concursos.
Em princípio o nome é imutável
-No entanto o princípio da inalterabilidade do nome sofre exceções em casos justificados (mais rigorosos em relação ao prenome e mais elásticos em relação ao sobrenome). 
-A lei e a jurisprudência admitem a retificação ou alteração de qualquer dos elementos. Vamos examinar alguns exemplos que vêm caindo em concursos:
I) expuser seu portador ao ridículo ou situações vexatórias - artigo 55, parágrafo único da Lei de Registros Públicos - em princípio os nomes exóticos ou ridículos não podem ser registrados, o oficial do Registro Público pode se recusar a registrar; mas se o forem podem ser alterados.
II) houver erro gráfico evidente (ex.: Nerson, Osvardo, etc.) - artigo 58, parágrafo único da Lei de Registros Públicos.
III) causar embaraços comerciais( homônimo) - adição de mais um
prenome ou do patronímico materno.
IV) uso prolongado e constante de um nome diverso do que figura no
Registro, inclusive adicionando apelido ou alcunha (ex.: Luiz Inácio Lula da Silva, Maria da Graça Xuxa Meneghel, etc.).
V) Na união estável,a lei permite que a companheira adote o patronímico do companheiro, se houver concordância deste.
VI) primeiro ano após a maioridade, a lei permite a alteração, independentemente de justificação, desde que não prejudique o patronímico (art. 56 da L.R.P.).
VII) casamento – cuidado com esse item. Atualmente o art. 1.565, §1º CC permite que qualquer dos nubentes acrescente ao seu o sobrenome do outro Outros exemplos: adoção, reconhecimento de filho, legitimação, divórcio, separação judicial, serviço de proteção de vítimas, etc.
B) Estado Civil - é definido como sendo o modo particular de existir.
Pode ser encarado sob 3 (três) aspectos:
• Individual ou físico;
I- idade (maior ou menor);
II- sexo, saúde mental e física, etc.
• Familiar (indica a situação na família):
I -quanto ao matrimônio: solteiro, casado, viúvo, separado ou divorciado.
II - quanto ao parentesco consangüíneo: pai, mãe, filho, avô, irmão, primo, tio, etc.
III - quanto à afinidade: sogro, sogra, genro, nora, cunhado, etc.
• Político ( posição da pessoa dentro de um País)
I- nacional (nato ou naturalizado).
II- estrangeiro, apátrida. Heimatlos( como sinômimo de apátrida).
• O estado civil 
- É a soma de qualificações da pessoa. É uno e indivisível, pois ninguém pode ser simultaneamente casado e solteiro; maior e menor, etc. Regula-se por normas de ordem pública. 
- Por ser um reflexo da personalidade, não pode ser objeto de comércio; é um direito indisponível, imprescritível e irrenunciável. As ações tendentes a afirmar, obter ou negar determinado estado são chamadas Ações de Estado ou Personalíssimas (ex.: investigação de paternidade, divórcio, etc.), 
C) Domicílio 
– Este é o item que requer maior cuidado do aluno. Dos três elementos da individualização da personalidade, o Domicílio é o mais importante e que tem maior incidência nas provas. Principalmente em relação ao domicílio necessário como veremos logo a sergiur.
- O conceito de domicílio surge da necessidade legal que se tem de ficar as pessoas em determinado ponto do território nacional.
- É, como regra, no foro de seu domicílio que o réu é procurado para ser citado. Exemplo: se eu ingresso com uma ação, onde essa ação deve ser proposta?? Resposta – no domicílio do réu. Se uma pessoa morre, onde deve ser proposta a ação de inventário? No último domicílio do “de cujos” (falecido). E assim por diante... 
- O conceito de domicílio está sempre presente em nosso dia-a-dia, mesmo que não percebamos. Cumpre, inicialmente, fazer a seguinte distinção:
• Residência
- É o lugar em que o indivíduo habita com a intenção de permanecer, mesmo que dele se ausente temporariamente; é uma situação de fato.
• Domicílio 
- É a sede da pessoa, tanto física como jurídica, onde se presume a presença para efeitos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. É o lugar onde a pessoa estabelece sua residência com ânimo definitivo de permanecer; é um conceito jurídico.
Regra básica 
- O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece residência com ânimo definitivo (art. 70 do Código Civil). É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida (art. 72 do CC). 
Outras regras:
- Pessoa com várias residências, onde alternativamente viva.
- domicílio é qualquer delas ⎯ pluralidade domiciliar. Pessoa sem residência habitual, sem ponto central de negócios (ex.: circenses, ciganos) 
- domicílio é o lugar onde for encontrado. 
DAS VARIAS ESPECIES DE DOMICILIO
1 - Voluntário 
- Escolhido livremente pela própria vontade do indivíduo (geral) 
- Estabelecido conforme interesses das partes em um contrato (especial).
2 - Legal ou necessário
- A lei determina o domicílio em razão da condição ou situação de certas pessoas. Assim:
• Incapazes (sobre incapacidade veja mais adiante)
- Eles têm por domicílio o de seus representantes (pais, tutores ou curadores).
• Servidor público
- Têm domicílio no lugar onde exerce permanentemente sua função.
• Militar em serviço ativo 
- No lugar onde servir; apenas o militar da ativa possui domicílio necessário.
• Preso 
- No lugar onde cumpre a decisão condenatória.
• Oficiais e Tripulantes da Marinha Mercante 
- marinha mercante é a que se ocupa do transporte de passageiros e mercadorias.
- O domicílio legal é no lugar onde estiver matriculado o navio. 
- Navio nacional é o registrado na capitania do porto do domicílio de seu proprietário.
• O Agente Diplomático do Brasil
- Que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade, sem indicar seu domicílio no país, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no seu último domicílio.
3 - Domicílio Contratual( Foro de Eleição)
- É o domicílio eleito, escolhido pelas partes contratantes para o exercício e cumprimento dos direitos e obrigações. 
-Este é o que mais tem caído em concursos. É o chamado domicílio voluntário especial (art. 78 CC). 
- Não prevalece o foro de eleição quando se tratar de ação que verse sobre imóveis; neste caso a competência é o da situação da coisa. 
Há Forte Corrente Jurisprudencial
- Que nega o foro de eleição nos contratos de adesão, entendendo ser cláusula abusiva, pois prejudica o consumidor, uma vez que o obriga a responder ação judicial em local diverso de seu domicílio (“é nula a cláusula que não fixar o domicílio do consumidor”).
- Uma questão muito comum em concursos é: uma pessoa pode ter mais de uma residência? E mais de um domicílio? A resposta está no artigo 71: “Se a pessoa tiver diversas residências, onde, alternadamente viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”
- Portanto é possível a pluralidade de residências e domicílios.Já falamos sobre o início e individualização da personalidade.
FIM DA PERSONALIDADE
-A personalidade da pessoa natural acaba com a morte. Verificada a morte de uma pessoa, desaparecem, como regra, os direitos e as obrigações de natureza personalíssima, sejam patrimoniais ou não. 
- Os direitos não personalíssimos (em especial os de natureza patrimonial) são transmitidos aos seus sucessores. 
DAS VARIAS “ESPECIES DE MORTE”
Morte Real 
- A personalidade termina com a morte física (real), deixando de ser sujeito de direitos e obrigações (mors onmia solvit – a morte tudo resolve). 
- A morte real se dá com o óbito comprovado da pessoa natural, com ou sem o corpo. 
- A prova da morte se faz com o atestado de óbito ou pela justificação em caso de catástrofe e não encontro do corpo.
- Se um avião explode matando todos os passageiros, há o óbito comprovado de todos; entretanto, provavelmente não teremos os corpos de todos. Mesmo assim houve a morte real (ex.: Ulisses Guimarães foi declarado morto na Comarca de Ubatuba - Lei de Registros Públicos - 6.015/73 - Art. 88 - “Poderão os juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame”).
MORTE PRESUMIDA
- Além da morte real, existe também em nosso Direito a morte presumida, que ocorre quando a pessoa for declarada ausente.
AUSÊNCIA
- É o desaparecimento de uma pessoa do seu domicílio, que deixa de dar notícias por longo período de tempo e sem deixar procurador para administrar seus bens (art. 22 CC). 
-Os efeitos da morte presumida são patrimoniais e alguns pessoais. 
-A ausência só pode ser reconhecida por meio de um processo judicial composto de três fases:
 a) curadoria de ausentes (ou de administração provisória);
 b) sucessão provisória; c) sucessão definitiva. 
Ausente uma pessoa
- Qualquer interessado na sua sucessão (e até mesmo o Ministério Público) poderá requerer ao Juiz a declaração de ausência e a nomeação de um curador. 
- Durante um ano deve-se expedir editais convocando o ausente para retomar a posse de seus haveres. 
- Com a sua volta opera-se a cessação da curatela, o mesmo ocorrendo se houver notícia de seu óbito comprovado. 
- Se o ausente não comparecer no prazo, poderá ser requerida e aberta a sucessão provisória.
DA SUCESSÃO PROVISÓRIA
- É o início do processo de inventário e partilha dos bens. Nesta ocasião a ausência passa a ser presumida. 
- Feita a partilha seus herdeiros (provisórios e condicionais) irão administrar os bens, prestando caução, (ou seja, dando garantia que os bens serão restituídos no caso do ausente aparecer). 
- Nesta fase os herdeiros ainda não têm a propriedade; exercem apenas a posse dos bens do ausente. 
- Após 10 (dez) anos do trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória, sem que o ausente apareça (ou cinco anos depois das últimas notícias do ausente que conta com mais de 80 anos), será declarada a morte presumida. 
- Nesta ocasião converte-se a sucessão provisória em definitiva. 
- Os sucessores deixam de ser provisórios, adquirindo o domínio e a disposição dos bens recebidos, porém a sua propriedade será resolúvel. 
- Se o ausente retornar em até 10 (dez) anos seguintes à abertura da sucessão definitiva terá os bens no estado em que se encontrarem e direito ao preço que os herdeiros houverem recebido com sua venda. 
- Se regressar após esse prazo (portanto após 21 anos de processo), não terá direito a nada. 
- O art. 1.571, §1º do CC prevê que a presunção de morte por ausência pode por fim ao vínculo conjugal, liberando o outro cônjuge para convolar novas núpcias.
Em casos excepcionais pode haver a morte presumida sem declaração de ausência (art. 7º do CC):
• extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
• desaparecido em campanha ou feito prisioneiro e não foi encontrado
até dois anos após a guerra. 
Comoriência
 - Esta é uma “palavrinha” que vem caindo muito em concursos, pois ela não faz parte de nosso dia a dia. 
- É o instituto pelo qual se considera que duas ou mais pessoas morreram simultaneamente, sempre que não se puder averiguar qual delas pré-morreu. 
- Leia agora o art. 8º do Código Civil: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”. 
 COMORIÊNCIA
- É presunção de morte de duas ou mais pessoas (ex.: avião que cai matando todos os passageiros). 
- Também é chamada de morte simultânea. Aplica-se este instituto sempre que entre os mortos houver relação de sucessão hereditária. 
- Se os comoriêntes forem herdeiros um dos outros, não haverá transferência de direitos entre eles; um não sucederá o outro. 
- Suponha se o caso de mortes simultâneas de cônjuges, sem descendentes e sem ascendentes, mas com irmãos. Pelo instituto da comoriência, a herança de ambos é dividida à razão de 50% para os herdeiros de cada cônjuge, se o regime de bens do casamento for o da comunhão universal.
FIM DA PERSONALIDADE E OS SEUS EFEITOS:
a - Dissolução do vínculo conjugal e matrimonial; 
b - Extinção do poder familiar;
c - Extinção da obrigação de alimentos com o falecimento do credor (no caso de morte do devedor, os herdeiros deste assumirão a obrigação até as forças da herança);
d - Extinção dos contratos personalíssimos, etc. 
- Observe que a morte não aniquila com toda a vontade do de cujus (falecido). 
- Sua vontade pode sobreviver por meio de um testamento.
- Ao cadáver, é devido respeito; 
- Aos militares e servidores podem ser promovidos post mortem; 
- Permanece o direito à imagem, à honra, aos direitos autorais, etc. 
DA CAPACIDADE
- Passemos agora ao estudo da Capacidade que é aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações, ou seja, de atuar sozinha perante o complexo das relações jurídicas. 
- Embora baste nascer com vida para se adquirir a personalidade, nem sempre se terá capacidade. 
Obs: A CAPACIDADE É ELEMENTO DA PERSONALIDADE.
A CAPACIDADE DIVIDE-SE EM:
• De Direito ou De Gozo
- Própria de todo ser humano, inerente à personalidade e que só perde com a morte. É a capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. "Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil" (artigo 1º do Código Civil).
• De Fato ou de exercício da capacidade de direito 
- Isto é, de exercitar por si os atos da vida civil. 
- Toda pessoa tem capacidade de direito, mas pode não ter a capacidade de fato, pois pode lhe faltar a plenitude da consciência e da vontade. 
▪ De Direito
- A capacidade de direito não pode ser negada ao indivíduo.
- Mas pode sofrer restrições quanto ao seu exercício (ex.: o “louco”, por ser pessoa, tem capacidade de direito, podendo receber uma doação; porém não tem capacidade de fato, não podendo vender o bem que ganhou).
Quem tem as duas espécies de capacidade(De Direito e a De Fato) tem a capacidade plena.
- Quem só tem a de direito tem capacidade limitada. 
Incapacidade 
- É a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Pode ser absoluta ou relativa.
Legitimação
- Consiste em saber se uma pessoa tem (ou não) capacidade para exercer pessoalmente seus direitos. 
- Cerceiam a legitimação, a saúde física e mental, a idade e o estado. 
- A falta de legitimação não retira a capacidade e se supre pelos institutos: 
• DA REPRESENTAÇÃO 
- para os absolutamente incapazes.
• DA ASSISTÊNCIA
- Para os relativamente incapazes.
As Pessoas podem ser Absolutamente Incapazes ou Relativamente Incapazes conforme veremos a seguir:
1) DOS ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
- Quando houver proibição total do exercício do direito do incapaz, acarretando,em caso de violação, a nulidade do ato jurídico (art. 166, I do CC). 
- Os absolutamente incapazes possuem direitos, porém não podem exercê-los pessoalmente. 
- Há uma restrição legal ao poder de agir por si. Devem ser Representados. 
São absolutamente incapazes (leia agora o art. 3º do CC):
a) Os menores de 16 (dezesseis) anos
- Critério etário, devem ser representados por seus pais ou, na falta deles, por tutores. 
 - São chamados também de menores impúberes. 
 - O legislador entende que, devido a essa idade, a pessoa ainda não atingiu o discernimento para distinguir o que pode ou não fazer. 
- Dado o seu desenvolvimento intelectual incompleto, pode ser facilmente influenciável por outrem.
b) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil 
– Pessoas que, por motivo de ordem patológica ou acidental, congênita ou adquirida, não estão em condições de reger sua pessoa ou administrar seus bens. 
- Abrange pessoas que têm desequilíbrio mental (ex.: demência, paranóia, psicopatas, etc.). 
- Para que seja declarada a incapacidade absoluta neste caso, é necessário um processo de interdição.
INTERDIÇÃO
- Se inicia com requerimento dirigido ao Juiz feito pelos pais, tutorou curador, cônjuge, qualquer parente ou o Ministério Público. 
- O interditando será citado e convocado para uma inspeção pessoal pelo Juiz, assistido por especialistas. 
- O pedido poderá ser impugnado pelo interditando. 
- Será realizada uma perícia médico-legal e posteriormente o Juiz pronuncia o decreto judicial que poderá interditar a pessoa. 
- O decreto judicial de interdição deve ser inscrito no Registro de Pessoas Naturais, tendo, a partir daí, efeito erga omnes (ou seja, relativamente a todos). 
- A senilidade (velhice), por si só, não é causa de restrição da capacidade de fato. Poderá haver interdição se a velhice originar de um estado patológico, como a arteriosclerose, hipótese em que a incapacidade resulta do estado psíquico e não da velhice.
c) Os que, mesmo por causa transitória, não puderam exprimir sua vontade 
– É uma expressão abrangente, que alarga as hipóteses de incapacidade absoluta. 
- Inclui o surdo-mudo que não pode manifestar sua vontade. Se puder exprimir sua vontade, pode ser considerado relativamente capaz ou até plenamente capaz, dependendo do grau de sua expressão, embora impedidos de praticar atos que dependam de audição (ex.: testemunha em testamento). 
- Inclui, também, pessoas que perderam a memória, embora de forma transitória, pessoas em estado de coma, etc.
OBS:
É muito importante notar que o Código Civil não estende a incapacidade:
a) Ao cego (que somente terá restrição aos atos que dependem da visão, como testemunha ocular, testemunha em testamentos, etc.; além disso não poderá fazer testamento por outra forma que não seja a pública); 
b) Ao analfabeto; 
c) À pessoa com idade avançada.
2) RELATIVAMENTE INCAPAZES
- A incapacidade relativa diz respeito àqueles que podem praticar por si os atos da vida civil, desde que assistidos. 
- O efeito da violação desta norma é gerar a anulabilidade do ato jurídico, dependendo da iniciativa do lesado. 
- Há hipóteses em que, mesmo sendo praticado sem assistência, pode o ato ser ratificado ou convalidado pelo representante legal, posteriormente. São relativamente incapazes:
a)Maiores de 16 anos e menores de 18 anos, 
- Sua pouca experiência e insuficiente desenvolvimento intelectual não possibilitam a plena participação na vida civil. 
- São também chamados de menores púberes. 
- Os menores, entre 16 e 18 anos, somente poderão praticar certos atos mediante assistência de seus representantes, sob pena de anulação. 
Os Relativamente Capazes podem fazer mesmo sem Assistência:
- Casar, necessitando apenas de autorização; 
- fazer testamento; 
 -Servir como testemunha em atos jurídicos, inclusive em testamento; 
- Requerer registro de seu nascimento, etc.
OBS:
É muito comum cair nos concursos a seguinte afirmação:
 O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato desobrigar-se, espontaneamente se declarou maior. Isto é previsto no artigo 180
do CC.
b) Ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido 
– alarga-se os casos de incapacidade relativa decorrente de causa permanente ou transitória. 
- Deve haver processo de interdição. Neste processo, averiguando-se que a pessoa encontra-se em situação tal que o impede de exprimir totalmente a sua vontade, pode-se declarar a incapacidade absoluta.
c) Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo 
– Abrange os mentalmente fracos, surdos-mudos e os portadores de anomalia psíquica que apresentem sinais de desenvolvimento mental incompleto. 
- Também haverá regular processo de interdição.
d) Pródigos 
- são os que dilapidam, dissipam os seus bens ou seu patrimônio, fazendo gastos excessivos e anormais. 
- Trata-se de um desvio de personalidade e não de alienação mental. 
- Devem ser interditados e, em seguida, nomeia-se um curador para cuidar de seus bens. 
- Ficam privados, exclusivamente, dos atos que possam comprometer seu patrimônio. 
- O pródigo interditado não pode (sem assistência): emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, agir em juízo, etc. 
- Todavia, pode: 
a- Exercer atos de mera administração;
 
b- Casar-se (no entanto se houver necessidade de pacto antenupcial haverá assistência do curador, pois o ato nupcial pode envolver disposição de bens);
c- Exercer profissão, etc.
ATENÇÃO
Silvícolas (silva – selva; íncola – habitante)
- São os que moram nas selvas e não estão adaptados à nossa sociedade, a finalidade da lei é protegê-los, bem como os seus bens. 
- O atual Código Civil não os considerou como incapazes, devendo a questão ser regida por lei especial (art. 4º, parágrafo único do CC).
- A Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio) coloca o silvícola e sua comunidade, enquanto não integrado à comunhão nacional, sob o regime tutelar. 
- O órgão que deve assisti-los é a FUNAI. A lei estabelece que os negócios praticados entre um índio e uma pessoa estranha à comunidade, sem a assistência da FUNAI é nulo (e não anulável).
- No entanto prevê que o negócio pode ser considerado válido se o silvícola revelar consciência do ato praticado e o mesmo não for prejudicial. 
- Para a emancipação do índio exige-se:
- Idade mínima de 21 anos;
- Conhecimento da língua portuguesa;
- Habilitação para o exercício de atividade útil;
- Razoável conhecimento dos usos e costumes da comunhão nacional - Liberação por decisão judicial. 
Tutela e Curatela
- Embora esse tema se refira ao Direito de Família, gosto de falar sobre ele aqui. 
- Nem todos os editais exigem o Direito de Família. Mas tutela e curatela são pontos que podem cair tanto na Parte Geral do Direito Civil, como no Direito de Família. 
- Assim, é melhor falar sobre o tema duas vezes (se o edital pedir também o Direito de Família) do que não falar sobre o tema. 
TUTELA
- É um instituto de caráter assistencial que tem por finalidade substituir o poder familiar. 
- Ela protege o menor (impúbere ou púbere) não emancipado e seus bens, se seus pais falecerem ou forem suspensos ou destituídos do poder familiar, dando-lhes representação ou assistência no plano jurídico. 
- Pode ser oriunda de provimento voluntário, de forma testamentária, ou em decorrência da lei.
CURATELA
- É um encargo (munus) público previsto em lei que é dado para pessoas maiores, mas que por si sós não estão em condições de realizar os atos da vida civil pessoalmente, geralmente em razão de enfermidade ou deficiência mental. 
- O curador deve reger e defender a pessoa e administrar seus bens.- Decorre de nomeação pelo Juiz em decisão prolatada em processo de interdição. 
- Costuma-se dizer que a natureza da decisão é constitutiva com eficácia declaratória. 
- Os atos praticados depois da decisão são nulos ou anuláveis conforme o interdito seja absoluta ou relativamente incapaz. 
- É possível invalidar ato negocial antes da interdição, desde que se comprove a existência da insanidade, por ocasião da efetivação daquele ato, posto que a causa da incapacidade é a anomalia psíquica e não a sentença de interdição.
Representação e Assistência
- O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de uma deficiência jurídica apreciável. Essa forma de proteção é graduada:
Representação
- Para os absolutamente incapazes. Estas pessoas estão privadas de agir juridicamente e serão representadas. Ex.: um rapaz, com 15 anos, não pode vender um apartamento de sua propriedade.
- Mas este imóvel pode ser vendido através de seus pais que irão representar o menor. No ato da compra e venda este nem precisa comparecer.
Assistência 
- Os relativamente incapazes, já podem atuar na vida civil.
- Alguns atos podem praticar sozinhos; outros necessitam de autorização. Ex.: um rapaz, com 17 anos, já pode vender seu apartamento. Mas não poderá fazê-lo sozinho. Necessita de autorização de seus pais. No ato de compra e venda ele comparece e assina os documentos, juntamente com seus pais.
Atenção Pessoal 
- Por meio da representação e assistência, supre-se eventual incapacidade, e os negócios jurídicos realizam-se regularmente.
Curador Especial 
- Se houver conflito de interesses entre o incapaz e seu representante legal, o Juiz deve nomear um curador especial, para proteger o incapaz.
3) CAPACIDADE PLENA
- A incapacidade termina, via de regra, ao desaparecerem as causas que a determinaram.
- Assim, nos casos de loucura, da toxicomania, etc., cessando a enfermidade que a determinou, cessa também a incapacidade (segundo Clóvis Beviláqua – Comentários ao Código Civil).
- Em relação à menoridade, a incapacidade cessa quando o menor completar 18 anos. 
- Dessa forma, torna se apto a exercer pessoalmente todos os atos da vida civil sem necessidade de ser assistido por seus pais. 
- Não se deve confundir a capacidade civil, com a imputabilidade (responsabilidade) penal, que também se dá aos 18 anos. 
Emancipação
- É antecipação dos efeitos da maioridade é a aquisição da capacidade plena antes dos 18 anos, habilitando o indivíduo para todos os atos da vida civil. A emancipação é irrevogável e definitiva. 
A EMANCIPAÇÃO (leia agora o artigo 5º do Código Civil):
• por concessão dos pais ou de um deles na falta do outro-(emancipação parental ou voluntária) 
- Neste caso não é necessária a homologação do Juiz. Deve ser concedida por instrumento público e registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. O menor deve ter, no mínimo, 16 anos completos. Admite-se a emancipação unilateral (um dos pais) se um deles já faleceu, foi destituído do poder familiar, etc.
• Por sentença do Juiz- em duas hipóteses:
a) Quando um dos pais não concordar com a emancipação, contrariando a vontade do outro; há um conflito de vontade entre os pais quanto à emancipação do filho; 
b) Quando o menor estiver sob tutela. O tutor não pode emancipar o menor. Evita-se a emancipação destinada para livrar o tutor do encargo. A emancipação é feita pelo Juiz, se o menor tiver 16 anos, ouvido o tutor, depois de verificada a conveniência para o bem do menor.
• Pelo casamento 
- A idade nupcial do homem e da mulher é de 16 anos (art. 1.511 CC, exigindo-se autorização de ambos os pais, enquanto não atingida a maioridade). 
- Não é plausível que continue incapaz, depois de casado. 
- O divórcio, a viuvez e a anulação do casamento não implicam o retorno à incapacidade. 
- No entanto o casamento nulo faz com que se retorne à situação de incapaz (se o ato foi nulo, a pessoa nunca foi emancipada, posto que não produz efeitos e é retroativo), salvo se contraído de boa-fé (nesse caso a pessoa é considerada emancipada).
• Por exercício de emprego público 
- Deve ser efetivo; excluem-se, portanto, os diaristas, contratados e os nomeados para cargos em comissão. 
- Há entendimento que deve ser funcionário da administração direta (excluindo-se, assim, os funcionários de autarquias e de entidades paraestatais). 
- Há pouca aplicação prática, pois os concursos, como regra, exigem idade mínima de 18
anos.
• Por colação de grau em curso de ensino superior 
- Também há pouca aplicação prática devido a nosso sistema de ensino.
• Por estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego com economias próprias 
- É necessário ter ao menos 16 anos, pois revela suficiente amadurecimento e experiência desenvolvida. No entanto, na prática, há dificuldade para se provar "economia própria".
Obs. - Serviço Militar
- Hipótese prevista em lei especial - faz com que cesse para o menor de dezessete anos a incapacidade civil, apenas para efeito do alistamento e sorteio militar. Também nunca vi questão deste tipo cair em concurso.
Atenção:
Veja uma questão interessante
- Que já caiu em diversos concursos, misturando conceitos de Direito Penal e Civil. Uma pessoa se casa com 16 anos. Um ano depois, acaba matando seu cônjuge. Ela vai responder criminalmente?
Resposta 
– A emancipação só diz respeito aos efeitos civis. Portanto, para o Direito Penal essa pessoa continua menor (e, portanto, considerada inimputável), ficando sujeita não ao Código Penal, mas ao Estatuto da Criança e Adolescente.
Outra questão:
- Uma pessoa menor se casou. Tornou-se, portanto, capaz. Logo a seguir se divorcia. O divórcio faz com que a pessoa retorne ao estado de incapaz? Resposta – pela nossa Lei, não! Isto é, uma vez alcançada a emancipação, esta não pode ser mais revogada, a não ser em casos especialíssimos, como vimos acima.
QUADRO SINOTICO - PESSOA NATURAL (ou PESSOA FÍSICA)
1 - Conceito 
– Ser humano considerado como sujeito de obrigações e direitos. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1ºCC)
2 – Personalidade
- Conjunto de capacidades da pessoa. Direitos dePersonalidade – arts. 11 a 21 do CC.
a) início da personalidade 
- Nascimento com vida – resguardo dos direitos do nascituro
b) individualização 
- Nome – reconhecimento da pessoa na sociedade- estado – posição na sociedade- domicílio – lugar da atividade social – arts. 70 a 78 CC 
– domicílio necessário – art. 76.
c) fim da personalidade, - morte real com ou sem o corpo - morte presumida - efeitos patrimoniais e alguns pessoais- ausência – sucessão provisória e definitiva - arts. 22 a 39 do CC.
d) comoriência – presunção de morte simultânea de duas ou mais pessoas – art. 8º CC.
3 – Capacidade
a) de direito sendo própria de todo ser humano.
b) de fato o exercício dos direitos. Subdivide-se:
Absolutamente Incapazes
a) menores de 16 anos.
b) enfermidade ou deficiência mental sem discernimento.
c) mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a vontade.
Relativamente Incapazes
a) maiores de 16 e menores de 18 anos.
b) ébrios habituais, viciados em tóxico e os que por deficiência mental tenham discernimento reduzido.
c) excepcionais sem desenvolvimento completo.
d) pródigos.
Regra básica: 
- Os Absolutamente incapazes são REPRESENTADOS
- Os Relativamente são Assistidos por seus representantes legais. 
Capacidade Plena
- OS maiores de 18 anos e emancipados.
Fim apostila Pessoas Naturais

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