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26/04/2014 1 Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Departamento de Fisiologia e Farmacologia Disciplina de Farmacologia BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Odair Alves da Silva Recife 2014 Introdução 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 2 Introdução 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 3 Receptor nicotínico (NM) Receptor nicotínico Introdução 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 4 Bloqueadores neuromusculares O veneno Curare originou os diversos BNM utilizados atualmente. Esse veneno é extraídos de plantas da América do Sul. Possuem intensa e letal ação paralisante. Um de seus principais alcaloides é a tubocurarina, sendo isolada em 1897, obtida em forma cristalina a partir de 1935 e comercializado com os nomes de Tubarine, Tubadil, Mecostrin. 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 5 Strychnos toxifera chondrodendron tomentosum (uva-da-serra, uva-do-mato) Bloqueadores neuromusculares • Os bloqueadores neuromusculares podem ser: − Não-despolarizantes - impede a despolarização sustentada da placa motora; − Despolarizantes - são agonistas e produzem efeito bloqueador a partir da despolarização da placa motora. 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 6 BNM não despolarizantes UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 7 • d-Tubocurarina, Metocurarina, Atracúrio, Cisatracúrio, Mivacúrio, doxacúrio, alcurônio. Benzilisoquinolíneos • Pancurônio, Vecurônio, Rocurônio, Pipecurônio, Rapacurônio. Aminoesteróides • Galamina Aminas cuaternarias BNM não-despolarizantes 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 8 Mecanismo de ação: Antagonismo Competitivo Bloqueio do canal Fechado Aberto BNM não-despolarizantes Farmacocinética: – São escassamente absorvidos por via oral. – Distribuição limitada e incapacidade de atravessar a BHE. – Baixa metabolização . – Eliminação principalmente renal. – O atracúrio e o cisatracúrio sofre biodegradação em pH fisiológico e temperatura de 37o C (Eliminação de Hofmann). – A idade influencia positivamente o bloqueio. – Influência positiva dos anestésicos, particularmente os voláteis. 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 9 Dose inicial Tempo para alcançar o bloqueio máximo (min.) Duração do efeito (min.) Mivacúrio 0,15 3 12-18 Cisatracúrio 0,15 6 13-30 Atracúrio 0,4 2-3 30-40 Rocurônio 0,6 2-8 30-40 Vecurônio 0,1 2 30-40 Pipecurônio 0,07 1 80-100 Tubocurarina 0,5 2-4 80-120 Doxacúrio 0,05 2 90-120 Pancurônio 0,08 2 120-180 BNM não-despolarizantes Farmacocinética: 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 10 BNM não-despolarizantes Ordem de paralisia e recuperação 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 11 Extrínsecos oculares e faciais Membros superiores e inferiores. Pescoço e tronco Intercostais e diafragma Usos Clínicos: Cirurgias relaxamento muscular durante cirurgia. Controle das convulsões Epilepsias, eletroconvulsoterapia Manobras ortopédicas Laringoscopia, broncoscopia. Controle da ventilação ← Recuperação Paralisia → BNM não-despolarizantes Efeitos Adversos: – Irá depender das características farmacocinética e farmacodinâmicas de cada agente. 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 12 Manifestações cardiovasculares • Hipotensão: Liberação de histamina e bloqueio ganglionar (Tubocurarina, atracúrio, pancurônio) • Taquicardia: Ação vagolítica (M2), estimulação simpática direta e indireta (pancurônio e galamina). • Arritmias: Arritmias na combinação halotano-pancurônio. Liberação de Histamina: • Normalmente decorre da administração rápida de grandes doses de alguns BNM • Eritema: face, cervical e tronco. • Hipotensão e taquicardia reflexa. • Broncoespasmo e aumento da secreção brônquica. • Curta duração (1 a 5 minutos), de forma dose dependente. BNM Despolarizantes Os agentes deste grupo são o decametônio e a succinilcolina (suxametônio), entretanto, a succinilcolina é o único agente comercialmente disponível com início de ação rápido e duração ultra-rápida. A rapidez da recuperação se deve a metabolização pela butirilcolinestrase. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 13 BNM Despolarizantes Mecanismo de Ação 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 14 BLOQUEIO DE FASE I • Abertura do receptor • Despolarização da placa terminal • Despolarização da membrana adjacente • Contração muscular generalizada e desorganizada (fasciculações). BLOQUEIO DE FASE II • Ocorre 2 minutos após a aplicação • Exposição continuada ao BNM • Inativação do receptor • Paralisia flácida • Não ocorre flacidez em aves. BNM Despolarizantes Farmacocinética • A succinilcolina é polar e não sofre absorção significativa no trato gastrointestinal. Sua administração é feita unicamente por via IV. • Apresenta meia-vida ultra curta e é metabolizada no plasma pela butirilcolinesterase. Forma succinilmonocolina + colina. • Apresenta início de ação em 1 min. e duração de 5-8 min. 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 15 BNM Despolarizantes Efeitos adversos • Hipertermia Malígna: aumento da temp. corporal e espasmos. Mais comum quando associado ao anestésico geral Halotano. • Choque anafilático: reação imunológica intensa contra a molécula do fármaco. • Bradicardia sinusal : envolve a ativação dos receptores muscarínicos cardíacos no nodo sinusal. Tem incidência maior na segunda dose administrada após curto intervalo da primeira. • Arritmias ventriculares : reduz o limiar para arritmias ventriculares. • Hipercalemia: Eleva os níveis séricos de potássio. • Aumento da pressão intraocular: ação agonista sobre os receptores Muscarínicos. • Dores musculares: causadas pelas fasciculações. Usos Clínicos • Em procedimentos de curta duração em que se deseja um relaxamento rápido e intenso da musculatura esquelética: - Pequenas intervenções cirúrgicas - Manipulações ortopédicas - Intubação endotraqueal 26/04/2014 14:46 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 16 Bloqueadores neuromusculares UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 17 Referências bibliográficas PENILDON SILVA, Tratado de Faromacologia. 8.ed Guanabara Koogan. 2010, pp. 474-491. HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. Goodman & Gilman As Bases Farmacológicas da Terapêutica. McGraw Hill, 11ª ed. 26/04/2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 18