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Inclusão Escolar: Desafios e Possibilidades

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Curso de Psicologia 
Carolina Pastori 
 
 
 
 
 
 
 
INCLUSÃO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul 
Novembro de 2018
Introdução 
Segundo a Declaração de Salamanca (1994), assinada por 92 países e 25 organizações 
internacionais, o princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos 
aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que 
apresentem. 
O presente trabalho ressalta que estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades 
diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários ritmos e estilos de aprendizagem a fim de garantir 
um bom nível de educação para todos. Para isso iremos apontar aspectos necessários de apoios e 
serviços para satisfazer o conjunto de necessidades especiais dentro da escola, tais como currículos 
adequados, boa organização escolar, estratégias pedagógicas e utilização de recursos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Desenvolvimento 
Uma das ideias chave da escola inclusiva é justamente que a escola deve ser para todos, 
todos os alunos, independentemente do seu sexo, cor, origem, religião, condição física, social ou 
intelectual. Nela, todos os alunos estão na escola para aprender participando. Não é só a presença 
física, é pertencer à escola e ao grupo, é fazer parte do todo. Os literatos, Gómez e Terán (2014) 
ressaltam: 
 ‘’[...] conhecimentos de acordo com cada contexto-, e se a sociedade é 
composta por uma multiplicidade de indivíduos com necessidades diferentes, não há 
porque separar uns dos outros. A escola que inclua a todos com as diferenças 
próprias de cada um é a melhor maneira de tornar a sociedade mais humana. ’’ 
(GÓMEZ; TERÁN, 2014, p. 534) 
 
Para que a educação inclusiva seja uma realidade, é necessário criar condições e recursos adequados 
a cada situação, uma vez que atualmente existem muitas barreiras que impedem que isso aconteça, 
como: A dura realidade das condições de trabalho e os limites da formação profissional; O número 
elevado de alunos por turma; A rede física inadequada; O despreparo para ensinar alunos especiais. 
Diferentemente da educação tradicional, na qual são os alunos que precisam se adaptar a mesma, a 
educação inclusiva estabelece um novo modelo onde é a escola que precisa se adaptar às 
necessidades e especificidades do aluno. Segundo Aranha (2003) para a educação inclusiva, o 
currículo deve ser pautado nas diferenças, não sendo o aluno que se adequa a ele, se ajusta as 
condições de ensino, mas é justamente contrária, é a escolar que tem que proporcionar as mudanças 
necessárias para que o aluno consiga acessar o currículo. 
Consultando diferentes autores tais como: Thomas, Walker e Webb (1998), compreenderam 
o que define uma escola inclusiva: 
 Reflete a comunidade como um todo; os seus membros são abertos, positivos e 
diversificados; não seleciona, não exclui, não rejeita; 
 Não tem barreiras, é acessível a todos tanto em termos físicos quanto educativos (currículo, 
apoio e métodos de comunicação); 
 Não é competitiva; 
 Pratica a democracia, a equidade. 
Uma das principais transformações para tornar as escolas em escolas inclusivas é oferecer política 
de formação e educação aos professores, visto que eles são os verdadeiros pilares para a construção 
da inclusão escolar. Contudo, o objetivo não deve ser o de adquirir conhecimento, mas sim, de 
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desenvolver a capacidade de adquirir conhecimentos. Tanto quanto os seus alunos, os professores 
também devem sentir-se incluídos. De acordo com Ambrosetti (1999, p.92). 
 
 “Trabalhar com a diversidade não é, portanto, ignorar as diferenças ou 
impedir o exercício da individualidade. Pelo contrário, esse trabalho envolver o 
favorecimento do diálogo. Neste sentido, constitui imperativo “dar espaço para a 
expressão de cada um e para a participação de todos na construção de um coletivo 
apoiado no conhecimento mútuo, na cooperação e na solidariedade” 
(AMBROSETTI,1999, p.92). 
 
 Nos projetos de formação duas realidades precisam ser consideradas: a pessoa, e a equipe 
(professor/escola). A parceria entre profissionais do Ensino Regular e da Educação Especial 
também é imprescindível, pois assim se tornaria possível desenvolver estratégias e atividades que 
apoiem a inclusão dos alunos especiais. Podemos encontrar essa nova perspectiva nos dizeres de 
Carvalho (2001) para a qual ressalta que especiais devem ser consideradas as alternativas 
educativas que a escola precisa organizar, para que qualquer aluno tenha sucesso, especiais são as 
estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem. 
Colaborando com está confirmação, Araújo (1988) enfatiza que a escola precisa abandonar o 
modelo no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, e introduzir 
uma concepção que considere a diversidade tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares 
quanto no das relações interpessoais. 
Entretanto, outro aspecto que deve ser considerado é a importância da acessibilidade sendo 
um dos primeiros requisitos que possibilita a plena inclusão de acesso dos alunos, pois garante a 
possibilidade, a todos, de chegar até a escola, circular por suas dependências, utilizar 
funcionalmente todos os espaços e frequentar a sala de aula (Aranha, 2004). A educação especial 
visa ampliar a possibilidade de uma criança inclusiva se enquadrar no meio escolar, podendo, 
assim, desenvolver e aprimorar sua capacidade física, cognitiva e de interação social. 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
A partir das pesquisas realizadas, chega-se à conclusão da importância da inclusão escolar 
como meio de democratização social. Visto o crescimento gradual da evasão e fracasso escolar, fica 
nítida a necessidade da aplicação de políticas públicas que considerem a inclusão de crianças e 
jovens com necessidades educativas especiais, às escolas. 
A adaptação das instituições, tanto no âmbito administrativo quanto nas questões de 
infraestrutura, deve ser entendida como prioridade. Contudo, deve-se tomar por conhecimento que 
estas mudanças são efetuadas de maneira progressiva, de modo com que aos poucos as metas sejam 
alcançadas de maneira concreta. Com base nestes pontos, garantir o acesso à educação de qualidade 
a todos, assim assegurar direitos do cidadão e, por consequência, amenizar a desigualdade 
socioeconômica presente no Brasil. 
A educação inclusiva é benéfica para todos, visto que os alunos com necessidades 
educacionais especiais ganham à medida que convivem em um ambiente desafiador, provocador, 
rico em experiências que os incentivem a pensar, e os demais ao terem oportunidade de aprender 
com as diferenças do outro, vivenciarem novas formas de construir conhecimento e de se comunicar 
(libras, braillle). Entretanto a inclusão começa com a chegada deste aluno na escola, mas é preciso 
manter a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
Ambrosetti, N.B. (1999, p.92). O “Eu” e o “Nós”: trabalhando com a diversidade em sala de aula. 
In: Pedagogias das diferenças na sala de aula. Marli André (org.). São Paulo. Editora Papirus. 
Aranha, M. S. F. (2003). Referenciais para construção de sistemas educacionais inclusivos – a 
fundamentação filosófica – a história – a formalização. Versão preliminar. Brasília: 
MEC/SEESP. 
Aranha, M. S. F. (2004). Educação inclusiva: transformação social ou retórica?. In: OMOTE, S. 
Inclusão: intenção e realidade. Marília, SP: Fundepe Publicações. 
Araújo, U. F. D. (1998) O déficitcognitivo e a realidade brasileira. In: AQUINO, Julio Groppa 
(org.): Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. (4ª ed). São Paulo: 
Summus Editorial. 
Carvalho, R. E. (2002). Removendo Barreiras para a aprendizagem. (4ª ed). Porto Alegre: 
Mediação. 
Declaração de Salamanca. (1994). Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades 
Educativas Especiais (pp.11-12). Espanha. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf 
Gómez, A. M. S., Terán, N. E. (2014, p.534). Transtornos de aprendizagem e autismo. Cultural, 
S.A. 
Thomas, G., Walker, D. & Webb, J. (1998). The making of the inclusive school. London: Routledge

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