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Ética e bem estar animal

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Rosangela Ribeiro
Ética e Bem Estar Animal
04
Sumário
CApítulo 3 – Disciplina ÉtICA E BEM-EStAR ANIMAl .............................................................. 06
3.1 Bem-estar dos Animais de Companhia .................................................................................. 06
3.2 Diferentes princípios éticos em relação ao tratamento dado aos animais ..................... 09
3.2.1 utilitarismo ......................................................................................................................... 09
3.3 A importância da legislação em bem-estar animal ............................................................ 15
3.3.1 o que é legislação? ........................................................................................................ 15
3.3.2 por que a legislação é importante para o bem-estar animal? .............................. 17
3.3.3 As principais leis relacionadas ao bem-estar animal no Brasil .............................. 18
3.4 os médicos veterinários e sua importância na promoção do bem-estar animal .......... 21
3.4.1  Códigos de ética do profissional veterinário e o bem-estar animal ..................... 22
3.5 Eutanásia e cuidados paliativos .............................................................................................. 23
3.5.1 Eutanásia ........................................................................................................................... 23
3.5.2 Cuidados paliativos na promoção do bem-estar animal ......................................... 28
06
Introdução
Conforme estudamos, sabemos que o bem-estar animal está relacionado a como os animais 
vivenciam suas vidas em termos de seu estado físico, mental, dos seus sentimentos e dos seus 
comportamentos naturais. É através da ciência do bem-estar animal que tentamos entender 
esses três aspectos tão úteis para a avalição do bem-estar e para a implementação de boas 
práticas que visem sua garantia. 
Sabemos que a nossa convivência  com os animais é  influenciada por nossos valores –  como 
achamos que devemos tratar os animais e o que achamos que é importante para eles. A ciência 
até nos ajuda a entender algumas dessas questões, mas são nossas experiências prévias e 
nossas influências morais e éticas que nos regem em nosso tratamento aos animais. 
Podemos dizer que entender o bem-estar animal requer o conhecimento científico, a ciência. 
Todavia, decidir como aplicar esses conhecimentos científicos envolve a ética.
Dessa forma, torna-se imprescindível entender as principais influências éticas que permeiam as 
decisões individuais e as decisões de diferentes grupos sociais, sejam eles profissionais, membros 
do governo, produtores, tutores, pesquisadores, professores, etc., em relação aos animais. 
Quando pensamos a respeito das muitas decisões que tomamos no dia a dia, vemos que muitas 
delas têm dimensões morais, ou seja, são nada mais nada menos que aplicações éticas.
3.1 Bem-estar dos Animais de Companhia
A maioria dessas decisões tem componentes que vão além dos interesses pessoais e envolvem 
uma preocupação com o outro. E perante a essas preocupações, todos nós possuímos visões 
sobre quais ações são “corretas” e quais são “erradas”. Essas visões sobre o que é certo e o 
que é errado são nossos “valores morais”. E os nossos valores morais (nossa ética pessoal) são 
influenciados por normas sociais, pela ética profissional e, obviamente, se tivermos estudado ética 
– por teorias éticas já bem estabelecidas. 
 • Normas sociais (ou ética social) são regras que surgiram para possibilitar que vivamos 
juntos. A ética social está sempre em evolução conforme o tempo, e pode mudar conforme 
as descobertas científicas avançam, ou quando surgem novas preocupações na sociedade. 
por exemplo, nas ultimas décadas, o consenso de que os animais são sencientes, e que 
sofrem como os humanos, vem crescendo e, portanto, novas legislações vieram ao encontro 
dessa demanda social de evitar o sofrimento desses seres. 
Capítulo3Disciplina ÉtICA E BEM-EStAR 
ANIMAl
07
Ética e Bem Estar Animal
Laureate International Universities
 • A ética profissional tem a ver com a forma como nossa conduta profissional é influenciada 
pelas diretrizes e pelos códigos de ética profissionais de nossa profissão. Essas diretrizes 
variam de país para país. Os códigos de ética profissionais mudam de país para país e 
podem evoluir com a ética social, ou mesmo influenciar essa conduta. Cirurgias estéticas em 
cães e gatos, como, por exemplo, conchectomia, caudectomia e onicectomia não são mais 
permitidas no Brasil desde 2013, mas em algumas partes do mundo, ainda são amplamente 
aceitas pelos proprietários/tutores e são demandas comuns nas clínicas veterinárias. 
 • Nossa ética pessoal também é bastante importante em nossas decisões e é construída ao 
longo de nossa vida a partir de nossas experiências pessoais. por exemplo, você pode ter 
sido criado em uma fazenda pequena e ter tido uma boa experiência com a rotina e o 
manejo dos animais nesse sistema, fazendo com que sua experiência pessoal lhe leve a 
escolher por um sistema parecido ao que você cresceu. Essas experiências e os sentimentos 
associados podem resultar em mudança comportamental – portanto, a ética pessoal pode 
levar você a interceder por mudanças nas formas de criação. 
 • Se você tem mais experiência ou estudo no ramo da ética conceitual ou aplicada, muitas 
vezes pode acabar adotando e se posicionando em relação a uma teoria ética específica 
– como, por exemplo, a teoria utilitarista ou a teoria do direto animal; mas temos que ter 
em mente que nenhuma teoria ética é absoluta.
todos esses ramos da ética compõem o estudo da lógica por trás de nossos valores morais – 
as razões pelas quais devemos nos relacionar com os outros (homens, animais, meio ambiente, 
etc.) de certas formas. E, desta maneira, a ética animal seria o estudo de como devemos nos 
relacionar com os animais, embasando, assim, nossas decisões acerca deles. 
o estudo da ciência do bem-estar animal, na maioria das vezes, recai sobre o pressuposto 
de que temos obrigações morais em relação aos animais; e a forma como esse entendimento 
se dá varia muito de época e local. Mas houve no passado e ainda existem pensadores que 
acham que os animais não requerem nossa consideração moral.
Alguns  filósofos  famosos,  como  o  alemão  Immanuel  Kant  (1724  -  1804)  e  o  francês  René 
Descartes (1596 - 1650), achavam, diferentemente de nós, que os animais não tinham status 
moral,  pois  não  possuíam  consciência  suficiente  para  refletir  sobre  sua  experiência.  Outros 
achavam que os animais não podiam ter status moral, pois não possuíam alma. 
por exemplo, Descartes, negava que os animais poderiam sofrer. para ele, os gritos de um 
animal eram simplesmente “automações de uma máquina”, porém Kant, diferentemente, não 
negou que os animais poderiam sofrer, mas argumentou que seu sofrimento não importava, pois 
não eram racionais, percebidos por eles mesmos. 
 Alguns filósofos modernos, como Peter Carruther (1992) e Jan Naveson (1983), seguem essa 
mesma linha de posicionamento dos pensadores do passado, e se posicionam que pelo fato 
dos animais não possuírem linguagem, consciência e poder de reflexão - eles não podem fazer 
parte de acordos mútuos e não podem retribuir qualquer consideração moral dada a eles. 
Mas Narveon apresenta uma nova visão quando fala que apesar de os animais não demandarem 
consideração moral, é importante tratá-los bem, porque é importante nos comportarmos bem 
e agirmos gentilmente com todos, caso contrário, causamos prejuízos a nosso próprio caráter 
moral. Essa visão é bem parecida com o argumento de algumas religiões, como Hinduísmo e 
Budismo, onde maltratar os animais é errado, pois traz consequências para nós, talvez mesmo 
em outras vidasfuturas. 
08
Mesmo no  século XVII alguns filósofos não compartilhavam da  ideia de que os animais não 
mereciam nossa consideração moral, por não terem alma, ou por não terem consciência. 
O exemplo mais notório desse pensamento contrário a Descartes foi o filósofo inglês Jeremy 
Bentham (1748–1832), que pela primeira vez, em 1789, discorreu que os animais deveriam 
ser protegidos pela lei, fazendo analogias ao direito dos seres diferentes, como explica em sua 
famosa citação:
“The  day may  come when  the  rest  of  animal  creation may  acquire  those  rights  which  never 
could have been with holden from them but by the hand of tyranny. The French have already 
discovered that the blackness of the skin is no reason why a human being should be abandoned 
without redress to the caprice of a tormentor. It may one day come to be recognized that the 
number of legs, the villosity of the skin, or the termination of the os sacrum are reasons equally 
insufficient for abandoning a sensitive being to the same fate. What else is it that should trace the 
insuperable line? Is it the faculty of reason, or perhaps the faculty of discourse? But a full-grown 
horse or dog is beyond comparison a more rational, as well as a more conversable animal, than 
an infant of a day or a week or even a month old. But suppose they were otherwise, what would 
it avail? The question is not, Can they reason? nor Can they talk? but, Can they suffer?
pode chegar o dia em que o resto da criação animal possa adquirir aqueles direitos que nunca 
poderiam ter sido retidos deles, mas pela mão da tirania. os franceses já descobriram que a 
negritude da pele não é motivo para que um ser humano seja abandonado sem a reparação 
do capricho de um atormentador. pode um dia vir a ser reconhecido que o número de pernas, 
a vilosidade da pele, ou a terminação do osso sacro são razões igualmente insuficientes para 
abandonar um ser sensível ao mesmo destino. o que mais é que deve traçar a linha insuperável? 
É a faculdade da razão, ou talvez a faculdade do discurso? Mas um cavalo ou cachorro adulto 
é, sem comparação, um animal mais racional, assim como mais conversável, do que uma criança 
de um dia, uma semana ou até um mês de idade. Mas suponha que fossem de outra forma, o 
que isso valeria? A questão não é, se eles podem raciocinar? Nem se eles podem falar? Mas sim 
se eles podem sofrer!
– Jeremy Bentham, The Principles of Morals and Legislation.
Assim, Bentham traz e discute a seguinte questão: para ser digno de preocupação moral, os 
animais deveriam ter a capacidade de falar, de raciocinar, de argumentar? Então, seguindo 
esse mesmo pressuposto, da mesma forma, bebês e pessoas com alguma deficiência mental 
também não poderiam ser protegidos? Fazendo essa importante analogia, Bentham apresenta 
pela primeira vez a discussão na qual o que importa é a “capacidade deles de sofrer” como 
nós; traz pela primeira vez o conceito de “senciência”, mesmo que não tenha ainda cunhado o 
termo como o conhecemos atualmente.
Esse tipo de base ética também pode ser denominado “consequencialista”, porque é a 
“consequência” de nossas ações que importa – nesse caso, a habilidade de causar sofrimento e, 
seu oposto lógico, a habilidade de causar prazer. A ética consequencialista acredita que o que 
determina o valor moral de nossas ações são as suas consequências e não as nossas intenções 
ou o nosso caráter.
A ciência do bem-estar animal iniciou embasada na ética de que os animais podem sofrer 
de dor ou de experiências negativas. E, atualmente, uma série de estudos trouxe evidências 
científicas sobre essa capacidade, como, por exemplo, a similaridade dos circuitos emocionais 
no cérebro humano e de outros animais; o papel das drogas analgésicas em cirurgias rotineiras; 
a estrutura do caminho da dor, etc. As pesquisas mais atuais também começam a analisar a 
capacidade dos animais de vivenciar emoções positivas similares às emoções humanas como 
prazer, alegria, etc., e sua importância para eles. 
Como veterinários, podemos  facilmente nos  identificar com o argumento de que “os animais 
merecem consideração moral, porque podem sofrer devido a ações humanas”. Entretanto, o 
09
Ética e Bem Estar Animal
Laureate International Universities
reconhecimento moral do sofrimento leva ao problema de como melhor calcular o sofrimento e 
o prazer causados a diferentes grupos de animais, que podem ser afetados pelas nossas ações. 
podemos evitar esse problema argumentando que os animais merecem consideração moral 
não somente por causa do sofrimento que nossas ações podem causar, da consequência, mas 
também porque eles têm valor: que os animais têm um “valor intrínseco” e temos obrigações 
diante disso.
3.2 Diferentes princípios éticos em relação ao 
tratamento dado aos animais
partindo do pressuposto que temos obrigações morais em relação aos animais, pelo simples 
fato de que eles sentem e sofrem como nós, existem algumas teorias éticas que tentam 
responder e embasar nossas obrigações morais em relação a eles, e as principais teorias como 
o utIlItARISMo, o DIREIto dos ANIMAIS e a ÉtICA CENtRADA No AGENtE serão discutidas 
a seguir:
3.2.1 utilitarismo
A teoria ética conhecida como “utilitarismo” enfatiza as consequências das ações. Em particular, 
somos obrigados a maximizar a “utilidade”, o que significa maximizar a felicidade ou o prazer 
em comparação à dor, ao sofrimento, ou seja, todas as nossas ações devem objetivar atingir o 
“maior bem” para o “maior número” de indivíduos. 
Jeremy Bentham pode ser considerado o pai da ética UTILITARISTA; ele acreditava que seres 
que podiam sofrer deveriam ser incluídos no círculo de preocupação moral baseado nesse 
princípio. 
O utilitarismo parece ser simples e flexível, porém pode ser confuso e suscitar dilemas éticos 
quando exige a quebra de certas regras morais para alcançar a melhor consequência. E como 
fazemos os cálculos exatos do maior bem para o maior número de indivíduos, também não é 
claro, especialmente quando o custo-benefício é relativo a cada indivíduo. Seria como alguns 
argumentam: uma lógica onde os fins justificam os meios. 
por exemplo, uma forma utilitarista de análise de custo-benefício é comumente utilizada por 
pessoas  que  discutem  se  vale  a  pena,  ou  se  é  justificável,  a  utilização  de  animais  para  a 
experimentação. Se precisarmos que 100 coelhos sofram moderadamente para ter uma chance 
de 10% de produzirmos uma vacina contra uma doença moderada em seres humanos, como 
fazemos esse cálculo? os custos e os benefícios são contrabalanceados quando alguns indivíduos 
arcam com todos os custos e outros ganham todos os benefícios? No exemplo dado, os custos 
(sofrimento dos coelhos) são conhecidos, mas os benefícios (possível alívio de doenças humanas) 
são incertos. Qual dessas consequências tem maior valor?
Existe também o utIlItARISMo preferencial, onde se considera o valor das consequências 
além de simplesmente prazer e dor. Argumenta que devemos maximizar a satisfação das 
preferências. Se os animais têm preferências, estas devem ser inclusas nos nossos cálculos. 
O mais famoso defensor atual dessa visão é o filósofo australiano Peter Singer. Seus pensamentos 
formaram a base para os conceitos expressos no seu livro Libertação animal, resumidos a seguir.
10
os animais são seres sencientes e podem ter preferências, mas isso não inclui consciência do 
futuro  suficiente  para  ter  o  desejo  de  continuar  vivendo.  Portanto,  para  Singer,  é  aceitável 
matar animais para alimentação se as seguintes condições forem cumpridas:
 • Se os animais têm acesso a uma boa vida (uma que possa satisfazer suas preferências);
 • Se os animais são substituídos por outros animais que não teriam nascido, e que tiveram a 
chance de usufruir de uma boa vida; 
 • Se os animais morrem sem dor ou sofrimento.
Baseado nessavisão, e apesar de 
Singer não ser contra a morte de animais 
para consumo, ele argumenta que, se a 
pecuária industrial moderna ainda não 
permite que os animais tenham uma boa 
vida e que a maioria das criações não 
satisfaz suas preferências, portanto, 
não deveríamos comer produtos de 
origem animal. para os utilitaristas, a 
discussão não se baseia somente no 
conceito de certo ou errado, mas sim de 
conceitos como pior e melhor.
Filósofo Peter Singer.
Fonte: petersinger.info.
outro conceito muito importante dentro da ética utIlItARIStA, trazido pelo Singer em seu 
mais famoso livro Libertação Animal, foi o conceito da “igual consideração de interesses”, que 
argumenta que devemos dar pesos iguais a interesses similares moralmente relevantes, ou seja, 
se bater com uma vara de ferro pontiaguda fere uma cabra tanto quanto machucaria um ser 
humano, devemos evitar causar esse tipo de dor tanto em cabras quanto em seres humanos. 
para Singer, os seres humanos não têm um status moral mais alto que as outras espécies, portanto 
não merecem maior consideração simplesmente por pertencerem a espécie humana.
NÃo DEIXE DE VER...
Se tiver interesse em conhecer mais sobre as ideias desse famoso e controverso filósofo, assista 
ao Programa Café Filosófico – CPFL – através deste link: https://youtu.be/lrzEKcBdHoU. 
Neste programa Peter Singer nos leva a uma reflexão sobre as práticas de produção dos ali-
mentos, e de como nossos hábitos alimentares influenciam o meio ambiente e o nosso bem-estar.
E, dessa forma, adentramos em um segundo conceito muito famoso e que foi bastante desenvolvido 
por Singer, o conceito do “especismo”. A partir da primeira conceituação de Richard Ryder, que 
já em 1973 definia o especismo como a “discriminação contra ou a exploração de certa espécie 
animal por seres humanos, baseado na suposição de superioridade da espécie humana”. o 
especismo é análogo a outros tipos de racismo, pois dá preferência a determinadas espécies 
ou seres em detrimento a outros. 
11
Ética e Bem Estar Animal
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o princípio é relativo à injustiça de tratar os animais diferentemente de nós simplesmente porque 
eles têm características biológicas diferentes. Novamente, se eles são capazes de experiências 
similares às nossas, isso deve ser respeitado quando tomamos decisões sobre como tratá-los. 
A consequência do especismo é que os interesses dos animais não humanos são sempre postos 
em segundo plano quando em confronto com os interesses de seres humanos, mesmo que os 
interesses do animal sejam mais básicos (p. ex., o interesse do animal em viver, em comparação 
com o interesse do ser humano em se alimentar de sua carne ou de vestir sua pele).
Dessa forma, Richard Ryder explica que o que deveria orientar nossa atitude em relação aos 
animais não humanos não é a diferença entre as espécies, mas sim a característica semelhante 
que todos compartilham, que é a capacidade de sentir, a chamada “senciência”. 
portanto, não devemos desconsiderar os interesses e as necessidades básicas dos animais não 
humanos simplesmente por eles pertencerem a outra espécie.
peter Singer, da mesma forma, julga que é especista não levar em conta igualmente os interesses 
de todos os seres sencientes (isto é, capazes de experimentar prazer e dor), pertencidos pela 
consequência de uma ação.
NÃo DEIXE DE VER...
Why animal sentience matters – World Animal Protection
https://vimeo.com/44925786 
Animais Seres Sencientes– World Animal Protection Brasil 
https://www.youtube.com/watch?v=rF1wXCVMDE0 
pARA SABER MAIS...
Se você quer conhecer melhor as ideias e as proposições do filósofo Peter Singer, recomenda-
mos a leitura de seu famoso livro Libertação Animal.
12
NÃo DEIXE DE lER
Desde a primeira edição, em 1975, essa obra inovadora vem conscientizando milhões de pes-
soas sobre o “especismo” – nosso sistemático descaso em relação aos interesses dos animais 
não humanos – e inspirando, em todo o mundo, movimentos pela mudança de nossas atitudes 
em relação aos animais e pelo fim da crueldade que lhes infligimos.
Ou visite o site do filósofo através da web page: http://www.petersinger.info/.
todavia, a abordagem dos DIREITOS dos ANIMAIS difere fundamentalmente do UTILITARISMO, 
que afirma que os animais podem ser utilizados desde que não se cause sofrimento ou que 
tenha consequências adversas para nós. Assim, os animais têm valor somente por causa de sua 
utilidade para nós. Seu valor é “extrínseco”, ou seja, fora deles.
Em oposição a esse pensamento, podemos afirmar que os animais têm um valor “intrínseco”, que 
os animais importam para eles mesmos, independentemente dos efeitos em outros. E as razões 
que fundamentam esse raciocínio são: 
 • os animais têm interesse em viver – eles buscam e lutam para sobreviver, ou seja, sua vida 
importa para eles. Eles podem fazer escolhas e direcionar suas vidas;
 • os animais têm potenciais a cumprir;
 • os animais são sencientes, vivenciam estados mentais positivos, negativos e podem sofrer.
A  existência  dessas  qualidades  intrínsecas  significa  que  temos  obrigações  com  eles  e,  ao 
contrário da lógica do utilitarismo, não devemos causar sofrimento aos animais simplesmente 
por conta das consequências que isso pode gerar ou com o propósito de beneficiar outros. 
Essa teoria é “deontológica”, ou seja, as decisões são baseadas em obrigações ao invés de 
consequências. 
A filosofia dos direitos foi primeiramente enfatizada por Kant, em relação aos humanos, nessa 
época ele não incluiu os animais nessa obrigação moral, utilizando-se do argumento de que os 
animais não são racionais. 
13
Ética e Bem Estar Animal
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A teoria dos DIREITOS dos ANIMAIS foi bastante desenvolvida, nos tempos atuais, pelo 
filósofo americano Tom Regan (1938-2017). Ele argumentava que os animais são “sujeitos de 
uma vida”. Isto é, eles são mais do que simplesmente seres vivos – são conscientes, têm crenças, 
desejos, memória, vida emocional e diversas outras habilidades mentais. tudo isso fornece um 
valor inerente a eles, de onde deriva seus direitos. o direito mais fundamental é o seu direito 
de ter seu valor intrínseco respeitado. 
para Regan, esse valor intrínseco deve ser respeitado e, portanto, não devemos utilizar os 
animais como recursos para os seres humanos, independente dos benefícios que tragam. Essa 
abordagem, também chamada de “abolicionista”, não permite qualquer uso dos animais, 
incluindo o uso para alimentação, vestimenta, experimentação, entretenimento ou para itens de 
luxo, como pele.
utilizar a tEoRIA DoS DIREItoS para tomar decisões não 
requer a avaliação das diferentes consequências. Somente 
precisamos considerar se as decisões respeitam e preservam 
a dignidade individual do animal. 
Em  contraste,  nas  filosofias  UTILITARISTAS,  os  indivíduos 
são considerados como parte de um grupo e o objetivo é 
maximizar o bem para a maioria de indivíduos.
Assim podemos dizer que teoria dos DIREItoS DoS ANIMAIS 
protege o indivíduo, não importando o grupo à qual 
pertence, ou quantos outros podem ou não ser beneficiados.
Filósofo Tom Regan (1938-2017).
Fonte: wikipedia.
Essa visão dos animais é considerada, por muitos, radical e é conflitante com a maior parte 
das práticas de utilização de animais comuns ao redor do mundo. por exemplo, a grande 
maioria das pessoas ainda aceita que podemos matar  os animais  para  nossas  finalidades, 
como, por exemplo, para produção de alimento, vestimenta, etc. Mas também, por outro lado, 
grande parte da sociedade, apesar de consumir animais, acredita que eles têm o direito de ser 
protegidos do sofrimento. Muitas das legislações nacionais e europeias sobre bem-estar animal 
tendem a oferecer essa proteção contra o sofrimento e isso está se tornando um direito legal.Apesar da corrente filosófica do “DIREITO dos ANIMAIS” estar em ampla ascensão em várias 
regiões do mundo, ainda existem muitos argumentos contra a teoria desenvolvida por Regan, 
dentre elas:
 • Não é possível respeitar sempre os direitos de todos, incluindo os seres humanos. 
 • para Regan, é aceitável matar animais em legítima defesa (o que é um interesse humano), 
mas não podemos utilizá-los em pesquisas biomédicas para descobrir medicações que irão 
salvar vidas (outro interesse humano). É contraditório permitir matar animais para salvar a 
vida de uma pessoa em um contexto, mas não em outro.
 • outros argumentos contra a hipótese dos Direitos dos Animais é que ela ignora o valor 
inerente único que os seres humanos têm como agentes morais e que, sendo assim, precisam 
cumprir com as responsabilidades que advêm com os direitos. os animais não podem 
cumprir com as responsabilidades, então não podem respeitar os direitos dos outros animais. 
portanto, o conceito dos direitos animais é falho na opinião de alguns estudiosos. 
14
Existem outros teóricos que defendem a chamada ÉtICA CENtRADA No AGENtE ou 
MoRAlIDADE CENtRADA No AGENtE (do inglês - the agente-centred view), onde discorrem 
que temos deveres e responsabilidades em relação aos animais, pois somos agentes morais. 
por essa ética, também conhecida por alguns como Ética do cuidado ou Ética das virtudes, 
o que está errado em causar sofrimento aos animais não é o fato de eles terem direitos 
(Teoria do Direito dos Animais) ou esse sofrimento ser maior que os benefícios gerados (Teoria 
Utilitarista), mas sim pelo fato disso mostrar uma fraqueza de caráter, uma falta de cuidado 
do agente. A capacidade de cuidar é uma de nossas mais importantes virtudes, assim como o 
respeito, a compaixão, etc. A ética das virtudes fala que são essas virtudes que devem conduzir 
o nosso tratamento aos animais.
podemos dizer que atualmente a principal teoria que rege a maioria das legislações e práticas 
de criação e manejo dos animais bem-estaristas se baseia em argumentos utIlItARIStAS quando 
afirma que é totalmente aceitável usarmos animais não humanos para fins humanos, contanto que 
tratemos esses animais “humanitariamente” e não lhes causemos sofrimento “desnecessário”. E a 
corrente oposta que tem crescido nos últimos anos, a corrente dos abolicionistas e/ou veganos, 
afirma que nós (humanos) não temos justificativa moral para utilizar os animais não humanos 
para nossos fins, por mais “humanitariamente” que os tratemos.
porém, muitas pessoas e sociedades acabam carregando uma mistura dessas visões em suas 
considerações morais em relação aos animais, ou seja, combinam visões utilitárias com visões 
acerca que os animais têm direitos e que também acreditam que faz parte do nosso caráter 
virtuoso tratá-los bem.
pARA SABER MAIS...
Recomendamos ler os principais livros dos autores que tratam da questão dos direitos dos ani-
mais:
Introdução aos Direitos Animais - 
Gary L. Francione – 2013.
Jaulas vazias: encarando o desafio dos 
direitos dos animais - tom Regan – 2006
15
Ética e Bem Estar Animal
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3.3 A importância da legislação em bem-
estar animal
Neste tópico discutiremos os aspectos legais relacionados à legislação em bem-estar animal, o 
papel do médico veterinário e os aspectos relacionados à ética profissional.
3.3.1 o que é legislação?
Legislação pode ser definida como “um conjunto de  leis acerca de determinada matéria ou 
a totalidade das leis de um Estado, ou de determinado ramo do direito” (Dicionário, Aurélio, 
2015). 
Existem ramos específicos da legislação, assim como aquele relacionado ao bem-estar animal, 
que normalmente refletem as preocupações éticas de uma sociedade acerca de um tema e que 
mudam e evoluem de acordo com as diferentes demandas sociais e evolução científica.
Nem toda lei relacionada ao bem-estar animal é denominada “Lei ou código de Bem-Estar 
Animal” ou “Lei de Proteção Animal”. A proteção de alguns ou de todos os animais pode 
estar oculta em leis que foram aprovadas por uma razão muito diferente. É certo dizer que 
todo país no mundo tem leis que impactam os animais, mas isso não significa que todas as leis 
relacionadas aos animais são positivas em relação à proteção de seu bem-estar. Algumas leis 
podem ser prejudiciais ao bem-estar animal, ou seja, o conteúdo dependerá do propósito da 
legislação.
As leis relacionadas aos animais podem ser leis de:
 • Proteção à conservação das espécies: apesar da proteção de espécies ser boa para 
espécies em particular, a legislação pode não especificar nada em relação ao bem-estar 
animal. Uma afirmação de “não matar” ou preservar nem sempre reconhece a senciência do 
animal. Sem esse reconhecimento, a punição pela violação é normalmente mínima – parecida 
com a punição por destruição de propriedade – então não fornece um impedimento forte. 
 • Proibição de atividades: tradicionalmente, leis sobre animais são proibitivas – decretam o 
que não fazer. Proibir ações específicas relacionadas aos animais, como rinhas (p. ex., rinha 
de galos, rinhas de cães, rodeios, touradas, etc.), caça, uso de animais em circos, etc., são 
normalmente positivas para o bem-estar animal.
 • Proibição de crueldade: proíbe a crueldade ou pune a ocorrência de certos atos (bater, 
chutar, queimar, arrastar, abandonar, manter acorrentado, etc.), a ação normalmente tem 
que causar “sofrimento desnecessário” para ser uma violação. Entretanto, esse tipo de 
legislação é limitado a atos proibidos considerados “cruéis”, e existe a necessidade de 
provar que o sofrimento foi causado ao animal. Isso pode causar confusão, pois a tolerância 
pessoal à crueldade difere entre as pessoas, e, comumente, o animal tem que passar por 
dor ou diestresse extremo antes de se considerar que ele “sofreu”. 
 • Controle de métodos de produção, manejo, transporte e abate: por exemplo, estabelecer 
padrões na criação para carne ou leite, etc. São normalmente padrões mínimos que proíbem 
as piores condições consideradas por muitos como crueldade – por exemplo, gaiolas em 
bateria na produção de ovos, gaiolas de gestação na suinocultura, etc. o problema com 
essas leis é que muitas pessoas irão trabalhar para apenas atingir esses padrões exigidos 
16
que na maioria das vezes são mínimos e não tentarão melhorar o nível de bem-estar animal, 
implementando práticas de fato positivas em relação aos animais. 
 • Melhora do bem-estar animal: essas leis tendem a ser prescritivas (isto é, estabelecem o 
que uma pessoa deve fazer) e requerem uma ação positiva para um animal em particular, 
normalmente especificando padrões mínimos de cuidados. Os melhores tipos de legislação 
animal estabelecem um dever de cuidado aos que são responsáveis por um animal, para 
garantir seu bem-estar. leis dessa natureza estabelecem ações positivas que devem ser 
tomadas para melhorar ou estabelecer padrões gerais para o bem-estar. Essas tendem a 
ser mais efetivas em relação à melhoria do bem-estar animal. 
 • Melhora da saúde pública: isso é um exemplo onde a inclusão dos animais na legislação 
pode, na verdade, ser prejudicial para seu bem-estar. Esse tipo de legislação não é 
delineado para melhorar a situação dos animais, então pode permitir o manejo de 
populações com o intuito de garantir a saúde pública e muitas vezes permite o controle 
populacional utilizando-se de métodos cruéis como captura e sacrifício em massa. Apesar 
de ser uma legislação sobre animais, não foi aprovada com o intuito de ajudá-los. Grupos 
de bem-estar animal, às vezes, fazem campanhas pela rejeição desse tipo de legislação, 
pois essa pode permitir a morte desumana de certas espécies, com ausência de punição 
por uso incorreto. 
 • Melhora da saúde animal: algumas leis relativas à saúde animal são aprovadas para 
prevenir a disseminação de doenças. Apesar dasregras serem relativas aos animais, como, 
por exemplo, vacinar todo um rebanho, seu propósito é, normalmente, beneficiar os seres 
humanos – freando doenças que atingem os animais que são criados ou consumidos pelas 
pessoas. Como a proteção das pessoas é essencial, o bem-estar dos animais relevantes 
pode não ser reconhecido ou não ser prevalente.
Muitas vezes a proteção legal dada a um animal não depende simplesmente de sua espécie, 
mas depende de seu status e das circunstâncias. por exemplo, algumas atividades consideradas 
prejudiciais podem ser realizadas em um coelho em laboratório, mas seria ilegal realizá-las 
em um coelho de estimação. É comum existirem exceções para certos animais, principalmente 
os criados para a produção de alimentos e os utilizados em laboratório, mesmo em legislações 
amplas. 
por exemplo, no Reino unido, um coelho é protegido por diferentes legislações, dependendo 
se for um animal de estimação, de produção, de zoológico, de experimentação ou se for 
considerado uma espécie invasora (uma praga). Apesar de fazer sentido reconhecer que as 
necessidades de bem-estar de um coelho são as mesmas para qualquer membro da espécie, 
cada coelho em cada situação recebe proteções diferentes.
Coelho de estimação. Coelho em laboratório.
Fonte: wikipedia .org. 
Coelho selvagem – consider-
ado em muitos locais como 
praga, espécie invasora. 
17
Ética e Bem Estar Animal
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Nas figuras acima,  nós  temos  representados animais de  uma mesma espécie,  em diferentes 
situações e com diferentes tipos de proteção legislativa dentro do mesmo país.
3.3.2 por que a legislação é importante para o bem-estar animal?
Nas últimas décadas, vem sendo notado um aumento de pessoas preocupadas com os animais, 
como estes são criados, como são transportados, abatidos e até mesmo como são utilizados 
em pesquisa, entretenimento, alimentação e companhia e isso, ao longo dos anos, traduziu-se 
em um aumento significativo do número de documentos jurídicos relacionados à proteção e aos 
direitos dos animais. 
Vimos ao longo desta unidade que existem diferentes pontos de vista em relação aos animais, 
baseados em diferentes enfoques éticos que podem levar a diferentes anseios e intepretações em 
relação ao tratamento dado aos animais. por essa razão, torna-se necessário um ordenamento 
jurídico amparado na ciência do bem-estar animal, nos anseios da sociedade e em uma ampla 
discussão ética e que uniformize as condutas. 
Dependendo  desses  valores  e  do  tipo  de  informação  científica  disponível  e  de  diferentes 
anseios, especialistas (e governos, por sua vez) podem chegar a diferentes conclusões sobre 
o que a legislação de proteção animal deve permitir. por essa razão, diferentes países ou 
estados dentro de um mesmo país podem ter legislações bem distintas sobre o mesmo assunto 
relativo à proteção animal. 
Sabemos que as leis têm um importante papel educativo e regulador; e uma importância muito 
grande no apoio às práticas que garantam o bem-estar animal. Mas para que essas leis sejam 
efetivas, elas devem ter as seguintes características:
 • todos os animais sencientes devem ser protegidos pela lei.
 • A lei deve ser claramente escrita – listando as violações e como são violadas – para que 
seja facilmente entendida pelo público e pela indústria.
 • A lei deve ser prescritiva, compreensiva e coerente, listando o que deve ser fornecido para 
cada espécie  (baseado em  suas necessidades fisiológicas e  comportamentais),  conforme 
identificado em pesquisas científicas.
 • A lei deve ser atualizada facilmente de acordo com novos desenvolvimentos científicos.
 • A lei deve ter o maior status legal, tornando possível condenar quem a viola.
 • A  fiscalização  da  lei  deve  ser  de  clara  responsabilidade  de  um  órgão  com  poderes 
suficientes e fundos adequados para exercer esse papel.
 • Idealmente, deve existir um elemento educacional para o público e para a indústria visando 
o entendimento da senciência animal, levando a um decréscimo no número de violações (a 
maior parte dos casos de baixo grau de bem-estar animal é devido à falta de educação 
da pessoa responsável; a partir da explicação sobre o bem-estar e as necessidades dos 
animais, as violações são facilmente corrigidas). 
 • Deve ser construída com participação de diversos setores. 
 • Deve ser entendida e aceita pela sociedade e pelos gestores públicos - claramente redigida.
18
 • Deve ser eficiente (otimização de recursos - $ e pessoas).
 • Deve  ser  ética  e  cientificamente  embasada,  abrangente,  precisa,  avançada,  eficaz  e 
executável.
 • Deve ser adaptada às necessidades e desafios específicos do local.
 • Deve SEMpRE promover o bem-estar, prevenir a crueldade e minimizar o sofrimento de 
animais e pessoas.
 • Deve ATINGIR as três esferas de influência - pessoas, estado (executor) e as autoridades 
(fiscalizador).
Destacamos também que da mesma forma que a legislação é importante no apoio à 
implementação das práticas de bem-estar, a ciência do bem-estar, por outro lado, torna-se 
imprescindível no amparo das decisões legais acerca do tema e o médico veterinário se torna 
crucial no processo de desenvolvimento da ciência do bem-animal e sua disseminação entre os 
atores (sociedade, legisladores, agentes de fiscalização, produtores, tutores, etc.).
3.3.3 As principais leis relacionadas ao bem-estar animal no Brasil
As principais leis relacionadas à proteção dos animais e ao bem-estar animal surgiram nas 
últimas duas décadas, com o amparo de nossa Constituição Federal, de 1988, que já abordava 
em seu Art. 225 que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público 
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Mas, desde 1964, já contávamos com o Decreto-lei n° 24.645/1934, que estabelecia medidas 
de proteção aos animais e descrevia em seu Art. 1º - todos os animais existentes no país 
são tutelados do Estado. pela primeira vez, um ordenamento jurídico brasileiro versava e 
exemplificava  casos  considerados maus-tratos aos animais domésticos,  além de descrever a 
penalidade ao infrator, como descrito em seu Art. 3º - Consideram maus-tratos: 
I. praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal;
II. Manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o 
movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz;
III. obrigar animais a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças e a todo ato 
que resulte em sofrimento para deles obter esforços que, razoavelmente, não se lhes 
possam exigir senão com castigo;
IV. Golpear, ferir ou mutilar, voluntariamente, qualquer órgão ou tecido de economia, 
exceto a castração, só para animais domésticos, ou operações outras praticadas em 
benefício exclusivo do animal e as exigidas para defesa do homem, ou interesse da 
ciência;
V. Abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de 
ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência 
veterinária;
VI. Não dar morte rápida, livre de sofrimentos prolongados, a todo animal cujo extermínio 
seja necessário para consumo ou não;
19
Ética e Bem Estar Animal
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VII. Abater para o consumo ou fazer trabalhar os animais em período adiantado de 
gestação;
VIII. trelar, no mesmo veículo, instrumento agrícola ou industrial, bovinos com equinos, com 
muares ou com asininos, sendo somente permitido o trabalho em conjunto a animais 
da mesma espécie;
IX. Atrelar animais a veículos sem os apetrechos indispensáveis, como sejam balancins, 
ganchos e lanças ou com arreios incompletos, incômodos ou em mau estado, ou com 
acréscimo de acessóriosque os molestem ou lhes perturbem o funcionamento do 
organismo;
X. utilizar, em serviço, animal cego, ferido, enfermo, fraco, extenuado ou desferrado, 
sendo que este último caso somente se aplica a localidades com ruas calçadas;
XI. Açoitar, golpear ou castigar por qualquer forma a um animal caído sob o veículo, ou 
com ele, devendo o condutor desprendê-lo do tiro para levantar-se;
XII. Descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização das respectivas travas, 
cujo uso é obrigatório;
XIII. Deixar de revestir com o couro ou material com idêntica qualidade de proteção, as 
correntes atreladas aos animais de tiro;
XIV. Conduzir veículo de tração animal, dirigido por condutor sentado, sem que o mesmo 
tenha boleia fixa e arreios apropriados, com tesouras, pontas de guia e retranca;
XV. prender animais atrás dos veículos ou atados às caudas de outros;
XVI. Fazer  viajar  um  animal  a  pé,  mais  de  10  quilômetros,  sem  lhe  dar  descanso,  ou 
trabalhar mais de 6 horas contínuas sem lhe dar água e alimento;
XVII. Conservar animais embarcados por mais de 12 horas, sem água e alimento, devendo 
as empresas de  transportes providenciar sobre as necessárias modificações no seu 
material, dentro de 12 meses a partir da publicação desta lei;
XVIII. Conduzir animais, por qualquer meio de locomoção, colocados de cabeça para baixo, 
de mãos ou pés atados, ou de qualquer modo que lhes produza sofrimento;
XIX. transportar animais em cestos, gaiolas ou veículos sem as proporções necessárias ao 
seu tamanho e números de cabeças, e sem que o meio de condução em que estão 
encerrados esteja protegido por uma rede metálica ou idêntica, que impeça a saída 
de qualquer membro animal;
XX. Encerrar em curral ou outros lugares animais em número tal que não lhes seja possível 
moverem-se livremente, ou deixá-los sem água e alimento por mais de 12 horas;
XXI. Deixar sem ordenhar as vacas por mais de 24 horas, quando utilizadas na exploração 
do leite;
XXII. ter animais encerrados juntamente com outros que os aterrorizem ou molestem;
XXIII. ter animais destinados à venda em locais que não reúnam as condições de higiene e 
comodidades relativas;
20
XXIV. Expor, nos mercados e outros locais de venda, por mais de 12 horas, aves em gaiolas, 
sem que se faça nestas a devida limpeza e renovação de água e alimento;
XXV. Engordar aves mecanicamente;
XXVI. Despelar ou depenar animais vivos ou entregá-los vivos à alimentação de outros;
XXVII. Ministrar ensino a animais com maus-tratos físicos;
XXVIII. Exercitar tiro ao alvo sobre patos ou qualquer animal selvagem ou sobre pombos, nas 
sociedades, clubes de caça, inscritos no Serviço de Caça e pesca;
XXIX. Realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécie diferente, 
touradas e simulacros de touradas, ainda mesmo em lugar privado;
XXX. Arrojar aves e outros animais nas casas de espetáculos e exibi-los, para tirar sortes 
ou realizar acrobacias;
XXXI. transportar, negociar ou caçar, em qualquer época do ano, aves insetívoras, pássaros 
canoros, beija-flores, e outras aves de pequeno porte, exceção feita das autorizações 
para fins científicos, consignadas em lei anterior.
Mas a principal lei hoje em vigor é a Lei de Crimes Ambientais, a Lei Federal 9605/1998 que 
“Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas 
ao meio ambiente, e dá outras providências” e em seu Artigo 32 discorre:
ARt 32. praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou 
domesticados, nativos ou exóticos:
pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, 
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
outras iniciativas são importantes quando pensamos em ordenamento jurídico relacionado ao 
bem-estar animal. 
Em 2011, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou, através da 
poRtARIA nº 524/2011, a Comissão Técnica Permanente de Bem Estar Animal – CTEBEA, 
que tem como objetivos principais: Coordenar ações referentes a BEA, nos animais de produção 
e interesse econômico, em toda a cadeia produtiva; Desenvolver e propor “standards” e 
recomendações técnicas de boas práticas relativas ao BEA; Estimular e promover eventos 
relacionados aos assuntos da CtBEA; promover treinamentos para os vários atores envolvidos 
na cadeia de produção animal; Articular entre representantes da cadeia de produção animal 
e pesquisas; propor publicação e divulgação de material técnico sobre o tema BEA; Encorajar 
e propor acordos, convênios e termos de cooperação, com entidades públicas e privadas para 
fomento de ações ligadas ao bem-estar. Em 2008 já tinha sido criada a Instrução Normativa nº 
56/2008 que “Estabelece recomendações de boas práticas em BEA em sistemas produtivos 
e no transporte de animais”.
outra instrução normativa importante, relacionada ao bem-estar dos animais de produção, é 
a Instrução Normativa nº 03/2000: que estabeleceu as normas para o abate humanitário. 
21
Ética e Bem Estar Animal
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Apesar de termos um arcabouço jurídico que legisla e regulamenta questões relacionadas 
ao direito dos animais e ao bem-estar animal e de que essa área tenha evoluído nas últimas 
décadas. Ainda há muitos desafios não só relacionados à fiscalização e ao cumprimento das leis 
e normas, mas também os desafios relacionados ao risco de retrocesso em relação a algumas 
práticas e de exploração animal, como utilização de animais em provas de entretenimento 
como rodeios, vaquejadas, etc.
3.4 os médicos veterinários e sua importância 
na promoção do bem-estar animal
Como dissemos anteriormente, os veterinários têm um papel importantíssimo e a sociedade 
demanda atualmente uma atuação profissional que englobe capacidade crítica em questões 
de bem-estar animal (BEA) e amplo respaldo técnico no que tange à análise das condições de 
vida dos animais. Ao trabalharem diretamente com animais, esses profissionais são os principais 
responsáveis pelo seu bem-estar e exercem um papel preponderante no desenvolvimento dessa 
questão, não só através de suas próprias ações, mas também influenciando as autoridades, os 
legisladores e o público em geral. 
De acordo com as recomendações expressadas pela OIE (Organização Mundial de Saúde 
Animal, World Organisation for Animal Health), “os veterinários devem receber formação em 
bem-estar animal e ética, pois há necessidade de preencher a crescente demanda em cumprir as 
exigências éticas e legais, que cada vez mais incluem elementos em bem-estar animal”.
Como veterinário, você pode ser a pessoa que mais tem chances de encontrar contravenções 
legais relativas ao bem-estar animal. Entretanto, você pode relutar em denunciar um cliente 
(p. ex., dono de uma granja de galinhas poedeiras ou um tutor de um cão) às autoridades, 
porque se sente responsável pelo cliente e porque pode ter medo de fazer com que ele perca 
o negócio, ou seja preso. Mas, por outro lado, seus outros clientes podem deixar de contratá-lo 
se considerarem que você não cumpriu com suas obrigações profissionais, ou que não tenha feito 
nada para impedir um caso de maus-tratos. 
Essas situações são bastante delicadas e demandam um senso crítico aguçado e muitas vezes 
rapidez na tomada de decisão. Em muitos casos, onde se está diante de uma situação onde 
o animal está sendo prejudicado, o ideal seria iniciar uma abordagem com o cliente ou tutor, 
informando a ele qual foi a contravenção, educando-o a não cometer mais o mesmo erro, 
explicando sobre os direitos em relação aos animais, e se isso não surtir efeito ou dependendo 
da gravidade do caso, seguir informando aos órgãosfiscalizadores locais para que eles tomem 
as providências cabíveis naquele caso. Sempre temos que ter em mente que, ao contrário 
dos seres humanos, os animais são incapazes de sair de uma situação de sofrimento ou de 
não atendimento de suas necessidades, portanto dependem das pessoas para se protegerem 
em uma situação de maus–tratos. Se você não puder educar o proprietário ou tutor a agir 
positivamente com o animal ou com outros animais que estão sob sua responsabilidade, a 
melhor coisa a fazer é denunciar o fato a um órgão fiscalizador e tentar colocar o animal em 
segurança. 
Como veterinário, você também pode agir como um perito, ou seja, ser envolvido em casos 
legais para fornecer uma opinião especializada (acusação ou defesa) onde existe uma suspeita 
de violação de uma lei de proteção animal. 
22
Existem muitas outras formas  também pelas quais os veterinários podem influenciam o bem-
estar animal, como profissionais e como indivíduos, como, por exemplo:
 • Na contribuição aos estudos voltados ao bem-estar animal; 
 • Na identificação e denúncia de casos de maus–tratos; 
 • Na investigação e perícia de casos de maus-tratos; 
 • Na implementação de boas práticas de manejo e criação de animais; 
 • No manejo da dor em suas rotinas de trabalho, na promoção da medicina preventiva, com 
vacinas, esterilizações, etc.;
 • Nas suas decisões éticas sobre a melhor conduta frente ao animal;
 • Na comunicação e educação de proprietários/tutores, manejadores, produtores, etc.; 
 • No aconselhamento a legisladores e órgãos reguladores; 
 • No desenvolvimento de políticas em relação aos atos médicos veterinários;
 • Na participação ativa nos conselhos de classe para a formulação de guias, resoluções e na 
construção de um código de ética profissional que possa garantir o bem-estar dos animais. 
Em  relação  à  nossa  conduta  profissional  frente  ao  tema,  existem  inúmeras  resoluções  e  um 
código de ética  regulamentado pelo Conselho Federal de Med. Veterinária CFMV que nos 
norteiam e ajudam na nossa atuação em prol do bem-estar animal. 
3.4.1 Códigos de ética do profissional veterinário e o bem-estar 
animal
De acordo com a resolução nº 1138, de 16 de dezembro de 2016, que estabelece o novo 
Código de Ética do Médico Veterinário, e as atribuições do médico veterinário conferidas 
no CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, podemos destacar os artigos 3º e 4º que 
discorrem:
Art. 3º Empenhar-se para melhorar as condições de bem-estar, saúde animal, humana, 
ambiental, e os padrões de serviços médicos veterinários.
 Art. 4º No exercício profissional, usar procedimentos humanitários preservando o bem-estar 
animal evitando sofrimento e dor.
E o Art. 6º - São deveres do médico veterinário, podendo ser destacados os seguintes 
parágrafos:
I. Aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em 
benefício dos animais, do homem e do meio-ambiente;
VIII. Denunciar pesquisas, testes, práticas de ensino ou quaisquer outras realizadas com 
animais sem a observância dos preceitos éticos e dos procedimentos adequados;
23
Ética e Bem Estar Animal
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XIII. Realizar a eutanásia nos casos devidamente justificados, observando princípios básicos 
de saúde pública, legislação de proteção aos animais e normas do CFMV;
Nesse  caso,  vemos  que  a  profissão  do  médico  veterinário  possui  um  importante  papel  no 
cumprimento das normas que regem a proteção à saúde e bem-estar dos animais, exercendo 
também um papel preponderante como agente de denúncia e fiscalização.
NÃo DEIXE DE lER
Se você quiser ler o Código de Ética do Médico Veterinário e conhecer os seus direitos e de-
veres profissionais, acesse: http://portal.cfmv.gov.br/pagina/index/id/62/secao/2.
3.5 Eutanásia e cuidados paliativos
3.5.1 Eutanásia
o termo eutanásia deriva do grego “eu” (boa) + “thanatos” (morte), ou seja, significa literalmente 
“boa morte”. Para a medicina veterinária, significa "causar a morte humanitária de um animal 
em seu próprio benefício", como definiu Donald Bromm, em 2007. 
 O nosso conselho federal de medicina veterinária CFMV definiu, em 2013, eutanásia como 
“a indução da cessação da vida animal, por meio de método tecnicamente aceitável e 
cientificamente comprovado, observando sempre os princípios éticos”.
É muito importante não confundir “eutanásia” com outros termos como abate, que seria “causar 
a morte de animais para consumo humano” (oIE, 2009); Sacrifício emergencial ou sanitário, 
que seria “o sacrifício em massa de espécies produtivas para o controle de doenças”, como, 
por exemplo, para controle da influenza aviária ou febre aftosa; e Morte humanitária, onde 
se mata um animal por interesses externos a ele, mas se utiliza “um método que provoca perda 
de consciência rápida e irreversível, com o mínimo de dor e diestresse ao animal” (oIE, 2011).
A eutanásia difere desses conceitos, pois é sempre considerada um “ato de misericórdia” em 
relação ao animal. pelo fato da eutanásia ser motivada pela compaixão em relação ao animal, 
e não por um benefício humano, é diferente de abate, do sacrifício sanitário, etc. 
E por que é importante falarmos desse tema quando estamos discutindo bem-estar animal e 
ética? 
porque a eutanásia pode ser uma das ferramentas de promoção de bem-estar, pois serve 
para evitar o sofrimento dos animais (ICAM, 2012) e, geralmente, em medicina veterinária ela 
acontece: 
 • Quando um animal tem uma doença incurável, irreversível e está em um estado de sofrimento 
que não pode ser amenizado ou manejado;
 • Em casos de sofrimento extremo, que qualquer atraso na eutanásia pode ser considerado 
maus-tratos;
24
 • Quando o animal tem um problema de saúde física ou comportamental sério sem nenhum 
prognóstico de recuperação. 
As decisões acerca da eutanásia podem ser consideradas um importante dilema dentro da 
nossa profissão, pois envolvem diferentes percepções acerca desse tema.
pessoas de diferentes culturas e religiões trazem diferentes ensinamentos sobre o valor da 
vida animal e diferentes visões sobre se devemos ou não matar animais por qualquer razão. 
por exemplo, as religiões budistas e hinduístas advertem contra provocar a morte de qualquer 
espécie; no entanto, o islamismo, o cristianismo e o judaísmo não se opõem a matar animais, mas 
instruem que devemos sempre tratar os animais com consideração. outros, mesmo não levando 
em conta suas crenças religiosas ou culturas, acreditam que o sofrimento é uma característica da 
vida e a prevenção do sofrimento pelo encurtamento da vida não é natural. 
Entretanto, em muitas partes do mundo, o consenso é que o sofrimento pode ficar tão severo 
e incurável que matar, de forma humanitária, é a única forma de aliviá-lo. Nessa linha de 
pensamento, a morte humanitária é justificada. 
Mas até mesmo a  interpretação do que  é  “justificado”  e  “humanitário”  pode  ser  subjetiva. 
Dessa maneira, a ciência, os códigos de ética médica e as resoluções acerca do tema podem 
nortear os veterinários em suas decisões e recomendações junto aos tutores, proprietários de 
granjas, etc. 
Várias instituições veterinárias ao redor do mundo fornecem diretrizes sobre a morte humanitária 
de animais. Alguns recursos úteis são:
 • Associação  Americana  de  Médicos  Veterinários  (2014):  https://www.avma.org/KB/
policies/pages/Euthanasia-Guidelines.aspx; 
 • organização Mundial de Saúde Animal (oIE) – Código Sanitário de Animais terrestres 
(2017): www.oie.int/en/international-standard-setting/terrestrial-code/access-online/; 
 • ICAM (Manejo de Animais de Companhia Internacional – 2007) – 
 • Métodos de eutanásia em cães e gatos, comparações e recomendações: http://www.icam-
coalition.org/downloads/ICAM-Euthanasia%20Guide-ebook.pdf. 
Mas a mais importante publicação nacionala respeito do tema no Brasil é a resolução nº 
1000,  publicada em 11 de maio de 2012, pelo CFMV, que dispõe  sobre procedimentos  e 
métodos de eutanásia em animais e dá outras providências.
Nessa resolução, o CFMV indica no Art. 3º que a eutanásia pode ser indicada nas situações 
em que: 
I. o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de 
eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio 
de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; 
II. o animal constituir ameaça à saúde pública; 
III. o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente; 
IV. O animal for objeto de atividades científicas, devidamente aprovadas por uma Comissão 
de Ética para o uso de Animais - CEuA; 
25
Ética e Bem Estar Animal
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V. o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal 
se destina ou com os recursos financeiros do proprietário. 
E o Art. 4º descreve quais são os princípios básicos norteadores dos métodos de eutanásia:
I. Elevado grau de respeito aos animais; 
II. Ausência ou redução máxima de desconforto e dor nos animais; 
III. Busca da inconsciência imediata seguida de morte; 
IV. Ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade; 
V. Segurança e irreversibilidade; 
VI. Ausência ou mínimo impacto ambiental; 
VII. Ausência ou redução máxima de risco aos presentes durante o procedimento; 
VIII. Ausência ou redução máxima de impactos emocional e psicológico negativos no operador 
e nos observadores. 
outro ponto bastante importante nessa resolução é o Art. 5º que versa - É obrigatória a 
participação do médico veterinário na supervisão e/ou execução da eutanásia animal em 
todas as circunstâncias em que ela se faça necessária.
Em 2013, o CFMV, após a promulgação da Resolução Nº 1000 e com o intuito de “uniformizar 
os procedimentos relacionados à eutanásia, observando a diversidade das espécies envolvidas 
e a multiplicidade dos métodos aplicados, bem como vir a suprir a necessidade de seguir 
diretrizes e normas que garantam o atendimento aos princípios de bem-estar animal e respeito 
aos parâmetros éticos”, publicou o Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em 
Animais.
NÃo DEIXE DE lER
Se você quiser ler o Guia Brasileiro de Boas práticas para Eutanásia em Animais, acesse: 
http://portal.cfmv.gov.br/uploads/files/Guia%20de%20Boas%20Pr%C3%A1ticas%20
para%20Eutanasia.pdf.pdf.
 
26
Em relação às obrigações profissionais frente ao procedimento de eutanásia, o CFMV indica em 
seu guia que o médico veterinário deve sempre: 
1. Garantir que os animais submetidos à eutanásia estejam em ambiente tranquilo e adequado, 
respeitando os princípios básicos norteadores desse método; 
2. Atestar a morte do animal, observando a ausência dos parâmetros vitais; 
3. Manter os prontuários com as técnicas e os métodos empregados sempre disponíveis para 
fiscalização pelos órgãos competentes; 
4. Esclarecer ao proprietário ou responsável legal pelo animal, quando for o caso, sobre o 
ato da eutanásia;
5. Solicitar autorização, por escrito, do proprietário ou responsável legal pelo animal, para a 
realização do procedimento, quando for o caso; 
6. permitir que o proprietário ou responsável legal pelo animal assista ao procedimento, 
sempre que o proprietário assim desejar, desde que não existam riscos inerentes. 
tanto a resolução nº 1000 quanto o Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em 
Animais indicam quais são os métodos aceitos e os não aceitos para cada espécie animal.
VoCÊ SABIA...
Em relação aos protocolos de eutanásia para cada espécie, existem diversos outros guias, 
indicados por conselhos e órgãos federais. podemos destacar a nova Diretriz da prática de 
Eutanásia do CoNCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), criada 
através da Resolução Normativa nº 37, que aprova novas orientações para os procedimentos 
de eutanásia realizados em animais em atividades de ensino ou de pesquisa científica. Entre as 
importantes mudanças, podemos destacar que essa supervisão ressalta a obrigatoriedade do 
médico veterinário como Responsável técnico (Rt) nas instalações para a realização do pro-
cedimento. Essa resolução pode ser acessada no link: http://www.mctic.gov.br/mctic/export/
sites/institucional/institucional/concea/arquivos/legislacao/resolucoes_normativas/Resolu-
cao-Normativa-n-37-Diretriz-da-pratica-de-Eutanasia_site-concea.pdf.
Em relação aos guias publicados pelos principais órgãos norteadores da atividade, podemos 
destacar que a escolha do método de eutanásia é extremamente importante para assegurarmos 
o bem-estar dos animais e para evitar qualquer tipo de sofrimento desnecessário. E esse deve 
sempre promover a perda da consciência de forma rápida, precedendo qualquer experiência 
emocional ou física desagradável, seguida de parada cardíaca e respiratória e perda da 
função cerebral. 
para isso, recomenda-se sempre o uso de anestésicos injetáveis - barbitúricos, propofol, etc. o 
uso isolado de anestesia dissociativa, com cloridrato de cetamina e cloridrato de xilazina, só é 
indicado para contenção química, uma vez que não causa anestesia geral. 
E indicam os requisitos necessários para os procedimentos de eutanásia, que são:
 • perda da consciência sem dor, estresse, ansiedade, sofrimento físico e mental;
 • tempo até inconsciência de até 30 segundos;
 • Segurança para os operadores;
27
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 • Irreversibilidade do método; e
 • Compatibilidade com a espécie, idade, estado de saúde, comportamento e condição do 
animal.
A questão da eutanásia na medicina veterinária também levanta outra importante discussão ética 
em relação ao peso emocional que essa traz aos profissionais. Existem estudos demonstrando 
que o médico veterinário está cinco vezes mais presente nos momentos de eutanásia de seus 
pacientes  do  que  outros  profissionais  da  área  da  saúde  (SHAW,  2007),  e  esse  fato  vem 
colaborando para  inúmeros problemas nos profissionais envolvidos. Como descritos a  seguir, 
por Stewart, em 1999:
“A maioria veterinários e funcionários que trabalham em abrigos públicos, privados ou centro 
de controle de zoonoses e que lidam com ‘eutanásia’ de animais saudáveis desenvolvem stress, 
depressão, vícios, devido à extrema carga emocional envolvida e muitas vezes devido ao 
preconceito gerado entre colegas e sociedade em relação a esses profissionais.”
outro ponto bastante discutido é sobre quem decide acerca da eutanásia de um animal, quem 
decide que o animal precisa ser eutanasiado?
Apesar de o veterinário ter um papel importantíssimo no aconselhamento da tomada de decisão, 
de maneira geral, a decisão final de eutanasiar é normalmente tomada pelo proprietário/tutor 
de um animal de estimação. Muitos tutores têm conhecimento e bom senso sobre a condição de 
saúde e o grau de sofrimento do seu animal, visto em relação ao tratamento e prognóstico, mas 
ainda há muitos que apresentam uma obstinação terapêutica ou ficam em negação em relação 
à doença, ao sofrimento e ao prognóstico de seus animais. 
Nesse caso, a demora da decisão sobre a eutanásia pelo tutor pode prolongar o sofrimento 
desnecessário do animal, através do prolongamento de diestresse, desconforto e dor.
os veterinários sabem o quão bem os animais respondem aos tratamentos e quanto podem 
tolerar as intervenções e os procedimentos terapêuticos ou paliativos. Normalmente, essa 
combinação do conhecimento do tutor e do veterinário faz com que seja relativamente fácil 
para os tutores tomarem uma decisão informada sobre se devem eutanasiar o animal. 
legalmente, na maioria das jurisdições, os animais são considerados bens e são propriedade e 
os veterinários não podem decidir oque fazer com um animal, ou seja, nesses casos somente o 
proprietário pode autorizar a eutanásia. Eticamente, é importante que o veterinário respeite a 
autonomia do tutor e não utilize a culpa ou a manipulação para influenciar a decisão do tutor 
sobre a eutanásia. Entretanto, é primordial que esse profissional aconselhe seu cliente na melhor 
tomada de decisão sempre levando em conta o bem-estar do animal, encorajando a eutanásia 
quando não existir nenhum tratamento possível, quando o animal estiver em grande sofrimento 
ou mesmo desencorajá-la quando há chances de recuperação.
Quando os animais não possuem um tutor, por exemplo, animais abandonados recolhidos por 
um serviço de controle de zoonoses, a eutanásia somente deve ser indicada em casos previstos 
pela legislação local, levando em conta os preceitos éticos e legais e após terem sido utilizados 
todos os recursos possíveis para evitar o sofrimento do animal. 
Alguns estudiosos indicam matrizes éticas para auxiliar médicos veterinários e tutores na 
tomada decisão; como a matriz desenvolvida pela IFAW, encontrada na página 19, do Guia 
“The welfare basis for euthanasia of dogs and cats and policy development”, da ICAM - 
International Companion Animal Management Coalition.
28
3.5.2 Cuidados paliativos na promoção do bem-estar animal
Com a crescente manutenção de animais de companhia, cada vez mais encontramos famílias 
com pelo menos um cão ou um gato. No Brasil, de acordo com o último levantamento publicado 
pelo IBGE, em 2015, 44,3% dos domicílios brasileiros possuía pelo menos um cão e 17,7%, pelo 
menos um gato. o mesmo estudo demonstrou, através de amostragens, que Brasil possuía um 
número de 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos domiciliados.
Ao mesmo tempo vemos uma crescente preocupação com a qualidade de vida desses animais, 
que já são considerados como entes familiares, quando esses apresentam doenças graves e 
terminais, uma grande parte dos tutores demonstra querer manter seus animais vivos até o 
momento final com a maior qualidade de vida possível, negando-se a abandoná-los à própria 
sorte ou a abreviarem suas vidas. 
Nesse momento, os veterinários são demandados a oferecerem alternativas viáveis e 
humanitárias à eutanásia, mesmo sabendo do mau prognóstico da doença. 
Esses cuidados são chamados de Cuidados paliativos e consistem em uma série de procedimentos 
que auxiliam a qualidade de vida quando não se pode curar uma enfermidade, seja por 
limitações da medicina ou por limitações financeiras do tutor. 
o conceito de Cuidados paliativos originou-se na medicina humana, sendo que desde 1990 a 
OMS o definiu como “os cuidados necessários para ajudar um paciente, uma pessoa, que tenha 
uma enfermidade grave ou uma enfermidade terminal a se sentir melhor. ou seja, são cuidados 
prestados não só físicos, como também emocionalmente, e até socialmente a uma pessoa que 
tenha uma doença grave ou está no final de sua vida, para que essa pessoa se sinta melhor com 
ela mesma e possa ter uma melhor qualidade de vida”.
No entanto, na medicina veterinária, esse conceito é mais novo, e surgiu pela primeira vez 
na década de 1980, representando uma nova opção frente a situações comuns de animais 
senis ou com doença sem expectativa de cura, entretanto, ainda não se apresenta como única 
possibilidade a ser oferecida aos tutores de pacientes terminais.
Diante da crescente demanda por esses novos conceitos, torna-se muito importante que o 
profissional veterinário conheça as  indicações e as técnicas de cuidados paliativos, visto que 
muitas escolas e associações têm voltado seus estudos a novas terapêuticas para cura ou para 
as indicações de eutanásia, deixando de lado as discussões relacionadas a esses cuidados. 
A indicação veterinária para se colocar um paciente animal em cuidados paliativos ocorre 
comumente nas seguintes situações: Diagnóstico de doença terminal, onde não há chances de 
cura; Doença crônica e progressiva de difícil manejo terapêutico, estado geriátrico terminal; 
Falha na terapêutica curativa; Sinais clínicos graves de doença crônica que interferem com a 
rotina normal ou parâmetros de qualidade de vida; e Doenças progressivas com complicações.
A associação internacional de cuidados paliativos para animais (The International Association 
for Animal Hospice and Palliative Care - IAAHPC) define Cuidados Paliativos como “manejo de 
pacientes de cuidados paliativos que progrediram de tal forma que a morte provavelmente 
ocorrerá dentro de um período de dias a semanas”.
O objetivo dos “cuidados paliativos” é identificar e aliviar uma ampla gama de sofrimentos físicos 
e emocionais que podem ser experimentados pelos animais que apresentam doenças terminais 
como  dor  aguda,  dor  crônica,  desconforto,  fome,  dificuldade  de  se  alimentar,  dificuldade 
29
Ética e Bem Estar Animal
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de  respirar, dificuldade de  se  locomover,  reações adversas à medicação, dificuldade de  se 
autolimpar, ansiedade, tédio, isolamento, etc. 
os cuidados paliativos provêm assistência emocional, social e física, como descritas na pirâmide 
a seguir:
Necessidade de
Auto-Realização
Necessidade
de Auto-Estima
Necessidade
Sociais
Necessidade
de Segurança
Necessidade
Fisilógicas
Os princípios dos cuidados no fim da vida, conhecidos em inglês como End of Life care (Eol), 
estão resumidos nesse quadro, publicado na página 345 do “End of life guideline”, pela 
IAAHPC, em 2016. 
Em relação às indicações de cuidados paliativos ou eutanásia, esta escolha deve sempre partir 
como uma indicação, recomendação do médico veterinário ao tutor. o prognóstico reservado 
e sem opção de tratamento ou de cuidados paliativos só deve ser indicado ao tutor quando se 
esgotam todas as opções da manutenção da vida com qualidade. Essa limitação pode ser da 
própria medicina, bem como do tutor, quando este se torna incapaz de promover os cuidados 
paliativos adequados. Diante dessa situação, a eutanásia pode ser sugerida pelo médico 
veterinário para evitar maior sofrimento e só deve ser indicada quando todas as possibilidades 
de prover uma qualidade de vida se exaurirem. 
30
Síntese
Diante dessa nova possiblidade dentro da medicina veterinária, os médicos veterinários têm 
por obrigação ética e profissional orientar os clientes  sobre a disponibilidade dos cuidados 
paliativos como opção de tratamento no caso de prognóstico desfavorável. 
A obrigação do profissional que indica e maneja os cuidados paliativos está intimamente ligada 
com a garantia do bem-estar, mas vai além de cuidar da saúde física e emocional do seu 
paciente animal, e se estende também ao respeito pelos limites emocionais e financeiros dos 
tutores, procurando sempre manter uma total transparência em relação ao prognóstico, ao 
tratamento paliativo, se colocando à disposição para ajudar nos momentos críticos onde haja a 
necessidade de tomadas de decisões mais críticas. 
31
Ética e Bem Estar Animal
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WORLD ANIMAL PROTECTION. Conceitos em Bem-estar animal, 3. ed. 2012.
	Disciplina ÉTICA E BEM-ESTAR ANIMAL
	3.1 Bem-estar dos Animais de Companhia
	3.2 Diferentes princípios éticos em relação ao tratamento dado aos animais
	3.2.1 Utilitarismo
	3.3 A importância da legislação em bem-estar animal
	3.3.1 O que é legislação?
	3.3.2 Por que a legislação é importante para o bem-estar animal?
	3.3.3 As principais leis relacionadas ao bem-estar animal no Brasil
	3.4 Os médicos veterinários e sua importância na promoção do bem-estar animal
	3.4.1 Códigos de ética do profissional veterinário e o bem-estar animal
	3.5 Eutanásia e cuidados paliativos
	3.5.1 Eutanásia
	3.5.2 Cuidados paliativos na promoção do bem-estar animal

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