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14/11/2013 1 Antiinflamatórios Analgésicos Antipiréticos Prof. Edem Oliveira Milhomem Farmacêutico Generalista 1 Inflamação: uma RESPOSTA! Resposta de um organismo homeotérmico a uma agressão sofrida. Qualquer causa de lesão celular ou tecidual. Agente – Natureza -Química (ácido); -Física (temperatura); -Biológica (vírus, bactéria). Início de eventos químicos e celulares comuns a várias células. Ativação do sistema imune. 2 14/11/2013 2 3 ETAPAS DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Lesão CELULAR Infiltração celular no tecido lesado Mediadores Químicos Exsudação (extravasamento) Vasodilatação Pressão sobre NOCICEPTORES CALOR RUBOR TUMOR DOR 4 14/11/2013 3 Quais os principais mediadores da DOR, da INFLAMAÇÃO e da TERMORREGULAÇÃO? 5 Metabolismo do Ácido Araquidônico Ácido Araquidônico LOX’s 5, 12 e 15 12 HETE: ácido hidroperoxieicosatetraenóico 5 HPETE: ácido hidroeicosatetraenóico LOX’s : Lipooxigenases COX’s: Ciclooxigenases TX: Tromboxano COX’s 1 e 2 PG G2 PG H2 PG I2 (prostaciclina) TX A2 PG D2 PG E2 PG F2α Vasodilatação Inibe Plaquetas Hiperalgesia Vasocronstrição Agrega Plaquetas Vasodilatação Inibe Plaquetas Broncoconstritora Contrai Miométrio Vasodilatação Hiperalgesia 12 HETE 5 HPETE Quimiotaxia Leucotrieno A4 Leucotrieno B4 Leucotrieno C4 Leucotrieno D4 Leucotrieno E4 Broncoconstritores Aumento da Permeabilidade dos tecidos afetados Quimiotaxia Fosfolipídios da Membrana Celular Enzima Fosfolipase A2 Membrana Integra Membrana Lesionada Hidrolisa a Membrana e libera o A.A. 6 14/11/2013 4 7 Metabolismo do Ácido Araquidônico (RESUMO) INIBIDA PELOS AIES INIBIDA PELOS AINES 8 Locais de ação dos AINES e AIES 14/11/2013 5 PRINCIPAIS MEDICADORES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO BRADICININA • Vasodilatação mediada pela produção de NO (óxido nítrico) e PGI2 (prostaglandina I2) • Aumenta do permeabilidade capilar - migração de células de defesa - exsudação – edema • Estimulação das terminações nervosas à dor (efeito ampliado pela ação das PGs) 9 PRINCIPAIS MEDICADORES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO HISTAMINA • Liberada pelos mastócitos e pelo componente C3a do complemento, ou ainda, durante reações de hipersensibilidade tipo I (dependente de IgE) • Aumenta do permeabilidade capilar • Potente efeito de vasodilatação 10 14/11/2013 6 11 C3a C4a anticorpo PRINCIPAIS MEDICADORES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO ÓXIDO NÍTRICO • Expresso pela maioria das células inflamatórias • Possuem a enzima óxido nítrico sintase – Enzima ativada pelas citocinas liberadas na inflamação • Potente efeito de vasodilatação – Aumenta a permeabilidade capilar – Aumenta o estímulo para liberação de PGs 12 14/11/2013 7 PRINCIPAIS MEDICADORES DO PROCESSO INFLAMATÓRIO CITOCINAS • Grande família de mediadores peptídeos – Liberados e produzidos durante a inflamação – Atuantes também em reações imunológicas • Controlam a ação das células inflamatórias e imunológicas • Atraem células de defesa para o local da inflamação 13 COX -1 x COX -2 (estruturalmente semelhantes) COX 1 - Enzima constitutiva, ligada a processos fisiológicos; - Encontra-se na maioria dos tecidos (concentrações constantes no plasma); - Manutenção de funções fisiológicas: - Síntese de muco da mucosa gástrica; - Proteção contra o pH gástrico. COX 2 - Enzima condicionada; - Síntese e ativação é induzida surgimento de um processo inflamatório; - Ativação da COX2: Interleucinas IL1, IL2 e TNFα; - Degradam o A.A. e formam PGs (inflamação, dor e febre). 14 14/11/2013 8 Fármacos que inibem a ação da enzima COX (ciclooxigenase) diminuindo assim a biossíntese e a liberação de mediadores endógenos da INFLAMAÇÃO, da DOR e da FEBRE (prostaglandinas). Analgésicos – Antitérmicos - Antiinflamatórios Mecanismo Antiinflamatório Mecanismo Antitérmico Mecanismo de Analgesia Inibição da COX – bloqueio da formação de PGs; Inibição da liberação de histamina; Queda da migração de neutrófilos (PMNs) e monócitos (MMs). Bloqueio da formação de PGs devido inibição da COX. Inibição da COX – bloqueio da formação de PGs; Obs: fenamatos inibem as PGs já formadas! 16 14/11/2013 9 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE OS EFEITOS DOS AINES ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE OS EFEITOS DOS AINES 14/11/2013 10 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE OS EFEITOS DOS AINES Paciente do sexo feminino, grávida, faz uso contínuo de misoprostol (Cytotec®) para tratamento de úlcera gástrica. Sofre aborto espontâneo no 1° trimestre de gestação. Prostaglandina E1 -Proteção da mucosa gástrica -Contração ulterina 20 PROSTAGLANDINAS - PGs (Produtos da degradação do Ác. Araquidônico) 14/11/2013 11 Antiinflamatórios Analgésicos Antipiréticos 21 AINEs (Antiinflamatórios Não Esteroidais) Definição - São um grupo de fármacos que têm em comum a capacidade de controlar a inflamação, promover analgesia e combater a hipertermia; - Ácidos orgânicos fracos de estrutura química variada. Classes 1. Salicilatos 2. Derivados Pirazolônicos 3. Derivados do Paraminofenol 4. Derivados do Ácido Fenilacético 5. Derivados do Indol (Ácido Indolacético) 6. Derivados do Ácido Propiônico 7. Derivados do Oxican 8. Fenamatos 9. Derivados da Fenoximetanossulfanilida 22 14/11/2013 12 SALICILATOS • São compostos derivados do ácido salicílico (A.S.); • Analgésicos, Antipiréticos e Antiinflamatórios; • Farmacocinética – Absorção V.O. (predominantemente no estômago); – Níveis plasmáticos em 30 min, e pico de ação com 2 horas; – Fatores: Velocidade de desintegração e dissolução, presença de alimentos, pH; – Distribuição na forma livre ou conjugada (albumina); – Metabolizados a nível hepático e excretados por depuração renal. pH 2,5 – 91% não ionizada APOLAR LIPOSSOLÚVEL ABSORVIDA pH 4,5 – 91% ionizada POLAR HIDROSSOLÚVEL NÃO ABSORVIDA Uso de antiácido prejudica absorção do A.A.S. 23 SALICILATOS • Farmacocinética – A excreção renal é influenciada por fatores relacionados ao pH urinário; – pH básico – fármaco excretado em até 30% como salicilato livre; – Urina ácida – salicilatos sofrem reabsorção tubular (?) Aspirina (A.A.S.) Ácido Salicílico (A.S.) (reação de hidrólise – estearases) Glicuronídeos (15% na urina) Ác. Saliciúrico (75% na urina) Salicilatos livres (10% na urina) Uso de bicarbonato de sódio aumenta a excreção do A.A.S. 24 14/11/2013 13 SALICILATOS • Farmacodinâmica – Inibição NÃO-SELETIVA das COXs 1 e 2; – Bloqueio da formação de PGs; – Controle da dor, inflamação e temperatura corpórea. • Indicações Clínicas – Analgesia (dores leves e moderadas) • Cefaléias, mialgias, cirurgias odontológicas, procedimento ortopédico, artralgias (articulações), dismenorréia (cólica mestrual), neuralgia (extensão do nervo) – Antitérmico (porém não elimina a causa da pirese) – Antiinflamatório – Antiagregante plaquetário (100 a 300 mg) 25 Paciente idoso sofre primeiro indício de AVC tendo como sinal-sintoma uma paralisia de face. Prescrito tomada diária de 1 comprimido de A.A.S. 100 mg pelas manhãs. Fundamento da Prescrição? Agenteantiagregante plaquetário (inibe formação de TX A2), promove doação do grupo acetil para as plaquetas (repulsão de cargas) tornando o sangue mais fluido. A mesma postura seria tomada após casos de infarto agudo do miocárdio. 26 14/11/2013 14 SALICILATOS • Toxicidade – Ações sobre o TGI (tempo prolongado e altas doses): dor, desconforto, náuseas, vômito, ulceração, sangramento; – Ações sobre os RINS: nefrotoxicidade em altas doses, queda da função renal; – Hepatotoxicidade em altas doses (PROCESSO REVERSÍVEL). • Contra Indicações – Paciente já em terapia anticoagulante; – Paciente hemofílico, com hipoprotombinemia ou com deficiência em vitamina K; – Paciente pós-cirúrgico recente (7 dias no mínimo); – Paciente com úlcera, gastrite; – Gravidez prolongada (trabalho de parto prolongado); – Síndrome de Reye. 27 Síndrome de Reye Doença de rápida evolução; Acomete cérebro e fígado; Incidência rara, porém acomete crianças; Relacionada com o uso de salicilatos + infecção viral; (Gripe - Catapora) QUADRO: -Encefalopatia progressiva -Edema cerebral -Elevação da pressão intracraniana -Coma -Insuficiência hepática -Falência Neurológica e Hepática 28 Fala-se “RAI” 14/11/2013 15 Derivados PIRAZOLÔNICOS • São AINES com efeito analgésico, antipirético e antinflamatório; • Elevados Efeitos Colaterais – Ação sobre o TGI – náuseas, vômito, desconforto, diarréia, retenção de Na+ (risco para hipertensos), hemorragias, agranulocitose, púrpura trombocitopenica, anemia aplasica (falência da medula óssea); • Contra Indicação de Uso – Ulcerações no TGI, insuficiência hepática e/ou renal, discrasias sanguíneas, hipertensão arterial. Metamizol (Dipirona®) Fenilbutazona (Doctofril®, Mioflex®) 29 (não tem ação antiinflamatória) Derivados do PARAMINOFENOL • São AINES com maiores efeitos analgésicos, antipiréticos. • Características – Uso por V.O. (praticidade); – Menor grau de ligação a proteínas plasmáticas (rápida excreção – menor tempo entre as doses); – Elevado metabolismo hepático (intermediários tóxicos); – Excreção por depuração renal; • Contra Indicação de Uso – Hipersensibilidade aos salicilatos; – Paciente com insuficiência hepática; – Paciente com insuficiência renal. Principal Representante Paracetamol (acetaminofeno) 30 14/11/2013 16 Criança de 2 anos ingere de forma acidental quantidade de paracetamol líquido equivalente a 10g do princípio ativo em tomada única, apresentando náuseas e vômito após 24h e com início de falência hepática. Qual procedimento a ser tomado? Nas primeiras horas faz-se lavagem gástrica e administração de carvão ativo para evitar absorção da superdose, além do uso da N- acetilcisteína a qual neutraliza os metabólitos tóxicos do acetaminofeno (paracetamol). N-acetilcisteína: 120mg/Kg de peso V.O. após a lavagem gástrica; Obs.: A necrose hepática provocada é irreversível. 31 N – acetilcisteína (ANTÍDOTO) (60%) 32 Metabólitos em doses usuais. DOSE ELEVADA NAPQI (N-acetil-para-benzoquinoneimina) grupo sulfidrílico REAGENTE 14/11/2013 17 Derivados do ÁCIDO FENILACÉTICO • São AINES com efeitos analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios. • Características – Uso por V.O. (praticidade); – Alimentos tendem a diminuir a velocidade de absorção; – Sofrem metabolismo hepático; – Inibidores das COX 1 e 2; – Efeitos adversos: GI em 20% como sangramento, ulcerações, HEPÁTICOS em 15% com o aumento das transaminases (TGO e TGP); • Representantes da Classe – IBUPROFENO – DICLOFENACO DE Na+ e K+ Diclofenaco de K+ (Cataflam®) Efeito analgésico, antipirético e antiinflamatório semelhante ao observado com o AAS. Diclofenaco de Na+ (Voltaren®) 33 Derivados do INDOL (Ácido Indolacético) • São AINES com efeitos analgésicos e antiinflamatórios. • Características – Uso por V.O. (praticidade); – Sofrem metabolismo hepático; – Inibidores das COX 1 e 2; – Efeitos adversos • Representantes da Classe – INDOMETACINA Indometacina (Indocid®) GI sérios: dor, anorexia, náuseas, vômito, úlcera e sangramento; SNC: cefaléia (25 a 50%), vertigem, tontura alucinação e outros distúrbios; HEMATOLÓGICOS: neutropenia, trombocitopenia, anemia aplásica; CUTÂNEOS: erupções, urticária; RESPIRATÓRIOS: broncoconstrição (ASMA!) Usado como antirreumático (diminui a produção do fator reumatóide IgM) – atua contra a dor e inflamação, porém não altera a evolução da doença; Casos de bursite, tendinite; Síndrome disminorréica; AMEAÇA de PARTO PREMATURO! (bloqueio das PGs) 34 14/11/2013 18 Derivados do ÁCIDO PROPIÔNICO • São AINES com efeitos analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios; • Inibição de COX 1 e 2, do sistema das cininas e histamina. • Efeitos Colaterais – GI: vômito, náuseas, sangramentos; – Hematológicos: trombocitopenia, agranulocitose; – Erupções cutâneas, cefaléia; – Eleva o T.S. (favorece casos de hemorragia). • Contra Indicação – Paciente já com presença de ulcerações ou doenças gástricas; – Paciente com insuficiência renal e/ou hepática. Naproxeno (Flanax®) Plasmina (vasodilatação) Bradicinina (vasodilatação e ↑da sensibilidade a dor) 35 Derivados do ÁCIDO PROPIÔNICO (Naproxeno) • Analgésico, antipirético e antiinflamatório; • Inibição de COX 1 e 2 (bloqueia a síntese de PGs); • Administrado por V.O. (praticidade); • Absorvido no TGI com meia vida plasmática de 14 horas (tempo duplicado em idosos); • União de 99% com proteínas plasmáticas; • Metabolizado no fígado. Indicação • Artrite reumatóide; • Distensão (musculatura); • Trauma muscular; • Dor lombar, sacral (coluna em geral). Contra Indicação • Paciente com úlcera péptica ativa. Posologia Adulto: 500 a 1000mg/dia em 1 a 2 tomadas Crianças (artrite): 10mg/Kg/dia Menores de 16: Contra Indicado 36 14/11/2013 19 Derivados do OXICAN • São AINES com efeitos analgésicos e antiinflamatórios; • Inibição de COX 1 e 2. • Aplicações – Artrite reumatóide; – Artrose (degeneração); – Gota aguda; – Distúrbios musculoesqueléticos. • Efeitos Colaterais – Ulceração gástrica; – Cefaléia, zumbidos; – Edema, prurido, erupções cutâneas; – Aumento do nível das transaminases (TGO, TGP); – Trombocitopenia, leucopenia e eosinofilia. • Contra Indicação – Paciente com doenças GI, ou com alteração na coagulação. Piroxican (Feldene®) 37 Paciente do sexo feminino, 25 anos queixa-se de cólicas menstruais. Em uma farmácia, um dos balconistas recomenda o uso de Feldene® (na dose de 1 comp de 20mg por dia). Avaliação da atitude do balconista: O piroxican ao bloquear a síntese de PGs, bloqueia os estímulos da dor e no caso específico, diminue a hipercontratilidade do miométrio, reduzindo a cólica. Porém ele é mais indicado para casos de artrite, artrose, gota. APENAS PARA DISMENORRÉIA PRIMÁRIA. “O ideal é o uso de ácido mefenâmico (Ponstan®)” CUIDADO: Piroxican diminui a agregação plaquetária e eleva o tempo de sangramento! 38 14/11/2013 20 • São AINES com efeitos analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios; • Mecanismo pouco elucidado - Inibição de COX 1 e 2; • Bem absorvido do TGI (>90%); • Elevada ligação com proteínas plasmáticas (>95%). • Aplicações (500 mg – 3X ao dia) – Dores moderadas; – Disminorréia Primária (não prolonga o TEMP de SANGRAMENTO); – Controle da febre, artrose, artrite reumatóide; – Enxaquecas.• Efeitos Colaterais – Vômitos, diarréia, náuseas, dor abdominal; – Anemia hemolítica auto-imune (tratamentos com mais de 1 ano); – Tontura, sonolência, urticária, erupção; – Falha renal (necrose irreversível). • Contra Indicação – Paciente com doenças GI, e com função renal já alterada. FENAMATOS (Ácido Mefenâmico) Ácido Mefenâmico (Postan®) 39 • São AINES com efeitos analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios; • Possuem uma ELEVADA afinidade pela COX 2 (especificidade); • Permitem que a COX 1 mantenha-se ativa; • Indicado para pacientes com doenças gástricas; • Como analgésicos: mecanismo central (inibem a dor no SNC); • Têm maior poder ANALGÉSICO. • Efeitos Colaterais – Raros; – Constipação, náuseas, pele seca, urticária. Derivados da FENOXIMETANOSSULFANILIDA (INIBIDORES SELETIVOS da COX2) 40 14/11/2013 21 41 Revista Brasileira de Otorrinolaringologia ISSN 0034-7299 Vol.69 n°.3 São Paulo May/June 2003 Adaptado de: Becker et al (2003) ESPECTRO DE INIBIÇÃO DOS ANTIINFLAMATÓRIOS 42 Hardman JG, Limbird LE, Gilman AG. Goodman & Gilman's The Pharmacological Basis of Therapeutics. 12th ed. New York: McGraw-Hill. 14/11/2013 22 • AINE com ação antireumática e analgésica; • Nome químico: nitrofenoximetanosulfanilida; • Possuem uma ELEVADA afinidade pela COX 2 (inibe também a COX 1); • Estudos: – Atuação no centro termorregulador; – Atuação em receptores algésicos; – Bloqueio de frações do complemento (C5, C6 e C7) liberaria histamina; • Indicação: – Artrites, tendinites, inflamação osteomioarticular e demais inflamações em geral. • Efeitos Colaterais – Raros; – Constipação, náuseas, pele seca, prurido. NIMESULIDA 43 Posologia: -Doses não superiores que 200 mg/dia; -Geriatria: não superior que 100 mg/dia. • Diarréia e hemorragia gastrointestinal; • Ulceração gástrica; • Disfunção e falência RENAL; – Necrose do tecido renal; – Queda do fluxo sanguíneo renal; – Retenção de sal e água; • Inibição da agregação plaquetária; • Elevação do tempo de sangramento. Principais Efeitos Adversos dos AINES 44 14/11/2013 23 Efeitos dos inibidores das COXs na indução de úlceras gástricas e inibição do edema de pata em ratos com artrite (Penildo e Silva, 2002) ID: dose inibitória Quanto menor essa constante, maior a potência do fármaco em estudo 45 FIM! 46 14/11/2013 24 Antiinflamatórios Analgésicos Antipiréticos Antiinflamatórios Esteroidais Adrenocorticóides Glicocorticóides 47 Glândula Adrenal (Supra-Renal) Aldosterona (Mineralocorticóide) Cortisol (Glicocorticóide) Esteróides Androgênicos (Hormônios Sexuais) Os hormônios do córtex adrenal são sintetizados a partir do mesmo precursor, o colesterol. São compostos esteróides que têm ação sobre o metabolismo de proteínas, glicídios, lipídios e minerais. 48 14/11/2013 25 Biossíntese de Esteróides Endógenos 49 Mineralocorticóides Hormônios semelhantes a aldosterona que atuam a nível renal provocando a reabsorção de Na+ (sódio) mediante espoliação de K+. Túbulo Contorcido Distal Ducto Coletor do Néfron Eleva reabsorção de Na+ Eleva reabsorção de H2O Elevação da P.A. 50 14/11/2013 26 Controle dos Corticóides (Produção de Cortisol) Síntese: estimulada pelo ACTH (horm. Adrenocorticotrópico) – HIPÓFISE; Determinantes: horas/luz dia, ciclo alimentar, horas de sono e estresse. Restante do dia (exposição a LUZ) Noite (SONO prolongado) Manhã LIBERAÇÃO DO ESTÍMULO DE PRODUÇÃO Ativação dos centros hipotalâmicos pode ocorrer por estresse inespecífico: •temperatura ambiente extrema; •febre, hipoglicemia, jejum; •inflamação, dor, trauma e até medo. RESULTADO: aumento e liberação de ACTH e conseqüente atividade adreno-cortical. 51 Ações dos AIES - Glicocorticóides Ações Metabólicas - Sobre os CARBOIDRATOS: (-) a captação e utilização da glicose e (+) a gliconeogênese = hiperglicemia; - Sobre as PROTEÍNAS: (+) do catabolismo, (-) do anabolismo; - Sobre os LIPÍDEOS: alteração dos hormônios lipolíticos e da redistribuição da gordura (Síndrome de Cushing). 52 14/11/2013 27 Síndrome de Cushing QUADRO: -Corcova de búfalo; -Hipertensão arterial; -Hipertensão intracraniana; -Cataratas; -Face de lua Cheia; -Pele fina; -Braços e pernas finos; -Atrofia muscular; -Aumento de gordura abdominal; -Dificuldade de cicatrização; -Osteoporose; -Hiperglicemia; -Aumento do apetite (obesidade); Conhecida como hipercortisolismo; Desordem endócrina; Elevados níveis de cortisol produzidos pela adrenal. 53 Ações Reguladoras - Sobre o HIPOTÁLAMO e HIPÓFISE ANTERIOR: - ação de retroalimentação negativa; - diminuição da liberação dos glicocorticóides endógenos. - Sobre os EVENTOS VASCULARES: - vasodilatação reduzida; - diminuição da exsudação de líquidos (eleva a pressão). Ações dos AIES - Glicocorticóides 54 14/11/2013 28 Ações dos AIES - Glicocorticóides Ações Reguladoras - Sobre o EVENTOS CELULARES: - Nas áreas de inflamação aguda: (-) do influxo e da atividade do leucócitos; - Nas áreas de inflamação crônica: (-) da atividade nas células mononucleares, (-) na proliferação de vasos sangüíneos (processo de angiogênese prejudicado); - Nas áreas linfóides: (-) expansão das células T e B e a ação (-) das células T secretoras de citocinas (sinalização da inflamação). QUEDA DA IMUNIDADE! 55 Ações dos AIES - Glicocorticóides Ações Reguladoras - Sobre MEDIADORES INFLAMATÓRIOS: - (-) na produção e ação das citocinas, incluindo muitas interleucinas, TNF γ; - (-) da produção de eicosanóides (metabólitos do A.A.); - (-) da produção de IgG; - (-) dos componentes do complemento do sangue. QUEDA DA IMUNIDADE! 56 14/11/2013 29 Ações dos AIES - Glicocorticóides AÇÕES GLOBAIS: - (-) da inflamação crônica (efeito sobre os MMNS); - (-) dos casos de reações autoimunes; - Ocorre também deteriorização da cicatrização; - (-) nos aspectos protetores da resposta inflamatória. AÇÕES ANTIINFLAMATÓRIAS E IMUNOSSUPRESSORAS: - Inibição da transcrição dos genes COX2 ; - Inibição da transcrição de citocinas (interleucinas). 57 FARMACOCINÉTICA dos AIES - Glicocorticóides • Administração: via oral, tópica, parenteral (ex.: I.M.); • Transporte: ótima ligação com proteínas plasmáticas; • Difusão Tecidual: ELEVADA (muito lipossolúveis); • Metabolismo: predominante HEPÁTICO. NÃO USADA: (-) estabilidade química Bem tolerada por V.O. Mais barata! 58 14/11/2013 30 USO SISTÊMICO AGUDO: qualquer um dos agentes AIES. USO SISTÊMICO CRÔNICO: - Predinisona ou metilpredinisona (duração de efeito intermediária). USO TÓPICO: - Beclometasona e budesonida (inalatório – asma grave); - Triancinolona e metilpredinisolona (inflamação intra-articular); - Hidrocortisona, triancinolona, betametasona, halcinonida e clobetasol (cutâneo – cremes, spay tópicos). PRINCÍPIOS DE ESCOLHA - Usar após tentativas com medicamentos de menor risco (ex.: AINES); - Usar as menores doses eficazes, pelo menor tempo possível; - Objetivar melhora sintomática e não remissão completa; - Descontinuação lenta e gradual no uso prolongado. TOMADAS DE ESCOLHA dos AIES REGRA DOS 14 DIAS! 59 Os efeitos indesejáveis são observados principalmente com o uso sistêmico prolongado como agentes antiinflamatórios ou imunossupressores: - Supressão da resposta à infecção; - Supressãoda síntese de glicocorticóides endógenos; - Ações metabólicas (↑ CAT, ↓ANA); - Síndrome de Cushing. EFEITOS INDESEJÁCEIS dos AIES 60 14/11/2013 31 Principais Indicações Clínicas • Terapia antiinflamatória e imunossupressora: – Na asma: • Caso LEVE: por inalação; • Casos GRAVES: por via sistêmica; – Topicamente, em condições inflamatórias da pele, dos olhos, ouvidos e nariz; – Nos estados de hipersensibilidade: (reações alérgicas graves a drogas ou ao veneno de insetos); – Na prevenção da doença de enxerto. Beclometasona 84 µg – 2 a 4 pressões/dia 504 a 672 µg – até 16 pressões/dia Betametasona 0,6 a 7,2 mg – dose única/dia Dexametasona 0,5 a 9mg – dose única/dia 61 Paciente pós-transplantado renal há 10 anos, faz uso diariamente de predinisona, azatioprina e ciclosporina. Adquiriu Síndrome de Cushing . ANÁLISE DO CASO: A prescrição é correta. O uso dos medicamentos torna-se contínuo para evitar a rejeição do órgão transplantado. A Síndrome de Cushing adquirida deve-se ao uso contínuo da predinisona (glicocorticóide). 62 14/11/2013 32 • Terapia de Doenças Neoplásicas: - Para reduzir o edema cerebral em pacientes com tumores cerebrais primários e metastásicos (dexametazona); - Como componente do tratamento anti-emético em combinação com a quimioterapia; Quando utilizados com agentes antiinflamatórios e imunossupressores, as ações metabólicas tornam-se efeitos indesejáveis. Principais Indicações Clínicas 63 • Os AIES exercem potente efeito antiinflamatório por estimularem a síntese da proteína lipomodulina: – Lipomodulina inibe a enzima Fosfolipase A2; – Bloqueio da cascata do ácido araquidônico: • QUEDA DA SÍNTESE DE ÁCIDO ARAQUIDÔNICO. – Conseqüência: queda da produção de eicosanóides da inflamação. Entendendo o Mecanismo 64 Relembrando ... 14/11/2013 33 INIBIDA PELOS AIES 65 LIPOMODULINA Potências aproximadas de Glicocorticóides 66 GLICOCORTICÓIDES Potência MINERALOCORTICÓIDE (retentora de sódio) Potência GLICOCORTICÓIDE (antiinflamatória) DE AÇÃO CURTA (8 – 12 h) Cortisona ............................................. Hidrocortisona .................................... ................................................... 0,8 ................................................... 1,0 ................................................... 0,8 ................................................... 1,0 DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA (12 – 36 h) Metilpredinisolona .............................. Predinisolona . .................................... Predinisona ......................................... Triancinolona ...................................... ................................................... 0,5 ................................................... 0,8 ................................................... 0,8 ................................................... 0,0 ................................................... 5,0 ................................................... 4,0 ................................................... 4,0 ................................................... 5,0 DE AÇÃO LONGA (36 – 72 h) Betametasona ..................................... Dexametasona .................................... ................................................... 0,0 ................................................... 0,0 ................................................. 25 - 30 ................................................. 25 - 30 Korolkovas Dicionário Terapêutico Guanabara 2008/2009 14/11/2013 34 • Em geral, os glicocorticóides se apresentam na forma de: – ESTERES • Acetato • Benzoato • Butirato • Diacetato • Dipropionato • Valerato – SAIS • Fosfato sódico • Succinato sódico Entendendo o Mecanismo 67 Pró-fármacos (passíveis de hidrólise) LIBERAÇÃO DO FÁRMACO MATRIZ OBS.: maioria dos glicocorticóides é INSOLÚVEL as formas de fosfato sódico e succinato sódico são HIDROSSOLÚVEIS Possibilidade para vias I.V. e I.M. Formas de Administração de Glicocorticóides 68 Via Sistêmica (ORAL) Inalação Local Instilação Nasal Aplicação Oftálmica Aplicação Tópica Corticóides Grupo numeroso: Betametasona Dexametasona Hidrocortisona Metilpredinisolona Predinisolona Triancinolona Beclometasona Dexametasona Triancinolona Betametasona Dexametasona Betametasona Dexametasona Hidrocortisona Predinisolona Grupo Numeroso (vide Dicionário Terapêutico Guanabara 2008/2009) Indicações Adjuvante reumático Insuficiência adrenocotical Distúrbios alérgicos Processos inflamatórios Rejeição de órgãos Tratamento de asma brônquica crônica Rinite Distúrbios alérgicos nasais Tratamento de distúrbios oftálmicos Distúrbios dermatológicos Lesões orais inflamatórias ou ulcerativas Precauções Podem ativar amebíase latente Síndrome da Imunodeficiência Herpes simples ocular (perfuração de córnea) Redução gradual Pode mascarar ou retardar a recuperação de paciente com infecção ativa, não- tratada, de boca, garganta ou pulmões Risco/benefício em paciente com cirurgia nasal recente, herpes ocular, ulceração do septo nasal Doença fúngica ocular Pode aumentar catarata Exacerbação de glaucoma Pode exacerbar atrofia dematológica Pode exacerbar infecção local (uso sem antimicrobiano) Korolkovas Dicionário Terapêutico Guanabara 2008/2009 14/11/2013 35 Até a Próxima! Prof. Edem Oliveira Milhomem Farmacêutico Generalista 69
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