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Cirurgia de dentes retidos e com finalidade ortodôntica 1 Gu e Jozi Jozi e Gu Dentes inclusos/retidos São todos os elementos dentários que, com a época normal de sua erupção, ainda permanecem no interior dos tecidos. Dentes semi inclusos/retidos São os dentes que, passada a época normal de sua erupção, apresentam apenas parte de sua coroa exposta ao meio bucal. Dentes inclusos ou retidos: são todos os elementos dentários, que com a época normal de sua erupção ainda permanecem no interior dos tecidos. Dentes semi-inclusos ou semi-retidos: são todos os dentes que, passada a época normal de sua erupção, apresentam apenas parte de sua coroa exposta ao meio bucal. Podem estar parcialmente cobertos por qualquer tecido. Dentes impactados: são aqueles obstruídos por uma barreira mecânica. Ex: os 2º molares são barreira mecânica onde os 3º molares ficam impactados. Existe muita discussão atualmente acerca dos possíveis apinhamentos anteriores que podem ser causados por terceiros molares. Todavia, independente dessa hipóteses, existem uma série de complicações que estes dentes podem causar, indicando, na maioria das vezes, sua extração. Complicações: Complicação dos dentes retidos: -Neurológicas: são vários os casos clínicos descritos na literatura que relacionam manifestações de dores relacionadas com dentes inclusos. Nem sempre são explicadas as correlações de causa-efeito, mas ao que parece, a sintomatologia é devida a compressão sobre vasos ou nervos. Muitas vezes, após a remoção destes dentes a dor desaparece. Existem autores que associam até com alopecia. -Mecânicas: um dente incluso pode com frequência, obstruir o irrompimento de outro dente. A pressão do dente retido ou de cistos dele originados, pode causar rizólise de dentes vizinhos ou apinhamentos. Fratura mandibular por trauma relativamente pequeno, principalmente em região de ângulo, já que o dente deixa o osso mais frágil. As complicações mecânicas são as mais comuns. Pode ocorrer do segundo molar impedir a erupção do terceiro. -Inflamatórias ou infecciosas: Em pacientes desdentados, o trauma provocado pela prótese que comprime os tecidos moles contra o dente incluso, pode provocar o aparecimento de desconfortáveis inflamações na área. Quando ocorre contaminação: PERICORONARITE. (deve ser tratado antes de operar) A contaminação bacteriana inflama o tecido mucoso sobre a coroa do dente causando o problema. Neste caso é necessário fazer embrocação com clorexidina, e se preciso antibiótico e antiinflamatórios. Classificação quanto a angulação: De acordo com Winter: -Mesioangular: coroa inclinada para mesial -Horizontal: coroa totalmente inclinada para mesial ou distal(deitado) -Vertical: coroa em pé em posição favorável -Vertical invertido: De cabeça para baixo -Distoangular: coroa inclinada para distal -Transversal: dente cruzado no osso no sentido vestíbulo-lingual. Relação do dente com o ramo da mandíbula: Classificação de Pell e Gregori -Classe I: apresenta espaço ântero-posterior suficiente (anterior a borda anterior do ramo e posterior a face distal do segundo molar) para eupcionar. Ou seja, o dente esta totalmente fora do ângulo da mandíbula. -Classe II: apresenta espaço ântero-posterior menor que o diâmetro MD do dente(parcialmente coberto pelo bordo anterior do ramo). Só uma parte do dente está para frente do bordo. Não erupciona Classificação de Pell e Gregori Classe III: quando o bordo anterior do ramo se encontra junto ao segundo molar, ficando incluso totalmente dentro do ramo da mandíbula) Classificação de Pell e Gregori Obs: as classificações(CL I,II e III) são apenas para inferiores. Não serve para maxila. Classificação quanto a profundidade(plano oclusal), de acordo com Pell e Gregori: -Posição A: a porção mais alta do incluso está ao nível ou acima do plano do plano oclusal. (dente erupcionado) -Posição B: a porção mais alta do incluso está entre os planos oclusal e cervical do 2º molar. -Posição C: o dente encontra-se abaixo da linha cervical do segundo. Classificação – 3° Molares Superiores As mesmas angulações dos terceiros molares inferiores causam um grau de dificuldade inverso para extração dos terceiros molares superiores. Os dentes com impacções verticais e distoangulares, são mais fáceis de serem removidos, enquanto que os mésioangulares são mais difíceis, porque o osso que recobre a porção posterior do dente é mais denso. Além disso, o acesso ao dente mesioangular é mais difícil. São classificados, também de acordo com sua angulação e posição. Eles não tem classificação quanto ao ramo da mandíbula. Observações importantes pré-cirúrgicas: A)Morfologia e estágio de formação radicular: Quando o dente completar 2/3 da formação radicular é mais fácil de ser removido do que se estiver com 1/3 ou raiz completamente formada. Raízes dilaceradas complicam a extração. Dentes com menos de1/3 de raiz formada não devem ser extraídos. Caso o dente, mesmo com pouca raiz formada, esteja causando problemas, extraímos. B)Tamanho do folículo: pode ajudar a determinar o grau de dificuldade da cirurgia. Quanto maior o folículo (mais de 2mm), mais trabalhosa será a extração. O folículo acima de 2mm é preocupante Pode ser considerado cisto dentígero. C)Relacionamento com o nervo alveolar inferior e o seio maxilar. D)Natureza do tecido de revestimento. Caso o dente é recoberto com tecido mole, e mais fácil que recoberto com osso E)Densidade do osso circunjacente: desempenha importante papel na determinação do grau de dificuldade de extração. A densidade óssea é mais bem determinada pela idade do paciente, onde aqueles com 18 anos apresentam densidade óssea mais favorável a remoção do dente. O osso é menos denso e mais flexível, expandindo-se mais facilmente sob forças de luxação aplicadas sobre o dente e é mais fácil de ser osteomizado com brocas. F)Contato com 2º molar: se houver espaço entre 2º e 3º molar, a extração é mais fácil. Normalmente há impacção, e o cirurgião dentista deve ser cauteloso na pressão aplicada com alavancas e com a utilização de brocas. Acessos cirúrgicos (Incisões) A mais comum é duas incisões, uma principal e uma relaxante A principal é na distal do segundo molar (oclusal) a medida que ela vai pra posterior ela vestibulariza, evitando contato com o nervo lingual A secundaria é uma intrasulcular juntamente com uma relaxante feita no segundo molar ( excluindo a papila ) Temos o tipo envelope, esta nos da uma pequena visualização do campo. Fazemos uma incisão principal sobre osso como na de antes Esta não tem a incisão relaxante, faremos apenas o descolamento Utilizada em dentes mais fáceis de ser removidos Osteotomia e odontosecção Consiste em expor toda a coroa do dente, removendo todo o osso sobre o dente e fazendo uma cavidade maior que a coroa do dente para remoção dentaria Consiste tambem em cortar o dente facilitando sua remoção, tendo atenção de cortar esse osso de sentido inclinado Disto Mesial, deixando a parte de baixo do corte um pouco menor que a parte de cima para facilitar sua remoção No dente disto angular, cortar as cúspides distais para facilitar sua remoção. Dente Horizontal separar a coroa da raiz No dente mesio angular, cortar as cúspides mesiais para facilitar sua remoção, deixando a base menor que o topo Importância dos métodos de localização radiográfica para os dentes inclusos -É muito importante definir o lado correto a ser incisado. Se será por vestibular ou lingual/palatina. -Só a palpação não serve de parâmetro para operar o paciente. -Toda cirurgia exige no mínimo uma radiografia periapical, no método de clarck. -Ocorre muito de termos caninos inclusos. É fundamental que se faça a técnica de Clark para saber qual a posição real do dente. Se o dente movimentar acompanhando a radiografia, significa que está por palatina/lingual. Caso contrário está por vestibular. Técnica cirúrgica: fazer técnica de Clark e então definir por onde será o acesso aosteotomia e a odontossecção. Planejar sempre para que o procedimento seja o menos traumático possível. Fazer incisão sulcular e nunca relaxante no palato. Quando o canino está incluso e vai ser tracionado, ter muito cuidado com brocas para não cortar esmalte, cemento. O melhor fio para tracionar é o flex. O condicionamento ácido é até o dente ficar desidratado. Recomendações e pós-operatório: -Antibioticoterapia: Toda vez que for feita uma cirurgia com osteotomia e odontossecção, é necessário prescrever antibiótico. Amoxicilina primeira escolha 8em8 Claritromicina para alergicos 12em12, bem parecido em amoxicilina -Anti-inflamatórios: Podemos receitar um anti-inflamatório esteróide (dexametasona), uma hora antes do procedimento para que o edema seja reduzido. Depois um anti-inflamatório não-esteroidal (cetoprofeno) de 12 em 12 horas por 2 dias. É possível também, fazer a injeção de anti-inflamatório no masseter durante a cirurgia. -Analgésicos: Dipirona é o mais indicado, pois, é mais forte que o paracetamol e não causa problemas hepáticos. O Tylex, não é indicado por apresentar pouco efeito. -Não fazer bochechos para não perder o coágulo. É permitido só a partir do 3º ou 4º dia com Clorexidina. -Fazer repouso -Evitar calor e esforços físicos. -Dieta líquida ou pastosa e fria. -Aplicação de bolsa de gelo. Causas do canino estar incluso: 1- Desvio dental 2-Desenvolvimento inadequado da maxila e mandíbula. 3- Perda prematura dos decíduos 4- Patologias 5- Traumas 6- Cárie interproximal: é a maior causa de perdas dentárias e consequentemente perda de espaço na arcada. Classificação dos caninos: 1- Quanto ao número de dentes retidos: 1.1: Unilateral: canino incluso em um hemi arco (um lado) 1.2: Bilateral: canino incluso nos 2 hemi arcos (dois lados) 2- Quanto a posição em que se encontra no arco: 2.1: Pré-alveolar: face vestibular 2.2: Retro-alveolar: abóboda palatina (lingual). 2.3: Trans-alveolar: atravessando o arco dental, com coroa voltada para vestibular ou palatina. Nesse caso, fazemos a incisão no lado em que estiver a coroa. 2.4: Alveolar ou vertical: sentido vertical, sem contudo poder erupcionar. Caninos retidos
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