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Importancia ISO 14001

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Ed. 6 Ano: 2008 Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO ISSN: 1980-6116 
 
IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO DE UM SGA-ISO 14001 PARA 
EMPRESAS 
 
www.unicentro.br 
Alvaro Grummt Filho 
Empresário, Bacharel em Ciências Contábeis (FAFIG), Bacharel em Direito 
(Faculdades Guarapuava) 
 
Luciano Farinha Watzlawick 
Professor orientador, graduado em Engenharia Florestal pela Universidade 
Federal de Santa Maria (1996), mestrado em Sensoriamento Remoto pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000) e doutorado em Engenharia 
Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2003). 
 
 
RESUMO 
O aumento progressivo da consciência ambiental, com a atenção voltada à prática de ações 
saudáveis, induz a uma procura por atos ambientais corretos frente ao universo de 
degradações ambientais conhecidas e divulgadas pelos meios de comunicação. Com isso, 
surge a necessidade de um aprimoramento no desempenho ambiental das empresas, as 
quais, em um mercado globalizado, tendem a aplicar uma administração empresarial 
ambiental, para que sejam reconhecidas e utilizem todo o potencial de benefícios oferecidos 
pelo Sistema de Gestão Ambiental. Para isso, são necessários investimentos, que, se 
direcionados com o comprometimento que a Norma ISO 14001 oferece, trarão retornos 
financeiros, sociais e ambientais, influenciando positivamente a visão ultrapassada de que 
as empresas, na prestação de seus serviços ou na produção de seus produtos, são as 
grandes causadoras dos danos ambientais existentes. 
Palavras-chave: Empresas; SGA Sistemas de Gestão Ambiental; ISO 14001; Meio 
Ambiente. 
 
 
ABSTRACT 
The gradual increase of environmental awareness, with attention focused on the practice of 
healthy activities, induces a demand for acts correct environmental front of the known 
universe environmental degradations and disseminated by the media. Because of this, there 
is a need an improvement in environmental performance of companies, which in a globalised 
market tend to apply in an environmental business administration, to be recognized and use 
the full potential of benefits offered by the Environmental Management System. For this 
investment is necessary, to be targeted with commitment that the ISO 14001 offers, will bring 
financial returns, social and environmental, positively influencing the vision broadcast that 
companies in providing their services or the production of its products are the major cause 
existing environmental damage. 
Key-words: Companies, Environmental Management System, ISO 14001, Environment. 
IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO DE UM SGA-ISO 14001 PARA EMPRESAS 
 
Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
A degradação ambiental evoluiu consideravelmente nas últimas décadas, e, 
de alguma forma, todas as pessoas são afetadas pela poluição. Imensa parte dessa 
poluição tem origem nas organizações, e somente por meio de melhorias em seus produtos, 
processos e serviços, reduções serão obtidas nos impactos ambientais por elas causados. 
Devido a isto, a gestão ambiental ganha cada vez mais importância, despertando nas 
empresas a idéia de que investir em qualidade ambiental é um item considerado importante 
por seus clientes. Como forma de encontrar respostas para este problema, as empresas 
procuram as normas de gestão ambiental para prover as organizações de elementos de um 
sistema eficaz que possa ser integrado a outros requisitos da gestão, auxiliando-as a 
alcançar seus objetivos econômicos e ambientais. 
A norma ISO 14001 (2004) possibilita uniformizar as rotinas e os 
procedimentos necessários para a certificação ambiental, a partir do cumprimento de um 
roteiro padrão válido internacionalmente, que reforça o atendimento integral da legislação 
local e visa à melhoria contínua dos processos e do próprio sistema. 
Neste contexto, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é a forma pela qual a 
empresa se mobiliza, interna e externamente, para a conquista do desempenho ambiental 
desejado. 
Procura-se com o presente trabalho, através de pesquisas bibliográficas, 
realizar um estudo sobre a importância da existência de um SGA para as empresas, visando 
os resultados harmônicos do investimento no meio ambiente, respeitando as legislações 
ambientais vigentes, e obtendo retornos financeiros consideráveis com a aplicação da 
norma ISO 14001. 
 
 
2 GESTÃO AMBIENTAL 
 
Segundo Maimon (1999), a gestão ambiental é um conjunto de 
procedimentos para gerir ou administrar uma organização na sua interface com o meio 
ambiente. Esse mesmo conceito ainda continua presente na nova versão da NBR ISO 
14001(2004), já que foram poucas as alterações realizadas na nova versão da norma. A 
gestão ambiental empresarial está essencialmente voltada para organizações, ou seja, para 
companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições, e consiste no conjunto de 
políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde 
e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou 
minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, 
operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades, 
incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto. Para que o SGA seja bem 
sucedido, a empresa deve levar em consideração os aspectos ambientais ligados aos 
processos de produção, aos produtos e aos serviços que oferece. A administração será 
responsável pela definição de uma política ambiental que se tornará o eixo central do SGA, 
bem como pelo comprometimento entre as partes envolvidas e a implementação do projeto. 
Um dos resultados do processo de discussões em torno dos problemas 
ambientais e de como promover o desenvolvimento econômico na empresa foi o surgimento 
das normas ISO 14000, as quais procuraram desenvolver uma abordagem organizacional 
que levem à uma gestão ambiental efetiva. Esse conjunto de normas foi o resultado de um 
processo que vinha evoluindo ao longo dos diversos fóruns de discussões sobre os 
problemas ambientais, e que buscavam uma maneira de levar soluções ao ambiente 
produtivo. 
O surgimento de novas normas, assim como a crescente busca por parte das 
empresas de uma imagem ambientalmente mais adequada, vem sendo marcado por uma 
FILHO, Alvaro Grummt; WATZLAWICK, Luciano Farinha 
 
Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO 
 
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mudança de hábitos de consumo, patrocinada pelo crescimento da preocupação ambiental, 
a qual repercute negativamente na compra de produtos provenientes de produtores 
identificados como ambientalmente inadequados. A mudança de hábitos do consumidor 
representa uma questão-chave na construção de um elemento objetivo que despertou, nas 
organizações, o interesse pela gestão ambiental. 
Frente a essa realidade do ambiente organizacional, torna-se conveniente 
entender o que vem a ser gestão ambiental. Ela é entendida como um processo adaptativo 
e contínuo, através do qual as organizações definem e redefinem seus objetivos e metas 
relacionadas à proteção do ambiente, à saúde de seus empregados, bem como clientes e 
comunidade, além de selecionar estratégias e meios para atingir estes objetivos num tempo 
determinado através de constante avaliação de sua interação com o meio ambiente externo. 
A amplitude do conceito de gestão ambiental envolve diretamente questões 
estratégicas das organizações, abrangendo itens que, apesar de demandarem uma carga 
conceitual significativa, são efetivamente materializados através de posturas e ações 
altamente objetivas. Neste contexto, a abordagem conceitual para gestão ambiental 
envolve, por sua vez, uma visão holística deste processo. Pode-se perceber, que o 
gerenciamento ambiental é, na verdade, parte integrante da gestão ambiental, ou seja, 
gestão ambiental pressupõeuma política ambiental, o planejamento ambiental e o próprio 
gerenciamento ambiental. 
Entretanto, a gestão ambiental dentro de um contexto organizacional não é 
somente uma forma de fazer com que as organizações evitem problemas com inadimplência 
legal e restrições ou riscos ambientais, como também uma forma de adicionar-lhes valor, 
principalmente considerando-se que, atualmente, em todo processo de fusão e aquisição de 
empresas, o passivo ambiental associado, bem como seu desempenho ambiental atual são 
utilizados como forte argumento de negociação. Além disso, o valor das ações de empresas 
também pode ser drasticamente alterado por seu histórico ambiental. Isso tem feito com que 
as organizações busquem aprimorar seu desempenho ambiental. 
 
 
3 AS NORMAS ISO 14000 QUANTO À GESTÃO AMBIENTAL 
 
No Brasil, foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), o Sistema Brasileiro de Avaliação da 
Conformidade, tendo sido o Inmetro designado por aquele Conselho como organismo 
credenciador oficial do Estado Brasileiro (INMETRO, 2008). 
O Brasil está representado, na Organização Internacional para Padronização 
(ISO), pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2008), e os objetivos a que 
se destinam as normas da série ISO 14000 e normas complementares para a gestão 
ambiental levaram ao surgimento de diferentes nuances na sua aplicação. Assim, essas 
normas foram agrupadas em dois enfoques básicos: organização e produto/processo. 
O enfoque da organização é constituído nas seguintes normas enumeradas 
em: Primeira: Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001): a norma ISO 14001 é a única da 
série que permite a certificação por terceiros (certificadoras) de um Sistema de Gestão 
Ambiental, sendo a única cujo conteúdo é efetivamente auditado na forma de requisitos 
obrigatórios de um SGA. A ISO 14001, embora seja uma norma que visa à orientação, 
apresenta um caráter não certificável, fornecendo apenas importantes informações para a 
implantação dos requisitos da ISO 14001. Infelizmente, em sua versão 2004, essa norma 
teve sua eficiência no controle ambiental, com a inserção da palavra escopo, a qual abre 
para a possibilidade de a organização optar pela certificação. Por exemplo, de somente uma 
planta de produção, entre outras existentes no site, ou mesmo linha de produção. Segunda: 
Auditoria de SGA (ISO 19011): estas normas estabelecem os procedimentos e requisitos 
gerais das auditorias e dos auditores de um SGA certificável, sendo um subsídio 
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determinante para a implantação do requisito de auditoria do SGA, o qual deve ser 
completamente atendido para a certificação. Recentemente, as normas de auditoria (14010, 
14011, 14012) foram substituídas pela norma ISO 19011 de orientação e não especificação. 
Terceira: Avaliação de Desempenho Ambiental (ISO 14031): apresentam as diretrizes para 
a realização da avaliação de desempenho ambiental dos processos nas organizações. A 
sistemática estabelecida por essas normas é muito mais complexa e aprofundada do que o 
requerido pela NBR ISO 14001, pois engloba todo o ciclo de vida dos produtos e serviços da 
empresa, desde a entrada de matérias-primas até o descarte após o uso, através do 
estabelecimento de indicadores ambientais e seu monitoramento. A avaliação do 
desempenho ambiental é um processo bem mais detalhado quando comparado ao escopo 
da ISO 14001, uma vez que envolve um processo de medição, análise, avaliação e 
descrição do desempenho ambiental da organização em relação aos objetivos definidos 
pelo seu SGA. 
O enfoque no produto e processo é constituído pelas normas enumeradas 
em: Primeira: Rotulagem Ambiental (ISO 14020, ISO 14021 e ISO 14024): estas normas 
estabelecem diferentes escopos para a concessão de selos ambientais. Diferentemente da 
ISO 14001, não certificam a organização, mas as linhas de produtos e processos que 
devem apresentar características específicas, tomando-se como base critérios estruturais 
tecnicamente válidos. A rotulagem ambiental, dentro do escopo da ISO, é extremamente 
interessante, uma vez que constitui um padrão de credibilidade à aceitação internacional. 
Segunda: Avaliação de Ciclo de Vida (ISO 14040, ISO 14041, ISO 14042, ISO 14043, ISO 
14044): estabelece a sistemática para a realização da avaliação de ciclo de vida de produto. 
Essa avaliação é realizada considerando a abordagem do berço ao túmulo, ou seja, tudo o 
que entra no processo produtivo, desde as matérias-primas e insumos de processo (como 
energia, água, madeira, minerais etc.), passando pelos poluentes gerados (emissões 
atmosféricas, resíduos sólidos, efluentes industriais etc.), até a fase de descarte do produto 
ao final de sua vida útil e suas implicações ambientais. Terceira: Aspectos Ambientais em 
Normas de Produtos (ISO/TR 14062): visa a orientar os elaboradores de normas de 
produtos, buscando a especificação de critérios que reduzem os efeitos ambientais advindos 
de seus componentes. Embora todas essas normas forneçam uma base conceitual e 
estrutural importante para a implantação da ISO 14001 e posterior certificação, 
exclusivamente os requisitos da norma ISO 14001 são, até o momento, indispensáveis e 
auditados para a obtenção de uma certificação de SGA. Em breve, será disponibilizada a 
nova norma ISO/CD 14005, a qual inserirá a avaliação de desempenho ambiental no escopo 
da ISO 14001. A ênfase no desempenho ambiental dada por essa norma em relação a ISO 
14001 talvez tenha surgido da percepção de que muitas organizações ainda baseiam o 
desempenho ambiental do seu SGA na órbita de cumprimento das regulamentações 
ambientais aplicáveis (SEIFFERT, 2007). 
Além das normas da série ISO 14000, outras normas como a ISO 19011 
(Auditoria de Sistemas de Gestão de Qualidade e Meio Ambiente) e ISO/WD 26000 
(Responsabilidade Social), surgiram para complementar o grupo de normas ambientais. 
Várias outras normas, além das citadas, encontram-se com sua estrutura ainda em 
definição, necessitando de complementações significativas para serem consideradas como 
padrões internacionais. 
Estando ciente do papel e importância das normas ISO de gestão ambiental, 
é necessário enfocar a norma ISO 14001 como um instrumento para a gestão ambiental. 
Assim, é conveniente procurar entender como esta norma atua para levar a implantação de 
um SGA nas organizações. 
A Norma ISO 14001 oferece, essencialmente, uma garantia de 
reconhecimento dos diferentes atos externos à empresa: mercado de produtos e insumos, 
órgão de fiscalização, agências de financiamento, comunidade e movimento ambientalista 
(NBR ISO 14001, 2004). A adesão à ISO 14001 vai proporcionar à empresa, além de uma 
FILHO, Alvaro Grummt; WATZLAWICK, Luciano Farinha 
 
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maior inserção no mercado internacional, vantagens organizacionais, redução de custos, 
minimização de acidentes e competição, como por exemplo: Vantagens organizacionais: 
mudança na gestão global da empresa, incorporação de práticas gerenciais na área 
ambiental, legitimidade da responsabilidade ambiental, conscientização dos funcionários. 
Redução de custos: eliminação de desperdícios do processo de produção, racionalização na 
alocação dos recursos naturais e humanos. Minimização de acidentes: identificação prévia 
das vulnerabilidades ambientais da empresa. Vantagens competitivas: novas oportunidades 
de negócios e mudança na concepção do consumidor. 
 
 
4 DIVERSIDADE NA IMPLEMENTAÇÃO 
 
Há uma vasta gama de possibilidades e de modelos de desenvolvimento 
destinados a auxiliar na implementação dos requisitos constantes da Norma ISO 14001. Em 
sua concepção básica, a Norma visa tornar possível suaaplicação a qualquer tipo e /ou 
tamanho de organização, razão pela qual não devem ser estabelecidas quaisquer formas 
pré-definidas e específicas para o desenvolvimento de um SGA. Dada a diversidade de 
culturas organizacionais e de meios de produção de bens e de serviços, considera-se que 
dificilmente será possível adotar uma prática que possa ser aceita como única e universal, 
levando a norma a apresentar tal abrangência. 
Isso se deve ao fato de que cada organização se constitui em atividades 
geralmente específicas, ditadas por um conjunto de elementos regidos por fatores internos e 
externos que possuem um dinamismo próprio e bastante particularizado. 
Além disso, a ISO 14001 e as demais normas voltadas a outras dimensões de 
Sistema de Gestão não estabelecem o modo pelo qual uma organização deve atender a um 
determinado requisito, definindo apenas o que deve ser realizado. Portanto, ao priorizar e 
expressar “o que fazer” e não “como fazer”, a Norma propicia liberdade e flexibilidade para 
que uma organização opte por modelos distintos de implementação e, também, de 
demonstração no cumprimento de um ou outro requisito. 
Diante dessa constatação, ao se comparar SGAs de diferentes organizações 
certificadas, torna-se plausível esperar alguma variabilidade e diversidade em relação à 
consistência de cada sistema. 
 
 
5 A GESTÃO AMBIENTAL PARA AS EMPRESAS 
 
O papel estratégico da gestão ambiental para as organizações tem sido 
evidenciado por uma série de constatações relacionadas ao ambiente onde atuam as 
empresas. Uma síntese deste fato deriva da observação de que as empresas tornaram-se 
expostas a cobranças de posturas mais ativas com relação à responsabilidade sobre seus 
processos industriais, resíduos e efluentes produzidos e descartados, bem como pelo 
desempenho dos seus produtos e serviços em relação a abordagem do ciclo de vida. 
Não é mais suficiente apenas analisar o processo produtivo, mas também 
olhar o produto em toda sua trajetória, ou seja, desde a matéria prima até o descarte final. 
As empresas notadamente consideradas pela sociedade como as principais responsáveis 
pela poluição, tornaram-se vulneráveis a ações legais, boicotes e recusas por parte dos 
consumidores, que hoje consideram a qualidade ambiental como uma de suas 
necessidades principais a serem atendidas (MOURA, 2000). 
Essa percepção existente por parte do público consumidor tem um 
fundamento muito objetivo, representado principalmente pelas observações do impacto 
ambiental causado por empresas do ramo industrial. Os dados relacionados à deterioração 
ambiental, apesar de apresentarem certa redução nos últimos 20 anos, apontam que as 
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indústrias dos países desenvolvidos contribuem com, aproximadamente, 1/3 do Produto 
Nacional Bruto (PNB), ao passo que as externalidades negativas têm sido 
proporcionalmente maiores. Quanto à poluição do ar, o ramo industrial é responsável por 
grande parte das emissões de óxidos de enxofre e do efeito estufa. Com relação à poluição 
da água, a indústria contribui também em grande quantidade pela demanda bioquímica de 
oxigênio e de material em suspensão e cerca de 90% dos despejos tóxicos na água. Quanto 
ao lixo, o setor industrial produz cerca de 75% do lixo orgânico. 
As informações provenientes do macroambiente indicam uma situação 
preocupante e servem para alertar para o impacto causado por diferentes nichos de atuação 
industrial. Dentro do ramo industrial, deve ser observada a especificidade do tipo de 
indústria, uma vez que existe desigualdade com relação ao impacto dos diferentes ramos de 
atividades, que ocorre porque a poluição gerada é influenciada pela forma de insumos, 
matérias-primas, água e energia utilizadas no processo de produção, aos quais também 
está aliada a intensidade de incorporação de tecnologias limpas. Estimativas recentes 
apontam que apenas 12% dos estabelecimentos industriais dos países desenvolvidos, 
concentrando 20% do valor adicionado, são responsáveis por 2/3 do total da poluição 
industrial (MOURA, 2000). 
Apesar das constatações relacionadas à produção de poluentes, ainda existe 
a possibilidade de questionamento se semelhantes informações são suficientes para 
condicionar a adoção de posturas que denotem uma preocupação com a questão ambiental. 
Para responder essa questão, é conveniente examinar as percepções das próprias 
empresas. 
Existe uma série de constatações realizadas na região européia que 
contribuem para a visão da questão ambiental como uma variável importante no processo 
de planejamento organizacional e como algo de caráter permanente (BACKER, 1995). 
Neste ponto, é pertinente comentar que os países industrializados, além de 
terem poluído de forma sem precedentes o planeta, para manter seu nível de 
desenvolvimento, têm drenado recursos numa extensão que dificilmente poderá ser 
alcançada pelos países em desenvolvimento. A dinâmica perniciosa deste processo vem 
relevando aspectos alarmantes do padrão de desenvolvimento industrial resultantes sobre a 
questão ambiental. 
 
 
6 BENEFÍCIOS DA ISO 14001 PARA AS EMPRESAS 
 
Fazer negócios, atualmente, não é apenas vender um produto ou serviço para 
clientes próximos. Nesta rápida evolução em direção a um mercado global, ter um conjunto 
de regras comuns é fundamental para facilitar o comércio. Ao mesmo tempo, essas regras 
devem ser suficientemente flexíveis para se aplicar tanto a uma empresa do Japão ou do 
Brasil, como a uma empresa dos Estados Unidos ou da Inglaterra. 
Em tal mercado singular, as organizações devem ser capazes de demonstrar, 
cada vez mais, uma sólida gestão empresarial que inclua a preocupação com o meio 
ambiente. A cada dia, temos mais evidências de que essa preocupação resulta em 
vantagens para as áreas de finanças, seguros, marketing, regulamentos e outras áreas 
operacionais. Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) oferece uma sólida estrutura para 
alcançar desafios ambientais e concretizar os benefícios citados acima. 
Há muitas razões para se implementar um SGA. As empresas reconhecem 
que apenas o foco no "comando e controle" não proporciona os resultados financeiros 
desejados. A ISO 14001 tem se mostrado uma ótima ferramenta para ajudar a empresa a 
evoluir da simples conformidade com regulamentos para uma posição de melhor 
produtividade e maior vantagem competitiva. 
Cada vez mais, aumentam as evidências de que empresas que gerenciam 
FILHO, Alvaro Grummt; WATZLAWICK, Luciano Farinha 
 
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não apenas os fatores econômicos comuns, mas também os fatores ambientais e sociais 
que afetam seus negócios, demonstram um desempenho financeiro superior ao de 
empresas que deixam de gerenciar os três tipos de fatores. 
Além disso, a experiência tem mostrado que a ISO 14001 é uma estrutura 
que inspira e canaliza a criatividade de todos os membros da organização, tornando-os 
agentes ativos da proteção ambiental, da conservação de recursos e da melhoria da 
eficiência. Quando todos os membros de uma organização são desafiados a pensar de 
forma diferente, promove-se a criação de produtos e serviços inovadores. A inovação 
constitui um propulsor fundamental para o crescimento econômico, o que faz da ISO 14001 
uma formidável ferramenta que certamente trará ótimos resultados ao investir. 
A rapidez e a eficácia com que ocorre o retorno de um investimento feito na 
ISO 14001 constituem uma função de várias condições, incluindo: a) Situação e nível de 
sofisticação do sistema de gestão existente. b) grau do desafio ambiental enfrentado, 
incluindo situações passadas, presentes e futuras. c) Quantidade e qualidade dos recursos 
aos quais se tem acesso, tanto internos como externos.d) Estado de preparação, como, por 
exemplo, a existência de práticas de gestão ambiental. e) Responsabilidades relacionadas 
com a gestão ambiental e sua relação com pessoas. f) Expectativas das partes interessadas 
com relação ao SGA. g) Situação atual de conformidade com requisitos legais. h) Outros 
requisitos com os quais se possa ter um comprometimento. i) Nível de verificação 
necessário para atender aos requisitos do mercado ou às expectativas das partes 
interessadas. 
A ISO 14001 é uma norma intencionalmente flexível; que pode ser aplicada 
em pequenas empresas como em organizações multinacionais, possibilitando o acesso a 
um mercado global onde o desempenho empresarial e o desempenho ambiental andam de 
mãos dadas. 
 
 
7 AUDITORIA AMBIENTAL 
 
A Auditoria Ambiental é um instrumento de gestão que permite fazer uma 
avaliação sistemática, periódica, documentada e objetiva dos sistemas de gestão e do 
desempenho dos equipamentos instalados em um estabelecimento de uma empresa, para 
fiscalizar e limitar o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente. Ela pode ser 
voluntária, por decisão da empresa em conformidade com sua Política Ambiental, imposta 
por legislação local, ou resultante de circunstâncias especiais que afetem a empresa, tais 
como a ocorrência de acidentes ambientais graves, ou ainda, como exigência de 
compradores interessados nos ativos do estabelecimento e na identificação de eventuais 
passivos ambientais. 
Pode ainda ser interna, realizada por pessoal da própria empresa, de forma 
rotineira, dentro do que estatui sua Política Ambiental, ou externa, realizada por empresas 
especializadas, quando houver motivos legais ou políticos que os justifiquem, preocupação 
com futuras ações indenizatórias, exigências de companhias seguradoras, exigências de 
clientes, particularmente importadores, desejo de melhorar a transparência da imagem da 
empresa. Quando o motivo for a certificação do estabelecimento pela ISO 140001, a 
auditoria deverá ser feita por uma terceira-parte devidamente credenciada. 
Quanto aos seus objetivos, as auditorias ambientais podem ser: técnicas, de 
conformidade legal, de gerência, de responsabilidade e completas. 
Os procedimentos adotados na Auditoria Ambiental são similares aos 
utilizados nas auditorias da qualidade e nas auditorias de segurança e prevenção de 
acidentes. Tais procedimentos pressupõem uma definição de responsabilidades nos 
escalões diretivos da organização que deve, por isso, incorporar as preocupações 
ambientais a seus processos de decisão. 
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O plano de auditoria deve identificar as áreas, atividades e processos que 
serão investigados, envolvendo procedimentos administrativos e operacionais, sistemas de 
proteção, estrutura empresarial, documentos, relatórios de ocorrências e de desempenho 
etc. 
O objetivo básico da Auditoria Ambiental é avaliar o grau de conformidade do 
estabelecimento com a legislação e com a Política Ambiental da empresa, incorporada a 
SGA, se este já estiver implantado. 
São três os alvos fundamentais da investigação nessas auditorias: a situação 
do licenciamento, a competência para o controle dos riscos ambientais, e a confiabilidade do 
monitoramento que é realizado. 
Como objetivos mais amplos que podem ser alcançados por uma Auditoria 
Ambiental, merecem ser relacionados os seguintes tópicos: a) Verificar a conformidade das 
instalações do estabelecimento com todas as legislações aplicáveis (municipais, estaduais, 
federais, trabalhistas, de segurança etc.). b) Informar a direção da empresa sobre a eficácia 
do SGA implantado, indicando correções e recomendando eventuais modificações. c) 
Avaliar o estabelecimento, levando em conta os passivos ambientais identificados e os 
custos eventuais de sua reabilitação. d) Melhorar as condições de diálogo da empresa com 
a comunidade e com os órgãos ambientais de licenciamento e controle, seguradoras, ONG’s 
etc. e) Identificar possíveis melhorias na gestão dos gastos designados à correção de 
problemas ambientais. f) Verificar se a destinação e o eventual transporte dos resíduos 
gerados estão sendo feitos de forma legal e correta. 
A amplitude de uma Auditoria Ambiental é, como se constata, muito vasta, 
pois deve analisar detalhadamente as instalações e atividades desenvolvidas pelo 
estabelecimento (capacidade das instalações e equipamentos, situação das estruturas, 
existência de documentação técnica, adequação do pessoal, recursos para manipular 
equipamentos perigosos, prontidão para emergências), a organização (recursos humanos, 
recursos gerenciais, recursos financeiros, organogramas e definição de responsabilidades), 
as rotinas internas (de testes, coleta de amostras, registro de documentação, análise de 
riscos, manutenção, treinamento) e as interfaces do estabelecimento com organismos e 
atividades externas. 
Em razão dessa amplitude de escopo e para que alcance a maior eficácia, 
uma Auditoria Ambiental deve ser dividida nas seguintes fases: 1ª) Planejamento das ações. 
2ª) Reconhecimento do local e das áreas circunvizinhas. 3ª) Trabalho de coletas de dados 
na empresa e no campo. 4ª) Elaboração do Relatório de Auditoria. 5ª) Discussão dos 
resultados e recomendações (VALLE, 1995). 
O relatório da auditoria deve conter as seguintes informações: a) Identificação 
da unidade auditada e do cliente da auditoria, isto é, de quem solicitou a auditoria; b) 
Objetivos e escopos; c) Critérios utilizados; d) Data de condução da auditoria e período 
coberto pela auditoria; e) Identificação dos membros da equipe de auditores; f) Identificação 
dos membros da unidade auditada com participação mais efetiva na auditoria; g) Sumário do 
processo da auditoria, incluindo os obstáculos encontrados; h) Conclusões; i) Certificação 
de confidencialidade da auditoria; j) Lista de distribuição do relatório (D’AVIGNON et al., 
2001). 
A Auditoria Ambiental constitui uma parte importante do sistema das normas 
internacionais ISO 14000, que estabelece as diretrizes para sua execução e para a análise 
das informações coletadas nas normas ISO 14010 e seguintes. 
Em razão dos fortes vínculos que existem entre os temas meio ambiente, 
qualidade e segurança, a Auditoria Ambiental assume uma importância toda especial 
naquelas empresas que implantaram o sistema de qualidade total. 
 
 
 
FILHO, Alvaro Grummt; WATZLAWICK, Luciano Farinha 
 
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8 EMPRESAS DE PEQUENO A MÉDIO PORTE E A IMPLEMENTAÇÃO DO 
SGA-ISO 14001 
 
Neste contexto, dependendo da orientação de mercado e do nível de pressão 
por parte de órgãos de controle ambiental aos quais a organização está sujeita, a 
implantação de um SGA-ISO 14001 pode ser um recurso indispensável. É sem dúvida, uma 
tendência que sua implantação torne-se uma forma imediata de resposta das organizações 
ao conjunto de determinantes externos aos quais estão sujeitas. 
Para empresas de pequeno a médio porte, o entendimento dos desafios 
apresentados por estes determinantes externos é fundamental como forma de guiar suas 
ações através de uma estratégia bem elaborada de modo que lhes proporcione maior 
estabilidade. 
Considera-se que as pequenas e médias empresas apresentam grande 
potencial de mercado para implementação de SGAs-ISO 14001, e que o sucesso dessa 
norma poderá ser medido através do grau de sua doação por empresas com este perfil, que 
tipicamente necessitam de um melhor direcionamento em relação a assuntos ambientais. 
A estrutura da ISO 14001 representa um impulso de integração dos princípios 
de desenvolvimento sustentável ao sistema econômico de mercado livre. Isso incentivará a 
abordagem de auto-organização e auto-regulamentação para a proteçãoambiental dentro 
de um contexto de melhoria contínua de desempenho. Cabe ressaltar aqui, que embora 
muitas ferramentas venham sendo propostas para este fim, que a ISO 14001 é uma das que 
vem apresentando resultados concretos e abrangentes para a melhoria da qualidade 
ambiental. 
Por sua vez, a ISO 14001 representa a inserção, no ambiente organizacional, 
de uma sistemática que direcione suas ações no sentido da adoção de práticas que 
controlem ou minimizem os impactos ambientais adversos ao meio ambiente. Em virtude de 
todo um cenário nacional de instabilidade econômica, principalmente no que tange à 
empresas de menor porte, isto pode representar uma série de desafios a serem vencidos. 
 
 
9 IMPORTÂNCIA E DESAFIO PARA AS PEQUENAS E MÉDIAS 
EMPRESAS 
 
Os entraves associados à implantação desta norma por empresas de 
pequeno a médio porte, em geral, estão relacionados à uma crença difundida de que estas 
empresas apresentam impacto ambiental reduzido, e que pode, evidentemente, ser 
considerado verdadeiro quando se compara o impacto ambiental isolado de empresas 
destes portes com uma empresa de grande porte. O maior problema relacionado aos 
impactos ambientais de empresas com esse perfil ocorre devido ao seu efeito acumulativo, 
por serem mais numerosas. 
Em países industrializados, vem sendo registrado um significativo aumento no 
número de empresas com este perfil. Entretanto, enquanto o impacto ambiental de 
empresas de grande porte é mais compreendido, o de pequenas ainda é desconhecido e 
pouco gerenciado, evidenciando a necessidade de que cada vez mais os governos passem 
a reconhecer a importância da realização de um monitoramento ambiental mais criterioso 
nestas empresas, por parte dos órgãos de controle ambiental municipal e estadual, 
principalmente a partir da constatação de que, associados à operação destas empresas, 
devem ser considerados os efeitos cumulativos e sinérgicos de seus impactos ambientais. 
No Estado de São Paulo, isso vem se tornando cada vez mais evidente, inclusive no caso 
de microempresas. 
Relacionado a isso, seria então, essencial a existência de um banco de dados 
complementar ao cadastro de atividades potencialmente poluidoras nos órgãos de 
IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO DE UM SGA-ISO 14001 PARA EMPRESAS 
 
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fiscalização ambiental estadual, nos quais as empresas cadastradas possuem certificação 
ISO 14001, o que sem dúvida, reduziria a necessidade de monitoramento de empresas de 
micro, pequeno e médio porte, principalmente considerando-se sua maior demanda em 
virtude de seu maior número em relação a empresas de grande porte. 
A implantação de SGA por empresas de pequeno a médio porte possibilitará 
um aprimoramento no desempenho ambiental associado ao cumprimento da legislação 
ambiental, como também constituirá uma forma de aumentar sua competitividade em um 
mercado globalizado, pois este tipo de empresa vem demonstrando, de modo geral, estar 
menos preparado para enfrentar as exigências de um comércio internacional. O baixo nível 
de gerenciamento, bem como a baixa disponibilidade de capital e recursos humanos, 
dificulta a realocação dos recursos necessários para implantação de princípios de 
gerenciamento ambiental ou de um SGA certificado. 
Entretanto, é importante considerar que, ainda que exista essa necessidade 
de que as pequenas e médias empresas passem a dar maior importância à melhoria de seu 
desempenho ambiental, também se torna evidente a existência de uma série de desafios e 
determinantes a serem considerados, os quais estão associados ao macroambiente onde 
elas operam. Neste macroambiente existe megatendências e forças de ordem econômica, 
físicas/demográficas, ambientais/ecológica, tecnológicas, políticas/legais e socioculturais 
envolvidas. Ainda de acordo com esses autores, tais megatendências e forças estabelecem 
oportunidades, ameaças, parâmetros, limites e desafios, os quais devem ser analisados 
pelas organizações em uma visão estratégica. Para tanto, essas empresas devem 
considerar todo um contexto de inter-relacionamentos bastante complexo, envolvendo seu 
modelo de gestão, crenças, valores e ramo de atuação, buscando, desta forma, 
complementar-lhe a ótica econômica-social, com um enfoque ambiental. 
Essa relação entre a empresa e os múltiplos fatores oriundos do seu meio 
ambiente de atuação fez surgir o entendimento de que elas são unicamente entidades 
econômicas, mas instituições sociopolíticas, em função de sua relação com o ambiente 
externo, o que ocorre em virtude de os limites entre empresa e ambiente externo serem, por 
vezes, vagos e ambíguos. 
Uma questão que também deve ser levada em conta na operação de 
pequenas e médias empresas diz respeito ao impacto ambiental causado por atividades, 
produtos e serviços no meio ambiente. 
A intensidade do impacto causado por suas atividades leva à seleção e ao 
uso de técnicas e tecnologias mais adequadas ao aprimoramento do desempenho da 
organização, particularmente, considerando-se seu ramo de atuação, impacto ambiental e 
ciclo produtivo. 
O maior impacto ambiental da empresa torna a mais susceptível de ser 
apontada como uma das causadoras de problemas ambientais e, conseqüentemente, 
sujeita a ações dos agentes preocupados com esta questão. 
Os impactos ambientais de uma organização estão diretamente associados 
ao seu ramo de atividade ao número de funcionários ao qual está diretamente associado o 
seu porte. Embora empresas de pequeno a microporte, de maneira geral, ainda sofram 
proporcionalmente menor pressão por parte dos órgãos de controle ambiental, outros 
fatores vêm também influenciando o processo de busca de uma certificação ISO 14001. 
 
 
10 A BUSCA DA CERTIFICAÇÃO 
 
É importante considerar, que uma das diretrizes básicas para a elaboração da 
norma ISO 14001 é sua aplicabilidade a todos os tipos e portes de organizações, em 
variadas condições geográficas, culturais e sociais, a qual permitirá um aprimoramento 
contínuo dos processos, através do comprometimento de todos os níveis organizacionais, 
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como forma de alcançar um equilíbrio entre proteção ambiental e necessidades 
socioeconômicas (REIS, 1995). Essa flexibilidade pode ser considerada como um grande 
fator incentivador de sua implantação e difundida aceitação em nível mundial. 
Consiste um direcionamento mundial que a implantação da norma ISO 14001 
deva seguir o mesmo caminho da série ISO 9000, ou seja, servir como um importante fator 
determinante na realização de negócios, tornando-se um pré-requisito para transações entre 
clientes e fornecedores tanto do mercado interno quanto internacionais. Além disso, servirá 
como componente para qualificar empresas frente a empréstimos, para baixar valores de 
seguros, reduzir cargas de restrições, e melhorar a imagem junto a consumidores. 
Entretanto, existem preocupações bastante pertinentes com relação a sua 
forma de adoção. Uma delas está relacionada ao fato de que esta certificação poderia vir a 
tornar-se um empecilho às empresas localizadas em países em desenvolvimento, em 
virtude de o seu processo de implantação ser oneroso e seus critérios serem difíceis de 
alcançar. 
Percebe-se que, embora a norma ISO 14001, seja flexível, uma vez que não 
estabelece padrões de desempenho ambiental, exige que a organização cumpra os padrões 
de desempenhos ambientais mínimos locais. Neste caso, é claro que o nível de dificuldade 
para obtenção da certificação será determinado pelo nível de restrições ambientais 
associadas à legislação ambiental determinada por cidade, Estado, região ou país onde a 
empresa está instalada. 
Embora, em um contexto mundial essa preocupação, de um modo geralnão 
possa ser considerada determinante, no Brasil, pode ser considerada uma ameaça real a 
sua implantação por empresas de pequeno a médio porte, particularmente quando os 
modelos de implantação utilizados são essencialmente voltados a empresas de grande 
porte. É importante considerar que estas empresas apresentam necessidades específicas, 
que devem ser levadas em conta durante o processo de implantação. 
Uma situação que deve ser considerada pelas pequenas e médias empresas 
relaciona-se às estratégias e instrumentos utilizados para obtenção de uma gestão 
ambiental, os quais sofrem influências relacionadas às particularidades das empresas. A 
implantação de qualquer forma estruturada de gestão ambiental deve considerar fatores 
subjetivos das empresas, tais como crenças, valores, estilo de gestão, os quais intervêm 
nas ferramentas e nos instrumentos. Esta questão é de grande importância, pois se 
relaciona a uma estrutura que possibilitará a efetivação dos processos a serem 
desenvolvidos no ambiente das organizações, devendo, desta forma, ser objeto de grande 
atenção. 
Considerando, as pequenas e médias empresas no âmbito geral apresentam 
sistemas de controle e planejamento menos formais, gerente que são tipicamente 
multifuncionais, mais de um direcionamento empreendedor planejamento horizontal de curto 
prazo e que geralmente retardam a implantação de um SGA abrangente. Esse tipo de 
empresa é normalmente gerenciado por seu proprietário/fundador, podendo haver 
dificuldades com a implantação do subsistema documental. 
Auditores, consultores ou outro tipo de ajudas externas podem ser 
necessárias para o desenvolvimento de um SGA objetivo. Tendo em vista o conjunto de 
fatores que se apresentam na implantação de formas de gerenciamento ambiental, cumpre, 
a seguir, analisar o caráter sistêmico com que podem ser abordadas as questões, 
principalmente no ambiente empresarial. 
Quanto às pequenas e médias empresas, o perfil da consultoria contatada é 
de grande importância, uma vez que a abordagem de implantação utilizada pode encarecer 
demasiadamente o processo de implantação, gerando um SGA pouco amadurecido, instável 
e extremamente dependente da ação dos profissionais contratados para sua implantação 
nas etapas de atualização e manutenção. 
 
IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO DE UM SGA-ISO 14001 PARA EMPRESAS 
 
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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As empresas com visão de futuro e que fazem da implementação do 
desenvolvimento sustentável um objetivo estratégico, serão as grandes beneficiadas. 
Aplicando práticas saudáveis de gerenciamento ambiental (produzindo sem poluir, 
diminuindo seus resíduos industriais ou orgânicos, utilizando eficientemente os recursos 
naturais, respeitando as preocupações ecológicas dos clientes, dos acionistas, dos 
empregados e das comunidades locais), estas empresas alcançarão posição de destaque 
num mercado cada vez mais consciente das responsabilidades organizacionais e da 
sociedade como um todo. 
No atual contexto, ostentar um SGA com base nos requisitos da ISO 
14001(2004), certificado ou não, é um diferencial competitivo pelo fato de que o estado do 
meio ambiente já se tornou uma preocupação de grande parte da população, e dos 
principais formadores de opinião como jornalistas, professores, cientistas, artistas, políticos, 
sindicalistas etc. Outro ponto a destacar é que a versão da ISO 14001(2004), ao associar a 
melhoria contínua ao desempenho ambiental, procurou tornar mais eficaz a equalização de 
práticas ambientais a partir de padrões crescentemente elevados. 
Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e estão sendo 
fortemente afetados pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de 
atividades públicas ou privadas. Portanto, estão cada vez mais escassos, relativamente 
mais caros ou se encontram legalmente mais protegidos. Os bens naturais (água, ar) já não 
são mais bens livres/grátis. Por exemplo, a água possui valor econômico, ou seja, paga-se 
por ela, e tende a se pagar cada vez mais por esse recurso natural. Certas indústrias, 
principalmente com tecnologias avançadas, necessitam de áreas com relativa pureza 
atmosférica. Ao mesmo tempo, uma residência num bairro com ar puro custa bem mais do 
que uma casa em região poluída. 
As pressões públicas locais, nacionais e mesmo internacionais, exigem a 
cada dia mais responsabilidades ambientais das empresas. Bancos, financiadores e 
seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente sadias ou exigem taxas financeiras 
e valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras. A sociedade, em geral, e a 
vizinhança em particular estão se tornando mais exigentes e críticas no que diz respeito aos 
danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e atividades. Organizações não-
governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação 
ambiental, a minimização de impactos, a reparação de danos ambientais ou impedindo a 
implantação de novas atividades ou empreendimentos. 
Os compradores de produtos intermediários estão exigindo, cada vez mais, 
produtos que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis. A imagem de 
empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aprovada por acionistas, consumidores, 
fornecedores e autoridades públicas, na qual acionistas conscientes da responsabilidade 
ambiental preferem investir. (MAIMON, 1999) 
A gestão ambiental, nos dias de hoje, é muito mais valorizada, principalmente 
nos países ditos industrializados e em vias de desenvolvimento, pois a demanda por 
produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatível cresce 
mundialmente. Cada vez mais, compradores, e principalmente importadores, estão exigindo 
a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14001(2004), ou mesmo certificados ambientais 
específicos, como por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc. Tais 
exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”, mediante a rotulagem ambiental. 
Acordos internacionais, tratados de comércio e mesmo tarifas alfandegárias incluem 
questões ambientais na pauta de negociações culminando com exigências não tarifárias, 
que em geral, afetam produtores de países exportadores. 
Todo esse complexo de fundamentos evidencia que a preservação e a 
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preocupação com o meio ambiente é uma tendência indiscutível, e que aqueles que não se 
adequarem a elas, estarão sujeitos a ficar fora do mercado. 
IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO DE UM SGA-ISO 14001 PARA EMPRESAS 
 
Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO 
 
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