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Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
00
Curso de Graduação em Ciências 
Agrárias Licenciatura a Distância
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA - UFPB
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIAS
AVICULTURA
Prof. José Jordão Filho
DEPARTAMENTO DE AGROPECUÁRIA
CCHSA / UFPB
00 Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a DistânciaCadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
Considerações Iniciais
 O crescimento da população mundial tem reduzido as áreas disponíveis e apro-
priadas para atividade agropecuária e, aliado à crescente degradação e aprovação de 
legislação de proteção dos recursos naturais, tem restringido e obrigado produtores, go-
vernos e entidades não governamentais a buscarem atividades que diversifiquem a ofer-
ta de alimento, principalmente nas regiões mais pobres do planeta.
 A avicultura tem sido um importante setor do agronegócio, pela facilidade de pro-
dução devido o menor espaço para criação, precocidade sexual, longevidade produtiva, 
rápido capital de giro com geração de renda e, principalmente, pelos produtos serem con-
siderados democráticos, ou seja, estarem acessíveis a todas as classes da população 
(ricos e pobres), devido o preço de aquisição. Além disso, os produtos das aves (carne 
e ovos) são considerados deliciosos e nutritivos, os que o torna apreciáveis em todo o 
mundo.
 O sucesso da criação de aves obtido nos últimos 50 anos é fruto de incansáveis 
trabalhos dos setores acadêmico e empresarial, nas áreas de genética, nutrição, manejo, 
sanidade e bem-estar das aves. O Brasil vem tendo grande destaque no setor a partir do 
desenvolvimento de milhares de textos, livros, dissertações e teses concluídas, propor-
cionando a formação de mão-de-obra especializada e o surgimento de empresas de alta 
competitividade, capazes de criar produtos de extrema qualidade e, assim, exportá-los 
para os mais diversos lugares do mundo.
 Esta obra oferece a você, caro leitor, conhecimento técnico e prático sobre a 
criação de aves. Nas primeiras unidades estão focadas o “Histórico e Importância So-
cioeconômica” da avicultura; Genética avícola, que permitiu esse significativo avanço 
de qualidade; o “Planejamento de uma Empresa Avícola”. As noções de conhecimento 
“Anatômico e Fisiológico” do corpo das aves; Em seguida, os conhecimentos foram apri-
morados na área de “Instalações e Equipamentos”; nos cuidados “Manejo” de criação 
de frangos, poedeiras e matrizes; na descrição das práticas do processo de “Abates de 
Frangos e Processamento de Carne” e “Qualidade de Carne e Ovos” para consumo hu-
mano e “Incubação de Ovos”; e na Sanidade das Aves. Por fim, a última unidade enfoca 
as “Noções de Criação de Galinha Caipira”.
 Caro aluno fase a breve apresentação de nossa proposta de conteúdos para a 
disciplina de Avicultura esperamos poder contribuir para com seu aprendizado na criação 
de aves.
Prof. José Jordão Filho
Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
00
Unidade 1
Histórico e Importância Socioeconômica
Brasil é o segundo maior produtor e o primeiro exportador de carne 
de aves do mundo. Em termos de competitividade, o país produz, 
atualmente, o frango mais barato do mercado. O agronegócio avícola 
brasileiro movimenta mais de 10 bilhões de dólares ao ano, repre-
sentando mais de 2% do PIB do país. São milhões de empregos 
gerados, diretos e indiretos e, uma taxa de crescimento de 10% ao ano, nas últi-
mas três décadas.
 O Brasil exporta para mais de 150 diferentes destinos e é responsável por 
um terço do total comercializado de carne de frango no mercado internacional, 
demonstrando claramente o reconhecimento da qualidade do produto brasileiro.
Evolução da avicultura no Brasil
 Ao longo da história do Brasil, praticou-se uma avicultura tradicional e fa-
miliar, conhecida como produção de frango caipira. Nas pequenas propriedades, 
produziam-se carne e ovos para o próprio consumo, vendendo-se apenas o exce-
dente.
 De 1900 a 1930, conhecido por Período Romântico, a avicultura carac-
terizou-se pela importação das primeiras galinhas da raça pura. A criação era 
encarada como passa tempo e não para auferir lucros, resultando nos primeiros 
cruzamentos sem conhecimento técnico, apenas como forma de distração e cu-
riosidade.
 De 1930 a 1960, intervalo caracterizado por período comercial, a avicultura 
passa a ter base comercial. Nesta época, foram publicados os primeiros exem-
plares da revista “Chácaras e Quintais”, assim como “O Campo”. Após a Segunda 
Guerra Mundial, ocorreu a modernização da avicultura industrial americana, com 
a adoção do uso de híbridos, das linhagens muito refinadas e do confinamento 
estrito, proporcionaram um grande salto de produção.
 O período de 1960 a 1970 ficou conhecido como período industrial, no qual 
ocorreu a implantação de novas tecnológias no Brasil, com a vinda de indústrias 
americanas com suas linhagens de alta qualidade genética.
O
UNIDADE I - AVICULTURA
Histórico e Importância Socioeconômica
00 Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a DistânciaCadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
 De 1970 aos dias atuais, poderíamos classificar como período super indus-
trial, onde a avicultura avançou enormemente. Neste período, houve um avanço 
no tempo de abate dos frangos de 60 para 40 dias, com peso vivo de 2 para 2,5 
kg e uma conversão alimentar de 2,1 para os atuais 1,8 kg por quilo de carne 
produzida, por exemplo. Esses índices foram obtidos graças, principalmente, aos 
investimentos na área de melhoramento genético que permitiram uma tremenda 
evolução produtivos das aves comerciais. Essa evolução na avicultura de cor-
te foi acompanhada e incentivada mundo afora pelo consumo de carne (Figura 
1.1a). Entretanto, o consumo de ovos (Figura 1.1b) no Brasil não acompanhou o 
avanço genético das aves e as tendências alimentares dos consumidores, em-
bora Empresas e Técnicos tenham disponibilizado esforços e dinheiro em favor 
da atividade.
 
Vantagens da avicultura
 Muitas são as vantagens ao se optar pela criação de aves comerciais. A 
necessidade de pequena extensão de terra, independente se esta é agricultável 
ou não, o que valoriza as áreas de terras inférteis, tem sido uma das vanta-
gens principais. A avicultura é um dos poucos empreendimentos do agronegócio 
que apresenta alta capacidade de rendimento por área coberta de abrigo. Gera 
emprego para famílias, contribuindo com a redução do êxodo rural, que, infeliz-
mente, tem crescido no país. A avicultura, em função do pequeno porte das aves 
e da maturidade sexual precoce, apresenta rápido capital de giro, em compara-
ção com animais de médio e grande porte.
 Os produtos das aves são considerados nutritivos e deliciosos para con-
sumo humano em todas as faixas etárias. Álias, a carne e ovos produzidos pelas 
aves têm sido considerados alimentos democráticos, devido ao fato de estarem 
acessíveis a todas as classes da sociedade, desde os mais pobres até os mais 
ricos. Isso torna os produtos avícolas, excelentes fontes de proteína animal, com 
capacidade de combater a fome e a desnutrição de muitas populações pobres do 
planeta.
Figura 1.1a- Evolução do Consumo per 
capita de carne de frangos no Brasil. Fon-
te: adaptado da UBA. 
Figura 1.1b- Evolução do Consumo per capita 
de ovos no Brasil. Fonte: adaptado da UBA
Unidade 1 Avicultura
Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
Cadernos de Licenciaturaem Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
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Cadeia produtiva de aves
 A cadeia produtiva de aves movimenta diversos setores da dita indústria 
avícola (Figura 1.2), como as granjas de criação, os fornecedores de insumos, as 
indústrias de abate e processamento de carne e ovos e o consumidor final.
Os sistemas de produção relacionam-se com um ou mais setores da cadeia produ-
tiva da indústria avícola dentro das condições de mercado, classificando os produ-
tores como independente, integrados e cooperados.
 Sistema de criação independente: representado em sua maioria absoluta 
pelos produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas. O sistema de criação indepen-
dente é aquele no qual, o produtor produz e vende no mercado livre, ou seja, a 
produção de ovos de consumo e férteis, pintos de um dia, frangos abatidos, ap-
enas um ou todos, encontram-se sob a responsabilidade individual de um produ-
tor independente. Atualmente, esse sistema de criação é muito limitado, pois, os 
produtores independentes devem ter disponibilidade de capital o suficiente para 
investir e/ou prever eventuais crises e, assim, garantir a sobrevivência do negócio.
 Sistema de criação integrado: trata-se do sistema que engloba todo o 
processo produtivo, desde a produção do ovo fértil até o abate ou comercialização 
dos ovos de consumo, sendo que cada uma dessas etapas é realizada por um 
diferente membro da integração. A título de exemplo, temos as agroindústrias. A 
integração é um acordo mútuo entre empresa e produtores, sem a necessidade 
obrigatória de um contrato formal. Nesse acordo a empresa integradora se com-
promete a fornecer as aves, a alimentação, os medicamentos e a assistência téc-
nica, o transporte da ração e dos frangos, bem como o abate e a comercialização. 
Ao integrado cabe providenciar as instalações e a mão de obra. A remuneração do 
integrado pode ser feita pelo cálculo do fator de produção (FP = % de viabilidade 
x ganho de peso x 100 ÷ conversão alimentar) ou, então, por meio de um valor 
percentual fixo do preço de mercado.
 Sistema de criação cooperado: a maioria das cooperativas trabalha no 
sistema de integração, ou seja, o integrado entra com as instalações e mão de 
obra e recebe os demais insumos da cooperativa. Ao término do lote, ele recebe 
um valor por frango criado de acordo com a produtividade. Além disso, no final do 
ano, quando da apuração dos resultados financeiros, o cooperado recebe uma 
bonificação proporcional à quantidade de frangos entregue na cooperativa. Esse 
cálculo da bonificação é feito para cada atividade em que o cooperado esteja en-
volvido (cereais, suínos etc.).
Consideração final
Os investimentos científicos e empresariais fizeram da avicultura atual, um suces-
so no agronegócio mundial.
Unidade 1 Avicultura
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Unidade 1 Avicultura
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Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
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00
Unidade 2
Genética Avícola
evolução no desempenho das linhagens de aves comerciais são fru-
tos de investimentos e esforços feitos a pelo menos cinco décadas, 
em cinco áreas de atuação: nutrição, manejo, sanidade, ambiência 
e genética. No entanto, tem sido consenso entre os pesquisadores que 80% das 
melhorias obtidas nas linhagens de corte e postura foram decorrentes do pro-
cesso de seleção genética. O constante desenvolvimento de estudos de gené-
tica quantitativa, aliado ao uso de técnicas computacionais e métodos estatísticos 
mais completos, tem assegurado um progresso genético contínuo de todas as 
características de produção. São vários os benefícios que o melhoramento gené-
tico trouxe para a avicultura. Nos anos 40, o número de ovos produzidos por ave 
alojada era próximo de 130. Atualmente, esse valor atinge a incrível marca de 350 
ovos produzidos por ave/ano, por exemplo.
Origem, classificação e domesticação
 
 A origem das aves sempre nos remete a pergunta: “Quem veio primeiro, 
a galinha ou o ovo?”, a resposta certamente dependerá de conhecimentos ar-
queológicos ou da fé. Podemos acreditar que foi a galinha, pois: Deus disse: que 
as águas fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o 
firmamente do céu. E Deus criou as baleias e os 
seres vivos que deslizam e vivem na água, con-
forme a espécie de cada um, e as aves de asas 
conforme a espécie de cada um (Gn. 1:20-21). Ou 
acreditar que seja o ovo, pois, répteis já os produ-
ziam milênios antes das aves existirem.
A
Quadro 2.1- Surgimento das aves
X
UNIDADE II - AVICULTURA
Genética Avícola
00 Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a DistânciaCadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
 Acredita-se que a galinha de hoje teve sua origem a um pouco mais de 150 
milhões de anos, a partir do Archaeopterix, que teria habitado a região conhecida 
atualmente como a Índia. O registro das espécies primitivas que originaram as 
aves comerciais de hoje não é total-
mente seguro. A maioria dos pesqui-
sadores, incluindo Darwin, acredita-
vam que as aves foram originadas 
do Gallus bankiva. Além do Gallus 
bankiva, é possível que outras espé-
cies tenham contribuído com mate-
rial genético para a formação das linhagens atuais, como: o Gallus lafayetti do 
Ceilão; o Gallus varius de Java e o Gallus sonneratti do norte da índia.
 A classificação das aves pode ser feita de três formas diferentes, conforme 
o critério adotado: grau de domesticação, classificação biológica das espécies e 
a classificação oficial da “American Poultry Association Standard of Perfection”.
1. Grau de domesticação: entende-se por domesticado, a ave que possui uti-
lidade econômica e reproduz em cativeiro. Como exemplo, temos as aves 
domesticadas: galinha, patos, marrecos, etc. e as aves semi-domesticadas: 
codornas, faisões, gansos, entre outras.
2. Classificação biológica: entende-se como o esquema geral de classificação 
das espécies.
3. Classificação da American Poultry Association Standard of Perfection. Esta 
classificação envolve centenas de variedades de aves agrupadas em pelo 
menos 15 classes. Porém, quatro são de maior importância econômica, divi-
dida conforme a origem geográfica em: Americanas, Inglesas, Mediterrâneas 
e Asiáticas (Tabela 2.1).
Tabela 2.1- Características das principais espécies classificadas economicamente 
pela American Poultry Association Standard of Perfection. 
Os principais representantes das espécies americanas são: New Hampshire, 
Rhode Island Red, Plymonth Rock Barrada e a Wiandotte. Inglesas: Cornish, Or-
pington, Australorp, Sussex, Dorking e Redcap. Mediterrânea: Leghorn, Ancona, 
Minorca e Andaluza azul. Asiática: Brahma, Cochim e Langshan. As característi-
cas particulares de algumas das raças representantes desses grupos estão apre-
sentadas no último capítulo desta obra, a unidade de “Galinha Caipira”.
Fóssil de
 Archaeopterix
Espécie
Americana
Inglesa
Mediterrânea
Asiática
Pele
Amarela
Branca
(exceção da Cornish)
Amarela
Amarela 
(exceção da Langshan)
Ovos
Vermelhos
Vermelhos (exceção da 
Redcaps e Dorkings)
Brancos
Vermelhos
Tamanho
Médio
Médio ou grande
Pequena
Grande
Pernas
Sem penas
Sem penas
Sem penas
Com penas
Unidade 2 Avicultura
Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
00
A domesticação das aves teve origem por volta de 3200 a.C., com duas finalidadesbásicas: bele-
za e briga, sendo as aves que não serviam a estes fins abatidas para consumo. As brigas de galo 
eram muito difundidas na Europa, entretanto, essa cruel modalidade de “diversão” foi proibida na 
Inglaterra, em 1849 e, neste mesmo ano, foi realizada a primeira exposição de aves, dando início 
a atividade econômica do futuro. Geralmente, costuma-se informar que da ave primitiva (Archae-
opterix) ao galo de briga levaram-se cerca de 150 milhões de anos, e do galo de briga às linhagens 
atuais, com eficiente potencial de conversão, foram necessários um pouco mais de 150 anos.
 Cruzamentos
 Segundo o Sistema de Produção de Frangos da Embrapa, nos cruzamentos, normalmente 
busca-se tirar proveito de dois efeitos:
a) Genéticos: Efeito de raça: (devido ao efeito genético aditivo dos genes, passa de ge-
ração a geração e inclui habilidade geral de combinação das linhas utilizadas no cruza-
mento). Efeito da heterose: (devido aos desvios de dominância dos alelos e dos desvios da 
epistasia entre locus e inclui habilidade específica de combinação das linhas utilizadas no 
cruzamento) pode existir no indivíduo, na mãe e no pai do mesmo, mas não passa para a 
geração seguinte. Efeito recíproco: é o desvio entre o desempenho dos indivíduos de um 
cruzamento e do seu recíproco, como por exemplo: A x B é diferente de B x A. Na nomen-
clatura de melhoramento genético se convenciona que a primeira letra representa a raça do 
pai e a segunda a raça da mãe.
b) Não genéticos: Efeito da complementariedade: é a vantagem que se obtém ao cruzar, 
por exemplo, galinhas de potencial genético para maior produção de ovos com galos de 
maior rusticidade. O recíproco desse cruzamento dá um custo de produção maior. No cru-
zamento entre as linhas puras (avós) para a formação das matrizes, se busca combinar as 
características para as quais as linhas foram selecionadas com diferentes ênfases. Além 
disso, os cruzamentos efetuados para gerar frangos e poedeiras incorporaram ganhos pela 
melhor eficiência produtiva. Portanto, observar as seguintes recomendações: adquirir pintos 
de linhagens reconhecidas pelo mercado; a criação poderá ser mista ou separada por sexo; 
os pintos devem apresentar características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo bem 
cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem 
seca, macia e sem empastamento na cloaca; transportar os pintos do incubatório, onde são 
mantidos em ambiente controlado, até o local do alojamento, em veículos adequados, com 
conforto e buscando o bem-estar dos pintos.
 Critérios de seleção: no passado, o peso corporal, produção de ovos e conversão ali-
mentar eram as características de maior importância nos programas de melhoramento genético 
de aves. Atualmente, varias características foram incorporadas ao processo de seleção. As prin-
cipais, consideradas pela maioria das empresas de melhoramento são: quanto ao frango: peso 
corporal, eficiência alimentar, conformação de carcaça, empenamento, pigmentação de pernas e 
penas, robustez e aspecto físico do peito; quanto à carcaça: rendimento da carcaça eviscerada, 
rendimento de carne de peito, rendimento de carne de perna, teor de gordura; quanto a galinhas: 
produção de ovos, peso de ovos, conversão por massa de ovos, ausência de choco; quanto a 
reprodução: produção de ovos incubáveis, fertilidade, eclodibilidade; 
Quadro 2.3- Sexagem pelo empenamento
 
Unidade 2 Avicultura
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Editora Universitária da UFPB - Bananeiras - PB, 2010
 Herança ligada ao sexo: a determinação do sexo do pinto no primeiro dia, permite a en-
gorda separada por sexo. Várias empresas adotam esse procedimento na busca de maximizar o 
desempenho produtivo. Como a resposta da taxa de crescimento em relação à proteína/energia 
da ração é maior nos machos, a engorda em separado permite o uso de uma ração mais ad-
equada. Frangos machos e fêmeas são alojados em granjas separadas, com manejo e nutrição 
adequados para cada sexo, podendo ser abatido em idades e frigoríficos diferentes. Essa prática 
é possível graças à facilidade de sexagem do pinto de um dia utilizando o tipo de empenamento. O 
tipo de empenamento é determinado pela expressão de um gene ligado ao sexo. Os alelos deste 
gene são: k + recessivo – confere o empenamento rápido; K dominante – confere o empenamento 
lento.
 Enquanto, na matriz (mãe) os machos serão de empenamento rápido (kk, homozigoto), e 
as fêmeas de empenamento lento (K_). No produto, o fenótipo inverte-se, ou seja, o pinto de em-
penamento rápido será a fêmea (k_) e o de empenamento lento será o macho (Kk). Portanto, a 
sexagem nos primeiros dias de vida dos pintos, geralmente, é feita pelo empenamento da asa. O 
tipo de empenamento que relaciona as duas camadas de penas na asa, uma bem maior do que a 
outra indica que a ave é fêmea. Por outro lado, quando a dupla camadas são quase de tamanho 
igual, dizemos que a ave é macho.
Formação das linhagens comerciais
O melhoramento genético ganhou proporções cientificas no inicio do século XX. Neste período, 
avançaram-se os estudos na área de estatística e apareceram os novos conceitos sobre genética 
quantitativa, consaguinidade, cruzamentos e formação de híbridos. As razões para as aves com-
erciais de hoje serem híbridos são, segundo Michelan Fo & Souza (2001):
 Heterose (vigor híbrido): efeito benéfico da combinação de linhagens distintas, que faz com 
que o desempenho do híbrido seja superior ao desempenho médio das linhagens puras dos pais. 
É importante para as características reprodutivas, a exemplo de produção de ovos, fertilidade e 
eclodibilidade. A heterose pode melhorar significativamente estas variáveis, onde podemos en-
contrar na literatura heterose de 10% para produção de ovos.
 Complementaridade: ocorre quando uma linhagem complementa a deficiência da outra, 
produzindo um híbrido funcionalmente adequado às necessidades. Exemplo: as linhagens de ma-
cho (linhagem 1 e 2) são fortes em ganho de peso, eficiência alimentar e rendimento de carcaça. 
Estas características complementam as deficiências das linhagens de fêmeas (linhagem 3 e 4), as 
quais foram selecionadas para características reprodutivas.
Quadro 2.3- Sexagem pelo empenamento
Fonte: Manual de frango de corte AgRoss
Unidade 2 Avicultura
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Cadernos de Licenciatura em Ciências Agrárias, Vol. 4, 
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Especificidade: o programa de melhoramento genético privilegia o progresso nas 
características economicamente importantes para cada linhagem, conforme seu 
principal objetivo, tornando a seleção genética muito mais eficiente. O ganho 
genético em uma característica é inversamente proporcional ao número de carac-
terísticas sob seleção. Isto é, quanto maior o numero de características do critério 
de seleção, menor o ganho em cada um. Assim, o uso do conceito de comple-
mentaridade e especificidade atenua o efeito indesejável do numero excessivo de 
características do critério de seleção, sendo de vital importância nos programas 
de melhoramento.
 Segurança do patrimônio genético: apenas as aves híbridas são comer-
cializadas, conservando o patrimônio genético das linhagens puras e, assim, ga-
rantindo o investimento realizado pela empresa de melhoramento genético.
Principais linhagens comerciais
 Em programas de melhoramento, o banco genético tem sido o combustível 
para os cruzamentos que darão origem aos híbridos modernos. Em frangos de 
corte, as raças utilizadas são: Plymouth Rock Branca – muito utilizada atualmente 
nos cruzamentos para produção de frangos de 
corte; New Hampshire – raça que por muitos 
anos foi utilizada para a produção de frangos 
de corte. Porém, atualmentesão poucos criad-
ores que se dedicam à comercialização desta; 
Cornish Branca – com habilidades de produção 
de carne muito apreciadas, mas com pouca 
produção de ovos e Sussex.
 Para os produtores interessados na 
produção comercial de carne e ovos existem os 
híbridos de corte e de postura importados e na-
cionais. O desempenho esperado dos híbridos 
de frangos de corte é de peso médio aos 42 
dias de idade com 2,400 kg, conversão alimen-
tar 1,7, rendimento de carcaça de 73% e rendi-
mento de carne no peito de 22%, com peque-
nas variações entre linhagens e entre sistemas 
de produção. Existem, atualmente, no mercado 
uma variedade de híbridos comerciais com ex-
celentes atributos genéticos.
 O frango atual é um produto híbrido, oriundo do cruzamento de 3 a 4 linha-
gens puras. Em geral, duas linhagens de fêmeas que dão origem à fêmea matriz 
e uma a duas linhagens de machos darão origem ao macho matriz. Num pro-
grama de melhoramento genético comercial, normalmente levam-se 4 anos para 
se transferir os ganhos genéticos das linhagens puras para os frangos de acordo 
com o esquema abaixo (Tabela 2.2).
Unidade 2 Avicultura
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Tabela 2.2- Esquema de cruzamento genético na obtenção de uma nova linhagem.
 Uma ave destinada à produção de carne deve possuir, entre outras, as 
seguintes características: baixa mortalidade, baixa conversão alimentar, rápido 
ganho de peso, crescimento uniforme, empenhamento precoce e de cor branca, 
pele de pigmentação amarelada, peito longo, pernas curtas e resistente a doen-
ças. Eficiência alimentar: característica que resume-se no aproveitamento da ali-
mentação pela ave, ou seja, se refere a eficiência da transformação de ração em 
carne; conformação da carcaça: característica ligada ao rendimento das partes 
da ave abatida. Índice obtido através da avaliação da proporção de rendimento 
das partes comestíveis do frango como peito e coxa; rusticidade: característica 
referente à resistência da ave às principais enfermidades.
 As aves com finalidade na produção de ovos devem apresentar as seguintes 
características: baixa mortalidade, baixa conversão alimentar, alta produção de 
ovos, ovos de casca resistentes, ovos com boa qualidade interna, baixa ocorrên-
cia de galinhas chocas, resistente a doenças, capacidade para pigmentar a gema 
dos ovos, alta fertilidade e alta eclodibilidade. A eficiência alimentar em aves de 
postura refere-se à eficiência da transformação da ração em ovo; precocidade 
de produção: característica considerada fundamental, uma vez que a melhoria 
da precocidade antecipa o retorno do capital investido. A precocidade das aves 
é calculada a partir da data em que alcançam 50% de produção; qualidade da 
casca: fundamental, pois, garante a integridade do ovo. A resistência da casca 
resulta em reflexo direto no custo de produção. Por isso que muitos produtores 
preferem produzir um número menor de ovos por ave, mas comercializá-los numa 
quantidade maior.
 Duas linhagens formaram basicamente as aves comerciais de alta postura: 
a Leghorn (ovos brancos) e a Rhode Island Red (ovos vermelhos). Os híbridos 
comerciais de postura apresentam produção de 350 ovos/ano, com ave de até 60 
semanas de idade, que pesam em média 60g e apresentam conversão por dúzia 
de ovos de 1,4. Existem no mercado marcas comerciais para linhagens leves 
(brancos) e linhagens semipesadas (marrom).
Evolução das características produtivas
 A evolução dos programas de melhoramento genético na área da avicul-
tura tem contribuído para o crescimento e a rentabilidade da atividade, seja na 
criação de frangos de corte ou de poedeiras comerciais. O aprimoramento do mel-
Tempo
Atual
1º ano
2º ano
3º ano
4º ano
Produto
Pedigree
Bisavós
Avós
Matrizes
Frangos
Ovos
M1xF1 M2xF2 M3xF3 M4xF4
M1xF1 M2xF2 M3xF3 M4xF4
 M1 x F2 M3 x F4
M12 x F34
1234
Unidade 2 Avicultura
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horamento genético de aves obtido no decorrer de mais de meio século permitiu a 
inclusão de parâmetros como melhor conversão alimentar, resistência a doenças 
e maior produção de ovos, pois até meados da década de sessenta (1960), o mel-
horamento de aves baseava-se tão somente no aumento do peso corporal da ave.
 Comparando o desempenho esperado de quatro grupos genéticos, pre-
sente nos manuais das linhagens de poedeiras leves e semipesadas nos últimos 
25 anos, efeitos positivos do melhoramento podem ser observados na redução 
da mortalidade, do consumo acumulado de ração e no peso corporal das frangas 
durante os diferentes períodos de crescimento, reforçando as novas tendências 
do melhoramento genético de aves de considerar outras variáveis e não apenas o 
ganho de peso corporal das poedeiras.
 No período de postura, a expectativa de idade para as aves ao atingirem 
50% de produção foi reduzida, com a evolução do melhoramento genético no 
período comparado de 25 anos, para poedeiras leves e semipesadas. Entretanto, 
as poedeiras semipesadas apresentaram melhores resultados de peso corporal, 
peso de ovos e conversão alimentar, enquanto as poedeiras leves apresentaram 
maior produção de ovos/ave que as semipesadas.
 No segmento de corte, observa-se que avanço extraordinário; veja, que na 
década de 50 os frangos levavam cerca de 70 dias para o abate, consumindo 2,5 
quilo ração por quilo de carne produzida. Há cinco anos atrás, os frangos precisa-
vam apenas de 40 dias para atingir 2,4 kg de peso vivo, ingerindo apenas 1,8 quilo 
de ração.
Ano
1950
1970
1990
2005
Peso vivo (g)
1580
1700
2000
2400
Conversão alimentar (kg/kg)
2,50
2,15
1,99
1,82
Idade de abate (dias)
70
49
47
40
Fonte: adaptado da UBA
Unidade 2 Avicultura
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Unidade 3
Planejamento de um Empreendimento Avícola
ntes de se implantar uma empresa, seja avícola ou não, é preciso 
planejar cuidadosamente cada fator que a envolve, em particular, 
pois assim, evitará problemas futuros. Antes de tudo, é preciso definir 
o segmento da empresa: corte ou postura? Fabrica de ração ou abat-
edouro? Além disso, é importante escolher o funcionamento da empresa, se atu-
ará de forma independente, integrada ou como cooperativa.
Principais fatores analisados
 
 Capital disponível: é considerado, talvez, como o principal ponto crítico 
da implantação de um empreendimento avícola. Antes de qualquer iniciativa, de-
vemos calcular exatamente os investimentos necessários para a aquisição das 
instalações e equipamentos, insumos e animais, além dos custos fixos e da mão 
de obra, mesmo que seja do próprio avicultor. A regra básica é que o capital in-
vestido não deva ultrapassar os 60% de todo o dinheiro investido no empreendi-
mento. A escolha do segmento é fundamental para ajudar nos cálculos do capital 
investido. Veja que a produção de ovos necessita de maior investimento inicial 
de capital que o segmento de corte. As razões que justificam esse fato são os 
maiores custos de aquisição das pintinhas de um dia e o fato das poedeiras ini-
ciarem a postura comercial por volta das 18 semanas, necessitando, portanto, de 
capital suficiente para criar e alimentar as frangas até o início da postura.Além 
deste exemplo, a implantação de um incubatório exige, provavelmente, mais capi-
tal disponível que as granjas de criação, devido aos altos custos de construção e 
equipamentos, porém, é possível que ao longo do tempo os investimentos neste 
segmento sejam, compensáveis em relação às granjas de criação.
 Mercado consumidor: uma vez dispondo do capital necessário à implan-
tação do empreendimento, devemos nos certificar de que existe um mercado com 
potencial de consumo naquela localidade. Entre os fatores relativos ao mercado 
consumidor, deve-se levar em consideração as tradições alimentares, as exigên-
cias religiosas e o poder aquisitivo do consumidor.
A
UNIDADE III - Avicultura
Planejamento de um Empreendimento Avícola
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 Localização: a instalação da empresa é perti-
nente no perímetro rural, por evitar uma série de prob-
lemas tanto para a empresa como para a população, 
porém, próximo de mercado consumidor. As aves so-
frem com os barulhos comuns das cidades, ficando 
estressadas e perdendo desempenho, consequente-
mente. A população, por sua vez, sofrerá com os chei-
ros comuns em aviários.
 Estradas e vias de acesso: quanto menos 
acidentadas forem as estradas, melhor será para o 
transporte dos produtos, sendo o ideal que sejam as-
faltadas, pois assim a trepidação será mínima. É im-
portante também que a estrada de acesso à granja 
seja trafegável o ano inteiro e permita passagem para caminhões, com pelo me-
nos 15 toneladas, que transportarão rações/insumos e os próprios produtos.
 Energia elétrica: a granja deve ser instalada na rede de eletrificação rural 
ou urbana, por muitas vezes, ser mais econômico. No entanto, em incubatórios 
é comum o uso de geradores de eletricidade, devido à preocupação de falta de 
energia, que poderia causar total prejuízo na eclosão dos ovos.
 Água potável: ao determinamos o local do aviário, devemos nos certificar 
se existe água potável em abundância para servir não só às necessidades de 
consumo das aves, como também para lavagem das instalações durante o vazio 
sanitário e uso na residência do tratador. A fonte de água deverá ser, preferencial-
mente, de poço artesiano ou de rede hidráulica municipal. Caso seja usada água 
de fontes naturais ou poço não artesiano, devemos nos certificar se esta água é 
potável para o uso humano.
 Condições climáticas: para esta observação, devemos instalar a granja 
em local onde as temperaturas oscilem dentro da faixa de 15 a 25oC. A umidade 
relativa do ar não deve ultrapassar os 70%, sob pena da ocorrência de problemas 
respiratórios.
 Condições topográficas: locais de topografia 
muito acidentados devem ser evitados, pois oneram a 
construção dos galpões a partir da necessidade de se 
fazer grande volume de terraplenagem. Se for escol-
hido um local montanhoso, devemos procurar sempre 
o meio da encosta, evitando o fundo dos vales, devido 
ao acumulo de água de chuvas, e o topo da montanha, 
onde ocorrem ventos fortes. As condições topográfi-
cas ideais seriam então, as daqueles terrenos que 
apresentem um declive levemente acentuado, que 
possibilite o rápido escoamento das águas de chuva e 
que sejam suficientemente planos para evitar grandes 
trabalhos de terraplenagem.
 Telefone e gás combustível: sistema de tele-
fonia é fundamental por agilizar a comunicação dentro 
de uma granja. Geralmente, a fonte de calor das campânulas tem sido elétrica, 
entretanto, na eventual falta de energia, butijões de gás seriam de extrema im-
portância para manter o calor requerido. Portanto, todas as granjas, mesmo que 
adotam o aquecimento elétrico, devem ter botijões de gás e campânulas de reser-
Localização e boas estradas
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Condição topográfica do aviário
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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va, sob pena de resultarem em alta mortalidade dos pintinhos, devido ao frio.
 Proximidade de outros setores da cadeia produtiva: para evitarmos 
prejuízos e minimizarmos custos, as granjas de criação de aves devem ser próxi-
mas de abatedouros e/ou indústria de processamento de ovos, incubatórios, fá-
bricas de ração e/ou próximo de zona produtoras de insumo. Para o abatedouro, 
quanto maior for à distância entre a granja e este, maior será a perda de peso 
e mortalidade das aves no transporte. A proximidade dos incubatórios reduz o 
tempo entre eclosão e ingestão de alimento, já bastante discutida, sua importância 
no peso final de frangos de corte. A proximidade de fábricas de ração e/ou zona 
produtora de insumo poderá reduzir custos de alimentação que, atualmente, rep-
resentam cerca de 60 a 70% do total investido. Isso explicar por que a avicultura 
tem crescido tanto na região centro-oeste.
Consideração final
 
 A observação minuciosa destes e de outros fatores que possam interferir 
na produção de aves para corte, ovos de consumo e ovos férteis são fundamen-
tais para garantir a sobrevivência da atividade.
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Unidade 4
Anatomia e Fisiologia das Aves
 anatomia e fisiologia das aves têm sido apresentadas como máqui-
nas perfeitas, constituídas de nove sistemas integrados. O bem-estar 
dessa máquina depende do funcionamento de cada sistema em par-
ticular.
 Esqueleto: O esqueleto da galinha é composto de 150 ossos e possuí 
duas funções básicas: (1) moldura e caixa para o apoio dos músculos e suporte 
do corpo, além de proteger os órgãos internos; (2) É a de servir como deposito 
de cálcio e fósforo, importante, principalmente para galinhas poedeiras durante 
a postura de ovos. Durante a formação dos ovos, grande parte dos minerais são 
retirados da matriz óssea das aves.
A
Estrutura do
 esqueleto de aves 
comerciais
UN IDADE IV - Avicultura
Anatomia e Fisiologia das Aves
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 Sistema muscular: normalmente, a musculatura é conhecida como a par-
te comestível da ave, ou seja, a carne, constituindo aproximadamente 75% do 
peso vivo da ave. Atualmente, o desenvolvimento científico tem sido voltado para 
a seleção de linhagem com maior rendimento de cortes nobres (peito, coxa e so-
brecoxa). Na galinha, os dois músculos responsáveis pelo movimento das asas 
(Pectoralis major e Pectoralis minor) são muito macios e têm baixo conteúdo de 
gordura. Isto ocorre porque as galinhas são aves com baixa capacidade de voo, 
o que leva a uma quantidade pequena de movimentos quando comparado com 
músculos localizados em outras áreas.
 Sistema digestivo: a estrutura do aparelho digestivo das aves permite uma 
passagem rápida do bolo alimentar. O sistema digestivo das aves assemelha-se 
ao dos carnívoros, devido ser relativamente curto de 250cm, além de apresentar 
a moagem na moela, o que caracteriza como semelhança a mastigação dos her-
bívoros. O volume e cumprimen-
to do tubo digestivo depende do 
hábito alimentar. Esse sistema 
consta de um tubo compreendido 
de bico, boca, faringe, esôfago, 
papo, proventículo e moela, intes-
tino delgado, intestino grosso, clo-
aca e órgãos acessórios: fígado,pâncreas e baço. (1) A boca tem a 
função de coletar alimento e água. 
O alimento, quando na cavidade 
bucal, é umidificado por ação das 
glândulas salivares, que lubrificam 
e facilitam o deslizamento do bolo 
alimentar em direção as partes in-
feriores do aparelho digestivo. Na 
boca das aves encontram-se pou-
cos botões gustativos, cerca de 
300 em comparação aos 1500 dos suínos. Isso faz com que a ave tenha pouca 
sensibilidade olfativa, ou seja, sinta pouco gosto dos alimentos. (2) O esôfago é 
relativamente longo e possuí um divertículo, o papo que separa a porção inferior 
e posterior, apresenta glândulas mucosas que tem a função de lubrificar a passa-
gem do bolo alimentar. (3) O papo nada mais é que uma dilatação do esôfago, é 
um deposito de alimento que tinha muita utilidade no tempo da galinha selvagem, 
que nem sempre encontrava alimento à disposição. (4) O proventrículo, conhe-
cido como estômago glandular é a porção onde o alimento fica exposto à ação 
do suco gástrico, rico em HCl (ácido clorídrico) e a pepsina ativa (pH varia de 1 a 
3,5), além de muco, através de glândulas que recobre sua parede. No proventrí-
culo (estômago glandular) não ocorre absorção de nutrientes e a presença desta 
porção, juntamente com a moela (ação mecânica), diferencia marcadamente a 
anatomia do aparelho digestivo das aves em relação aos outros animais. (5) A 
moela é um músculo forte e que, através de contrações e expansões, tritura o 
alimento, transformando em uma parte semilíquida pronta para ser absorvida no 
intestino. A presença da moela é, talvez, a compensação evolutiva pela ausência 
de dentição. (6) O intestino: o delgado é composto pelo duodeno, jejuno e íleo. 
Apesar de não existir uma perfeita diferenciação entre jejuno e íleo nas aves, o 
Vilosidades do intestinoFonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
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divertículo de Merck é considerado como o limite entre estas duas porções do 
intestino delgado. A mucosa do intestino delgado é semelhante a dos mamíferos, 
exceto nas vilosidades, que são mais altas nas aves. O duodeno em forma de “U”, 
envolve o pâncreas, uma porção conhecida como alça duodenal e é neste local 
que ocorre o maior processo de digestão.
 Sistema reprodutivo: Galinha – o embrião em desenvolvimento de uma 
galinha possui dois ovários e dois ovidutos, entretanto, logo após a eclosão, o 
ovário e oviduto direito se atrofiam. Assim, o aparelho reprodutor de galinha é 
dividido em ovário e oviduto. O ovário consiste de uma massa esponjosa que con-
tém óvulos em diversos estágios de desenvolvimento (cacho de uvas). O oviduto 
é uma mucosa pregueada, com cerca de 70cm de comprimentos, altamente es-
piralada, que sai do ovário e termina na cloaca, seguindo pelo lado esquerdo da 
coluna vertebral. É no oviduto que a gema se reveste de albumina, membranas 
e casca. O oviduto é dividido em cinco partes: 
infundíbulo, magnum, istmo, útero e vagina. O 
infundíbulo é uma estrutura tubular de parede 
simples que mede de 4 a 10cm com região côni-
ca. Apresenta a mucosa pouco pregueada, de 
epitélio simples, cilíndrico e calciforme. Segue-
se outra região tubular com pregas em espiral 
suave. O ovo percorre o infundíbulo em cerca 
de 15 minutos. As funções do infundíbulo são: 
captar o ovócito; servir de sede para a fecunda-
ção; lubrificar a mucosa para a passagem do 
ovo; formar as calazas, proteínas mucinas re-
torcidas que mantêm a gema no centro do ovo. 
É no infundíbulo que se dá a união do esper-
matozóide com o óvulo. O ovo inicia sua forma-
ção no ovário e vai se completando à medida 
que caminha nos diferentes compartimentos do 
oviduto, por um tempo médio de 25 a 26 horas. 
A gema em desenvolvimento está presa por uma 
delicada membrana chamada folículo. Quando o 
óvulo atinge a maturidade, rompe-se o folículo 
e a gema cai no infundíbulo, o que é conhecido 
por ovulação interna. A gema permanece de 10 a 20 min no infundíbulo quando 
verifica-se a fertilização do óvulo por um espermatozóide, caso a galinha tenha 
sido coberta. Depois, a gema passa para o magno, onde é envolvida por cerca 
de 50% da clara, durante o período duas a três horas. As funções do magno são: 
formação da base do albúmen (cerca de 16g são depositadas); adição de mucina; 
adição da maior parte do Na+, Ca++ e Mg++. No istmo, o ovo permanece de uma 
a uma hora e meia, recebe as membranas da casca e 10% da clara. As funções 
do istmo são: formação da membrana testácea, que é a membrana da casca do 
ovo constituída por ovo-queratina; adição de proteínas ao albúmen; adição de 
uma pequena quantidade de água. Em seguida, o ovo passa para o útero, onde 
permanecerá a maior parte do tempo (20 a 23 horas), necessários para receber 
os 40% restantes da clara e para a formação da casca. As funções do útero são: 
adição de grande quantidade de água; adição de vitaminas, da maior parte do K+; 
formação de uma matriz orgânica seguida de deposição de íons Ca++, formando 
Estrutura do apa-
relho reprodu-
tivo de machos e 
fêmeas
Unidade 4 Avicultura
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a casca; secreção de porfirinas que dão cor ao ovo; formação da cutícula do ovo. 
Muitas aves põem ovos coloridos, em tons de azul, castanho ou verde. Os pig-
mentos são derivados dos eritrócitos. Pigmentos do tipo porfirina são distribuídos 
através da casca, concentrando-se em suas camadas externas. Por fim, o ovo 
entra na vagina e permanece de 5 a 15 min, somente para receber a cutícula que 
veda as paredes porosas da casca contra a entrada de microorganismos. Galo – 
o aparelho reprodutor é composto de dois testículos, canais deferentes e órgão 
copulatório rudimentar. Os testículos estão localizados na parte superior dos rins, 
junto à parede dorsal do corpo. Não tem tamanho definido, sendo o esquerdo 
geralmente maior que o direito. Seu volume aumenta enormemente nos galos em 
serviço de cobertura.
 Sistema urinário: o aparelho urinário das aves é constituído de dois rins e 
dois ureteres. Os rins estão presos à parede dorsal do corpo, abaixo dos pulmões 
e até a região das vértebras caudais. Cada rim é constituído de três lóbulos de 
coloração marron avermelhada. As aves, geralmente, não possuem bexiga e por 
isso a urina passa pelos ureteres diretamente à cloaca. É por esse motivo, que as 
aves excretam fezes e urinas conjuntamente.
 
 
 Sistema respiratório: o aparelho respiratório das aves começa pela boca, 
orifícios e cavidades nasais, segue por parte da faringe, traquéia, pulmões e 
sacos aéreos. Os pulmões possuem uma leve coloração rosada e sua função é a 
de trocar as moléculas de O2 do ar por moléculas de CO2 dos glóbulos vermelhos 
do sangue. Em comunicação com os pulmões, existem quatro pares de sacos 
aéreos e mais um isolado. Os sacos aéreos não são diretamente responsáveis 
pela respiração; no entanto, realizam importantes funções como: função de balão, 
o que torna as aves mais leves durante o voo; função de contra-peso, permitindo 
que o corpo da ave fique em posição de equilíbrio no voo; diminuir o atrito dos 
músculos em movimento; e reservatório de ar.
Ovos com duas gemas – é o resultado da ovulação de duas gemas ao 
mesmo tempo, é mais comum em frangas.
Ovos com mancha de sangue – pela ruptura do folículo haverá também 
ruptura de algum pequeno capilar e consequentemente derrame de sangue.
Pedaços de carne – é geralmente o resultado de manchas de sangue em 
que parte foi reabsorvido ou pedaço de tecido de folículo rompido na hora 
da ovulação.
Ovo com casca mole – pode ser o resultado do não funcionamento das 
glândulassecretoras ou de um anormal peristaltismo do oviduto. Também 
doenças, deficiência de cálcio e fósforo podem ser os responsáveis.
Ovo dentro do ovo – o peristaltismo reverso poderá fazer voltar os ovos 
já formados, que entrando em contato com a gema que desce do oviduto, 
serão cobertos pela nova casca.
Ovo sem gema – ocorre quando algum material estranho entra no oviduto 
e estimula a ação das suas glândulas.
Quadro 3.1- Ovos defeituosos
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Vista lateral de órgãos de galinhas
 Sistema circulatório: o aparelho circulatório das aves é basicamente con-
stituído de sistema linfático e sistema sanguíneo. O sistema vascular das aves é 
formado por um coração de quatro câmaras, artérias, veias, capilares e sangue. 
O coração, que funciona como uma bomba, é constituído por dois ventrículos (di-
reito e esquerdo) e duas aurículas, situadas em cima de cada um dos ventrículos. 
O sangue contendo CO2 retorna ao coração, transportado pelo sistema venoso. 
O coração então, bombeia o sangue sob pressão para os pulmões e faz com que 
atravesse os mesmos para que o CO2 dos glóbulos vermelhos seja trocado pelo 
O2. O sangue já oxigenado, retorna ao lado esquerdo do coração, onde a pressão 
é aumentada, para que possa chegar a todas as partes do corpo pelo sistema 
arterial. O sangue que chega às paredes intestinais recolhe os nutrientes recém 
digeridos e os transporta até o fígado. Para o sangue, quase a totalidade de suas 
células é composta de eritrócitos (glóbulos vermelhos) e leucócitos (glóbulos bran-
cos). Os eritrócitos são responsáveis pelo transporte de CO2 para os pulmões e 
O2 para as células do corpo. Por outro lado, os leucócitos são responsáveis pela 
defesa do organismo contra infecções e doenças.
 Sistema nervoso: o sistema nervoso trata-se da rede elétrica do organ-
ismo que coordena o funcionamento de todos os órgãos. Na galinha comercial, o 
sistema nervoso proporciona excelente visão e audição, mas pouca capacidade 
olfativa e gustativa. O sistema nervoso se divide em sistema nervoso central e 
neuro-vegetativo. O primeiro é constituído do cérebro e da medula espinhal, com 
todas as ramificações da rede nervosa. O sistema, neuro-vegetativo é represen-
tado pelos vários nervos que conectam-se ao cérebro e a medula espinal, mas 
que agem involuntariamente. Estes nervos transmitem impulsos fundamentais ao 
funcionamento de órgãos, como: estômago, fígado, pâncreas, intestino, rins, tes-
tículos, ovários, coração e várias glândulas.
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 Sistema endócrino: o sistema endócrino é representado pelas glândulas, 
onde fazem parte a pituitária, o timo, a tireóide, as paratireóides, as suprarenais, 
os testículos e o ovário. Podemos também incluir as ilhotas de langerhans e a 
epífise. Entre as glândulas, grande destaque tem sido dado a pituitária, devido 
à função de secretar hormônios estimuladores da reprodução (FSH e LH). A fo-
liculina (FSH) regula o crescimento e a ruptura do folículo que envolve o óvulo 
no ovário, tornado-se essencial a ovulação. De forma semelhante, o luteinizante 
(LH) estimula certos tecidos das gônadas de galos, que determinam o crescimen-
to dos órgão sexuais acessórios e dos caracteres sexuais secundários (crista, 
barbelas e esporão).
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Unidade 5
Instalações e Equipamentos
s requisitos básicos na construção de galpões são a simplicidade, ex-
ecução rápida, seguro e durável, baixo custo, que permita um mane-
jo eficiente e o condicionamento térmico natural. Normalmente, os 
galpões podem receber diferentes focos construtivos, dependendo do grau de tec-
nificação e do segmento de produção. Assim, galpões de aves de corte podem-se 
diferenciar dos empregados em aves de postura comerciais, como estes diferirão 
daqueles utilizados no segmento de ovos férteis. De modo geral, o que buscamos 
é o conforto da ave durante a criação.
Ambiência
 A evolução nos programas de melhoramento genético de aves comerciais 
levou ao surgimento de linhagens mais produtivas. O grande desafio é dominar o 
dinamismo da genética, que tornou as aves muito mais exigentes, principalmente, 
sob os aspectos nutricional e ambiental, sendo necessário modernizar as práticas 
de manejo em instalações cada vez mais automatizadas, com ambiente contro-
lado e maior número de aves por área.
 Fatores ambientais externos e o microclima dentro das instalações exer-
cem efeitos diretos e indiretos sobre a produção das aves em todas as fases de 
produção, acarretando redução na produtividade, com consequentes prejuízos 
econômicos. Esse ramo, conhecido por ambiência, é definido como o conforto 
baseada no contexto ambiental, quando se analisa as características de meio 
ambiente em função da zona de conforto térmico, associado a características fi-
siológicas que atuam na regulação da temperatura interna da ave. A ambiência 
também leva em conta o bem-estar dos animais, através da redução de fatores 
estressantes como densidade animal, conforto e ausência de poluição sonora e 
ambiental. As aves são animais homeotérmicos, portanto mantêm a temperatura 
corporal dentro de certos limites relativamente estreitos, mesmo que a tempera-
tura ambiente flutue e que sua atividade varie intensamente.
 A troca de energia térmica da ave se dá por meio de calor sensível, através 
O
UNIDADE V - Avicultura
Instalações e Equipamentos
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da condução, convecção e radiação. Radiação é a transferência de energia tér-
mica de um corpo a outro, através de ondas eletromagnéticas. Condução é o me-
canismo de transferência de energia térmica entre corpos e entre partes de um 
mesmo corpo. O animal ganha ou perde calor por condução através de contato 
direto com substâncias frias ou quentes, incluindo o ar, a água e materiais sóli-
dos. Convecção é a perda de calor através de uma corrente de fluído (líquido ou 
gasoso), que absorve energia térmica em um dado local e que, então, se desloca 
para outro local, onde se mistura com porções mais frias do fluído e para elas 
transfere a energia. A ventilação favorece as perdas de calor entre as aves e o 
ambiente.
Instalações
 Existem, atualmente, diferentes modelos de aviários de norte a sul do país. 
Encontramos aviários convencionais, semiautomatizados, automatizados e os 
climatizados. Dependendo da região e do grau de tecnificação, o custo de um 
aviário pode ser o dobro de um outro ou até mais.
 Aviários convencionais: são os mais antigos, de 
instalações simples, com cobertura de telha de barro ou 
fibrocimento, de equipamentos normais e baratos, geral-
mente manejados pelos próprios proprietários. Apresenta-
ram sucesso de produção e lucratividade em épocas an-
terior, onde a avicultura não era tão competitiva, se bem 
manejado, ainda geram excelentes resultados. São usa-
dos com êxito em zonas tropicais, como galpão aberto. As 
vantagens deste tipo de galpão é que requer menor capital 
e equipamento e ainda, a ventilação não depende da fonte 
de eletricidade. As desvantagens são a dificuldade de con-
trolar a maturidade sexual do lote, roedores e fatores que 
possam propagar doenças.
 Aviários semiautomatizados: são modelos convencionais, mas com al-
gum tipo de tecnologia,ou seja, painéis que controlam a ventilação, nebulização, 
bebedouro nipple e comedouros automático e até o sistema de aquecimento.
Aviários automatizados: trata-se de instalações modernas, muitas delas com 
telhados isolantes, ventilação tipo túnel, equipamentos totalmente automáticos, 
controlados por painéis eletrônicos.
 Aviários climatizados: os aviários climatizados tratam-se de galpões de 
ambiente controlado, que são muito bons durante o período de recria, porque 
facilitam o controle da maturidade sexual.
 Todos os galpões devem ser construídos de modo que possam ser limpos 
e desinfetado de maneira fácil e completa. Milhares de aves comerciais já se 
encontram alojadas em instalações modernas nos mercados nacionais e interna-
cionais, com as seguintes características: alta densidade de alojamento; neces-
sidade de pouco espaço físico; redução do percentual de ovos não aproveitáveis; 
menor custo de mão de obra; menor desperdício de ração; maior controle dos fa-
tores ambientais e maior competitividade no mercado. Porém, estas instalações 
exigem maior custo de implantação e grandes lotes de reposição e há dificuldade 
no manejo de dejetos, controle sanitário e adaptabilidade das aves.
 Os tipos de instalações avícolas para aves de corte, postura e matrizes 
Ambiente climatizado
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Unidade 5 Avicultura
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modificaram-se muito nos últimos dez anos. Os antigos galpões avícolas, fecha-
dos ou com muretas laterais de 0,60m ou mais de altura (própria de climas tem-
perados), foram substituídos por instalações totalmente abertas e leves, pés 
direitos mais elevados, materiais de melhor comportamento térmico, etc. Simul-
taneamente, a partir da metade da década de 90, o acondicionamento térmico 
ambiente por meio natural e artificial passaram a compor o projeto dos aviários, 
quando também se iniciaram os primeiros galpões ventilados com sistema de ven-
tilação negativa em modo túnel. O padrão atual contempla dois tipos dominantes 
e semi-climatizados: a) aviários abertos, com sistema de ventilação positiva em 
modo túnel e lateral; b) abertos, com sistema de ventilação negativa em modo tú-
nel. O resfriamento, geralmente, ocorre por via evaporativa com uso de materiais 
porosos ou nebulizadores.
Principais características construtivas
 Localização: a escolha do local adequado para implantação do aviário visa 
otimizar os processos construtivos, de conforto térmico e sanitários. O local deve 
ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da circulação natural 
do ar e se evite a insolação no interior da edificação.
 Orientação: os galpões devem ser construídos com o seu eixo longitudinal 
orientado no sentido leste-oeste. Nessa posição, nas horas mais quentes do dia, a 
sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pelo aviário 
será a menor possível.
 Disposição dos galpões: o afastamento entre galpões deve ser suficiente 
para que uns não atuem como barreira à ventilação natural de outros. Recomen-
da-se afastamento de 10 vezes a altura da construção para os dois primeiros 
galpões e 20 a 25 vezes essa altura do segundo galpão em diante.
 Dimensões: existe uma tendência mundial de se construir galpões com 12 
m de largura x 100 m de comprimento. Para a largura de 12 m, o pé-direito ideal é 
de cerca de 4 m, tendo em vista o acondicionamento natural desejável para climas 
quentes, principalmente, se associado à presença do lanternin. Não se recomenda 
construir galpões com mais de 200m de comprimento. Além disso, é aconselhado 
fazer divisórias internas ao longo do aviário para diminuir a competição e facilitar 
o manejo das aves.
Aviário 
construído na 
orientação
leste-oeste
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 O piso é importante para proteger o interior do aviário contra a entrada de 
umidade e facilitar o manejo. Este deve ser de material lavável, impermeável, não 
liso, com espessura de 6 a 8cm de concreto no traço 1:4:8 (cimento, areia e brita) 
ou 1:10 (cimento e cascalho), revestido com 2cm de espessura de argamassa 
1:4 (cimento e areia). Pode ser construído em tijolo deitado, que apresenta boas 
condições de isolamento térmico. Deverá ter inclinação transversal de 2% do cen-
tro para as extremidades do aviário para facilitar a lavagem do galpão.
 Beiral: tem função de sombrear o ambiente próximo ao galpão, principal-
mente no período quente do dia, além de proteger o interior do galpão da água 
das chuvas. De maneira geral, recomendam-se beirais de 1,5 a 2,5m, de acordo 
com o pé-direito.
 Mureta: a altura da mureta de 20cm tem se mostrado satisfatória, pois 
permite a entrada de ar ao nível das aves e não evita a entrada de água da chuva 
e que a cama seja jogada para fora do aviário. Entre a mureta e o telhado deve 
ser colocado tela. A tela tem a finalidade de proteger a cortina e evitar a entrada 
de pássaros, que, além de trazerem enfermidades, poderão consumir ração das 
aves. A malha da tela deve ser de 2,5 cm, fio 16.
 Cortinas: as cortinas poderão ser de plástico especial trançado ou lona, 
confeccionadas em fibras diversas, porosas para permitirem a troca gasosa com 
o exterior, funcionando apenas como quebra-vento, sem capacidade de isola-
mento térmico. Devem ser fixadas para possibilitar ventilação diferenciada para 
condição de inverno e verão. Para atender ambas situações, é ideal que seja 
fixada a dois terços da altura do pé direito e que seja aberta das extremidades 
para o ponto de fixação.
 Oitões: as paredes das extremidades do aviário, conhecidas como oitões, 
devem ser fechadas até o teto. Para climas quentes, que não possuem correntes 
de ventos provindas do sul, recomenda-se que os oitões sejam de tela como nas 
laterais e providos de cortinas. Os oitões devem ser protegidos do sol nascente 
e poente, pintando as paredes com cores claras, sombreando-os por meio de 
Detalhe do beiral
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Detalhe da mureta
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
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Oitão de um aviário
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
vegetação, beirais ou sombrites. Dependendo da região, os oitões podem ser de 
madeira, telhas onduladas, fibra de vidro, lâminas de isopor ou alvenaria.
 Cobertura: esta parte tem tido grande importância por reduzir a carga tér-
mica radiante do sol. Nas regiões tropicais, onde a intensidade de radiação é alta 
em quase todo o ano, recomenda-se escolher telhado de grande resistência tér-
mica, como o sapé ou a telha cerâmica. Contudo, por comodidade e economia, é 
comum o emprego de telhas de cimento amianto, que é material de baixo conforto 
para as aves. O telhado pode ser de telhas de cimento amianto, que são de fácil 
colocação e necessitam de menor madeiramento, desde que recebam material 
para melhorar a sua eficiência térmica, como isolantes (forro), pinturas refletoras, 
aspersão. O forro atua como uma segunda barreira física, a qual permite a for-
mação de uma camada de ar móvel junto à cobertura. Nas pinturas, buscamos 
a reflexividade solar da cor branca da parte superior e a preta, da parte interna 
do material de cobertura. Para regiões quentes, utilizar telhas com isolamento 
térmico, como o poliuretano, telhas cerâmicas ou telhas de fibrocimento, pintadas 
com tinta acrílica branca. No entanto, em termos de conforto térmico, a telha de 
cerâmica ainda é a maisindicada.
 Lanternim: é a abertura na parte superior do telhado. Permite a renovação 
contínua do ar pelo processo de termossifão, resultando em ambiente confortável. 
Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura do aviário. 
 O aviário ainda deverá ter portas nas extremidades para facilitar, ao avicul-
tor, o fluxo interno e as práticas de manejo. Estas devem ter pedilúvio fixo, que 
ultrapasse a largura das portas em 40cm de cada lado, largura de 1m e profundi-
dade de 5 a 10cm. Para facilitar o carregamento de aves, a carga nova e a des-
carga de cama velha, é conveniente também a instalação de uma porta em cada 
extremidade do aviário, que permita a entrada de um veículo ou trator.
Cobertura de telhas 
de cerâmica (barro)
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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Cobertura de telhas 
de cerâmica (barro)
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Sistema de acondicionamento térmico artificial
 Vários são os tipos de sistemas de acondicionamento térmico artificiais, 
possíveis de uso em galpão avícola aberto. No entanto, para o emprego desses 
sistemas, é conveniente que a instalação atenda às recomendações do acondic-
ionamento térmico natural, tais como aquelas relativas à localização, orientação, 
paisagismo circundante e aspectos arquitetônicos.
 Ventilação forçada: a ventilação forçada simples corresponde ao sistema 
mais comum de acondicionamento térmico artificial, utilizado na avicultura brasilei-
ra. A ventilação mecânica ou forçada, além de ser independente das condições 
atmosféricas, apresenta as vantagens de possibilitar o tratamento do ar (filtração, 
umidificação, etc.) e sua melhor distribuição. Geralmente, existe dois tipos de 
ventilação forçada, o sistema de ventilação positiva e o negativo.
 Sistema de ventilação de pressão positiva ou diluidora – neste siste-
ma, os ventiladores forçam o ar externo para dentro da instalação, com aumento 
de pressão do ar. O gradiente de pressão interno-externo, assim gerado, movi-
menta por sua vez o ar interno para fora. É o sistema mais usado nas instalações 
avícolas.
 Sistema de ventilação positiva lateral: neste sistema os ventiladores usa-
dos nos galpões avícolas abertos devem ser dispostos na lateral desses galpões, 
de forma a promover o fluxo do ar no sentido da largura do galpão, succionando 
o ar fresco do exterior, injetando-o para o interior e expulsando o ar viciado pelo 
lado posterior. Além deste, o sistema de ventilação positivo pode ser associado à 
nebulização.
 Sistema de ventilação positiva em modo túnel: quando se deseja um 
maior controle e uniformidade da ventilação positiva, pode-se usar a ventilação 
em modo túnel. A ventilação em túnel consiste em possibilitar a entrada de ar por 
uma das extremidades do galpão e sua exaustão pela extremidade oposta, es-
tando as laterais do galpão totalmente fechadas.
 Em regiões extremamente quentes, a ventilação simples, natural ou ar-
tificial, pode ser insuficiente para promover o arrefecimento de temperatura do 
ar. Quando isso ocorre, a temperatura interna das instalações costuma ser tão 
elevada que se torna necessário promover o pré-resfriamento do ar que entra no 
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Fonte: Manual de frango e corte 
AgRoss
galpão. Uma das forma mais eficientes de resfriamento do ar que pode ser adot-
ada em instalações abertas ou fechadas é o resfriamento adiabático evaporativo, 
o qual possibilita uma redução substancial da temperatura do ar, em media de 6 
ºC nas condições brasileiras. O processo de resfriamento consiste em forçar a 
passagem do ar por material poroso umedecido por gotejador de água, utilizando 
para isto um ventilador. Com esse processo, o ar externo é resfriado antes de ser 
conduzido, por ventilação, ao interior do galpão.
 Sistema de ventilação positiva associado a nebulização: o sistema de 
nebulização consiste na formação de gotículas extremamente pequenas, que au-
menta muito a superfície de uma gota dágua exposta ao ar, o que assegura evap-
oração mais rápida. A nebulização, associada ao movimento do ar ocasionado 
pelo ventilador, acelera a evaporação e evita que a pulverização ocorra em um 
único lugar, molhando a cama. Ao passar do estado líquido para o gasoso, a água 
retira do ambiente aproximadamente 584 kcal para cada kg de água evaporada, 
dependendo da temperatura. Na prática, poderíamos reduzir em cerca de 6 ºC 
com 5 min de uso dos nebulizadores. Além deste, o sistema de ventilação positiva 
pode ser associado com nebulizadores em modo túnel.
 Sistema de ventilação de pressão negativa ou exaustora – este sistema 
força a saída do ar, criando um vácuo parcial na instalação. Por sua vez, a diferen-
ça de pressão do ar, assim gerado entre o interior e o exterior do galpão, succiona 
o ar externo para o interior da instalação. Esse é o sistema de ventilação mais co-
mum para incubatórios e/ou galpões climatizados. A principal forma de admissão 
são os galpões climatizados com uso de ventilação negativa. O galpão climatizado 
é um sistema totalmente automatizado, que se utiliza de ventilação negativa para 
geração de um túnel de vento. Em um dos processos de climatização, nas ex-
tremidades laterais de uma das cabeceiras do galpão, são dispostas aberturas 
nas quais é instalado um sistema de placas evaporativas para resfriamento do ar 
que entra no alojamento. Na extremidade oposta devem ser colocados exaustores 
de todo o ar do galpão a cada min. Assim, com o sistema em funcionamento, o ar 
é succionado por uma das extremidades, percorre todo o galpão e sai através dos 
exaustores, na extremidade oposta.
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Equipamentos
 Os equipamentos necessários para o galpão de criação de aves constam, 
essencialmente, de comedouros, bebedouros, campânulas e círculos de pro-
teção. Outros equipamentos e acessórios ao bom manejo são gaiolas e ninhos, 
debicador, bomba de pulverização, caixas para transporte dos frangos e trator 
com reboque ou camioneta para transporte de rações e outros serviços. É impor-
tante lembrar que os equipamentos necessários à criação de poedeiras comer-
ciais e à produção de pintos de um dia em fases de crescimento serão idênticos 
aos equipamentos requeridos na criação de frangos. No incubatório, serão ne-
cessárias máquinas de incubação, câmaras de eclosão, incinerador e caixas para 
transporte dos pintinhos, além de outros equipamentos menores, como ovoscópio 
para exame de ovos, tanque de lavagem, carrinhos transportadores de ovos, eq-
uipamento de limpeza e desinfecção. É necessário também uma ou mais camio-
netas para entrega de pintinhos, equipadas com renovação de ar.
 Campânulas: existem vários tipos de campânulas, quanto à forma e fonte 
de energia. No Brasil, as mais econômicas são as aquecidas a gás, já que a ele-
tricidade ainda é muito cara. As que usam carvão como fonte de calor devem ser 
evitadas, pois expelem gases (CO2) tóxicos aos pintinhos. As campânulas a gás 
são fabricadas, geralmente com capacidade para 500 pintos.
 Círculo de proteção: Os círculos de proteção circundarão cada campânu-
la para evitar que os pintinhos escapem para fora da área aquecida e como pro-
teção contra as correntes de ar. São, na verdade, uma parede divisória de 40 
a 60cm de altura feita, normalmente, com fibra de madeira prensada (eucatex, 
duratex). Este círculo de proteção será desmontável e estará situado aaproxima-
damente 60cm de distância da borda da campânula nos primeiros dias.
Círculo de proteção em funcionamento
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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Comedouro tubular
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Comedouro au-
tomático
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Tipo de comedouros:
 A principal função dos comedouros é o fornecimento de ração, além de 
facilitar o consumo e diminuir ou evitar o desperdício. Existem vários tipos de com-
edouros, considerando a idade da ave, seu funcionamento e o grau de tecnologia 
empregado. Para pintinhos, usa-se, geralmente, o comedouro de bandeja. Para 
frangos, após as primeiras duas semanas dispomos de comedouros tubulares e 
automáticos.
 Comedouro tipo bandeja: utilizados para fornecer alimento a aves jovens 
(pintinhos), são recipientes rasos, de madeira ou zinco, nas dimensões de 50 x 
65cm e com uma borda com 1cm de altura. Uma bandeja é suficiente para cada 
100 pintos nos primeiros dias de vida. Neste tipo de comedouro, usado nos 10 
primeiros dias, é necessário peneirar a ração diariamente, pois os pintos defecam 
sobre ela.
 Comedouro tubular: também chamado de semi-automático, são consti-
tuídos por um prato e um depósito de ração na forma de cone ou cilíndro. Este 
depósito, normalmente, pode armazenar ração suficiente para dois dias, já que a 
ração desce sob pressão e mantém o prato do com-
edouro sempre cheio. Um comedouro com 1,20m 
de circunferência é o suficiente para 20 a 30 fran-
gos desde o 11º dia de idade até o abate. De prefer-
ência, distribuí-los em fileiras com equidistância de 
dois metros um do outro, alternado por bebedouro. 
O principal ponto para ajustar o nível de ração no 
prato é o volume de ração que colocamos no tubo. 
Como regra geral para manejo de comedouros, na 
primeira semana os pratos devem estar com 80 a 
90% de sua capacidade, reduzindo de modo que, 
na última semana tenhamos um mínimo de ração 
no prato, suficiente para manter o consumo sem 
desperdício.
 Comedouro automático ou mecânico: existe em duas formas básicas, 
uma de corrente aberta dentro de comedouros lineares e outra de tubos, que 
transportam a ração para comedouros tubulares. O comedouro mecânico de 
corrente consta de um depósito de ração central 
e de um motor que aciona uma corrente com elos 
transportadores, que conduzem a ração através do 
comedouro linear em circuito fechado por dentro de 
todo o galpão. Já o comedouro automático tubular 
conduz a ração por correntes transportadoras den-
tro de tubos aéreos que desembocam diretamente 
no depósito dos comedouros tubulares, estrategica-
mente dispostos dentro do galpão. Ao decidirmos se 
vamos instalar comedouros mecânicos automáticos 
ou comedouros tubulares, devemos sempre anal-
isar o custo inicial de cada um dos sistemas e com-
parar com a economia da mão-de-obra no caso dos 
automáticos. Quanto à altura dos comedouros, temos que nos preocupar, pois 
antigamente trabalhávamos com pratos na altura do dorso das aves e, atualmente 
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se sabe que quanto mais alto o comedouro, maior a tendência de aumento na 
conversão alimentar e menor o ganho de peso. Recomenda-se colocar os com-
edouros à altura imediatamente abaixo do papo das aves.
 Comedouros tipo helicoidal (rosca flexível): este comedouro possui 
bandejas semelhantes aos comedouros tubulares, as quais são abastecidas au-
tomaticamente, através de espiral que, por meio de um tubo, conduz a ração 
diretamente às bandejas. Capacidade de 20 a 30 aves.
Tipo de bebedouros:
 Os bebedouros são equipamentos que merecem receber a maior atenção, 
já que a composição do peso corporal das aves é fundamentalmente água (85% 
nos primeiros dias). Além disso, a água pode determinar o maior ou menor consu-
mo de alimento. Essencialmente, existem três tipos de bebedouros encontrados 
no mercado: bebedouro infantil (de pintinhos), bebedouro pendular e nipple.
 
Bebedouro copo pressão: os bebedouros para 
pintinhos nas duas primeiras semanas de vida são 
em geral do tipo “copo pressão”, com prato e copo 
invertido. A capacidade de armazenamento de água 
deste bebedouro de 3 a 4 litros, suficiente para 100 
pintos. Esse tipo de bebedouro tem sido pouco usa-
do em escala industrial, mais ainda, são úteis em 
pequenas propriedades.
 Bebedouro pendular: tem sido um dos mais utilizados na 
prática. O manejo dos bebedouros pendulares envolve pelo me-
nos três pontos fundamentais: nível de água, altura e número de 
vezes que a água deve ser trocada e o bebedouro lavado. Nos 
primeiros dias de vida dos pintos, devemos regular o nível de 
água para que atinja pelo menos 50% da capacidade para facili-
tar o consumo de água. A regulagem da altura, no início, deve 
ser o suficiente para não se encostar ao chão e, à medida que 
a ave vai crescendo este ajuste é fundamental em função do 
modo com que a ave ingere água, ou seja, recolhe determinada 
quantidade no bico, levanta a cabeça e a água desce, fazendo 
a ingestão. Desta forma, quanto mais baixo o bebedouro, maior 
a dificuldade para ingestão, maior o desperdício, umidade de 
cama e maior tempo junto ao bebedouro para beber. A maior 
vantagem deste tipo de bebedouro é o volume de água que 
pode oferecer; e a desvantagem pode ser a possibilidade de 
contaminação da água, além da necessidade de limpeza diária.
Bebedouro copo pressão
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Bebedouro pendular
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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Bebedouro nipple
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
 Bebedouro nipple: bebedouro que vem, atualmente, conquistando espa-
ço no mercado. A vantagem deste bebedouro é uma maior economia de água, 
redução de mão de obra, qualidade de água e melhor saúde das aves, conse-
quentemente. Recomenda-se de 12 a 15 aves/nipple. No manejo deste bebedou-
ro, três pontos são relevantes: limpeza, altura e pressão. A limpeza do bebedouro 
deve ser feita semanalmente, ou com maior frequência se a água for de baixa 
qualidade; quanto à altura do bebedouro, precisamos fazer o melhor possível em 
termos de regulagem para que as aves possam satisfazer-se da melhor maneira 
possível; já a pressão do bebedouro nipple expõe vazões diferentes. Acredita-se 
que no uso de bebedouros nipples com vazão superior a 100 cm3/min, se faz ne-
cessário o parador para evitar umidade de cama.
 Bebedouro Sparkcup: segundo Cony & Zocche (2004), vem sendo usado 
na Europa um bebedouro que seria uma fusão do bebedouro nipple com o pendu-
lar. Entre as vantagens podemos encontrar: cama seca, redução do desperdício 
de água, bom volume de água, capacidade para abastecer cerca de 35 frangos.
 Gaiolas de postura: as gaiolas de arame galvanizado medindo (25x45x-
40cm) com capacidade para abrigar duas poedeiras, podendo alojar apenas uma 
galinha, considerando melhor área de espaço. Geralmente, quatro compartimen-
tos formando um conjunto de um metro linear de gaiola. As gaiolas devem permitir 
que o ovo, recém posto, role naturalmente até a borda, facilitando o recolhimento 
do mesmo. O bebedouro, geralmente “nipple”, estará sempre localizado de lado 
oposto ao comedouro para evitar que a água respingue sobre a ração. O com-
edouro estará mais acima e poderá ser de madeira ou metal, com bordos nas 
beiras para evitar desperdício de ração.
Tipo de ninhos:
 Ninhos convencionais: foramos primeiros a serem usados na avicultura 
industrial e ainda hoje são muito utilizados. Permitem bons desempenhos das 
aves e, como vantagem, apresenta baixo custo de implantação e versatilidade 
da produção. Ou seja, pode-se agregar maior número de ninhos em aviários com 
lotação de aves. Como desvantagem, os ninhos convencionais requer 30 a 40% 
a mais de mão de obra por dúzia de ovos coletado em relação aos ninhos au-
tomáticos, além de necessitar de reposição rotineira da cama. Nos ninhos conven-
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cionais, pode-se observar características peculiares 
como dificuldade de limpeza e desinfecção, maio-
res riscos sanitários, bem como possui problema de 
coluna que aflige tratadores, devido à postura nas 
coleta dos ovos.
 
 Ninhos automáticos: seu uso depende de fa-
tores, tais como mão de obra, facilidade de manejo 
e biossegurança. Os tipos de ninhos mecânicos 
atualmente disponíveis no mercado são: ninhos de 
abertura individual com correia de coleta lateral; nin-
hos de abertura individual com correia de coleta central; e ninhos comunitários. Os 
ninhos automáticos coletivos apresentam-se basicamente em metal ou madeira 
com forro de plástico, com 2,4m de comprimento e 60cm de largura. As unidades 
possuem abertura dos dois lados, que não são individualizados. As correias de 
coleta são centrais ou laterais. As vantagens deste tipo de ninho são: automa-
tização da coleta de ovos, redução da mão de obra e menor risco de problemas 
sanitários. Por outro lado, os ninhos automatizados apresentam a desvantagem 
do maior custo de implantação, da necessidade do controle térmico do aviário, 
devido ao aumento da temperatura de alojamento, manutenção complicada, além 
da limpeza e desinfecção cuidadosa. Geralmente, são utilizadas cerca de quatro 
galinhas para cada boca de ninho.
 Debicador: existem debicadores que cortam e, ao mesmo, tempo cauter-
izam o corte por meio da lamina quente. Esta lamina cortante e cauterizante é 
aquecida por um sistema elétrico. De preço razoável, um debicador é fundamen-
tal à prática da debicagem e é necessário nas granjas de postura e produção de 
ovos férteis, por evitar o canibalismo e a seleção da partícula de ração.
 Caixa de transporte: as caixas para transporte das aves da granja ao 
abatedouro ou outros manejos dentro da granja são fundamentais. Por medida de 
higiene, possuem um jogo de caixas em cada granja. Estas caixas serão prefer-
encialmente de plástico, com um alçapão na parte superior, por onde passam as 
aves.
 Bomba de pulverização: uma pequena bomba de pulverização movida a 
gasolina, óleo diesel ou mesmo eletricidade será de grande utilidade nos trabalhos 
de limpeza e desinfecção dos galpões. Ligada à bomba, teremos uma mangueira 
Ninhos convencionais Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Ninhos convencio-
nais
Fonte: Prof. Jordão 
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de bom comprimento que termine num pico pulverizador capaz de produzir jatos 
direcionais de grande pressão, para limpeza inicial e finas pulverizações em forma 
de “spray”, para desinfecção do ambiente e paredes do galpão. 
 Criação com equipamentos definitivos: em criações de frangos de corte, 
em que se utilizam equipamentos modernos, não são necessários círculos de 
proteção, pois os pintinhos são contidos nas extremidades do galpão. Os equipa-
mentos utilizados são definitivos, usados do primeiro dia até a saída do lote. Es-
tes são: aquecedor infravermelho com capacidade para 1.000 a 2.500 pintinhos; 
bebedouro nipple e comedouro automático tipo helicoidal.
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Unidade 6
Manejo da Criação de Frangos de Corte
criação de frangos de corte tem sido uma indústria de maior desen-
volvimento nos últimos anos. Esse avanço é obtido graças a esforços 
conjuntos da engenharia genética, nutrição, manejo, sanidade e am-
biência.
 Atualmente a avicultura constitui o setor zootécnico mais democrata, por 
oferecer proteína animal de alta qualidade a preços acessíveis a população po-
bre. Entretanto, para que a atividade seja lucrativa, é necessária uma série de 
cuidados e conhecimento básicos por parte do interessado no setor. A localização 
correta da granja, a qualidade dos pintos adquiridos, a acomodação do lote em in-
stalações apropriadas, o bom arraçoamento e os cuidados essenciais de manejo, 
são alguns dos fatores indispensáveis neste tipo de criação.
 O manejo pode ser conceituado como o conjunto de ações praticadas com 
o objetivo de proporcionar conforto às aves, de maneira que elas possam ter o 
melhor desempenho possível. Atividades como recepção das aves, número de 
comedouros e bebedouros, controle da temperatura, plano de alimentação, pro-
grama de vacinação, apanhas das aves, dentre outras, dizem respeito ao manejo.
Preparo das instalações antes da chegada dos pintos
 O trabalho com os pintos começa antes mesmo de sua chegada, no prep-
aro das instalações, um processo conhecido tecnicamente de “vazio sanitário” que 
dura cerca de 14 dias. Procedimento: (1) lavar, desinfetar e deixar secar ao sol, 
todos os comedouros bebedouros e campânulas; (2) retirar toda a cama velha e 
transportá-la no mesmo momento para local distante no mínimo 5 km da granja; 
(3) varrer todo o galpão, considerando teto, paredes e piso; (4) lavar com água e 
sabão e raspar as crostas de sujeira do teto, paredes e piso; (5) pulverizar todos 
os recintos do galpão, dentro e fora com desinfetantes à base de amônia quater-
nária, iodo ou cloro; (6) deixar secar e descansar o galpão por cerca de 14 dias; 
(7) colocar cama nova 3 dias antes da chegada do pintos; (8) encher os pedilúvios 
e rodilúvio e mantê-los sempre cheios com solução nova e ativa.
A
UNIDADE VI - Avicultura 
Manejo da Criação de Frangos de Corte
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Chegada dos pintos
 Na chegado dos animais todas as condições ambientais devem esta pron-
ta; os círculos de proteção devem estar devidamente instalados, ou seja, com 
campânulas na capacidade suficiente para atender a lotação, com a cama e com-
edouros tipo bandeja, devido o tamanho da ave e 
bebedouros tipo infantil, para ajudar os pintinhos a 
tomarem água em virtude do tamanho da borda dos 
comedouros. É imprescindível que os pintinhos be-
bam e comam o mais rápido possível. A gema do 
ovo, absorvida pelo pintinho no último dia antes da 
eclosão, permite que ele resista até 48 horas sem 
comer ou beber. Porém, os estudos alertam que 
a demora na alimentação de pintos em início de 
vida é proporcional ao peso final de abate. Quando 
mais cedo o pintinho comer e beber mais pesado 
terá este animal no tempo de abate. Eis porque é 
importante que o meio de transporte empregado 
entre o incubatório e a granja seja o mais rápido 
e eficiente possível. As 2,5 gramas de ganho de peso por frango ao dia só serão 
possível se o avicultor tiver essa preocupação.
Limpeza e desinfecção do 
galpão
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Descanso do galpão por duas semanas
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.Exposição de equipamentos ao sol
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Veiculo que transporta 
os pintinhos
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Quadro 6.1- Zona de conforto térmico
1a e 2a semanas: os pintinhos tem o aparelho termoregulador em desenvolvimento, portanto, necessita de temperatura 
constante de 32 a 35ºC.
3a semana: exige faixa de 26 a 30ºC
.
4a semana: necessita de 23 a 26ºC.
5a a 7a semana: são requeridos cerca de 20ºC.
Unidade 6 Avicultura
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00
Termômetro 
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Círculo de proteção
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Material do círculo:
 No círculo de proteção tem-se utilizado folhas de eucatex (mais usado), 
duratex, compensado, folhas metálica e até papelão. O círculo tem aproximada-
mente 3m de diâmetro e o objetivo de evitar que animais de afastem da fonte de 
calor, facilidade de manejo e barreira protetora contra as correntes de ar e prox-
imidade da água e ração. Estudos tem demonstrados que a reutilização da cama 
coloca o novo lote em desafio microbiano, de modo que, perda de peso, de con-
versão alimentar e aumento da taxa de mortalidade são evidentes.
 A cama do aviário, como o próprio nome sugestivo, constitui o item de con-
forte da ave com o chão. Por isso que o material a ser utilizado na cama deve 
ser o mais confortável e de maior capacidade possível de absorver a umidade, 
evitando o empastamento. As principais matérias-primas são: sabugo de milho 
triturado (0,5 a 1 cm), cepilha de madeira ou maravalha (mais usado), capim tritu-
rado, casca de arroz e bagaço de cana de açúcar, devendo evitar a casca de café 
e casca de amendoim por poderem provocar aspergilose. No geral, o material 
utilizado deve ser disponível na região, de baixo custo, ser absorvente, ser macio 
e apresenta bom conforte térmico. Como observação é recomendável que a cama 
nunca seja reutilizada.
Contribuição Cientifica
As aves em crescimento, quando submetidos a alojamento em cama reciclada apresentam 
piora no desempenho e aumento da mortalidade do que aquelas aves criadas em cama nova, 
devido o desafio microbiano, proporcionado pelo ambiente sujo. Este achado corrobora com 
estudos clássicos de que o ambiente limpo minimiza o uso de substâncias antimicrobianas.
Adaptado de Silva et al. 2006
 A campânula normalmente usada tem capacidade para 500 pintinhos, po-
dendo ser utilizada o equipamento a gás, caso falte energia. Entretanto, o avicul-
tor pode dispor de campânula também elétrica e a lenha, além de aquecedores 
de infravermelho. É importante usado comedouro e bebedouro específico para o 
tamanho dos pintos e lembrar de pendurar um termômetro para verificar a tem-
peratura, ajustando a alta da campânula e/ou cortinas para manter a temperatura 
ideal de alojamento.
 A principal forma de ajustar a temperatura ideal para as aves é através de 
seu comportamento (Figura 6.2), como podemos observar abaixo. É importante 
lembrar que para os devidos ajustes, devemos ter em mãos o auxílio de termômet-
ros digitais, de preferência.
Unidade 6 Avicultura
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Figura 6.1- Comportamento de pintinhos em relação à temperatura do ambiente.
 Analisando as quatro situações, podemos interferir do seguinte modo: na 
situação a) poderíamos baixar a campânula, verificar corrente de ar que justifique 
o frio, através da observação da montagem da cortina ou aumentar o número de 
campânulas; na situação b) podemos levantar as campânulas, reduzir seu núme-
ro ou até mesmo abrir pontos estratégicos na cortina; a situação c) nos obriga a 
fecha bem algum buraco que possa existir na cortina que eventualmente, esteja 
contribuindo para a corrente de ar frente ao círculo de proteção; por ouro lado, 
a situação d) nos informa a eficiência dos trabalhos e manutenção da condição 
térmica requerida pelas aves neste período.
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00
Contribuição Cientifica
O amadurecimento enzimático do sistema digestivo de pintos ocorre com o avanço da idade, 
observando aumento da atividade de tripsina, principalmente, o que repercute em maior ganho 
de peso, justificando o suso de dieta pré-inicial rica em PB.
Adaptado de Sklan & Noy (2003)
Manejo na chegada dos pintinhos
 A maior parte do sucesso da avicultura esta no material genético dos ani-
mais, de modo que, antes de adquirir os pintinhos observar sua procedência, se 
são de incubatório idôneo. No mais, os pintinhos devem ser ativos e apresentar 
olhos brilhantes, umbigos bem cicatrizados, tamanhos e cor uniformes.
 Para que o sucesso nas primeiras semanas de vida dos pintinhos seja ple-
no é fundamental o conhecimento de eventos fisiológicos, tais como o desenvolvi-
mento do processo de termorregulação e a absorção de saco vitelino. As aves são 
animais homeotérmicos, significando que seu organismo é mantido a uma tem-
peratura relativamente constante ao redor de 39 a 41oC. A temperatura corporal 
dos pintos de um dia é inferior à da ave adulta, onde atinge simiaridade após os 
21 dias de idade. Como nessa fase a termorregulação está em desenvolvimento, 
os pintinhos são sensíveis a alterações na temperatura corporal, isso explica por 
que devemos ter o máximo cuidado com o aquecimento das aves nesta fase. 
Outro ponto importante é o absorção do saco vitelino que proporciona condições 
fisiológicas fundamentais na prevenção de enfermidades. A principal função do 
saco vitelino é a de ser a primeira fonte de nutriente para a ave, proporcionando os 
elementos necessários para o desenvolvimento da mucosa, no entanto, o tempo 
entre a eclosão e o início do consumo de ração interfere no desenvolvimento de 
órgão, estimulando secreções enzimáticas do pâncreas, crescimento de vilos e 
motilidade intestinais, sistema de transporte de nutrientes e secreção biliar. Com 
isso, as antecipações no fornecimento de alimentos geram maiores ganhos fisi-
ológicos quanto a maturação dos enterócitos e, consequentemente, menor tempo 
de abate, devido o maio peso corporal.
 Ao chegar os pintinhos devem ser pesados e contados e, em seguida colo-
cados no circulo de proteção, de preferência, molhando-se o bico dos animais para 
indicar o local da água. Podemos acrescentar 5% de açúcar à água para equilibrar 
as necessidades de energia e/ou adicionar uma dosagem de vitamina para com-
bater o estresse causado no transporte. O início da bioseguridade começa com o 
sistema “tudo dentro tudo fora”, isto é, desde o primeiro dia até o abate no mesmo 
local, para evitar doenças e tensões que sempre se verificam nas mudanças.
 As caixas a qual os animais foram transportados devem ser queimadas, 
caso seja de papelão, para evitar propagação de alguma doença.
 À proporção que os dias vão passando e os pintinhos adquirindo maior 
peso, é necessário aumentar o espaço a eles oferecido e também o número de 
comedouros e bebedouros. Uma prática que facilita bastante o manejo é colocar 
em cada círculo um bebedouro pendular e um comedouro tubular, o que tem tam-
bém como vantagem acostumar os pintinhos a este tipo de equipamento, evitando 
o estresse.
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 A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do 5º dia, 
podendo ele ser aberto diariamente. Os círculosdevem ser retirados aproximada-
mente na segunda semana.
 Deve-se observar o comportamento dos pintinhos no interior do círculo e 
corrigir eventuais falhas no manejo. Quando os pintinhos estão amontoados no 
centro abaixo da campânula, é sinal de frio; deve-se então abaixar aa campânula. 
Se eles estiverem bem espalhados nas extremidades do círculo, o mais longe 
possível da fonte de calor, é sinal de excesso de temperatura. Se as aves apre-
sentarem asas e pescoços estendidos ou bicos abertos, não ligue as campânulas, 
abra um pouco as cortinas para melhorar a ventilação. Em situação normal de 
conforto térmico, os pintinhos ficam distribuídos uniformemente em toda a área do 
círculo de proteção.
Regulagem dos equipamentos
 A altura dos bebedouros deve ser diariamente chegada e ajustada de ma-
neira que a sua borda esteja ao nível dos olhos dos frangos, por outro lado, os 
comedouros devem ser ajustados o nível do dorso dos animais. O nível de água 
nos bebedouros deve ser regulado para prevenir seu derramamento e conse-
quentemente umedecimento da cama. Caso isso aconteça é necessário retira a 
parte da cama molhada e substituir por material seca usado como cama. Já, os 
comedouros devem ter até um terço da altura da borda cheia de ração para evitar 
desperdício.
Penerar a ração para 
retirar restos de cama
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Regulagem do 
comedouros para 
frangos
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Pintos se alimentando
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Adaptado de Silva et al. (2007)
 No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito 
funcionamento. O manejo é determinado conforme a temperatura ambiente, umi-
dade e, principalmente, de acordo com a idade das aves. Recomenda-se deixá-
las levantadas, ou seja, fechadas, nos primeiros dias de vida, para manter a tem-
peratura, baixando-as nos dias mais quentes. Nunca baixá-las de uma só vez, 
para evitar mudanças bruscas de temperatura e a excessiva incidência de sol no 
interior do galpão.
 Em regiões quentes, como a nossa é comum utilizar ventiladores para es-
fria o ambiente e trocar o ar quente e os gases.
Manejo dos frangos em crescimento
 Nesta fase passaremos a utilizar comedouro tipo tubular com proporção de 
1 para 30 aves e bebedouros pendular na proporção de 1 para 80, apropriado para 
o tamanho dos frangos, ou então usaremos comedou-
ros automáticos e bebedouros semi-automático para 
otimizar os trabalhos de manejo.
 Programa de alimentação – do ponto de vista 
econômico a alimentação de frangos de corte é con-
siderado o gargalho da atividade. De modo geral, a 
alimentação de aves representa cerca de 70% dos 
custos de produção. Como na criação de aves, o lucro 
é a soma de centavos, a eficiência das fórmulas das 
rações deve ser otimizada. Normalmente, formulam-
se rações para três ou quatro fases de vida do frango 
de corte. Atualmente, existem empresas trabalhan-
do com rações semanais, sendo esta a forma mais 
econômica de alimentação de frangos, devido às diferenças nutricionais da espé-
cie estimado pela curva de crescimento. Estudos vem sendo recomendados pro-
gramas de alimentação com o máximo de fracionamento de rações para atender 
melhor, as especificações nutricionais das aves.
Quadro 6.2- Programa de alimentação
Duas rações: recomendado de 1 a 21 dias e de 22 até o abate.
Três rações: sugerido de 1 a 21, 22 a 35 e 36 dias até o abate dos frangos.
Quatro rações: recomendado de 1 a 14, 15 a 21, 22 a 35 e 36 dias até o abate dos frangos.
Cinco rações: indicado de 1 a 7 dias, 8 a 14, 15 a 21, 22 a 35 dias e 36 até o abate.
Programas de alimentação para frangos de 1 a 21 dias, adotando uma dieta pré-inicial (1 a 7 dias) proporciona melhora no 
desempenho das aves, em virtude do melhor aproveitamento dos nutrientes da dieta.
 Densidade de alojamento – a disponibilidade de área/frango dependerá 
da idade de abate, do clima e do tipo de alojamento. Normalmente usa-se uma 
densidade de 12 a 14 aves/m2; de modo geral, a densidade tem influência sobre 
o produto final em termos de uniformidade, desempenho e qualidade.
Unidade 6 Avicultura
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 Manejo sanitário – a grande densidade e às exigências do frango de corte 
numa criação intensiva, exigem cuidados redobrados. Deve-se evitar o trânsito 
de pessoas, animais ou veículos nas proximidades do galpão; para isso o avicul-
tor usar de pedilúvio e rodilúvel. Quando necessário os visitantes deverão usar 
roupas e calçados da empresa, por garantir a desinfecção. Além disso, os frangos 
criados num mesmo galpão, devem ter a mesma idade. O fator, talvez mais im-
portante em controle sanitário é o cumprimento rigoroso do programa de vacina-
ção indicado pela Manual da Linhagem, sabendo que em avicultura não tratamos 
animais doentes, mas prevenimos por meio de vacina e processo de higienização 
rigoroso.
 Destino das aves mortas – recomenda-se remover rotineiramente do 
aviário as aves descartadas ou mortas, a fim de evitar a multiplicação de micror-
ganismos patogênicos e a possível transmissão de doenças às aves saudáveis. 
Recomenda-se depositar os corpos das aves em fossas de putrefação, salientan-
do que em hipótese alguma as mesmas deva ser depositas em lugares abertos 
ou próximo de fonte de água.
Deposição de aves 
descartadas em fossa de 
putrefação
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Manejo da saída do lote
 Cerca de 8 horas antes da saída do lote, deve-se retirar a ração e tomar o 
máximo cuidado na apanha e no transporte dos animais ao abatedouro. A água 
só deve ser retirada no momento da apanha. A apanha constitui a fase de maior 
estresse dos frangos. Se mal feita, podem apresentar descarte da carcaça por 
contusões, arranhões, hematomas e outras injúrias; comedouros e bebedouros 
devem ser retirados ou levantados e, divisões devem ser feitas para facilitar a 
captura. Outras duas práticas são pertinentes, a redução da luminosidade no 
aviário e claro, a apanha realizada na madrugada. A apanha pode ser feita de 
forma mecanizado ou manual pela asa, dorso ou pescoço. É recomendado que 
as aves sejam seguras pelo pescoço ou, uma a uma, pelas costas e gentilmente 
acondicionadas nas caixas, usando uma técnica de duas mãos simultaneamente. 
Nunca apanhe os frangos pelas asas e evitar pelos pés e, claro, as caixas não 
podem ser demasiadamente cheias.
Unidade 6 Avicultura
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Apanha manual feita pelo 
pernas dos frangos
Apanha manual pelo dorso dos frangosApanha mecanizada de frangos
 Transporte – a perda de peso do frango no transporte esta diretamente 
relacionada ao tempo de viagem, às condições climáticas, ao tempo de espera 
na plataforma e ao horário do transporte. Em condições normais, o frango com 2 
hs de viagem e 2 hs na plataforma perde, em torno de 4% de seu peso vivo, em 
temperatura ambiente.
 Avaliação do desempenho do lote – o acompanhamento do desempenho 
produtivo do lote permite ao avicultor quantificar a eficiência das técnicas utiliza-
das. Recomenda-se avaliar o consumo de ração, ganho de peso, conversão ali-
mentar, viabilidade, mortalidade e índice de eficiência produtiva.
 As fichas de registro contém índices e fórmulas que servem para analisar a 
situação produtiva e econômica de uma granja. Devemos levar em consideração a 
taxa de mortalidade, a conversão alimentar, a despesa total, receita total de custos 
e lucros.É preciso ter uma contabilidade, a fim de traçar gráficos de produção, 
analisá-los e fazer um balanço geral da performance econômica da atividade. Ve-
jamos as seguintes fórmulas: consumo de ração; ganho de peso; taxa de mor-
talidade; conversão alimentar; e fator de eficiência produtiva (FEP): índice muito 
utilizado em integrações avícolas como meio de avaliar a remuneração de um 
integrado, podendo dar uma idéia mais precisa de eficiência produtiva.
Considerações finais
 
 Na criação de frangos de corte, os resultados dos lucros são somas de 
pequenos esforços, de maneira que qualquer erro no manejo pode colocar em 
risco a rentabilidade final da criação. A alimentação representa cerca de 70% nos 
custo de produção de frangos de corte, por isso, métodos que possam reduzir o 
preço da ração são fundamentais. 
Unidade 6 Avicultura
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Unidade 7
Abate de Frangos e Processamento de Carne
ara produzir carne de aves com qualidade, é preciso efetuar, de forma eficiente e 
higiênica uma série de tarefas específicas. Antes dos frangos serem processados, 
precisam ser submetidos aos devidos manejos de abate e conservação da carcaça 
no abatedouro.
 Um abatedouro moderno é compreendido como um conjunto de instalações dotadas de 
equipamentos de avançada tecnologia. O processamento pode ser manual, automático ou semi-
automático. Em suma, o processamento de aves é dividido em área suja: compreendido pela re-
cepção, pendura, atordoamento, sangria, escaldagem e depenagem; e área limpa: composto pela 
evisceração, inspeção, lavagem, pré-resfriamento e resfriamento, gotejamento, embalagem, con-
gelamento e expedição.
Estresse versus qualidade da carne:
 Apesar do sucesso da avicultura brasileira no cenário mundial, a industrial avícola necessita 
dedicar especial atenção ao manejo das aves durante o crescimento, coleta nas granjas, transporte 
e na recepção do abatedouro, pois, os cuidados das aves no pré-abate influencia na qualidade do 
produto final.
Durante a apanha e o transporte da granja ao frigorífico as aves são submetidas a diversos formas 
de estresse: estresse motor, emocional, alimentar e térmico (Ludtke et al, 2006).
O estresse provocado pela apanha, como visto, pode causar condenações de carcaças. O estresse 
motor é provocado pela movimentação e vibração do veiculo de transporte, enquanto o emocional 
reflete o medo causado pela situação desconhecida.
 O estresse alimentar é provocado desde a granja quando as aves são submetidas ao jejum, 
a partir do momento da apanha até o abate. Embora a privação de alimento seja fundamental para 
redução da contaminação fecal, na etapa de evisceração, o jejum total considerando a retirada do 
alimento (6 horas) nas granjas, a apanha e transporte (3 horas) e espera na plataforma do abat-
edouro (1 hora), não deve ultrapassar as 10 horas de jejum.
 Estresse térmico provocado por ação da temperatura ambiente, durante o manejo pré-abate, 
também afeta a qualidade da carne. Segundo Ludtke et al. (2006), em situação de estresse térmico 
a temperatura corporal pode aumentar e consequentemente, acelerar a velocidade de glicólise post 
mortem e antecipar a queda do pH, podendo promover desnaturação protéica e carne com carac-
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UNIDADE VII - Avicultura
Abate de Frangos e Processamento de Carne
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terísticas mais pálidas. Por outro lado, temperatura muito abaixo, desencadeia mecanismos de 
produção de calor e diminuição da reserva de glicogênio. O gasto do glicogênio muscular impede a 
formação de ácido lático no post mortem, inibindo a queda do pH, condição esta, que pode resultar 
em carnes com coloração escura e seca.
Plataforma de espera:
 Quando o caminhão carregado de aves chega ao pátio do abatedouro, ele sempre espera 
algum tempo até a sua vez de ser descarregado. A espera se faz numa instalação tipo hangar, 
dotada de possantes ventiladores de teto, que garantem a circulação de ar. As aves são retiradas 
dos caixas e/ou engradados, individual e manualmente, e penduradas pelos pés nos ganchos da 
linha móvel de abate, chamada de nória.
Atordoamento:
 O atordoamento tem sido justificado pelo fato dele permitir um tratamento menos cruel às 
aves. Contribui também para reduzir a ocorrência de fraturas, pois a ave fica imobilizada. Nestas 
condições, maior quantidade de sangue deixa os vasos, melhorando a qualidade da carcaça. O 
choque elétrico, aplicado por cerca de sete segundos, deve apenas causar uma insensibilização 
momentânea. Ao mesmo tempo, ele causa uma elevação da pressão arterial, que facilita a perda 
de sangue. Ocorre também uma vasoconstrição periférica, que evita hemorragias subcutâneas, 
capazes de depreciarem a qualidade da carcaça. A voltagem pode se situar entre 50 a 80V. Níveis 
maiores podem provocar fortes contrações mus-
culares, com conseguentes fraturas nas asas. O 
tempo entre o atordoamento e a sangria gira em 
torno de 15 segundos. O abate pode ser realizado 
sem prévio atordoamento, quando é destinado a 
alguns paises que exigem que ele seja feito se-
gundo seus preceitos religiosos.
Pendura e atordoamento na 
linha de abate
Plataforma de espera de 
frangos em abatedouro
Unidade 7 Avicultura
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Sangria em abatedouro simples
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Sangria:
 Na sangria, a ave pode ser sangrada, manual ou mecanicamente. O corte lateral deve 
evitar atingir a traquéia, o esôfago e os ossos do pescoço. Ela pode ser feita automaticamente nos 
abatedouros mais modernos. Neste caso, o pescoço da ave é conduzido para uma lâmina circular 
rotativa, que realiza o corte sob a mandíbula, atingindo jugulares e carótidas. O tempo de goteja-
mento do sangue pode ser de 90 segundos, mas na prática dura cerca de três min.
Escaldagem e depena:
 
 A temperatura da água de escalda depende de como a carcaça será comercializada: res-
friada ou congelada. Se resfriada, conta muito a aparência da ave, examinada pelo consumidor no 
momento da aquisição. É por meio desse exame que ele vai tomar a decisão de comprar ou não 
aquele produto, de modo que, a pele deve se apresentar íntegra e com boa pigmentação amarelada. 
Isso só pode ser obtido se a temperatura da água usada na escalda for adequada, em torno de 
50°C. Nessa temperatura, os pigmentos não são arrastados, nem a textura da pele se rompe. Nesta 
temperatura, os dedos de borracha das depenadeiras não causam destruição da pele, deixando-a 
inteira. Mas o processo de depena é mais lento e, portanto, mais oneroso. Se o destino da carcaça 
for o congelamento, a maneira de apresentar o produto impede o seu exame por parte do consumi-
dor. Neste caso, os abatedouros podem usar temperatura de 60°C na água da escaldagem. Ela 
torna mais fácil a retirada das penas, aumentando o rendimento das aves processadas/hora, mas 
a pele pode sofrer dilacerações e despigmentação. As penas recolhidas devem ser destinadas a 
fabricação de farinhas de penas.
Evisceração e inspeção:
 A temperatura da água de escalda depende de como a carcaça será comercializada: res-
friada ou congelada. Se resfriada, conta muito a aparência da ave, examinada pelo consumidor no 
momento da aquisição. É por meio desse exame que ele vai tomar a decisãode comprar ou não 
aquele produto, de modo que, a pele deve se apresentar íntegra e com boa pigmentação amarelada. 
Isso só pode ser obtido se a temperatura da água usada na escalda for adequada, em torno de 
50°C. Nessa temperatura, os pigmentos não são arrastados, nem a textura da pele se rompe. Nesta 
temperatura, os dedos de borracha das depenadeiras não causam destruição da pele, deixando-a 
inteira. Mas o processo de depena é mais lento e, portanto, mais oneroso. Se o destino da carcaça 
for o congelamento, a maneira de apresentar o produto impede o seu exame por parte do consumi-
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dor. Neste caso, os abatedouros podem usar temperatura de 60°C na água da escaldagem. Ela 
torna mais fácil a retirada das penas, aumentando o rendimento das aves processadas/hora, mas 
a pele pode sofrer dilacerações e despigmentação. As penas recolhidas devem ser destinadas a 
fabricação de farinhas de penas.
Evisceração e inspeção:
 Nesta fase são retiradas as vísceras dos frangos. Após o corte no pescoço e desprendi-
mento do papo, faz-se uma incisão na região da cloaca, seguida de sua retirada. A seguir é feita 
a exposição dos órgãos da cavidade abdominal (trato digestivo e vísceras). Entram em ação os 
técnicos do serviço de inspeção sanitária. Eles são encarregados de inspecionar as carcaças e as 
suas vísceras, eliminando total ou parcialmente, aquelas que apresentem anomalias. Os miúdos 
(coração, moela e fígado) podem ser usados para fabricação de produtos enlatados ou comercial-
izados in natura. A carcaça segue a linha de processamento do abatedouro.
Processo de escaldagem
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Carcaça eviscerada para 
processo de inspersão
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Depenagem 
mecânica de aves
Fonte: 
Prof. Jordão Filho, J.
Unidade 7 Avicultura
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Resfriamento e gotejamento:
 O resfriamento é um meio de reduzir rápida e economicamente a temperatura da carcaça. 
O frango vivo, ao ser pendurado na nória, tem uma temperatura corporal em torno de 40°C, onde o 
objetivo do resfriamento será reduzir essa temperatura para fins de congelamento. O processo con-
siste em imergir as carcaças, por 20 a 30 minutos, numa mistura de água e gelo, num equipamento 
retangular, em aço inoxidável, chamado “chiller”. Além deste, pode-se usar o “pré-chillers”. Qualquer 
que seja a repetibilidade do processo, as carcaças devem sair dele com a temperatura em torno de 
4°C, tomada no fundo do músculo peitoral. O inconveniente desse procedimento é que a carcaça 
absorve água. A legislação considera normal a absorção de água de até 8% do peso da carcaça. 
Elevadas taxas de absorção de água na carcaça é considerado fraude e, pode queimar, a imagem 
do produto junto aos consumidores. Após saírem do resfriamento, as carcaças são penduradas por 
cerca de três min, para que ocorra o gotejamento e a perda do excesso de água superficial.
Cortes nobres:
 A vida cada vez mais ocupada e as mudanças de hábitos do consumidor, forçam a indústria 
a elaborar cortes de produtos mais acabados. Para produzir esses cortes, o abatedouro dispõe de 
uma sala apropriada, somente para receber aquelas carcaças que sofreram condenações parciais 
na inspeção.
Embalagem:
Após serem classificadas por peso, as carcaças e/ou os cortes são devidamente embaladas individ-
ualmente. A seguir, os produtos são conduzidos a câmara de congelamento a -30°C, onde a legisla-
ção prevê o consumo no prazo máximo de um ano. Por outro lado, a carcaça a ser comercializada 
resfriada, deve ser mantida a 4°C, em que, seu tempo de prateleira ou o prazo de comercialização, 
nas melhores condições, é de sete dias.
Consideração final
 
O manejo realizado nas granjas, apanha, transporte e abatedouro afeta, sobretudo, o destino final 
das carcaças e, a rentabilidade da cadeia produtiva.
Unidade 7 Avicultura
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Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
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Unidade 8
Manejo da Criação de Poedeiras Comerciais
ponto mais importante na produção de ovos é a sua qualidade, mas para que esta 
meta seja alcançada, vários pontos devem ser observados, desde a compra da 
pintinha até a venda dos ovos. O lucro da avicultura é constituído pelo somatório 
de pequenos resultados originados por cuidados que se tomam para diminuir custos e melhorar a 
produtividade. Existe pequeno detalhe de manejo que, se forem bem executados, tornam a explo-
ração rentável.
 No mercado, encontramos pelo menos dois tipos produtivos de poedeiras comerciais: as 
poedeiras leves, geralmente de coloração branca, apresentam peso de 1300 a 1500 g em início de 
postura, produção de até 95%, alojamento de 375 cm2/ave e consumo de 110g; e poedeiras semi-
pesadas, que iniciam a postura pesando cerca de 1600 a 1700g, atinge aproximadamente 95% de 
produção de ovos, alojamento de 450 cm2/ave, consome cerca de 120g e apresentam coloração 
marrom. Além disso, as poedeiras semipesadas são aves mais dóceis, calmas, de fácil manejo e 
adaptadas ao meio ambiente bem mais que as aves leves.
 De modo geral, em nada difere o manejo das pintinhas de postura em crescimento, daquele 
já descrito para os pintinhos de frangos de corte, exceto quanto à densidade de aves/m2 que deve 
ser de 7 aves/m2 e a prática de debicagem, aproximadamente até o final da 15ª semanas de idade.
O
Poedeira leve e semipesada
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
UNIDADE VIII- Avicultura
Manejo da Criação de Poedeiras Comerciais
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Sistema de criação
 Os principais sistemas de criação de poedeiras comerciais, quando criadas em crescimen-
to, tem sido o alojamento em piso ou em sistema de bateria de gaiola. Por outro lado, quando em 
postura, as aves podem ser criadas em gaiolas ou mesmo no chão (ninhos).
 Criação no piso: este é o sistema adotado pelos avicultores pelo menor custo de 
criação e facilidade de manejo. Normalmente, as aves ficam alojadas de um dia até 15 semanas, 
quando, então, serão destinadas ao galpão de postura.
 Criação em baterias: embora normalmente o avicultor utilize galpões para criar fran-
gas de um dia até a postura em piso, este sistema poderia perfeitamente ser substituído por sistema 
de baterias; um tipo de gaiola de alta densidade, que merece os mesmo cuidados do piso. Assim, 
os equipamentos do sistema elétrico, comedouros, bebedouros devem ser testados antes da che-
gada das pintainhas. A temperatura a ser obedecida deve ser de 32ºC na primeira semana, tendo 
o cuidado de reduzir para 30, 28 e 26, nas três semanas seguintes. As baterias são forradas com 
papel para evitar lesões nos pés das pintinhas. Este tipo de criação é praticamente inviável pelos 
altos custos de implementação.
 Ao optar pela criação em piso ou baterias de gaiolas, o avicultor deve se conscientizar das 
diferenças de instalações, manejo e, principalmente, das especificações nutricionais destas aves 
nestes ambientes, visto que, no piso terão maior espaço de locomoção que aquelas aves alojadas 
nas gaiolas.
 A postura em gaiola tem como principais vantagens: produção de ovos limpos, menor 
consumo de ração,maior capacidade de abrigo, melhor aproveitamento das instalações, menor 
incidência de doenças, menor mortalidade por amontoamento, menores problemas respiratórios e 
facilidade de vacinação e debicagem. Como desvantagens, destaca-se: maior custo inicial, maior 
frequência de canibalismo, problemas com moscas e uma agressão ao bem-estar das aves. Por 
outro lado, a postura no chão fornece maior conforto às aves devido o uso de ninho, propiciando 
maior tranquilidade para as mesmas, porém como desvantagens, temos a provável piora da quali-
dade do ovo, os quais poderão sujar ou se contaminar nos ninhos.
Contribuição Cientifica
Codornas japonesas e européias apresentam maior exigência de energia na dieta quando 
alojadas no piso em detrimento aquelas aves criadas em baterias de gaiolas, justificado pela 
maior atividade de locomoção proporcionada pelo piso.
Adaptado de Jordão Filho (2008)
Criação de poedeiras em piso
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Unidade 8 Avicultura
Curso de Graduação em Ciências Agrárias - Licenciatura a Distância
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 A criação e produção em gaiolas estão sendo usadas para acomodar uma percentagem 
cada vez maior das aves produtoras de ovos no mundo. Em alguns lugares, todas as unidades de 
poedeiras estão em sistema de gaiolas; entretanto, ainda existe lugares que use o sistema de piso, 
tendo a postura em ninho, semelhante à criação de galinha caipira.
Fases de criação
 
 O período de criação é continuo, porém ele pode ser dividido em três fases, para facilitar o 
entendimento e a discrição da criação. As fases que compreendem a criação são: fase inicial (cria) = 
0 a 4 semanas; fase de crescimento (recria I) = 5 a 11 semanas; fase de crescimento (recria II) = 12 
a 16 semanas; e fase de produção compreendendo a idade de 17 semanas até o final da postura. As 
frangas/poedeiras são criadas em diferentes estágios de desenvolvimento, devido as necessidades 
fisiológicas e nutricionais que passam o organismo das aves, observado em curva de crescimento 
para peso vivo e constituintes corporais, como proteína, gordura, entre outros.
Manejo durante a Cria e Recria I (0 a 11 semanas)
Recomendações gerais para e na chegada das pintinhas
• Limpar e desinfectar as instalações e equipamentos;
• Preparar os círculos de proteção, após o período de vazio sanitário;
• Ligar as campânulas e distribuir a ração, horas antes das pintinhas chegarem;
• Fornecer água com vitaminas ou água com cerca de 4% de açúcar para minimizar o estresse 
da viagem;
• No momento da chegada das pintinhas, as cortinas devem estar perfeitamente funcionando, ou 
seja, o galpão deve estar totalmente fechado, mas de modo que se possam manejar as cortinas 
para que se tenha ventilação, quando necessária;
• Ao chegar, distribuir as pintinhas contando-as e mostrando a fonte de alimento e água a pelo 
menos 10% das pintinhas, já as outras apreenderão sozinhas.
• Verificar constantemente a temperatura das campânulas a partir de uso de termômetros estra-
tegicamente posicionado no círculo de proteção e, principalmente, do comportamento térmico 
das aves. Esse cuidado permitirá tomar decisões quanto ao manejo das campânulas que melhor 
forneça às pintinhas a temperatura de conforto.
Criação de poedeiras em gaiola
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Contribuição Cientifica
Codornas japonesas e européias apresentam maior exigência de energia na dieta quando 
alojadas no piso em detrimento aquelas aves criadas em baterias de gaiolas, justificado pela 
maior atividade de locomoção proporcionada pelo piso.
Adaptado de Jordão Filho (2008)
Unidade 8 Avicultura
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Recomendações de manejos iniciais
 Quanto mais bem manejadas forem as aves na fase de cria e recria, maior será a pos-
sibilidade de garantias de sucesso na fase de postura, pois os manejos realizados nestas fases 
repercutem diretamente na produção de ovos. Geralmente, o avicultor fica preocupado com a quan-
tidade de ovos produzidos e negligencia o fato de que os manejos feitos em fases iniciais poderão 
minimizar a produção de ovos tão desejada. Dois manejos em particular são os que apresentam 
maior percentual de influencia: o controle do peso corporal das aves e o programa de luz. Ambos 
são efetuados e acompanhados deste o primeiro dia de vida das aves até o final da postura. En-
tretanto, preferimos relatar primeiro os manejos iniciais e somente depois, no tópico “manejo no 
período de recria II”, descrever o manejo de controle de peso corporal e a técnica do programa de 
luz, devido a importância fundamental da fase da pré-postura na formação corporal e fisiológica da 
futura poedeira.
 Considerando uma vez que foi adquirida uma ave (marca comercial) de atributos gené-
ticos capaz de alcançar altos índices de produtividade, resta a árdua tarefa de manejar as pintas 
e frangas para se tornarem excelentes poedeiras. Nas duas primeiras semanas é imprescindível 
que as pintas tenham uma boa fonte de calor. A abertura dos círculos de proteção é feita gradativa-
mente a partir do terceiro dia, podendo ser retirado após a segunda semana de idade das aves. O 
manejo das cortinas é determinado conforme a temperatura ambiente, a umidade e, principalmente, 
de acordo com o comportamento térmico das pintinhas diferenciado em função da idade e das 
condições ambientais. Recomenda-se deixar as cortina fechadas nos primeiros dias de idade, para 
atender a necessidade de calor e, levantá-las nos dias quentes para proporcionar conforto térmico. 
A altura dos comedouros e bebedouros deve ser checada e ajustada a aproximadamente dois a três 
dias a fim de acompanhar o crescimento das aves. Alguns literaturas recomenda-se que a regula-
gem dos comedouros e bebedouros seja a altura do dorso das aves. Já as aves que se encontram 
fora do padrão médio de desenvolvimento devem ser descartadas.
 Alimentação: a precocidade das aves resultou na necessidade de programas de ali-
mentação específicos para cada fase de criação e, principalmente, que estes pudessem garantir 
a ingestão adequada de nutrientes para atender a demanda biológica de manutenção, ganho e 
produção da ave. Os programas nutricionais desenvolvidos para as fases de cria e de recria devem 
ter como principal objetivo o atendimento das demandas nutricionais das frangas, mas sem perder 
de vista o máximo retorno econômico da atividade. Estes planos de alimentação geralmente seg-
uem recomendações do manual da linhagem, no entanto, existem Tabelas de Alimentações que 
sugerem as exigências nutricionais de acordo com o estágio de desenvolvimento que a ave se 
encontra.
 Debicagem: É um processo cirúrgico com a finalidade de prevenir 
o canibalismo e a escolha das partículas maiores da ração. Por conseguinte, 
debicagem bem feita resulta também em máximo aproveitamento da ração. 
Porém, na eventualidade de falhas nessa operação, como por exemplo, deixar 
o bico inferior muito grande, em forma de espátula, pode ocorrer desperdício 
de ração e/ou dificuldade de ingestão. Os estresses nutricionais, ambientais 
ou de alta densidade levam as aves a picarem umas as outras, principal-
mente na região da cloaca. A debicagem constitui um fator de estresse para 
as frangas, de modo que deve ser selecionado pessoal capacitado para a 
atividade. 
 A primeira debicagem deve ser feita entre 7 a 10 dias e a segunda 
de 10 a 12 semanas de idade, utilizando uma máquina de debicagem que 
contenha uma placa-guia. O orifício deve ser escolhido de modo que o anel 
de cauterização fique a 2 ml da narina. Para uma boa cauterização, recomen- Fonte: Manual da 
Linhagem Dekalb
Fonte: Manual da 
Linhagem Dekalb
Unidade8 Avicultura
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da-se que a lâmina esteja numa cor vermelho-cereja. Na 
segunda debicagem o bico superior deve ser cortado na 
altura de aproximadamente 2/3 em relação à extremidade 
da narina.
 Fatores importantes numa debicagem: não debique aves 
doentes; encher os comedouros antes e após a debica-
gem para evitar que as aves batam o bico no fundo do 
cocho; evitar coincidência com outras práticas de manejo e 
use eletrólitos e vitaminas durante a debicagem. As figuras 
acima, apresentam debicagem de 6 a 9 dias e de 9 a 11 
semanas de idade das frangas.
 Vacinação: certas doenças são de difícil erradicação e isto requer um programa de 
vacina rotineira. Em geral, todos os lotes de poedeiras devem ser vacinados contra Newcastle, Bron-
quite, Gumboro, Encefalomietite e também contra o vírus da gripe aviária. No entanto, nenhum pro-
grama de vacinação pode ser recomendado para todas as regiões. Como recomendações gerais, 
devem-se vacinar somente aves sadias, observar o período de validade da vacina e anotar devida-
mente as vacinações realizadas. Normalmente, o programa de vacinação segue rigorosamente as 
recomendações do manual da linhagem; entretanto, veja o seguinte esquema básico no quadro ao 
abaixo.
Segunda debicagem das 
frangas
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Idade
1º dia
7º dia 
14º dia
21º dia
30º dia
35º dia 
40º dia 
70º dia 
100º dia 
110º dia 
140º dia 
Doença
marek/bouba
bronquite 
newcastle
bouba aviária 
bronquite
newcastle 
coriza 
bouba 
newcastle/bronquite 
coriza 
newcastle 
Via de Aplicação
subcutânea
ocular/nasal
ocular
punção na asa
ocular
ocular 
intramuscular 
punção na asa 
água 
 intramuscular 
 intramuscular 
Quadro 8.1- Programa de vacinação
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Manejo no período de Recria II (12 a 16 semanas)
 Uniformidade do lote: o desenvolvimento corporal no período de recria abrange a formação 
de estrutura óssea e muscular até aproximadamente 12 a 13 semanas de idade. Posteriormente, se 
desenvolvem os órgãos de reprodução e ocorre um aumento de peso de vísceras, como o fígado, e 
se completa sua reserva energética até 18 semanas. Desta maneira, torna-se importante acatar as 
recomendações de manejo na recria de frangas, dentre elas: assegurar o crescimento e a formação 
de boas carcaças. Em geral, os lotes de poedeiras que tenham o peso mais uniforme chegarão a 
um pico mais alto de postura. Geralmente, uniformidade excelente é de 85 a 100%, bom de 80 a 
85% e satisfatória é de 75 a 80%. A porcentagem do peso padrão das aves em experimento pode 
ser calculada com base no peso médio sugerido nos manuais das linhagens leve e semipesada. A 
porcentagem de uniformidade (%U) é calculada pela seguinte formula:
 Programa de luz: certamente um dos assuntos mais estudado e discutido na avicultura 
moderna tem sido o programa de luz para poedeiras. As aves possuem um mecanismo fisiológico 
que, através de hormônios, estimula o desenvolvimento e a maturação do seu sistema reprodutor. 
A luz que penetra no olho provoca um estímulo que é conduzido pelo sistema nervoso até o cére-
bro e a glândula pituitária. Esta glândula libera um hormônio, o LH, que determina a ovulação. O 
programa de luz tem como finalidade evitar que as aves não entrem em postura precoce e, após o 
inicio da postura, estimular a produção de ovos. Desse modo, é comum obter aumento na produção 
de ovos e no peso de ovos durante as primeiras semanas, quando se aplicar o programa de luz 
corretamente.
 Ao se fazer um programa de luz, é preciso determinar a época em que as aves vão comple-
tar 10 semanas de idade; então verifica-se o comportamento da luz, se é crescente ou decrescente. 
A partir de 21 de junho a 21 de dezembro a duração do dia é crescente, por ouro lado, de 22 de 
dezembro a 20 de julho, o período de luz decresce. Um exemplo de programa de luz crescente e 
decrescente encontram-se abaixo, de acordo com o relato de Englert (1998).
Relógio “time” usado no 
programa de luz
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
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 Transferência para o galpão de postura: deve-se fazer o transporte das aves 
do galpão de cria e recria para o galpão de postura com o máximo de cuidado possível, evitando-
se danos às aves. A transferência das frangas para o galpão de postura constitui fator de estresse. 
A administração de eletrólitos e vitaminas, 3 dias antes e 3 dias depois, ajudará na prevenção de 
problemas decorrentes do estresse. A transferência das aves deve ser realizada com 15 semanas 
de idade, aproximadamente.
Manejo das aves em fase de Postura
 Se as aves forem bem manejadas na fase de cria e recria, teremos frangas saudáveis, den-
tro do peso padrão e com boa estrutura corporal, capaz de expressar todo seu potencial genético. O 
objetivo agora é fazer com que elas produzam o máximo possível. Pouco há de se fazer nesta fase, 
se as anteriores foram bem executadas.
 Alguns cuidados com as gaiolas são de praxe, como: garantir que as aves tenham boa 
qualidade de ar; fácil acesso à água fresca, limpa e sem contaminação; espaço de alojamento 
adequado; que as gaiolas sejam inclinadas de tal sorte que os ovo rolem para a frente da gaiola, 
evitando que as aves os sujem pelas próprias fezes, os quebrem por pisar neles ou, se vicie em 
beber os próprios ovos. Geralmente, as gaiolas comerciais atendem esses critérios, porém, é bom 
observar sempre o estado de conservação do equipamento.
Transferência das 
frangas para o galpão 
de postura
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Programa de luz crescente
1ª semana – fornecer 24 horas de luz;
2ª à 9ª semana – só luz natural;
10ª à 17ª semana – programa de luz de-
crescente;
18ª semana – 15 horas de luz;
20ª semana – 16 horas de luz;
22ª à 50ª – 17 horas de luz;
51ª semana ao final da produção – 18 
horas de luz.
Programa de luz decrescente
1ª semana – fornecer 24 horas de luz;
2ª à 17ª semana – só luz natural;
18ª semana – 15 horas de luz;
20ª semana – 16 horas de luz;
22ª à 50ª – 17 horas de luz;
51ª semana ao final da produção – 18 
horas de luz.
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 Características de uma boa poedeiras: as poedeiras, geralmente, começam a 
postura por volta da 17ª semana de idade. A partir desta data, começamos a observar se as aves 
estão em pleno estado de postura ou se devem ser descartadas. Para isso, pode ser feito o manejo 
considerando a distância entre os ossos pélvicos. Portanto, devemos colocar a poedeira com cuida-
do, de cabeça para baixo e em seguida, colocar dois dedos ou mais juntos entre os ossos pélvicos, 
na região da cloaca. Se eles entrarem, então esta ave está em plena fase de postura. Isto indica 
que a ave tem conformação para passar ovos. A má poedeira apresenta no máximo a distância de 
um dedo entre os ossos pélvicos. Outra característica de uma boa poedeira é a tamanho da crista 
e barbelas, pois são grandes, elásticas, quentes e de cor vermelho vivo nas aves em postura. Poroutro lado, são pequenas, secas, enrijecidas e de cor mate nas aves fora de produção. Normal-
mente, boas poedeiras também apresentam aspectos desarrumados, enquanto a má poedeira é 
bela e de penas lisas.
 Descarte de aves: as informações sobre o descarte das aves contribuem com as 
sugestões de boa poedeira. As aves descartadas não se limitam apenas às más poedeiras; aves 
que apresentarem prolapso de oviduto, as que puserem ovos de casca mole, deformados ou muito 
pequenos e as que adquirirem o hábito de beber os ovos também devem ser descartadas. Vale lem-
brar que antes de serem descartadas, as aves deveriam estar recebendo uma ração balanceada 
para não confundir a pequena quantidade de ovos produzidos ou casca frágil, ocorrido em função 
da má nutrição e não em função da má poedeira.
 Alimentação: Os programas de alimentação devem seguir os 
manuais de linhagem ou Tabelas de Recomendações reconhecida na área. 
Geralmente, não se faz restrição alimentar; porém, são normalmente forneci-
das 110 a 120g/poedeira/dia, o suficiente para atender as exigências nutricio-
nais, considerando o máximo de massa de ovos em uma dieta balanceada. A 
poedeira necessita ter seus requerimentos nutricionais atendidos diariamente. 
Estes variam com a idade, linhagem, peso corporal, taxa de produção, taman-
ho do ovo e condição climática. Se as aves estiverem consumindo além de 
suas necessidades, os nutrientes estarão sendo desperdiçados, pois a ave 
não responderá com melhora na produção. Por outro lado, se a dieta for defici-
ente em nutrientes, o desempenho e a qualidade do ovo serão prejudicados.
Distância de 2 a 3 
dedos entre os ossos 
pélvicos
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Arraçoamento de 
poedeiras
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Tamanho de cristo 
como critério de boa 
poedeiras
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
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 Manejo dos ovos e esterco: os ovos postos por poedeiras em gaiolas muitas vezes 
quebram, devido à queda deles da gaiola. A ocorrência de avaria de casca é problema sério, mas 
pode ser minimizado dependendo da frequência e velocidade de coleta, estado sanitário da ave, 
ração balanceada e manutenção do equipamento de coleta. Para efeito de exemplificação, a coleta 
mecânica de ovos, frequentemente, aumenta a quebra de 2 a 4%, quando o sistema não tem boa 
manutenção. Os ovos são normalmente selecionados para a comercialização, adotando-se como 
critério o tamanho do ovo, devido à uniformidade de encaixe nas caixas.
 Recomenda-se retirar o esterco, rotineiramente, a cada três meses pelo menos. É impor-
tante verificar se os bebedouros estão funcionando perfeitamente, caso não estejam, a água der-
ramada por eles pode causar contaminação do esterco num grau de tolerância insuportável.
 Muda forçada: a muda forçada é uma técnica de manejo que visa prolongar a produção 
econômica de galinhas poedeiras de 70 para 130 semanas de vida. Normalmente, é realizada em 
função dos custos de aquisição das pintainhas e/ou frangas, da produção do lote, qualidade e peso 
dos ovos, mas principalmente, devido à oscilação do preço dos ingredientes e do custo dos ovos 
no mercado, sendo indicada para melhorar a produção e a qualidade da casca dos ovos. porém, 
o desenvolvimento do período pós-muda depende do sucesso do método de restrição alimentar 
utilizado.
Coleta de ovos
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Quadro 8.2- Manejo de ovos
Transporte: o transporte dos ovos deve ser em veículo confortável e adequado, respeitando-se também o empilhamento 
recomendado para evitar prejuízos.
Lavagem: os ovos são selecionados e lavados com água quente num período de até 3 a 4 horas após a postura; não 
utilize água mais fria que a temperatura do ovo, porque, ao entrar em contato com o ovo mais quente, favorecerá a entrada 
de bactérias, presentes na superfície do ovo.
Ovoscopia – os ovos são submetidos à observação através da luz, para evitar avaria de casca.
Classificação – a classificação pode ser manual ou mecanicamente, considerando, sobretudo, o peso dos ovos. 
Mas, geralmente, os ovos são agrupados em classes A, B ou C, de acordo com a qualidade. Por outro lado, a qualidade é 
determinada pelo grau de limpeza, integridade e forma da casca, posição da câmara de ar e pelas características físicas 
da clara e da gema.
Adaptado de Jordão Filho (2008)
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 A muda forçada proporciona um descanso ao sistema reprodutivo da ave por um período, 
retomando a postura em seguida com melhora na quantidade e qualidade externa do ovo produ-
zido. 
Atualmente, a muda forçada tem sido muito questionada e novos métodos vêm sendo propostos 
com a finalidade de evitar o estresse causado na fase de restrição alimentar, porém, esses métodos 
não têm tido sucesso até então.
 O método tradicional é, geralmente, realizado submetendo as aves à restrição alimentar 
de 12 dias, com oferecimento de água à vontade. Além disso, são fornecidos cerca de 30 g de 
uma fonte de cálcio (farinha de ostra, p. exemplo), para evitar problemas de calcificação óssea na 
poedeira, pois dependendo da quantidade de cálcio, a produção de ovos pode persistir por uns 7 a 
8 dias, o que pode inviabilizar a técnica. 
 Ficha de registro: as fichas de registro contém índices e fórmulas que servem para 
analisar a situação produtiva e econômica de uma granja. Devem ser levados em consideração a 
taxa de mortalidade, o percentual de ovos quebrados, a conversão alimentar, a produção de ovos, o 
custo da ração/kg e o lucro sobre o custo da ração e do pinto. Deve-se calcular a despesa total, re-
ceita total de custos e lucros. É preciso ter uma contabilidade, a fim de traçar gráficos de produção, 
analisá-los e fazer um balanço geral da performance econômica da atividade. Vejamos as fórmulas: 
Consumo de ração (CR) = ração fornecida – as sobras; ganho de peso = peso final – peso inicial; 
taxa de mortalidade = nº de aves mortas ÷ nº de aves alojadas x 100; peso de ovos = médio de peso 
de vários ovos; produção de ovos = média do nº de ovos produzidos ÷ pelo nº de dias calculados; 
massa de ovos (MO) = peso de ovos x produção de ovos; conversão por massa de ovos = CR ÷ 
MO.
Considerações finais
 Na produção de ovos de consumo, o avicultor tem que tomar os devidos cuidados durante 
o crescimento das frangas e enquanto durar a postura das galinhas, pois ambos manejos são pri-
mordiais para aumentar a produção de ovos, buscando minimizar as perdas, seja qual for a ordem.
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Qualidade de Carne e Ovos de Consumo
avicultura tornou-se, nos últimos anos, uma atividade com apreciável possibilidade 
de sucesso para grandes e pequenos produtores. As expectativas são justificadas 
pelas vantagens de produção das aves, como: uso de pequeno espaço de criação, 
pouca mão de obra, longevidade de produção, facilidade de reprodução, maturidade sexual precoce 
e produtos deliciosos com qualidade nutricional invejável. Aliado a isso, a carne de aves é consid-
erada uma iguaria fina, altamente palatável. Esta carne permite todo tipo de processamento, o que 
é importante para fornecimento em bares, restaurantes (assada, etc.) e supermercados (conserva, 
defumados, etc.).
Qualidade nutricional da carne
 Segundo Souza (2005), o conceito de quali-
dade de carne é bem amplo e complexo, podendo 
ser definida por características objetivas e subjeti-vas. Entre os atributos objetivos, encontram-se as 
características físicas, nutricionais e higiênicas, por 
outro lado, a avaliação subjetiva engloba os aspectos 
sensoriais, apresentação e a forma de exposição do 
produto.
 A carne de frango reúne características ex-
tremamente positivas: proteína de alto valor biológico 
(qualidade), fonte relativamente baixa de gordura 
saturada (baixo teor calórico), saboroso, versátil, de 
fácil preparo e digestão, além de ser acessível eco-
nomicamente a todas os tipos de consumidores. 100g de filé de frango, sem pele, contém aproxima-
damente 25g de proteína, 42mg de colesterol e 1g de gordura saturada, correspondendo, respec-
tivamente a 46, 14 e 2% das exigências nutricionais de humanos, recomendada pela Anvisa, sendo 
referencia para uma refeição leve e saudável.
 A carne de aves, além de ser rica em aminoácidos essenciais, é também importante fonte 
de energia e de outros nutrientes como vitaminas, minerais e lipídios. A carne de frango é bastante 
rica em ferro, principalmente a fonte mais assimilável pelo organismo, e vitaminas do complexo B, 
Unidade 9
A
Carne de qualidade
UNIDADE IX- Avicultura
Qualidade de Carne e Ovos de Consumo
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em especial, niacina e riboflavina. Trata-se de um alimento saudável, rico nutricionalmente e de 
consumo recomendado para consumidores de todas as idades, até mesmo, pessoas que tenham 
riscos de doenças cardiovasculares, pois contém baixa taxa de colesterol.
 Um dos problemas enfrentados pela atividade tem sido os poucos estudos realizados para 
avaliar a qualidade sensorial e microbiológica da carne de aves. Geralmente, avalia-se apenas a 
composição química da carne, deixando as características organolépticas em segundo plano.
Qualidade sensorial da carne
 
 A qualidade da carne é dependente da temperatura do tecido muscular e da velocidade 
de resfriamento, após o abate. Os artifícios que reduzam a velocidade das reações químicas pro-
longam a qualidade da carne, ou seja, a conserva por mais tempo. As características sensoriais 
servem de parâmetros para medir o grau de qualidade da carne. No entanto, muitos fatores influen-
ciam as características físicas da carne, wcomo a maciez, retenção de água, gordura intramuscular, 
tecido conjuntivo e proporções dos feixes musculares. A exemplo de fatores ante mortem, podemos 
observar influência da espécie, do estágio fisiológico, da alimentação e do manejo. No período pos 
mortem, vários fatores afetam a duração e a qualidade de transformação do músculo em carne. Sob 
o ponto de vista de maciez ideal, a carne de ave deve ser maturada por um período que varia de 6 
a 24 horas.
 A qualidade da carne pode ser avaliada por parâmetros físicos e químicos. Entre os princi-
pais atributos da carne de aves podemos citar a aparência, textura, suculência, sabor, cor e pH. O 
aroma e sabor (paladar) da carne são provenientes do aquecimento. São influenciados por vários 
fatores, entre eles, os nutricionais, haja vista que a carne de frango caipira apresente para muitos 
consumidores, melhor sabor do que a carne de frango industrial, justificado pela seletividade de 
alimento que a ave caipira é alimentado. A aparência da carne está relacionada com a cor e exsuda-
ção da carne. A cor da carne de frango varia de tonalidade cinza a vermelho pálido e pode ser ponto 
de desclassificação pelo consumidor na hora da compra. Geralmente, a cor varia com a presença 
de pigmentos (mioglobina e hemoglobina), que são alterados de acordo com a espécie, idade, e 
atividade física da ave. A textura da carne está associada com a palatabilidade, que também pode 
ser afetado por fatores ante mortem (espécie, nutrição, estresse) e post mortem (velocidade de 
resfriamento, pH). A textura, também conhecida como maciez, diminui com o avanço da idade da 
ave. De fato, uma galinha velha requer mais tempo de cozimento do que um frango novo. De acordo 
com Venturini et al. (2007), o pH da carne influencia diretamente na qualidade, pois se 24 horas 
Nutrientes
Proteína
Energia
Gordura total
Gordura saturada
Ferro
Quantidade (100g)
25g
129 cal
3,75g
1,07g
1,61g
Fonte: Venturini et al. (2007)
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após o abate, o pH da carne estiver superior a 6,2, a carne de frango irá se encontrar com bastante 
retenção de água, o que implica em curto tempo de conservação e o estabelecimento da coloração 
escura, caracterizando a carne DFD (darck, firm, dry – escura, dura e seca). Por outro lado, se o pH 
estiver abaixo de 5,8 em menos de 4 horas, teremos a carne PSE (pale, soft, exudative – pálida, 
mole e exsudativa), caracterizado pela má retenção de água. Tanto a carne DFD como a PSE são 
resultantes de más condições de manejo ante mortem e alterações metabólicas no processo post 
mortem, provocando aceleramento ou retardamento no processo de rigor mortis (qualidade).
Por quê hormônios não são utilizados na ração de aves?
 Esta tem sido uma questão muito discutida ao longo do tempo. As primeiras indagações 
iniciaram na década de sessenta e, infelizmente, persistem até os dias de hoje, até mesmo entre 
alguns profissionais da área agrícola. Essa lamentável conclusão tem sido passada ao transcorrer 
das opiniões, até mesmo, por alguns profissionais da saúde, leigos no assunto. 
 Apesar disso, a avicultura tem alcançado recordes de produção e exportação ano a ano. 
Atualmente, o Brasil ostenta a posição de segundo maior produtor e maior exportador de carne de 
frango do mundo. Tal crescimento, atendendo às peculiaridades da segurança alimentar, não seria 
possível se essa atividade não fosse responsável e ética. Posso afirmar veementemente que não 
existe, de forma alguma, hormônio na alimentação de aves. A pergunta que assola a mente dos 
consumidores desinformados sobre a produção de frangos é: se não existe hormônio, então como 
explicar o fantástico crescimento dos frangos, onde podem ser abatidos com apenas 40 dias? A res-
posta é muito simples; o progresso da avicultura somente é possível graças a uma intensa atividade 
de pesquisas na área de genética, nutrição, sanidade, manejo e ambiência. A engenharia genética, 
através de cruzamentos altamente qualificados, tem permitido reduzir em pelo menos um dia por 
ano a idade de abate dos frangos industriais. Os milhares de nutricionistas inseridos em instituições 
públicas e privadas têm conseguido atender às necessidades nutricionais das novas marcas gené-
ticas de potencial cada vez mais avançado.
 Além disso, o uso de hormônios na alimentação animal é proibido desde meados da década 
de setenta, de modo que, o primeiro empasse seria driblar essa legislação. Considerando o tamanho 
de nossa produção de rações, ignorar a lei seria no mínimo impossível sem que houvesse uma 
denúncia clara e não apenas simples especulações levianas.
 Outra indagação pode ser criada em torno da coloração da carcaça. Portanto, alguns poderi-
am perguntar o porquê das carcaças de frangos industriais serem mais pálidas do que as de frangos 
caipiras. A resposta, mais uma vez, não tem nada a ver com administração de hormônios. A palidez 
das carcaças tem sido obtida, normalmente, pelo uso de alimentos alternativos pobres em pigmen-
tos. As carcaças de aves caipiras têm forte pigmentação porque estes animais consomem xantofilas 
(pigmento) presente nas gramíneas que geralmente compõe os piquetes de criação, modificando a 
coloração da pele, entretanto, a pigmentação não modifica em nada o estado nutricional da carne.
Contribuição Cientifica
O método da gravidadeespecifica não serve para avaliar a qualidade externa de ovos submetidos ao armazenamento, 
pois, quando velhos, os ovos apresentam aumento da câmara de ar, devido à perda de umidade da clara para o meio 
externo, que ajuda a bóia quando avaliados no método de solução salina, inviabilizando a técnica.
Adaptado de Jordão Filho et al. (2006)
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Carne de qualidade
Unidade 9 Avicultura
 O setor mais forte do agronegócio, gerador de milhares de empregos, impulsionador do 
PIB, que fornece alimento de baixo custo a preços acessíveis, mas, sobretudo, atento a especula-
ções do mercado internacional, não pode receber críticas destrutivas e sem fundamento.
Métodos de determinação da qualidade de ovos
 A qualidade de ovo apresenta diferenças de conceitos relaciona-
dos a produtores, consumidores e processadores. Aos produtores, ela é 
influenciada pela resistência da casca dos ovos e pela qualidade interna. 
Normalmente, a qualidade de ovos é afetada por fatores genéticos, nutri-
cionais, ambientais (temperatura), sanitários, pela idade e pelo peso dos 
ovos.
 Antes de iniciar a leitura sobre os métodos de avaliação da quali-
dade externa dos ovos, você deve estar se perguntando por que o criador 
precisa, realmente, avaliar 
a resistência da casca dos 
ovos produzidos? A res-
posta é muito simples: normalmente, são perdidos 
de 6 a 8% do total de ovos produzidos na granja, por 
problema de avaria de casca. Essa perda daria para 
alimentar muita gente ou salvar seu empreendimento 
em períodos de crise. Lembre-se sempre que a mel-
hor embalagem dos ovos é sua própria casca e esse é 
o nosso desafio.
 Os métodos utilizados para avaliar a qualidade da casca dos ovos são divididos em duas 
categorias: destrutivos ou diretos e não destrutivo ou indireto. A escolha do método fica a rigor do 
técnico, mas é importante observar a eficiência de uso e o custo da técnica. Dentre os métodos 
diretos, temos: o peso e percentagem de casca e a espessura da casca; enquanto que a técnica in-
direta é, fundamentalmente, representada pela gravidade específica. O inconveniente dos métodos 
destrutivos é a possibilidade de ocorrer prejuízos devido à violação do conteúdo do ovo (comum 
à prática). Essa é uma prática desclassificatória, visto que a finalidade da avaliação da casca dos 
ovos é reduzir prejuízos e não aumentá-los. É por essa 
razão que os métodos não destrutivos vem recebendo 
maior atenção dos nutricionais e produtores, embora a 
método direto pareça mais preciso. Relatos científicos 
têm demonstrado alta correlação de perda de ovos por 
problema de casca com a gravidade específica, em 
comparação aos métodos diretos. Isso sugere a hipó-
tese de que o uso da gravidade específica é suficiente 
para avaliar a resistência da casca dos ovos.
 
Carne de qualidade
Ovo velho com redução do albúmen
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
 
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Unidade 9 Avicultura
Quadro 9.1- Ovos novo versus ovo velho 
Ovo novo: quando quebrado, a clara fica mais 
junta a gema. Quando cozido, a casca se solta 
com dificuldade.
Ovo velho: quando quebrado a clara se encon-
tra mais líquida e se espalha bastante. Quando 
cozido, a casca se desgruda mais facilmente do 
ovo. Quando colocado na água, os ovos velhos 
flutuam.
Contribuição Cientifica
Semelhança de resultados da coloração da 
gema dos ovos, encontramos ao usar o aparel-
ho cromatógrafo (Minolta) em comparação com 
o leque colorimétrico, para ovos de poedeiras 
marrons.
Adaptado de Silva et al. (2006)
 O principal problema de qualidade interna de ovos para produtores refere-se à coloração 
da gema, pois, para muitos consumidores leigos, a qualidade nutricional do ovo é proporcional ao 
seu grau de pigmentação da gema. Para consumidores, a qualidade que mais interessa é a vida de 
prateleira dos ovos, às vezes, esquecida. 
 Existem pesquisas demonstrando que a pigmentação da gema e a coloração da 
casca dos ovos não tem relação com a qualidade interna. No entanto, é perfeitamente 
possível atender às exigências do consumidor quanto à coloração da gema, a partir da 
adição de corantes artificiais ou naturais na ração das poedeiras. Pigmentantes como 
cataxantina e derivados do urucum podem ser utilizados. Os métodos mais usados têm 
sido o leque colorimétrico (manual) e aparelho cromatógrafo (digital), ambos com a mes-
ma eficiência.
 
Gravidade especifica medida pelo principio de 
Arquimedes
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Métodos de medida da 
coloração da gema de 
ovos
Fonte: Prof. Jordão 
Filho, J.
Gravidade especifica medida pelo método de 
solução salina
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
 
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Aparelho de mede a unidade Haugh
 Por fim, quero relatar o método padrão de avaliação da qualidade 
interna dos ovos pela indústria, mas pouco utilizado pelos criadores. 
Trata-se da unidade Haugh (UH), que relaciona o peso dos ovos com a 
altura do albúmem. Quanto maior a escala da UH, maior será a quali-
dade do ovo, muito utilizada em ovos frescos, mas desaconselhada 
em ovos armazenados. Apesar do sucesso e das poucas limitações 
dos métodos, fica o questionamento sobre o prazo de validade do ovo 
de consumo. Os técnicos têm que estar atento a isso, porque dois fa-
tores correm contra o sucesso do setor: o primeiro é fisiológico, pois o 
grau de deteriorização do ovo é sempre constante após a ovoposição; 
e o segundo é de gestão, quando os supermercados armazenam o 
produto sem refrigeração. Assim, a perda da qualidade passa a ser cada vez maior. Então, o prazo 
de validade dos ovos, que parece ser por volta três semanas, é reduzido em ambiente sem refrig-
eração.
Mitos e verdades sobre o colesterol do ovo
 Atualmente, o consumo per capita de ovos no Brasil não ultrapassa os 150 ovos por habi-
tante por ano. Comparando aos altos consumos de países desenvolvidos, a exemplo do Japão (360 
ovo/hab/ano), este consumo é, simplesmente, insignificante. As causas do reduzido consumo de 
ovo pelos brasileiros, são variadas. A principal delas tem sido o medo exagerado de colesterol do 
ovo devido à incidência de ataque de miocárdio com esse esteróide, levando muitos consumidores 
a colesterolfobia. Portanto, o reduzido consumo de ovo no Brasil é atribuído, por muitos especialis-
tas, ao colesterol presente no alimento. Algo sem sentido e sem a mínima explicação científica para 
o fato. Esta lamentável “inverdade”, muita vezes dita pelos técnicos do meio zootécnico, retira da 
boca do pobre um alimento de qualidade inigualável. Sim, porque o ovo de consumo é notadamente 
reconhecido como alimento de alta qualidade nutricional, com presença marcante no combate a 
desnutrição de consumidores em países subdesenvolvidos, sobretudo de crianças. Esse alimento 
tem tido uma importância fundamental na desigualdade nutricional em virtude do baixo custo de 
aquisição, estando acessível a todas as classes sociais. O ovo de consumo poderia minimizar o 
problema de cegueira noturna, causada pela deficiência de vitamina ‘A”, que assola o status nu-
tricional de muitas crianças de paises pobres., principalmente. O ovo tem sido apontado como um 
ótimo componente da dieta de portadores de Alzheimer e Parkinson, por reduzir a agravamento das 
doenças. O ovo parece aumentar o QI, devido à presença marcante da colina, em razão do melhor 
funcionamento do cérebro, relacionadoà formação de novos neurônios, até então não observado 
pelos pesquisadores em outro alimento. Além disso, em gestante o ovo de galinha pode fornecer 
colina suficiente para o desenvolvimento do cérebro do feto.
 Estudos científicos comprovam que as doenças cardíacas estão mais direcionadas com 
as complicações hereditárias e maus hábitos alimentares, como ingerir gorduras saturadas, princi-
palmente a trans, do que mesmo com os níveis de colesterol dos ovos. Assim, em outros estudos 
tem sido sugerido o consumo de pelo menos um ovo por dia, podendo ser até dois, sem afetar a 
concentração de colesterol sanguíneo. 
 Apesar dessa precaução sem sentido de ser, os pesquisadores têm estudado o enriqueci-
mento de ovo com ácidos graxos da série ômega-3, tornando o ovo num alimento funcional, por 
evitar problemas cardiovasculares através de ações antiinflamatórias. Os estudos com redução do 
Aparelho de mede a 
unidade Haugh
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colesterol da gema não tem tido êxito, porque as poedeiras modificam seu metabolismo para ofer-
ecer a devida quantidade de colesterol, utilizado para nutrição do embrião.
 Particularmente, penso que a redução do consumo de ovo no Brasil ocorre, principalmente, 
em função da discriminação do produto. Não faz sentido um país em nível de desenvolvimento 
socioeconômico como Brasil apresentar consumo de ovo inferior ao Japão, quando na verdade de-
veria ser compatível. Também, não temos que desenvolver estudos para fortalecer as propriedades 
nutricionais do ovo. Este alimento por si só, é seguramente uma potência alimentar. O que deve ser 
mudado é o conceito errado da colesterolfobia.
Consideração final
 A crescente informação das qualidades alimentares do ovo pelos técnicos pode num futuro 
breve, reduzir a descriminação do produto e aumentar o consumo, pois nada justifica o baixo con-
sumo de ovos pelos brasileiros.
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 criação de aves, em escala industrial, tem se destacado por um excelente grau de 
tecnificação, gerando conhecimeto em busca de produção cada vez mais saudável 
e econômica. A criação de matrizes destaca-se por ser um setor dessa complexa 
cadeia de produção, tendo por objetivo a produção de ovos férteis de qualidade, com 
custos cada vez mais reduzidos. As matrizes são aves geneticamente selecionadas 
para atingir desenvolvimento precoce, ou seja, maturidade sexual precoce, que, de certo modo, 
pode afetar a produção de ovos férteis se não forem bem cuidadas. Manejos como uniformidade e 
retardamente da maturidade sexual são fundamentais para garantir o sucesso da atividade. Muitas 
características produtivas têm sido desenvolvidas para minimizar riscos envolvidos no processo 
de criação, como peso médio do lote, uniformidade de peso, conformação de carcaça, viabilidade, 
consumo de ração, curva de produção, peso dos ovos, fertilidade e eclodibilidades dos ovos, entre 
outros. Esses parâmetros funcionam como um norte, que didaticamente é melhor entendido quando 
classificado por fases de criação. Portanto, na criação de matrizes, devemos seguir rigorosamente 
os principios básicos do manejo nas fase de crescimento e produção de ovos, pois o desempeho de 
um plantel de reprodutores não esta relacionado apenas ao setor de postura.
Observações e recomendações antes da chegada dos pintos-reprodutores
 
 Fases de criação: o período de criação das aves é continuo; porém, ele pode ser dividido 
em fases, para facilitar o melhor atendimento das condições fisiológicas do organismo. Os intervalos 
de idade das aves entre as fases de criação deferem entre autores e manuais de criação. De modo 
geral, podemos classificar as fases em: fase inicial (cria) = 0 a 4 semanas; fase de crescimento 
(recria I) = 5 a 11 semanas; fase de crescimento (recria II) = 12 a 19 semanas; e fase de produção 
compreendendo a idade de 20 semanas até o final da postura. As matrizes são criadas em diferen-
tes estágios de desenvolvimento, devido às necessidades fisiológicas e nutricionais que passam o 
organismo das aves, observado em curva de crescimento para peso vivo e constituintes corporais, 
como proteína, gordura, entre outros. Os principais acontecimentos na fase de cria são: promover 
o crescimento e uniformidade de esqueleto, peso corporal e empenamento, buscar boa viabilidade, 
cuidar dos manejos de temperatura, ventilação, distribuição de alimento e vacinação. Da fase de re-
cria, são: classificação de lotes e uniformidade de peso corporal de acordo com a idade da linhagem, 
transição entre a fase de crescimento e a de reprodução. Nesta fase, as aves já são sensíveis aos 
estímulos luminosos. De 15 semanas até o inicio da postura, as aves começam a maturidade sexual.
Unidade 10
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UNIDADE X- Avicultura
Manejo de Matrizes
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Sistema de criação: as aves reprodutoras, geralmente, são criadas no piso. Porém, em fase de 
crescimento poderiam ser criadas em baterias de gaiolas, retornando ao piso quando em fase de 
produção de ovos, devido à facilidade da cópula (acasalamento) e necessidade de ninhos para a 
postura. O piso da fase de postura pode ser de “cama” normal, semelhante àqueles adotados na 
criação de frangos ou até piso ripado. A criação em piso ripado apresenta a desvantagem de maior 
custo de instalação. Por outro lado, pode ser que proporcione a produção de ovos mais limpos e a 
redução do desafio microbiano, por minimizar o contato direto das aves com a cama.
 Os reprodutores de corte ou postura podem ser criados em galpão único, onde passarão 
a fase de crescimento e a postura, ou podem ser criados em aviários específicos para cria/recria e 
postura, de modo que as aves são levadas para os galpões de postura aproximadamente na 16ª 
semana de idade.
 Modo de criação: as aves reprodutoras podem ser criadas separando-se machos e fêmeas 
ou juntas. A criação separada tem como principal vantagem a maior facilidade no controle de peso 
corporal e, assim, maior uniformidade do lote. Entretanto, as desvantagens deste tipo de criação 
são a necessidade de maior espaço físico e a maior ocorrência de brigas entre galos.
 
Estrutura de aviário de matrizes
 
 Vazio sanitário: o trabalho com os pintos começa antes mesmo de sua 
chegada, no preparo das instalações. Um processo conhecido tecnicamente 
de “vazio sanitário”, que dura cerca de 14 dias, semelhante à criação de 
frangos de corte e frangas de postura. Procedimento: (1) lavar, desinfetar 
e deixar secar ao sol todos os comedouros bebedouros e campânulas; (2) 
retirar toda a cama velha e transportá-la no mesmo momento para local dis-
tante no mínimo 5 km da granja; (3) varrer todo o galpão, considerando teto, 
paredes e piso; (4) lavar com água e sabão e raspar as crostas de sujeira do 
teto, paredes e piso; (5) pulverizar todos os recintos do galpão, dentro e fora 
com desinfetantes à base de amônia quaternária, iodo ou cloro; (6) deixar 
secar e descansar o galpão por cerca de 14 dias; (7) colocar cama nova 3 dias antes da chegada 
do pintos; (8) encher os pedilúvios e rodilúvio e mantê-los sempre cheios com solução nova e ativa.
 Alimentação: as rações das matrizes de corte ou postura são, geralmente, formuladas con-
formeas recomendações nutricionais apresentada no Manual da Linhagem ou através de Tabelas 
de Alimentação, especifica para aves. Esta última literatura tem sido muito consultada por recomen-
dar especificações nutricionais atualizadas. É recomendável que as rações entre machos e fêmeas 
contenham conteúdo nutricional diferentes, em função da finalidade fisiológica da ave.
Contribuição Cientifica
Semelhança de resultados da coloração da 
gema dos ovos, encontramos ao usar o aparel-
ho cromatógrafo (Minolta) em comparação com 
o leque colorimétrico, para ovos de poedeiras 
marrons.
Adaptado de Silva et al. (2006)
Estrutura de aviário 
de matrizes
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Controle de peso 
corporal
Fonte: Manual de 
Criação
MANEJO DE FEMEAS
Fase inicial ou cria (0 a 4 semanas)
 Os primeiros 14 dias de vida estão entre os períodos mais importantes e críticos da vida da 
ave. No entanto, os manejos recomendados para matrizes nesta fase são semelhantes aos indica-
dos a frangos de corte. Devemos lembrar dos quatros pontos básicos: ração, água, temperatura e 
qualidade do ar. Todos os esforços envidados no início da fase de cria serão recompensados no 
desempenho final do lote.
 As cortinas devem estar fechadas e as campânulas devem ser ligadas duas a três horas 
antes da chegada dos pintos. Além disso, as campânulas e os aquecedores devem ser examinados 
regularmente para garantir que estejam funcionando corretamente. Neste momento, recomenda-se 
verificar se os bebedouros e comedouros estão funcionando perfeitamente. A ração e água frescas 
devem ser mantidas disponíveis aos pintos na sua chegada no galpão de cria/recria. O uso de 
bebedouros suplementares é recomendado de 1 a 7 dias de idade. Isso irá ajudar a evitar problemas 
com infecções dos pés. Não posicionar os bebedouros diretamente sob as campânulas. Todas as 
caixas de pintos devem ser colocadas no galpão com o número correto de caixas alinhado a cada 
campânula antes de soltar os pintinhos. Procure fazer com que os pintos fiquem uniformemente dis-
tribuídos na área de cria/recria. Não empilhe caixas cheias dentro do galpão, nem as coloque dentro 
da área de cria/recria. 
 O peso das aves aos sete dias de idade é um excelente indicador geral do sucesso do 
manejo da fase de cria. Os efeitos do estresse precoce podem não ser observados até muito mais 
tarde e podem afetar negativamente o desempenho reprodutivo subsequente do lote. A principal 
razão para o ganho insuficiente de peso precoce é o baixo consumo alimentar. 
 Quantidades insuficientes de ração e/ou insuficiente espaço nos comedouros irão afetar a 
ingestão de ração, o peso e a uniformidade das aves. Também é importante mencionar que a in-
gestão precoce de proteínas afetará particularmente o peso às quatro semanas, a uniformidade do 
lote e finalmente a produção de ovos.
 Recomenda-se 10 a 12 aves por bebedouro nipple ou 80 aves por bebedouro pendular. A 
água deve estar limpa e disponível em todos os bebedouros. Devemos distribuir os bebedouros de 
forma que as aves nunca tenham que andar mais de três metros para beber água.
Fase de recria (5 a 15 semanas)
 Trata-se de uma fase das mais importante no preparo das aves para a produção de ovos. 
Os objetivos desta fase são: proporcionar condições para que as matrizes, quando na fase de 
produção, produzam satisfatoriamente, tais como promover ganho de peso corporal, de acordo com 
as sugestões da manual da ave; conseguir ótima uniformidade do lote durante toda a recria; e, prin-
cipalmente, atingir maturidade sexual uniforme em todo o lote.
 Geralmente, os dois manejos mais importantes da criação de fran-
gas-matrizes são o controle do peso corporal e o programa de luz.
 
Controle de peso corporal
Fonte: Manual de Criação
 Controle do peso corporal: as matrizes possuem a característica 
genética de engordar, que será transmitida aos pintinhos de corte. Conside-
rando, no entanto, que uma ave gorda terá uma menor produção de ovos, 
que serão menores e que comerá mais, havendo um maior custo de ração, 
realizamos normalmente, um programa de restrição alimentar de acordo 
com tabela de peso corporal contida no manual das aves. A restrição objetiva atrasar a maturidade 
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sexual, produzir ovos maiores, produzir maior números de ovos, aumentar a resistência das aves 
à doenças. O programa de controle do peso corporal mais eficiente consta, essencialmente, em 
pesar semanalmente as aves e comparar seu peso com o peso padrão contida no manual da ave, 
aumentando a quantidade de ração ofertada, se a ave estiver com menos peso e diminuindo, se 
esta estiver acima do peso padrão. Quando a restrição é bem feita, pode-se conseguir em geral 
uma dúzia de ovos a mais por ave, 1 a 2% a mais de ovos grandes, bem como 2 a 3 kg a menos de 
consumo de ração durante a vida das aves.
 Durante o controle de peso corporal, podemos fazer a seleção das aves por aspectos 
físicos, além do peso, auxiliando na seleção de plantel de excelentes reprodutores. Recomenda-se 
iniciar as pesagens na segunda semana de idade. Durante o período de crescimento, sugere-se 
que as pesagens devam ser feitas semanalmente e a cada quatro semana na fase de postura. Ger-
almente, pesa-se de 5 a 10% das aves do lote, tendo o máximo cuidado de pesar as mesmas aves, 
onde será elaborado algum sistema de identificação. Caso esteja programada alguma prática es-
tressante como mudanças das aves, vacinação, debicagem ou doença, a restrição será suspensa 
e forneceremos ração à vontade durante os dias em que ocorrerem as práticas.
 Uniformidade do lote: o desenvolvimento corporal no período de recria abrange a for-
mação de estrutura óssea e muscular e, posteriormente, se desenvolvem os órgãos de reprodução. 
Desta maneira, torna-se importante acatar as recomendações de manejo na recria de frangas-ma-
trizes, dentre elas, assegurar o crescimento e a formação de boas carcaças. Em geral, os lotes de 
poedeiras que tenham o peso mais uniforme chegarão a um pico mais alto de postura. Geralmente, 
uniformidade excelente é de 85 a 100%, bom de 80 a 85% e satisfatória é de 75 a 80%. A uniformi-
dade (U) do lote pode ser calculada utilizando-se o peso médio das aves, com base no peso padrão 
sugerido pelos manuais das linhagens , de acordo com a formula:
 Na uniformidade do lote, podemos fazer, quando em fase de cria ou até mesmo recria, uma 
seleção por peso em 100% das aves na balança, separando-as em três classes: aves pequenas 
– aquelas com peso de 10% abaixo do peso médio; aves médias – aves cujo peso se enquadra 
no intervalo de 10% a mais e 10% a menos em relação ao peso médio do plantel; aves grandes – 
aquelas aves que o peso corporal encontra-se 10% acima do peso médio do plantel.
 A uniformidade a partir do controle da curva de peso médio tem sido a forma mais usada e 
indicada pelos manuais na prática. Entretanto, existem outros características que podem ser anali-
sadas para a obtenção do máximo potencial produtivo das aves: uniformidade do tamanho da ave; 
uniformidade de conformação de massa muscular, peito e pernas; e uniformidade de maturidade 
sexual. O conjunto dessas avaliações permite ao técnico o conhecimento da chamada “uniformi-
dade da condição corporal”. (1) A uniformidade do tamanho do corpo é uma avaliação comparativa. 
Nessa avaliação, as aves são comparadas umas com as outras, em relação ao tamanho do corpo e 
canelas. (2) A uniformidade de conformação da massa muscular consiste na avaliação manual e in-
dividual das aves, comparando a quantidade demassa muscular. Assim, conforme recomendações 
do manual da linhagem, pode-se avaliar se o desenvolvimento corporal da ave está de acordo com 
o preconizado. As empresas, geralmente, recomendam uma forma de peito de acordo com a idade 
da ave. (3) A uniformidade de maturidade sexual leva em consideração o aparecimento dos car-
acteres sexuais secundários, cristas e barbelas, assim como a abertura pélvica dos ossos ilíacos, 
deposição de gordura e a troca de penas das asas, que deverá ser completa até o acasalamento.
Manejo de arraçoamento: fase de recria - as fêmeas devem receber ração à vontade durante as 
 
U (%) 
Nº de aves dentro ± 10% do PM 
Nº total de aves da amostra 
= X 100 
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primeiras 2 semanas e após isso, a ingestão de ração passará a ser controlada para garantir que 
não excedam a meta de peso com 4 semanas de idade. Os machos devem atingir o padrão de peso 
corporal previsto em cada semana, durante as 4 primeiras semanas para alcançar uniformidade 
do lote e obter o desenvolvimento esquelético adequado. A ração deve ser oferecida à vontade na 
primeira semana e depois, deve ser controlada para que os machos não excedam a meta de peso 
com 4 semanas de idade. Se os machos não atingirem a meta de peso durante as 4 primeiras se-
manas, recomendamos aumentar o período de fornecimento de ração à vontade. Os machos devem 
ser criados separadamente até cerca de 6 semanas de idade, porém recomenda-se a separação 
completa dos machos e fêmeas durante a recria, até 16 semanas de idade, para obter os melhores 
resultados.
 Fatores que afetam a uniformidade do 
lote: alguns aspectos produtivos, se não bem obser-
vados, podem afetar a uniformidade de um lote, como 
a qualidade do pinto, aquecimento, debicagem, den-
sidade de alojamento, restrição alimentar, espaço de 
comedouro, arraçoamento e exigências nutricionais da 
ração.
 Programa de luz: as aves possuem um 
mecanismo fisiológico que, através de hormônios, es-
timula o desenvolvimento e a maturação do seu siste-
ma reprodutor. A luz que penetra no olho provoca um 
estimulo, que é conduzido pelo sistema nervoso até 
o cérebro e a glândula pituitária. Esta glândula libera 
um hormônio, o LH, que determina a ovulação. O pro-
grama de luz adotado na criação de poedeiras comer-
ciais é semelhante ao de matrizes. O programa de luz 
tem por finalidade evitar que as aves não entrem em 
postura precoce e, após o inicio da postura, estimular 
a produção de ovos. Desse modo, é comum obter au- mento na produção de ovos e no peso de 
ovos durante as primeiras semanas, quando se aplicar o programa de luz corretamente.
Ao se fazer um programa de luz, é preciso determinar a época em que as aves vão completar 10 se-
manas de idade; então verifica-se o comportamento da luz, se é crescente ou decrescente. A partir 
de 21 de junho a 21 de dezembro a duração do dia é crescente. Por ouro lado, de 22 de dezembro 
a 20 de julho o período de luz decresce. Um exemplo de programa de luz crescente e decrescente, 
encontram-se abaixo, de acordo com o relato de Englert (1998).
Quadro 10.2- Técnicas de restrição alimentar
Diária: alimenta as aves todos os dia, porém, 
com controle de quantidade;
Seis por um: alimenta-se as aves com ração de 
sete dias em apenas seis, sendo um dia de re-
strição;
Cinco por um: alimenta-se as aves com a quan-
tidade de ração de sete dias em cinco dias, sen-
do dois dias sem alimento;
Quatro por um: alimenta-se as aves com ração 
de sete dias em apenas quatro, sendo um três 
de restrição;
Dia sim, dia não: em um dia, as aves são ali-
mentadas com quantidade de alimento equiva-
lente a dois, em outro são submetidas ao jejum.
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 Programa de vacinação: o programa de vacinação de matrizes tem dois objetivos: 
(1) imunizar as reprodutoras, prevenindo-as contra doenças; e (2) preparar o sistema imunitário 
da reprodutora para a produção de anticorpos, que serão transmitidos ao pinto através do ovo. As 
recomendações do fabricante devem ser rigorosamente seguidas. Além disso, devemos manter o 
registro de datas e épocas de administração, método de vacinação, fabricante, numero de série e 
data de vencimento de cada vacina.
 Debicagem: é um processo cirúrgico com a finalidade de prevenir o canibalismo e a 
escolha das partículas maiores da ração. Por conseguinte, a debicagem bem feita resulta também 
em máximo aproveitamento da ração; porém, na eventualidade de falhas nessa operação, como 
por exemplo, deixar o bico inferior muito grande, em forma de espátula, pode ocorrer desperdício de 
ração e/ou dificuldade de ingestão. Os estresses nutricionais, ambientais ou alta densidade levam 
as aves a picarem umas as outras, principalmente na região da cloaca. A debicagem constitui um 
fator de estresse para as frangas de modo que deve ser selecionado pessoal capacitado para a 
atividade.
 A primeira debicagem deve ser feita entre 7 a 10 dias e a segunda, de 10 a 12 semanas 
de idade, utilizando uma máquina de debicagem que contenha uma placa-guia. O orifício deve ser 
escolhido de modo que o anel de cauterização fique a 2 ml da narina. Para uma boa cauterização, 
recomenda-se que a lâmina esteja numa cor vermelho-cereja. Na segunda debicagem, o bico su-
perior deve ser cortado na altura de aproximadamente 2/3 em relação à extremidade da narina.
Fatores importantes numa debicagem – não debique aves doentes; encher os comedouros antes e 
após a debicagem para evitar que as aves batam o bico no fundo do cocho; evitar coincidência com 
outras práticas de manejo e use eletrólitos e vitaminas durante a debicagem.
 Transferência para o galpão de postura: nos casos em que os reprodutores são criados 
separadamente, devemos transportar as aves do galpão de cria e recria para o galpão de postura 
com o máximo cuidado possível, pois a prática pode ser extremamente estressante. A administra-
ção de eletrólitos e vitaminas três dias antes e três dias depois, ajudará na prevenção de problemas 
decorrentes do estresse. A transferência das aves para o acasalamento deve ser realizada com 
aproximadamente 17 semanas de idade, aproximadamente.
Fase de postura
 O aparecimento do primeiro ovo marca o início da fase de reprodução. Alguns autores reco-
mendam 1 a 5% de produção para dar início a essa fase. É extremamente importante a observação 
de todos os detalhes inerentes ao manejo, tais como: densidade de criação, relação machos/fêmea, 
quantidade de comedouros, bebedouros, ninhos, manejo alimentar, controle de peso corporal, col-
heita de ovos e programa de vacinação. É durante a fase de postura que se colhem os ovos, como 
consequência de um bom manejo durante a cria e recria, sendo o objetivo nesta, a obtenção de 
máxima produção de ovos incubáveis. A densidade de criação, geralmente, é de 3,5 aves /m2 nos 
ambientes de clima quente.
 Ninho: as principais recomendações quanto aos ninhos tem sido a observação da correta 
relação de uma boca de ninho para cerca de quatro galinhas, a manutenção do material de “cama” 
em 1/3 da altura do ninho e sua prefeita limpeza e desinfecção. Recomenda-se colocar poleiros nos 
ninhos para facilitar a subida das galinhas e disponibilizar um guincho equipado com comedouros e 
bebedouro para permitir o acesso das aves à fonte de ração e água.
 Alimentação: a ração dos reprodutores deve seguir recomendações do manual da lin-
hagem. Os espaços mínimos de comedouros durante o período de postura são cerca de 15 cm/
ave para comedouro automático e densidade de 12 e 10 aves por comedouro tubular e suspenso,respectivamente. Durante períodos muito quentes, devemos arraçoar nos horários mais frios do 
dia. Como as exigências nutricionais de machos e fêmeas são diferentes, mas estes convivem 
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no mesmo ambiente, precisamos disponibilizar comedouros que permitam a fêmea consumir sua 
ração sem ingerir a do macho e, que também, o macho não consuma a dieta da fêmea. Para isso, 
foram elaborados comedouros com finalidades especificas. Assim, os machos são alimentados em 
comedouros suspensos, de modo que as fêmeas não os alcancem. Por outro lado, estas são arra-
çoadas em comedouros do tipo calha equipados com grades, que excluem os machos por causa da 
largura maior de sua cabeça. Os comedouros pendulares de manejo manual podem ser protegidos 
do acesso dos machos usando-se grande de arame. Observações do estado de conservação das 
grades dos comedouros das fêmeas devem ser feitas rotineiramente, para não permitir em hipótese 
alguma que os machos consumam sua dieta.
 Manejo dos ovos: do manejo depende a soma dos poucos 
centavos que buscamos na atividade. Portanto, algumas recomenda-
ções são pertinentes, como: fazer pelo menos duas colheitas de ovos 
por dia; identificar os ovos, considerando o lote, a data da colheita e 
dados das matrizes produtoras; não misturar ovos limpos com os sujos; 
selecionar os ovos de acordo com o peso e formatos; fazer a medida da 
qualidade externo dos ovos (pode ser a gravidade especifica); lavar e 
desinfetar as mãos de manipuladores dos ovos; pulverizar os ovos com 
formol.
 Alguns fatores influenciam na qualidade dos ovos, tais como 
a idade da matriz, doenças, especificação nutricional, estresse, etc. A 
idade da matriz influencia no tamanho do ovo, pois à medida em que as matrizes envelhecem, 
ocorre um aumento de intervalo entre ovulações, devido à redução na taxa de postura, o que é 
acompanhado de um aumento no tamanho do ovo, devido a mesma quantidade de gema proveni-
ente de síntese hepática ser depositada em um menor número de folículos. Portanto, pintos deriva-
dos de matrizes jovens tendem a apresentar um desempenho inferior aos daqueles derivados de 
matrizes velhas, o que é atribuído à menor quantidade de albúmem e gema dos ovos de matrizes 
jovens (Pinchasov & Noy, 1993). A idade da matriz também influencia no tempo de eclosão, visto que 
o tempo de incubação é afetado mais pelo tempo de estocagem pré-incubação do que pelo peso 
inicial do ovo propriamente dito.
 Armazenamento: quando necessários os ovos devem ser armazenados em temperatura 
abaixo do ponto “zero fisiológico”. A temperatura da sala deve ser de 18 a 20ºC, com umidade supe-
rior a 70%. O armazenamento dos ovos não devem ultrapassar o período de sete dias, pois a taxa 
de eclosão diminui pelo menos 1% para cada dia que passa após o quarto dia de armazenamento.
Seleção de ovos: separe os ovos que não servem para incubar, ou seja, aqueles que possuírem as 
seguintes características: casca fina, casca áspera, casca enrugada, forma redonda ou defeituosa, 
pontas longas, rachaduras, muito pesado ou muito leve, câmara de ar solta ou defeituosa.
 Transporte: Os ovos devem ser transportados, preferencialmente, em caixas plásticas. 
Deve-se manter o veiculo sempre limpo, assim como as caixas e as bandejas para evitar prob-
lemas de contaminação. O ideal é que o veículo disponha de sistema de controle de temperatura e 
umidade para evitar perda de mortalidade embrionária por excesso de calor. O motorista deve ter 
consciência de não exceder na velocidade, pois isso acarretaria prejuízos por avaria na casca dos 
ovos.
 Entre os principais problemas encontrados em fase de produção, podemos destacar os 
fatores que provoca a (1) produção de ovos abaixo do necessário e os fatores que causam (2) baixa 
qualidade e eclodiblidade dos ovos. Motivos que podem causar baixa produção de ovos: quantidade 
insuficiente de ração ou dieta deficiente; excesso de ração; baixa viabilidade; qualidade de água; 
programa de luz; ventilação ou calor; presença de choco; doenças; e manejo. Este último tem um 
peso maior, pois cerca de 90% dos casos de quedas de postura é devido a problemas de manejo. Já 
Ninhos para coleta de ovos
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os principais problemas envolvidos na perda da qualidade do ovo incubável são, entre outros: ovos 
muito pequenos ou grandes; ovos de cama; perdas na qualidade da casca; problemas de manejo, 
como espaço de bebedouro e comedouro, falha na distribuição de alimento, más condições da 
cama, número e condições dos ninhos; e algumas doenças. Os principais problemas que afetam a 
fertilidade e eclodibilidade, são: obesidade dos reprodutores; problemas no incubatório e seleção 
de ovos; alta densidade de criação; algumas doenças; excesso de calor; e aproveitamento de ovos 
de aves jovens e velhas do plantel. 
MANEJO DE MACHOS
 Na criação de matrizes, a proporção de machos representa apenas 10% em relação à 
das fêmeas, porém, os machos contribuem com 50% da carga genética do lote, tornando-se fun-
damentais para a fertilidade em um plantel. Apesar disso, os estudos com matrizes fêmeas têm 
recebido maior atenção dos pesquisadores. Os machos devem ser criados nas mesmas condições 
ambientais das fêmeas, a exceção de manejos específicos como: corte de dedos e esporões, corte 
de cristas, debicagem e arraçoamento.
 Semelhante ao manejo de fêmeas, os machos também apresentam, segundo Bittar Filho 
& Ribeiro (2005), desenvolvimento fisiológicos diferentes entre os seguintes estágios: 0 a 4 se-
manas – bom e uniforme desenvolvimento dos tecidos corporais, dos órgãos internos, do sistema 
imunológico do empenamento, do esqueleto e do apetite; 4 a 10 semanas – crescimento para 
atingir apropriado peso corporal, de acordo com a idade e com a manutenção da uniformidade; 10 
a 15 semanas – transição entre a fase de crescimento e de reprodução; e 15 semanas até a fase 
produtiva – maturação sexual.
Fase cria e recria
 
 No ato de recebimento das aves, os machos matrizes devem ser submetidos aos mesmos 
cuidados iniciais dispensados às fêmeas. Preferencialmente, os pintos do plantel machos devem 
ser oriundos de um mesmo lote de avós.
 O objetivo dessas fases é garantir o bom desenvolvimento da carcaça, do sistema imu-
nológico, da função cardiovascular, do empenamento e do apetite. Para isso, o avicultor deve seguir 
rigorosamente as recomendações quanto ao controle de peso corporal. O ganho de peso e a unifor-
midade dos machos nestas fases serão determinantes para estabelecer o perfil reprodutivo do lote. 
Portanto, nesse período, os machos devem estar com peso próximo ao peso padrão da linhagem e 
com a maior uniformidade possível.
 Densidade: a densidade de criação de machos matrizes, recomenda-se que, após dez 
semanas de idade, não seja superior a 3,5 aves/m2, visto que influencia no desenvolvimento corpo-
ral e reprodutivo.
 Debicagem: a debicagem dos machos tem influência no desempenho reprodutivo do 
lote, pois os machos usam o bico para segurar a fêmea no momento da cópola. A debicagem dos 
machos deve ser feita entre 5 e 7 dias de idade. O objetivo é remover uma mínima quantidade do 
bico, minimizando o estresse dos pintos. O fornecimento de suplemento vitaminico na água, dos 
dias antes e depois da debicagem, ajuda o processo de cicatrização e combate o estresse.
 Controle de peso corporal: assim como em fêmea, o controle de peso corporal em 
machos visa maximizar seu desempenho reprodutivo, através da manutenção do peso corporal 
dentro dos limites sugeridos pelo manual da linhagem.Faz-se por meio do controle de fornecimento 
de alimento, alcançando uma boa uniformidade do lote. A amostragem de peso deve ser realizada 
semanalmente, a partir do primeiro dia de vida das aves. Um programa de restrição alimentar para 
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machos pode ser adotado quando necessário, mas de maneira mais suave que o adotado para o 
plantel de fêmeas, sendo ideal que os machos recebam alimento diariamente.
 As pesagens são de grande importância para a manutenção da qualidade dos machos, 
onde devemos seguir alguns critérios: pesar de 5 a 10% do plantel; capturar as aves em pontos 
representativos; pesar todos os machos capturados; no momento da pesagem, 
deve-se avaliar a condição física do macho, observando-se problemas físicos, con-
formação corporal, atividade reprodutiva e peso corporal.
 Seleção por peso: a primeira seleção por peso deve ser realizada de 
quatro a cinco semanas de idade do plantel; já a segunda seleção faz-se necessário 
a partir da 12ª semana. Durante o trabalho de seleção, recomenda-se classificar o 
lote em aves leves, médias e pesadas, de acordo com o peso padrão da linhagem 
e na proporção de 5% do plantel. Além disso, durante a seleção podemos proceder 
aos descartes de machos por diversos fatores, tais como: faixa de peso (muito leve 
ou muito pesado), comprimento de canela (canela muito pequena), baixo desen-
volvimento (desenvolvimento testicular insignificante, por exemplo), entre outros. 
Fase de reprodução
 Os galos podem ser criados juntos com as fêmeas ou não. A criação sepa-
rada facilita o controle de peso corporal, embora necessite de maior espaço nas 
instalações. Geralmente, são feitas duas seleções: a primeira com oito e a se-
gunda, com cerca de 15 semanas de idade dos galos. As principais características selecionadas nos 
galos são: bom peso (de acordo com o manual), pernas fortes e retas, costas largas, profundidade 
torácica, cabeça e bico forte, vigor e vivacidade.
 Acasalamento: algumas literaturas recomendam a criação separada 
de machos e fêmeas, a fim de permitir melhor controle do peso corporal e a 
facilidade de administração de medicamento, embora possam provocar brigas 
entre galos. Machos e fêmeas podem, então, ser criados separadamente do 
nascimento até o acasalamento. O acasalamento pode ser feito entre seis e 
oito semanas, entre 12 e 14 ou entre 18 e 20 semanas de idade das aves. 
Estudos indicam que o acasalamento precoce (antes de 14 semanas) propor-
ciona correlação positiva com o amadurecimento sexual das fêmeas, ou seja, 
faz com que esta produza mais cedo, por outro lado, corre-se o risco de se 
causar sobrepeso nos machos, além de dificultar o controle do arraçoamento. Os acasalamentos 
tardios (após 18 semanas), por sua vez, permitem bom controle de peso corporal e uniformidade de 
machos, entretanto, necessita de maior de criação.
 Os machos selecionados para o acasalamentos devem apresentar as seguintes caracter-
ísticas: manter-se em peso ao redor do preconizado pelo manual, sendo os leves e pesados des-
cartados; devem ser saudáveis, sem defeitos físicos; vigorosos, com pernas e dedos sem deformi-
dades.
 Alimentação: o correto arraçoamento de machos no período de postura é fundamental 
para evitar problemas de eclosão, lembrando que os machos representam 50% do material genético 
disponível a eclodibilidade dos ovos. A quantidade de ração consumida pelos machos, no período 
de produção, é dependente das necessidades da ave para manter a taxa de ganho de peso exigida. 
Geralmente, a necessidade de ingestão de ração varia de 135 g para 170 g/ave/dia, dependendo da 
empresa.
 O peso médio dos machos, durante o período de produção é crescente, havendo necessi-
dade de volume crescente de ração. É fundamental que sejam feitos pequenos incrementos durante 
todo esse período, suprindo o aumento da demanda de energia e nutrientes.
Macho selecionada a reprodução
Momento da cópula
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 O convívio de machos e fêmeas no mesmo ambiente, mas com especificações nutricionais 
diferentes obriga empresas e técnicos a pensarem em equipamentos de arraçoamento que garan-
tam a alimentação de ambos. Comedouro automático tipo prato, comedouro pendular de manejo 
manual e comedouro suspenso tipo calha, têm sido os tipos de equipamentos de arraçoamentos 
mais utilizados na criação de machos reprodutores. Os comedouros suspensos têm sido usados 
com bastante êxito na alimentação de galos. No entanto, independente do tipo de comedouros uti-
lizado, é essencial que o equipamento esteja na altura desejada para limitar o acesso das fêmeas 
a ração dos machos.
 A utilização de ração especifica para machos pode apresentar vantagens, como aumento 
da taxa de fertilidade, quando alimentados com ração de baixo teor protéico (Hocking, 1989). Isso 
pode estar associado à maior deposição de cristais de ácido úrico nas articulações dos machos 
que receberam dietas ricas em proteína, prejudicando a eficiência de acasalamento. Além disso, as 
limitações das exigências nutricionais dos machos constituem numa das principais razões da reluta 
dos produtores em adotar um programa nutricional específico para galos reprodutores. Atualmente, 
o excesso de peso corporal e a baixa fertilidade dos planteis, oriundos de estimativas nutricionais 
errôneas, tem levado os produtores a substituir os reprodutores com o máximo de 50 semanas de 
idade, o que onera a atividade. Segundo os relatos de Tardin (1990), a prática de uso de ração com 
16% de proteína para galos onera o custo de alimentação destas aves de 7 a 11% em relação a 
dietas com 12% de proteína bruta.
 Descarte: a redução do numero de machos, durante a fase reprodutiva, é uma técnica 
comum em granjas de matrizes. Os descartes devem ocorrer, preferencialmente, durante o manejo 
das pesagens. Os machos devem ser descartados quando apresentar: peso muito leve ou muito 
pesado; e problemas físicos que comprometam a cópula. Lotes que, por ventura, apresentem per-
das elevadas do número de machos ativos e problemas de fertilidade devem ser repostos.
ÍNDICES PRODUTIVOS
 As fichas de índices produtivos são compostas por fórmulas que servem para analisar o 
desempenho do plantel de matrizes no incubatório (próximo capítulo). Portanto, além do desem-
penho produtivo calculado na granja, semelhante àquele citado na criação de poedeiras comerciais, 
o incubatório fará cálculos que também servirão de avaliação do lote de reprodutores. Entre outros, 
são os seguintes índices:
 Taxa de eclosão (TE): é igual ao número de pintos eclodidos em relação ao número de ovos 
colocados na incubadora. Os valores entre 80 e 85 são considerados normais.
 TE (%) = (nº de pintos eclodidos ÷ nº de ovos colocados) x 100
 
 Eclodibilidade: é o percentual de pintos nascidos em relação ao número de ovos férteis 
determinados por ovoscopia.
 Eclodibilidade (%) = (nº de pintos nascidos ÷ nº de ovos férteis) x 100
 Taxa de fertilidade (TF): é o percentual de ovos férteis em relação ao número de ovos in-
cubados. O percentual de fertilidade deve estar, normalmente, por volta de 95%.
TF (%) = (nº de ovos férteis ÷ nº de ovos incubados) x 100
Consideração final
O sucesso da criação de matrizes é resultado de uma adequado conhecimento técnico e prático de 
todas as fase de produção, ajustando-se o manejo às várias situações cotidianas.
 
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00fertilização do óvulo de galinha ocorre no infundíbulo, logo após a ovulação; já o pro-
cesso de formação do ovo total demora cerca de 26 horas. Durante esse período, o 
ovo permanece no oviduto, onde a temperatura é de aproximadamente 42ºC, possi-
bilitando o desenvolvimento embrionário. Geralmente, os ovos de matrizes (galinhas) 
apresentam período de incubação de 21 dias, quando são eclodidos em incubatórios. O incubatório 
é o setor responsável pelo fornecimento de pintos de um dia aos produtores, entretanto, a qualidade 
dos pintos depende de fatores inerentes ao incubatório, tais como manejo e estocagem dos ovos, 
manejo de incubadoras e nascedouros e condições de manejo do nascimento ao alojamento dos 
pintos. A característica do ovo, o manejo pré-incubação, o tempo de estocagem e as condições de 
incubação interferem no período de incubação e na qualidade do pinto ao nascer.
Manejo dos ovos para incubação
 Os ovos a serem incubados merecem cuidados especiais durante a 
coleta e manuseio, pois os mesmos apresentam casca fina, além de so-
frerem rápida desidratação. A colheita dos ovos deve ser feita de 2 a 4 
vezes ao dia. Após a colheita, recomenda-se fazer uma fumigação dos 
ovos antes de armazenar. Na seleção dos ovos é importante descartar os 
sujos e aqueles ovos trincados e quebrados. Os ovos para incubação não 
devem ser lavados, por facilitar a penetração de microrganismo no interior 
dos ovos via umidade. Se houver necessidades de alguma limpeza pode-se 
passar um papel macio para a operação.
Manejo no processo de incubação
 Atualmente, as aves foram melhoradas e com isso perderão a característica do choco. 
Além disso, para produzir pintinhos e pintinhas em escala maior o criador deve recorrer à incubação 
artificial. Nas pequenas criações, o próprio criador poderá construir uma pequena chocadeira (de 
madeira, caixa de isopor...), basta respeitar as condições mínimas de temperatura e umidade.
 Para uma escala de produção ainda maior, o avicultor deve recorrer às modernas máquinas 
de incubação, onde existe controle de temperatura, umidade, ventilação e viragem dos ovos. Para 
isso, um incubatório deverá ser construído com as áreas internas obedecendo a seguinte sequência: 
(1)- depósito de ovos; (2)- câmara fria; (3)- incubadora; (4)-nascedouro; e (5)-seleção e embalagem 
dos pintinhos. Em outra parte do incubatório deve conter sala para depósito de caixas, local para 
lavagem de equipamentos, vestiários e sanitários.
Unidade 11
A
UNIDADE XI- Avicultura
Incubação de Ovos
Sala de seleção de ovos
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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 Na linha de incubação, o planejamento do número de ovos a serem incubados é importante 
para evitar estocagem de ovos por muito tempo. A temperatura e a umidade estão diretamente 
relacionadas com o tempo de armazenamento dos ovos. Período de estocagem de até 7 dias ne-
cessita de 18ºC de temperatura e 80% de umidade. Acima disso, recomenda-se reduzir apenas a 
temperatura para 13ºC.
 Da câmara fria, os ovos são transferidos para a sala de incubação, podendo ocorrer con-
densação da umidade da casca, se feita à transferência imediata. A condensação facilitar, a con-
taminação microbiana e diminui o rendimento da incubação. Para evitar esse problema, após a 
retirada da câmara fria, os ovos devem permanecer de 3 a 5 horas a uma temperatura amena 
(22ºC), caso contrário, os ovos podem baixar a temperatura dentro das incubadoras, retardando o 
processo de incubação.
 Tanto no armazenamento como na incubadora, os ovos devem ser colocados com a ponta 
fina para baixo. Esse manejo é feito para permitir crescimento da câmara de ar durante a incubação 
e que os pintinhos respirem este ar antes de quebrar a casca do ovo.
 Na incubadora, os ovos devem ser virados a cada hora, caso o equipamento possua siste-
ma automático de viragem, caso não, deve-se fazer a viragem pelos menos duas vezes ao dia. A 
temperatura na incubadora deve ser de 37,5ºC e a umidade relativa do ar (URA) de 60%.
 Três dias antes da eclosão, os ovos são transferidos para as câmaras de eclosão ou nasce-
douros, com temperatura de 37,2ºC e URA de 70%.
 O processo de incubação total dura apenas 21 dias. Os pintinhos devem ser retirados das 
máquinas de eclosão quando cerca de 95% deles estiverem com as penugens secas, devendo ser 
encaminhados à sala de seleção.
 Na sala de recepção dos pintinhos, será feita a seleção descartando as aves com umbigo 
mal cicatrizado, por ser foco de contaminação, e as aves com anormalidades, como bicos tortos, 
pés defeituosos, etc. Além disso, é feita nesta sala a uniformidade e o cálculo da mortalidade do 
lote. Com isso, a avaliação do processo de incubação dar-se início com a mortalidade e chega a 
taxa de eclosão, que deve estar entre 80 a 85% para ser considerada bom. Redução da taxa de 
eclosão significa problema inerente ao processo de incubação ou intrínseco ao matrizeiro, isto por 
que, a eclodibilidade dos ovos depende de fatores como a idade, nutrição e estado sanitário das 
aves, peso dos ovos e período de estocagem.
Seções do Incubatório
 
 Área de Recebimento de ovos: esta área é conhecida pela plataforma de recebimento dos 
ovos. A plataforma deve ser coberta para evitar que os ovos fiquem expostos diretamente à luz 
solar e/ou chuva e deve apresentar-se sempre limpa e desinfetada. Durante o descarregamento, as 
Sala de seleção de ovos / Incubação artesanal de ovos
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Contribuição Cientifica
Ovos de codornas estocados acima de sete dias 
podem apresentar redução da taxa de eclosão 
na ordem de 3% ao dia.
Adaptado de Murakami & Ariki (1998)
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caixas contendo os ovos incubáveis devem ser cautelosamente colocadas em carrinhos especiais 
e, depois, ser conduzida ao fumigador, que deve ser a única e exclusiva porta de entrada da sala 
de ovos.
 Câmara de fumigação: a câmara de fumigação existe para cumprir exigência do Minis-
tério da Agricultura, obedecendo à lei. A fumigação não é um processo de desinfecção emprega-
do apenas no recebimento dos ovos, pois ela é utilizada também nas máquinas incubadoras, nos 
nascedouros e durante o nascimento dos pintos, variando apenas na concentração do produto uti-
lizado. Mesmo que os ovos tenham passado por algum tipo de desinfecção na granja de matrizes, 
ao chegar no incubatório, eles devem receber um novo tratamento, objetivando reduzir ainda mais 
a carga de contaminação presentes na casca do ovo.
 Sala de ovos: este local deve possuir um espaço físico adequado ao volume de ovos 
recebidos, bem como ambiente climatizado, com URA variando de 70 a 80% e temperatura entre 
20 e 22ºC. É nesta sala onde os ovos passam por uma seleção bastante rigorosa, descartando-se 
aqueles que apresentam trincas, deformações, coloração desuniforme, maior porosidade, tamanhos 
e pesos indesejáveis, já que ovos demasiadamente pequenos darão pintos muito pequenos, pois o 
peso do pinto será 70 a 72% do peso do ovo; e, por outro lado, ovos muito grandes não ficam bem 
encaixados nas bandejas das máquinas incubadoras, podendo ocorrer trincas na casca e, possivel-
mente, entrada de microrganismos. Na sala de ovos deve possuir mesas, para seleção dos ovos, 
que possibilite maior produtividade, bem como lavatório. Após o procedimento de seleção dos ovos, 
estes são colocados em bandejas das máquinas incubadoras, tendo-se o cuidado de não colocá-los 
com o pólo menor para cima, o que acarreta grande mortalidade entre 15 a 21 dias de incubação, 
devido à diminuição da câmara dear. Os ovos das bandejas de coleta devem ser transferidos para 
as bandejas de incubação. O processo deve ser realizado com bastante cuidado, para não incubar 
ovos quebrados, que irão contaminar a máquina. É bom lembrar que os ovos transportados para a 
incubação devem ser pré-aquecidos por cerca de 12 horas a 30ºC.
 Sala de estocagem de ovos: os ovos podem ficar estocados por no máximo cinco dias, sob 
pena da redução na taxa de eclosão, caso esse prazo seja ignorado. Os ovos podem ser armazena-
dos nos próprios carros de incubação. Observar sempre a limpeza da sala e controle da temperatura 
e umidade, que devem ser iguais aos da sala de ovos. Se os ovos da sala de espera forem incuba-
dos no mesmo dia, deve-se elevar a temperatura da sala para 30º C durante três horas, pelo menos. 
Isso evitará uma diferença muito grande de temperatura entre os ovos e o ambiente quente e úmido 
da incubadora, o que levaria à condensação da umidade sobre as cascas.
 Câmara fria: no caso de períodos de armazenamento superior a 
sete dias, os ovos devem ser colocados diretamente na câmara fria. Recomenda-
se embalá-los em caixas, as quais devem ser envelopadas em sacos plásticos para 
diminuir as perdas internas de água. A temperatura da câmara fria deve ser estável, 
entre 12 a 15ºC, para atingir com segurança o ponto fisiológico “zero”, e a umidade, 
a máxima possível.
 Cuidados na Sala de Incubação: fazer manutenção preventiva dos carros de incuba-
ção; direcionar as saídas de ar do sistema de ventilação para cima dos equipamentos; conduzir os 
ovos para sala de incubação 8 a 12 horas antes de incubá-los; devemos lembrar que temperaturas 
baixas determinam atraso no desenvolvimento embrionário, enquanto temperaturas elevadas acel-
Sala de incubação de 
ovos
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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erar o desenvolvimento. Outro fator é a viragem dos ovos, que deve ser sempre verificada, para 
evitar que o embrião adira a casca do ovo. O tempo do ovo de galinhas na máquina de incubação 
é de aproximadamente 18 dias, sendo os outros três dias destinados à sala de eclosão.
 
 Sala de Nascedouro: os nascedouros operam geralmente a uma 
temperatura de 36,7ºC e URA em torno de 70%. Para a manutenção desses 
níveis, é necessário que todos os controles automáticos da máquina estejam 
funcionando perfeitamente. O tempo total de incubação envolvendo a incuba-
ção propriamente dita e a nascedouro é de 21 dias para galinhas. A retirada dos 
pintos é um dos primeiros fatores de impacto no desempenho final, se retirado 
tardiamente, podendo ocorrer desidratação, com perda de peso, que se refletirá 
na qualidade e no rendimento do frango.
 Sala de Pintos: esta é a última etapa do processo, e nem por isso a menos importante; 
ao contrário, é nesta sala onde os pintos são selecionados, contados, vacinados e sexados, para 
só então serem levados às granjas. Todo o pessoal que trabalhe na seleção deve ser treinado, para 
que tenha a capacidade de verificar com precisão os defeitos físicos, o nível de hidratação da ave, 
a cicatrização do umbigo, a vivacidade, a uniformidade de crescimento e a coloração da penugem. 
Os pintos que não estejam dentro dos padrões são descartados; os demais passam para a etapa 
seguinte, que é a vacinação.
Consideração Final
A incubação artificial de ovos, garante a disponibilidade de material genético necessário ao desen-
volvimento do setor de carne e ovos de consumo.
Vacinação de pintinhos no incubatório
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
Nascimento dos pintinhos na sala de eclosão
Fonte: Prof. Jordão Filho, J.
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 arantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das 
aves, tanto o potencial genético quanto o aproveitamento nutricional, sejam expres-
sos na sua totalidade. Para a obtenção de um desenvolvimento competitivo devem 
ser adotadas medidas que possibilitem a identificação e redução de riscos à saúde 
das aves.
Programa de biosseguridade
 O programa de biosseguridade é composto por um conjunto de medidas e procedimentos 
de cuidados com a saúde do plantel, aplicados em todas as etapas de criação. Tem como objetivos 
diminuir o risco de doenças, minimizar a contaminação do ecossistema e resguardar a saúde do 
consumidor final. O sucesso do programa está diretamente relacionado com o grau de conscien-
tização e à adesão de todos os funcionários à filosofia, princípios e normas que regem a biosse-
guridade. Nesse programa, são determinadas normas de procedimentos quanto a localização 
do aviário, a aquisição dos pintos, o manejo sanitário durante o período de produção, incluindo o 
sistema de criação, critérios de acesso ao aviário, a limpeza diária e a higienização do aviário, após 
a retirada das aves. A imunização dos frangos é feita através da vacinação contra as principais en-
fermidades, atendendo às condições endêmicas regionais, desde que esteja em conformidade com 
as recomendações dos órgãos oficiais.
 Cuidados na aquisição dos pintos: os pintos devem ser adquiridos de incubatórios idôneos, 
registrados no Ministério de Abastecimento, livres de doenças. Os pintos devem ser provenientes 
de matrizes vacinadas contra doenças como: gumboro, bronquite infecciosa, newcastle, encefalo-
mielite, coriza e bouba aviária, capazes de transmitir imunidade à progênie. Todos os pintos devem 
ser vacinados, ainda no incubatório, contra a doença de Marek. Após o alojamento dos pintos deve-
se queimar imediatamente as caixas usadas no transporte.
 Cuidados na localização da granja: a granja deve estar instalada em local tranquilo, cercada 
por cercas de segurança para evitar o livre acesso. A recomendação da distância mínima entre 
granjas é de 2.000 metros. A distância recomendada entre um aviário e outro é de, no mínimo, 100 
metros e entre o aviário e um abatedouro, é de 5.000 metros. Na construção do aviário, deve ser 
observado que as superfícies interiores dos galpões permitam limpeza e desinfecção adequadas e 
que as aberturas, como calhas e lanternins, sejam providas de telas para evitar o acesso de outros 
animais como pássaros, animais silvestres e roedores.
Unidade 12
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UNIDADE XII - Avicultura
Sanidade das Aves
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 Acesso e fluxo do trânsito na granja: devem ser reduzidos ao máximo os perigos de con-
tágio para as aves, estabelecendo-se critérios de acesso aos aviários e designando-se diferentes 
áreas dentro da granja, segundo os riscos de contaminação. Deve-se considerar a idade das aves 
(visitar primeiro as mais jovens) e o estado sanitário dos lotes (proibir visitas em aviário com prob-
lemas). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o funcionário e o responsável pela 
granja poderão ter acesso à ele.
 Cuidados com a ração e a água: é necessário conhecer a procedência e a quali-
dade tanto nutricional quanto microbiológica dos ingredientes das rações. Uma alimentação pobre 
causará deficiências que, consequentemente, serão refletidas no desempenho, podendo interferir 
na capacidade imunológica das aves. O armazenamento das rações deve ser feito em local limpo, 
arejado, abrigado da umidade e sobre plataformas para facilitar a limpeza do local. A água da granja 
deve ser captada numa caixa d´água central para posterior distribuição. Precisa ser abundante, 
limpa, fresca e isenta de patógenos. Tanto a água como a ração, deve ser monitorada parase ob-
servar as condições químicas, físicas e microbiológicas.
 Recomendações de manejo sanitário: (1) criar as aves no sistema “todos dentro, 
todos fora”, ou seja, alojar em um mesmo aviário, aves de igual procedência e idade, do alojamento 
ao abate; (2) avaliar o risco de contaminação de qualquer objeto que precise ser introduzido na 
granja, após rigorosa desinfecção; (3) na porta de entrada do aviário deve ser colocado um recipi-
ente com solução desinfetante para que as pessoas desinfetem os calçados (pedilúvios) e os veícu-
los (rodilúvio), antes de entrarem e ao saírem do aviário; (4) observar, diariamente, a limpeza dos 
bebedouros, bem como do aviário e suas imediações, fazendo o controle de mosca e roedores; (5) 
enterrar as aves mortas em fossas sépticas; (6) colocar material de cama novo sempre que a cama 
velha for molhada e nunca reutilizar a cama; (7) manter uma ficha de acompanhamento técnico do 
lote com informações sobre a data de alojamento, o número de aves alojadas, o desempenho das 
aves, medicamentos administrados e a mortalidade diária do lote.
 Vacinação: o programa de vacinação deve ser rigorosamente respeitado. Para que a 
prática de vacinação seja realizada com sucesso, é necessário planejá-la com antecedência, obser-
var o prazo de validade das vacinas, manejá-las corretamente quanto à via de aplicação, diluição, 
conservação e evitar a incidência direta do sol na vacina. Aves doentes não devem ser vacinadas.
Principais enfermidades
 Doenças virais: Newcastle: altamente contagiosa, afeta aves em qualquer idade. O 
vírus pode afetar e causar lesões no sistema digestivo, respiratório e nervoso, causando alta mor-
talidade. Aves com a doença de Newcastle, na forma respiratória, reduzem o consumo de alimen-
tos e apresentam espirros, dificuldade em respirar, conjuntivite e, às vezes, inchaço da cabeça. 
Aves em produção de ovos reduzem bruscamente a produção. Na forma digestiva, a doença pode 
provocar diarréia com presença de sangue e mortes repentinas, sem nenhum sinal e as lesões se 
concentram no sistema digestivo, caracterizando-se, principalmente, por úlceras e hemorragias. 
Na forma nervosa, que pode ou não estar associada à forma respiratória, observa-se a paralisia de 
pernas e asas, incoordenação, torcicolo e opistótono. As melhores maneiras de controle consistem 
na VACINAÇÃO, isolamento dos casos e higiene impecável. Observação: o vírus da Newcastle 
pode provocar conjuntivite no ser humano, portanto, cuidado ao manusear aves suspeitas, doentes 
ou vacinas.
 Bronquite infecciosa: doença que afeta aves jovens e adultas, causando, principal-
mente, transtornos respiratórios e reprodutivos. Nas aves jovens, observam-se espirros, ronqueira, 
corrimento nasal e ocular, depressão e redução no consumo de ração. Na ave adulta, além dos 
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problemas respiratórios, ocorre redução da qualidade e quantidade dos ovos que se apresentam 
com casca mole, sem casca, perda de cor da gema e a clara mostra-se liquefeita. Também a vaci-
nação é a melhor estratégia para prevenir.
 Bouba aviária: também conhecida por epitelioma contagio-
so, varíola das aves, difteria, “caroço”, “pipoca”e “bexiga”, afeta 
todas as aves e em qualquer idade, ocorrendo com maior frequên-
cia no verão devido à proliferação de mosquitos que disseminam 
o vírus de local para local, picando e sugando as aves. Quando a 
bouba infecta a pele, aparecem os nódulos nas regiões desprov-
idas de penas (crista, barbelas, em volta do bico e dos olhos). 
Quando afeta a garganta (forma diftérica), há formação de placas 
que podem se alastrar causando dificuldades para respirar, perda 
de apetite, prostação e mortalidade elevada. Também o melhor 
controle se faz com a vacina, que pode ser aplicada logo ao nasc-
er.
 Doença de Marek: é uma neoplasia de origem viral que afeta aves jovens, 
caracterizando-se pela presença de tumores, que podem ser encontrados nas 
vísceras das aves (Marek visceral), no sistema nervoso central e periférico (Marek 
neural), na pele (Marek cutânea) e no globo ocular (Marek ocular). Os sintomas 
de quase todas as formas levam a ave à prostação, paralisia e morte elevada. A 
vacina também é dada com 1 dia de idade dos pintos.
 Gumboro: é uma infecção aguda, contagiosa que 
acomete aves jovens. As aves apresentam depressão, 
diarréia, diminuição no consumo de alimento e desid-
ratação. A mortalidade é variável. Após o surto, o lote 
fica propenso a contrair outras infecções e o seu desen-
volvimento fica comprometido.
 Encefalomielite aviária: Afeta e infecta aves 
adultas e jovens, mas somente as jovens, até 8 sema-
nas de idade, desenvolvem a doença, que é caracter-
izada por tremores e paralisia do pescoço e cabeça. Nas 
aves em produção, há queda brusca de postura. Existe a vacina, principalmente 
para indivíduos destinados à reprodução.
 
 Gripe Aviária (H5N1): doença infecciosa aguda de etiologia viral, carac-
Caroço na cabeça – típico de Bouba
Paralisia de perna – típico de Marek
Hemorragia muscular – típico de 
Gumboro
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terizada por provocar lesões nos sistemas, respiratório, digestivo e nervoso. O 
agente causador é um vírus do gênero Influenza A da família Orthomixoviridae. 
Além das aves este gênero infecta inúmeros outros mamíferos inclusive o homem. 
Devido a sua variação antigênica quanto as glicoproteínas de superfícies Hema-
glutininas (H) e Neuroaminidases (N), os vírus Influenza A são divididos em sub-
tipos. Atualmente são reconhececidos 16 subtipos de H (1-16) e 9 de N (1-9). As 
espécies de exploração econômica mais acometidas são galinhas e perus onde 
as perdas podem ser totais. Aves silvestres e aves migratórias podem adoecer, 
porém o mais comum é infectar-se, carrear o vírus e dissemina-lo sem manife-
star sinais clínicos. Sintomas: depressão, perda de apetite, queda de produção, 
sinais nervosos, edema e cianose da barbela e da crista, espirros, tosse, diarréia 
e mortalidade súbita, que pode ocorrer com ou sem os sinais acima descritos. Os 
achados de necropsia podem ser variáveis, mas geralmente estão associados a 
extensas hemorragias nos órgãos internos, nas patas, na barbela e crista. A trans-
missão do vírus ocorre principalmente por contato direto com secreções de aves 
infectadas, especialmente fezes, alimento, água e equipamentos. Alguns quest-
ionamentos foram feitos pela população mundial no período de surto da doença, 
que foram exclarecidas por profissionais via Revista Ave World (n.21, abril/maio 
de 2006): (1) Existe a possibilidade de ocorrer uma pandemia humana devido ao 
vírus H5N1? Pequena, pois os focos do vírus ocorreu em regiões onde o tratador 
convivia com as aves. (2) As células humanas têm receptoras para o vírus H5N1? 
Não. O vírus não infecta humanos como ocorre com a gripe normal; O vírus H5N1 
não se estabelece em humanos, a menos que se apresente mutação. (3) A carne 
e ovos de aves podem ser consumidos sem perigo de adquirir Influenza? Sim. 
Não há perigo de transmissão, pois com o cozimento o vírus (caso exista) é com-
pletamente inativado;
Doenças causadas por bactérias:
 Colibacilose: doença comum na avicultura, causando grandes prejuízos. A 
bactéria encontra-se nos intestinos de aves e mamíferos, sendo eliminada com 
as fezes. Portanto higiene é fundamental como sempre nos ambientes de criação.
Os pintinhos podem nascer contaminados devido à contaminação das cascas 
dos ovos, ou ainda contaminar-se no pinteiro. Os sintomas: onfalite, aerosaculite, 
pericardite, perihepatite e peritonite.Ossintomas também podem estar localiza-
dos nas articulações, causando artrite e ou no oviduto, causando salpingite.Pela 
gravidade e difusão de sintomas, é doença que pode causar grande mortalidade. 
A higiene e desinfecção periódica das instalações é a melhor maneira de prevenir 
esta doença.
 Salmonelose: esta doença é uma das mais preocupantes, pois pode repre-
sentar problemas para o ser humano, pois as salmonelas infectam tanto mamífe-
ros quanto aves. Apesar de haver salmonelas específicas para cada caso, há, en-
tretanto, salmonelas consideradas não específicas. As principais são a pulorose, 
que afeta aves jovens, e o tifo aviário, que afeta principalmente aves adultas. As 
salmonelas não específicas causam o paratifo aviário. As salmonelas são alta-
mente patogênicas para mamíferos e aves, causando alta mortalidade. Seus sin-
tomas se confundem com outras bacterioses, como a colibacilose, e a diferencia-
ção é feita com o isolamento e identificação da bactéria. O controle mais uma vez 
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envolve higiene rigorosa e eliminação dos focos (aves portadoras da bactéria).
 Coriza infecciosa: doença altamente contagiosa, afeta aves em todas as 
idades, sendo a vacina a forma mais efetiva de controle. Ataca principalmente as 
vias aéreas e seus sintomas são espirros, conjuntivite, inchaço facial (sinusite). 
Deve-se evitar correntes de ar e friagens, pois costumam agravar os sintomas.
 
 Pausteurelose: Também conhecida como septicemia hemorrágica e cólera 
aviária, infecta aves com mais de seis semanas, provocando alta mortalidade. As 
carcaças de aves que morreram da doença são o principal meio de infecção, pois 
os roedores e outros animais levam a bactéria e a disseminam entre as criações. 
A bactéria pode permanecer na carcaça e no solo por até 3 meses. Seus sinto-
mas são: febre, sonolência, congestão ou cianose de cristas e barbelas e morte 
repentina.O controle dessa doença baseia-se no combate aos ratos e roedores 
silvestres, além da higiene e desinfecção periódica das instalações. Também as 
vacinas aplicadas entre 10 / 16 semanas de idade (duas aplicações com intervalo 
de 2 - 4 semanas) podem ajudar, mas os resultados não são 100% garantidos. 
Portanto, mais uma vez, a prevenção consiste em muita higiene e controle de en-
trada de novos indivíduos no plantel.
 Botulismo: Causado pela toxina produzida pela bactéria Clostridium botu-
linum, é muito freqüente nas criações de fundo de quintal, devido ao hábito de 
fornecer sobras de comida caseira para as aves. As aves que ingerem a toxina 
existente na matéria orgânica em decomposição apresentam um quadro de parali-
sia flácida e morte repentina. No controle da doença, deve-se evitar exatamente 
fornecer alimentação passível de desenvolver essas bactérias.
Doenças causadas por parasitas:
 Coccidiose: É uma doença causada por parasitas que provocam lesões 
nos intestinos, podendo variar desde pequenas irritações até lesões mais 
graves, com hemorragias e necrose, além de alta mortalidade. Sintomas: perda 
de peso, despigmentação e diarréia com ou sem sangue. As aves se contami-
nam ao ingerir ovos (oocistos) maduros através da cama, ração ou água con-
taminados. Os oocistos são introduzidos na criação por equipamentos, homem, 
animais e insetos. O controle consiste em higiene e desinfecção e uso de drogas 
Pintos infectados com pulorose
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coccidiostáticas(normalmente já presentes em rações de boa qualidade).
Doenças nutricionais e/ou metabólicas:
 Diátese exsudativa: As aves mostram-se com edemas e hemorragia de 
tecido subcutâneo nas regiões baixas do corpo. A doença está relacionada com 
deficiência de vitamina E e selênio. Pode ser controlada adicionando-se antioxi-
dante às raçôes e fazendo a reposição desses elementos.
 
 Encefalomalácia nutricional: As aves afetadas mostram-se com incoor-
denação motora, prostração e morte.As lesões se encontram principalmente no 
cerebelo, que pode estar aumentado de tamanho e com hemorragia. A principal 
causa é a deficiência de vitamina E, que deve ser adicionada à água de beber e 
melhorar a qualidade de alimentação fornecida.
 
 Raquitismo: É uma doença carencial, causada por deficiência de cálcio, 
fósforo ou vitamina D, podendo afetar o esqueleto como um todo, apresentando 
deformidades e consistência de borracha. Suplementos minerais, além de boa 
alimentação, evitam esses sintomas. O sol também ajuda na recuperação e pre-
venção do raquitismo.
 Micotoxicoses: São doenças causadas por ingestão de alimentos contami-
nados por micotoxinas. A principal fonte de micotoxina para a ave é o milho e/ou 
a ração.As micotoxinas são produzidas por fungos. Portanto, qualquer aparên-
cia de contaminação (porções azuladas ou mofadas) no milho ou ração devem 
ser imediatamente descartadas. As aves apresentam sintomas de palidez, pouco 
crescimento, diarréia, hemorragia, alteração nos ovos e morte.
 Ascite: A ascite caracteriza-se por acúmulo de líquido na cavidade abdomi-
nal, relacionada com lesões hepáticas, cardíacas ou pulmonares. Os quadros de 
ascite nas criações caipiras ou aves silvestres estão associados com processos 
neoplásicos (doença de Marek) ou com lesões de fígado por micotoxina.
Vacinas
 Tipos de vacinas: as vacinas podem ser vivas (atenuadas) ou mortas (ina-
tivadas). Ambos os tipos apresentam vantagens e inconveniências. As vacinas 
vivas contém vírus, ou bactérias, que podem se multiplicar nas aves e produzir 
uma forma benigna da doença, simulando uma infecção natural. As vacinas ina-
tivadas constam de partículas virais mortas, de poder patogênico quase nulo. O 
poder antigênico é menor do que no caso das vivas. São de aplicação parental. 
As vantagens das vacinas vivas, em relação às inativadas são: aplicação em 
massa, produção de imunidade local, possibilidade de ser administradas por di-
versas vias (ocular, oral etc), e menor custo de aquisição. Contudo, apresentam a 
desvantagem da possibilidade de virulência ou contaminação residual.
 Vias de aplicações: existem várias possibilidades de aplicação de vacinas, 
dependendo do seu tipo – viva ou morta. A escolha de uma via de administração 
não é muito simples, pois várias condições práticas devem ser consideradas.
 (1) Vacinação pela água de beber: constitui no método de vacinação mas-
sal mais disseminado em avicultura. As vacinas vivas podem ser administradas 
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por este meio. Entretanto, a água não deve conter desinfetantes, pois os mesmos 
tornariam as vacinações ineficazes. As vantagens deste método de vacinação são 
o mínimo manejo das aves e a baixa possibilidade de reações secundárias inde-
sejáveis. Os inconvenientes são: a baixa proteção adquirida e a desuniformidade 
da vacinação. Para aumentar a eficiência da vacinação, as aves devem ficar umas 
duas horas de sede para consumir imediatamente a água vacinal. No preparo da 
vacina, esta pode ser diluída em leite desnatado, para neutralizar os possíveis 
desinfetantes. Ele também protege os vírus vivos contra a osmose produzida 
quando da diluição em grandes quantidades de água.
(2) Intraocular ou intranasal: consiste em depositar uma cota da vacina no olho 
ou em um orifício nasal. Recomenda-se deixar a ave piscar ou inalar a gota desa-
parecendo no olho ou na narina. Este método assegura uma proteção de quase 
100%.(3) Injeções: podem ser subcutâneas ou intramusculares. A vacinação intramus-
cular deve ser feita no músculo peitoral; a subcutânea deve ser realizada debaixo 
da pele da nuca, elevando-a com os dedos para formar um espaço entre a pele e 
as estruturas subjacentes.
(4) Punção da asa: é realizada mediante a introdução de uma lanceta de duas 
pontas metálicas embebidas de vacina, na membrana da asa. A lanceta deve ser 
substituída após um certo numero de punções realizadas, para evitar contamina-
ções. A vantagem deste método é a boa uniformidade no lote. As desvantagens 
são a exigência de mão-de-obra.
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té 1960, a avicultura no Brasil se caracterizava pela criação de galinhas em sistema 
extensivo (a campo) ou semintensivo (piquetes gramados), sem nenhuma especial-
ização. A maioria das galinhas criadas era uma mistura de raças, conhecidas até 
hoje por “galinhas caipiras”. Após a década de 60, com a introdução da avicultura 
industrial, a produção e comercialização dos ovos caipiras passou a diminuir, por não competirem 
com o melhor desempenho das aves e maior grau de tecnificação adotado pelas empresas avícolas. 
Entretanto, as características peculiares dos produtos (carne e ovos) da ave caipira como a textura, 
coloração e sabor inigualáveis, aliado, à procura de alimentos cada vez mais saudáveis, produzidos 
em sistemas agroecológicos, estão re-introduzindo a atividade no cenário avícola com um impor-
tante “nicho” de mercado.
Raças indicadas
 As mais indicadas para o sistema caipira de criação são as aves de raças puras, que são 
as raças americanas e as de linhagens caipiras melhoradas, no entanto, pode-se utilizar também 
aves de linhagem industrial. As raças americanas são bastante utilizadas em programas de melho-
ramento de plantel. A condição básica de uma galinha caipira, tanto para o corte como produção de 
ovos, é que a ave se adapte a criação em piso e apresente pele amarela e plumagem colorida. De 
modo geral, as atuais raças melhoradas atingem desempenho produtivo e econômico superior ao 
dos sistemas tradicionais, obtendo taxa de postura de 65%, taxa de fertilidade e de eclosão de 85%, 
taxa de mortalidade de, no máximo, 10% e terminação dos frangos com aproximadamente 2,0 kg de 
peso vivo aos 120 dias de idade.
 Algumas das características e figuras das principais raças classificadas pela American Poul-
try Association Standard of Perfection e usada no sistema “galinha caipira” estão 
descritas e apresentadas baixo segundo a “Chácaras Vovô Bento”:
Plymouth Rock Barrada (Pedrês): de origem americana, esta raça destaca-
se por apresentar dupla aptidão: boa poedeira e produtora de carne (galinhas 3 kg e 
galos 4,5 kg de peso vivo). As aves desta variedade apresentam penas com barras 
brancas e pretas no sentido transversal, dando uma aparência cinzenta às aves.
Unidade 13
UNIDADE XIII - Avicultura
Noções de Criação de Galinha Caipira
A 
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Rhode Island Red (vermelhas): raça americana. A galinha tem penas ver-
melhas a castanho escuro, ovos de casca marrom, pele amarela e peso corporal 
médio. Fêmeas com 2,8 kg e os machos, com 3,5 kg de peso vivo. Produzem de 
200-250 ovos/ave/ano. A postura ocorre até 5 anos, com pique em cerca de 3 anos 
de idade. Apresenta corpo retangular, boa aptidão poedeira, razoável revestimento 
de carne e ovos de casca acastanhada.
New Hampshire: é uma raça americana de pele amarela e ovos de 
casca marrom. Apresenta cor vermelho claro e crista serra. Esta 
raça foi utilizada em muitos cruzamentos que formam os atuais hí-
bri- dos de corte, principalmente, em função da habilidade de produção 
d e grande quantidade de ovos com alta eclosão. Quando adultos, os 
machos pesam em média 3,5 kg e as fêmeas, 2,9 kg. As galinhas 
produzem em média 220 ovos no primeiro ciclo de postura, que 
pesam em média 55g.
G i - gante Negra de Jersey: foi desenvolvida em New Jersey por volta de 
1800, quando havia grande demanda por raças de galinhas pesa-
das para produção de frangos capões para o mercado de Nova Iorque. 
Ex- istem as variedades preta e branca exploradas para carne. São 
aves de crista serra, de grande porte. A pele é de cor amarela e os 
ovos são de casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em 
média 5,8 e as fêmeas, 4,5 kg. As galinhas produzem em média 180 
ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 60g.
Cornish: é uma raça inglesa de corte com variedades preta, branca 
laceada vermelho e amarela. Apresenta crista ervilha, pele amarela 
e produz ovos de casca marrom. Apresenta corpo de conformação 
diferente das outras raças, tendo pernas mais curtas, corpo amplo 
com peito musculoso. A habilidade de produção de carne são muito 
apreciadas nesta raça e tem sido explorada no cruzamento de ga-
los Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock Barrada, 
Plymouth Rock Branca, New Hampshire e linhas híbridas. Quando 
adultos, os machos pesam mais de 4,0 kg e as fêmeas, 3,0 kg.
Fonte: Chácara Vovô Bento
Orpington: raça desenvolvida na Inglaterra nos anos 1880. Apresenta 
dupla aptidão (carne e ovos). Existe nas variedades preta, branca, 
amarela e azul. Apresentam crista serra, pele branca e ovos de casca 
marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,5 kg e as 
fêmeas, 3,5 kg. As galinhas produzem em média 160 ovos de casca 
marrom, que pesam em média 55g.
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Brahma: é uma raça originária da China para os 
propósitos de ornamentação e corte, embora grande 
parte de seu desenvolvimento tenha se dado nos Es-
tados Unidos. Apresenta crista ervilha, admitida nas 
variedades clara, escura e amarelada, com empe-
namento que cobre toda perna e pé. A pele é de cor 
amarela. São aves belíssimas e majestosas. O grande 
porte e o aspecto elegante, combinados com os pa-
drões complexos de cores, as tornam favoritas para 
se criar no campo. São aves pesadas. Quando adultos, os machos pesam em mé-
dia 5 kg e as fêmeas, 4 kg. As 
galinhas produzem em média 
140 ovos de casca marrom, 
que pesam em média 55g.
 Linhagens comerci-
ais: atualmente, o produtor 
brasileiro encontra à sua dis-
posição várias marcas comer-
ciais de pintos caipiras de um 
dia, para a produção de carne 
e de ovos, todas provenientes de linhagens mel-
horadas e adaptadas à criação ao ar livre. Como 
exemplo de melhoramento, temos os frangos co-
loniais da Embrapa, o melhoramento francês da 
Label Rouge e o avanço genético na formação da 
ave paraíso pedrês.
Instalações e fase de criação
 
 O sistema alternativo de criação de galinhas caipiras preconiza a con-
strução de instalações simples e funcionais, a partir dos recursos naturais dis-
poníveis nas propriedades dos agricultores, tais como madeira, estacas, palha de 
babaçu, etc.. O principal objetivo dessa instalação é oferecer um ambiente higiêni-
co e protegido, que não permita a entrada de predadores e que ajude a amenizar 
os impactos de variações extremas de temperatura e umidade, além de assegurar 
o acesso das aves ao alimento e à água. Equipamentos alternativos com bastante 
eficiência têm sido elaborados e utilizado em pequenas criações.
 Vejamos algumas informações colhidasno Sistema de Produção de “Galinha 
Caipira” da Embrapa: as instalações consistem em um galinheiro com área útil e 
divisões internas destinadas a cada fase de criação das aves: reprodução (postura 
e incubação), cria, recria e terminação. A área do galinheiro deve ser dimension-
ada de modo a proporcionar boa ventilação, luminosidade, drenagem, facilidade 
de acesso e disponibilidade de água. O piso deve ser revestido com uma camada 
de palha (cama) de 5 a 8 cm de espessura, distribuída de forma homogênea, 
podendo-se utilizar vários materiais como maravalha ou serragem, palha, sabugo 
de milho triturado ou casca de cereais (arroz).
Contribuição Cientifica
Existe trabalho que substituiu o bebedouro 
pendular pelo bebedouro alternativo feito com 
garrafa plástica em frangos de corte, mas 
que poderiam, perfeitamente ser adotado em 
galinha caipira.
Adaptado de Silva et al. (2005)
Fonte: Prof. Vilar da Silva, J.H.
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 Com exceção da área 
destinada à incubação e cria, 
as demais divisões internas 
devem permitir o acesso a 
piquetes de pastejo, com di-
mensões variáveis, capazes 
de atender às necessidades 
das aves e de abrigar todo o 
plantel de cada fase de cria-
ção. Os piquetes devem ser 
cercados de material semel-
hante ao utilizado no galinhei-
ro e que seja capaz de evitar 
a entrada de predadores.
 A fase de reprodução se caracteriza 
por apresentar uma relação macho/fêmea de 
1:12, cujas aves devem possuir idade entre 6 
e 24 meses. O peso vivo estabelecido para os 
machos deve ser de 2,0 a 3,5 kg, enquanto 
que, para as fêmeas de 1,5 a 2,5 kg. Nessa 
fase de criação, a instalação deve ter subdi-
visões destinadas à postura e à incubação. 
Esse artifício permite um maior controle so-
bre a postura, evita perdas com a quebra de 
ovos, proporcionando-lhes maior higiene e 
manutenção de sua viabilidade.
 Na subdivisão de postura, as aves per-
manecem em regime semi-aberto, equipada 
com ninhos na relação de quatro galinhas/
boca com bebedouro e comedouro. O enchi-
mento dos ninhos deve ser feito com o mesmo 
material utilizado na cama do aviário. A fase 
de postura dura aproximadamente 15 dias, ao 
longo da qual o número de ovos por matriz 
varia de 10 a 14. O período de incubação dura 
21 dias, após o qual as matrizes devem retor-
nar imediatamente para a divisão de postura 
onde, após 11 dias de descanso, iniciarão um 
novo ciclo de postura.
 No sistema de incubação natural, em 
que a própria galinha é quem choca os ovos, um ciclo reprodutivo dura 47 dias. O 
número de ovos a ser chocado por cada matriz pode variar de 12 a 15, de acordo 
com o tamanho da mesma. Entretanto, é possível se utilizar chocadeiras elétri-
cas as quais, embora representem um custo adicional ao sistema de produção, 
podem ser adquiridas de forma coletiva. Seu maior benefício, porém, consiste na 
redução do ciclo reprodutivo das matrizes para 26 dias, visto que, após a fase de 
Quadro 13.1- Fases de criação
Cria: de 1 a 28 dias de idade;
Recria: de 29 a 60 dias de idade;
Terminação: de 61 a 120 dias de idade, quando 
os frangos são abatidos com cerca de 1,8 kg;
Reprodução: com idade entre 6 e 24 meses. 
Recomenda-se instalações destinada à postura 
e à incubação dos ovos. A fase de postura dura 
15 dias, o período de incubação 21 dias, de-
pois as galinhas precisam de um descanso de 
11 dias.
Quadro 13.1- Fases de criação
Sistema extensivo: trata-se de um sistema de 
produção de aves criadas soltas e alimenta-
das em regime de pastejo. Tem como objetivo 
principal, o aproveitamento de espaços ociosos 
dentro da propriedade, a obtenção de produtos 
(carne e ovos) de boa qualidade para o consu-
mo familiar, a diversificação das atividades e a 
produção e comercialização de excedentes. O 
sistema extensivo é o que oferece as melhores 
condições para se criar galinhas dentro do con-
ceito caipira.
Sistema semintensivo: este sistema requer 
maiores custos em insumos e verificação das 
práticas de manejo, como programa de vaci-
nação, ração balanceada, piquetes, poleiros, 
entre outros. No sistema semintensivo, são 
necessários um galpão para abrigo das aves e 
um ou mais piquetes, onde elas passarão par-
te do dia ao ar livre, pastejando. Esse sistema 
é o mais indicado para a criação de frangos e 
galinhas caipiras, permitindo a mesclagem da 
criação em galpão com a liberdade em piquetes.
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postura, as mesmas entram diretamente no período de descanso.
 A fase de cria se estende de 1 até 28 a 30 dias de idade das 
aves. Os manejos adotados nesta fase são semelhantes aqueles de-
senvolvidos em frangos de corte, ou seja, os cuidados de aquecimen-
to, vacinação, alimentação, dentre outros.
 O período de recria inicia-se na quarta semana e se estende 
até os 60 dias de idade, com os pintos permanecendo em regime 
semi-aberto, em uma área coberta e equipada com bebedouros e 
comedouros. Nessa fase, embora a fonte principal de alimento seja 
a ração devidamente balanceada, a alimentação das aves pode ser 
complementada mediante uso de um piquete de pastejo.
 A fase de terminação inicia-se aos 61 dias e estende-se até os 120 dias de 
idade, quando as aves apresentam peso vivo de aproximadamente 1,8 kg, estan-
do prontas para o abate. A área coberta destinada a essa fase deve ser equipada 
com poleiros, bebedouros e comedouros.
Manejo produtivo
 
 Algumas informações do manejo produtivo no sistema “Galinha Caipira” 
foram obtidas no Sistema de Produção de Aves Caipiras da Embrapa – Suínos e 
Aves.
 Manejo de frangos: Na fase de cria, os 
pintos permanecem desde o seu nascimento 
até os 28 dias de idade, em uma área cobe-
rta, equipada com comedouro tipo bandeja e 
bebedouro de pressão. Torna-se imprescind-
ível nesta fase a proteção térmica dos pintos, 
além do fornecimento de água e alimento. 
Nesta fase, também se dá início aos procedi-
mentos para imunização do plantel.
 Manejo de poedeiras: as aves de pos-
tura têm seu ciclo de vida dividido em duas 
fases: uma de crescimento, caracterizado 
pelo período em que a ave precisa para atingir 
a maturidade sexual e fase de produção, 
quando as aves já estão em postura. A fase 
de crescimento é dividido em várias etapas: 
período de cria (1 a 4 semanas); período de 
recria I (5 a 12 semanas); recria II (13 a 16 se- manas); e período de pré-postura, 
que vai de 17 a 20 semanas. A fase de produção de ovos começa com cerca de 
20 semanas e se estende até 60-70 semanas de idade das aves. A uniformidade 
do lote é fundamental para se obter uma produção economicamente viável. Para 
isso, recomenda-se fazer amostragem de 5 a 10% das aves, observando-se se 
estas encontram-se com o peso dentro da faixa padrão indicada. Nas poedeiras 
comerciais, a ave atinge sua maturidade sexual por volta da 18ª semana, quando 
se observa o crescimento das cristas e barbelas. Quanto aos ovos, é fundamen-
tal que cheguem ao mercado mantendo as características e qualidade originais. 
Quadro 13.3- Choco das galinhas
O choco é uma condição fisiológica das aves, 
caracterizado por uma alteração na rotina ali-
mentar e num comportamento agressivo. As 
aves passam a maior parte do dia dentro do 
ninho sobre os ovos. Durante o choco ocorre 
regressão do ovário e do oviduto, interrompen-
do a produção de ovos e, constituindo, numa 
situação indesejável economicamente. O choco 
pode ser influenciado por fatores hormonais, 
nutricionais e até mesmo ambientais. Entretan-
to, algumas medidas simples podem ser tom-adas para evitar o choco, tais como impedir o 
pernoite das aves no ninho, recolher os ovos 
várias vezes ao dia, para evitar o seu acúmulo 
e estimular o aumento do fotoperiodo.
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Por isso, que alguns fatores que influenciam a qualidade de ovos após a postura 
devem ser observados. Dentre os fatores temos destaque: instalações e equipa-
mentos; resfriamento e conservação dos ovos; embalagem e comercialização dos 
ovos.
 Manejo sanitário: o manejo sanitário é a limpeza e desinfecção das insta-
lações e dos equipamentos do aviário. Tem por objetivo manter as condições de 
higiene no sistema de criação que permitam minimizar a ocorrência de doenças, 
obter boa performance e bem-estar das aves, além de assegurar ao consumi-
dor um produto de boa qualidade. Uma das formas de controlar as doenças no 
plantel é por meio da higienização das instalações, controle de vetores de doen-
ças e remoção de carcaças de aves mortas. Essas medidas visam a diminuir os 
riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do plantel, resguardando a 
saúde do consumidor. O manejo sanitário deve ser estabelecido levando-se em 
conta a assepsia de instalações e equipamentos; limpeza diária dos comedouros 
e bebedouros; renovação do enchimento dos ninhos a cada ciclo de incubação; 
prevenção de doenças a partir da vacinação (se preciso); e controle de endo e 
ectoparasitos.
 Manejo alimentar: tem como objetivo principal suprir as necessidades nu-
tricionais das aves em todos os seus estágios de desenvolvimento e produção, 
otimizando o crescimento, a eficiência produtiva e a lucratividade da atividade, já 
que o custo com alimentos representa cerca de 70% do custo total de produção. 
As aves caipiras são mais resistentes que as industriais, mesmo assim, devem 
receber uma ração balanceada para se manterem sadias, com boa conversão ali-
mentar e produção de ovos. Tais aves deverão ter livre acesso ao piquete grama-
do para suprirem as necessidades diárias de alimentação, não podendo esquecer 
que o sabor característico da carne do frango e a cor do ovo caipira são devidos, 
principalmente, ao pasto, verduras, insetos, larvas e minhocas que abundam no 
sistema semi-intensivo ou caipira de criação. Portanto, o manejo alimentar pro-
posto para o sistema alternativo de criação de galinhas caipiras prevê a integração 
das atividades agropecuárias, a partir do aproveitamento de resíduos/alimentos 
oriundos de outra atividade agrícola. Os cálculos para estimativa de desempenho 
são semelhantes as de outras criações, tais como o consumo de ração, o ganho 
de peso e a conversão alimentar de cada fase. 
 Manejo Reprodutivo: consiste em uma série de práticas que visam melho-
rar a eficiência do plantel, mediante cuidados com as aves (matrizes e reprodu-
tores) e com os ovos. Algumas recomendações relacionadas à seleção e ao 
acondicionamento dos ovos devem ser feitas, a fim de orientar e gerar subsídios 
para a implementação dessa atividade de forma mais eficiente. À medida que 
ocorre a postura dos ovos, os mesmos devem ser recolhidos, limpos com pano 
úmido e receber a inscrição do dia da postura. Em seguida, são selecionados 
de acordo com o tamanho e qualidade da casca. Os de tamanho médio devem 
ser destinados à incubação e os de tamanho grande e pequeno, ao consumo 
e/ou comercialização. Recomenda-se o seu acondicionamento em temperatura 
ambiente por, no máximo, sete dias, desde que estejam em local arejado. Já em 
geladeiras, podem ser acondicionados por um período de até 21 dias. A posição 
de acondicionamento dos ovos deve ser alterada constantemente, para que não 
ocorra aderência do embrião à casca. O procedimento de analisar os ovos duran-
te a incubação (ovoscopia) possibilita, após os primeiros dez dias de incubação, 
o recolhimento dos ovos não galados. A ovoscopia consiste em observar o inte-
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rior do ovo através de uma fonte de luz em ambiente escuro. Neste 
procedimento, percebe-se defeitos da casca, duplicidade de gema e 
presença de elementos estranhos. No caso da incubação, observa-se 
o desenvolvimento do embrião.
Consideração final
 A criação de aves caipiras pelo “nicho” de mercado atual e 
ponderações do consumo de alimento futuro, pode constituir em um 
excelente negócio para pequenos e médios produtores, com ótima 
rentabilidade, que pode ir da incubação artesanal a criação e comer-
cialização de produtos de qualidade inigualável e inquestionável.
 
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