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Influenza Aviária 
Introdução 
 
O que é a Influenza Aviária? 
A gripe aviária é uma doença de aves domésticas 
e silvestres, causada pelo vírus de influenza A 
(IAV) altamente patogênico. Tambem pode ser 
denominada como Praga Aviária. 
Os vírus influenza tipo A são classificados em 
subtipos com base nas glicoproteínas de 
superfície hemaglutinina (HA) e neuraminidase 
(NA). Existem 18 subtipos de hemaglutinina 
(H1-H18) e 11 subtipos de neuraminidase (N1-
N11). 
➢ Em aves, os subtipos de vírus Influenza A 
variam de H1 a H16 e N1 a N9. Esses vírus 
são categorizados de acordo com sua 
capacidade de causar doença e morte em 
aves domésticas: 
✓ Baixa patogenicidade: Geralmente causam 
sintomas leves ou subclínicos, como o 
subtipo H3N2. 
✓ Alta patogenicidade: Causam doenças 
graves e alta mortalidade, especialmente os 
subtipos H5 e H7. 
➢ A influenza aviária é uma doença viral 
altamente contagiosa, com alta mortalidade e 
rápida disseminação. 
➢ As aves silvestres, especialmente as 
aquáticas, desempenham um papel crucial na 
disseminação do vírus, atuando como 
reservatórios naturais. 
➢ A doença afeta não apenas aves, mas 
também outros animais e humanos. 
➢ O subtipo H5N1 é o mais comum em aves e 
é considerado uma ameaça global devido à 
sua alta patogenicidade. 
➢ Qualquer caso suspeito ou diagnóstico 
laboratorial deve ser notificado 
imediatamente. 
 
Histórico 
➢ A influenza aviária foi descrita pela primeira 
vez na Itália em 1878, sendo inicialmente 
chamada de "Praga Aviária" ou "Peste 
Aviária". 
➢ Em 1901, descobriu-se que a doença era 
causada por um vírus, e em 1955, o agente 
foi identificado como pertencente ao gênero 
Influenza. 
➢ Em 1974, descobriu-se que o vírus estava 
presente em aves silvestres, o que revelou o 
papel dessas aves no ciclo natural da gripe 
aviária. 
O século XX testemunhou três grandes 
pandemias de influenza: 
✓ Gripe Espanhola (H1N1): Em 1918, 
causou milhões de mortes em todo o 
mundo. 
✓ Gripe Asiática (H2N2): Em 1957, afetou 
principalmente a Ásia. 
✓ Gripe de Hong Kong (H3N2): Em 1968, 
causou uma pandemia global. 
 
Gripe Espanhola em 1918. 
 
Etiologia 
➢ Os vírus influenza pertencem à família 
orthomyxoviridae e o gênero Influenzavirus 
A. 
➢ Eles possuem RNA de cadeia simples e são 
pouco resistentes no ambiente, sendo 
inativados por calor (temperaturas acima de 
20°C), dessecação, luz ultravioleta e 
desinfetantes químicos comuns. 
➢ Os vírus do tipo A são os principais 
responsáveis por doenças em aves. 
Existem aproximadamente 18 subtipos de 
hemaglutinina (H1-H18) e 11 subtipos de 
neuraminidase (N1-N11). 
➢ A classificação dos vírus é baseada na 
combinação desses antígenos de superfície. 
Por exemplo, um vírus com hemaglutinina 5 
e neuraminidase 1 é classificado como 
H5N1. 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia 
➢ O vírus da influenza aviária é comum em aves 
aquáticas silvestres, especialmente as 
migratórias, que atuam como reservatórios 
naturais. Novas variantes do vírus surgem 
devido a mutações durante a replicação, o que 
promove a renovação constante de 
hospedeiros suscetíveis e o surgimento de 
epidemias. 
➢ A prática de fornecer aves silvestres vivas 
em mercados aumenta a oportunidade de 
mutação viral e a propagação do vírus para 
rebanhos comerciais. Isso representa um 
risco para a segurança alimentar global, além 
de causar prejuízos econômicos devido à 
queda no turismo, gastos com saúde pública 
e investimentos em monitoramento. 
➢ A epidemiologia da influenza aviária está 
claramente influenciada pela distribuição das 
aves domésticas e silvestres. Grandes surtos 
ocorrem principalmente na Ásia, mas desde 
2022, a região das Américas vem 
enfrentando uma epidemia de influenza 
aviária de alta patogenicidade associada ao 
subtipo A (H5N1) em animais. 
 
 
Patogenia 
➢ O subtipo H5N1 é o mais comum em aves e 
o antígeno HA (hemaglutinina) desempenha 
um papel crucial nas infecções. 
➢ O vírus é eliminado pelas secreções nasais, 
oculares e pelas fezes. A disseminação 
dentro de um lote pode ocorrer por contato 
direto, aerossóis, equipamentos, cama, água, 
alimento e aves mortas. 
➢ A infecção ocorre principalmente por 
inalação e ingestão, com um período de 
incubação de 2 a 4 dias. 
➢ O vírus se replica nas células epiteliais do 
trato respiratório superior e intestinal, 
podendo se espalhar por todo o organismo e 
causar a forma sistêmica da doença. 
➢ Os sinais clínicos variam de acordo com a 
espécie afetada, idade, virulência do vírus, 
ambiente e presença de infecções 
associadas. 
 
Transmissão 
A transmissão entre diferentes espécies de aves 
ocorre principalmente por contato direto ou 
indireto com aves aquáticas migratórias. As 
formas de transmissão incluem: 
✓ Contato direto: Fezes, ração, secreções 
respiratórias, água, ovos quebrados ou 
carcaças de animais mortos. 
✓ Contato indireto: Equipamentos, 
veículos, roupas contaminadas e trânsito 
de pessoas em áreas com a doença. 
➢ A transmissão vertical (da matriz para o 
ovo) também é possível, com o vírus 
podendo estar presente na casca do ovo ou 
no sêmen de galos. A transmissão da ave 
para humanos ocorre principalmente 
durante o abate, despenagem e manuseio de 
carcaças de aves infectadas e preparação de 
aves para consumo também são fatores de 
risco. 
 
Sinais Clínicos 
Os sinais clínicos variam de acordo com a 
patogenicidade do vírus: 
✓ Infecções subclínicas: Queda na produção 
de ovos, enfermidade respiratória leve ou 
moderada e mortalidade variável. 
✓ Vírus de média patogenicidade: 
Mortalidade de 5%, podendo aumentar para 
50% com infecções bacterianas associadas. 
✓ Vírus de alta patogenicidade: 
Enfermidade severa com alta mortalidade 
devido à falha de múltiplos órgãos, 
especialmente sistema nervoso, 
cardiovascular e/ou endócrino. 
 
✓ Os sinais clínicos mais comuns incluem 
ronqueira, tosse, espirros, descarga ocular e 
nasal, traqueíte e pneumonia. 
 
Diagnóstico 
➢ O diagnóstico da influenza aviária é baseado 
no isolamento viral a partir de amostras de 
diferentes tecidos, como pulmão, traqueia, 
sacos aéreos, intestino, baço, cérebro, fígado, 
coração e sangue. 
➢ Em aves vivas, a coleta de suabes ocular, de 
cloaca e traqueia é indicada. No meio 
ambiente, a água dos bebedouros pode ser 
contaminada com secreções e fezes. 
➢ O método de inoculação em ovos 
embrionados, via membrana corioalantóide, 
é amplamente utilizado para o isolamento do 
vírus. Outros métodos incluem imunodifusão 
em gel de ágar e PCR (Reação em Cadeia da 
Polimerase) para detecção do material 
genético do vírus. 
 
Tratamento e Prevenção 
Não há tratamento específico para a influenza 
aviária em aves. A prevenção é baseada em 
medidas rigorosas de biossegurança, como: 
✓ Isolamento de aves infectadas; 
✓ Limpeza e desinfecção de equipamentos e 
instalações; 
✓ Controle do trânsito de pessoas e veículos 
em áreas afetadas; 
✓ Vacinação em casos específicos, embora no 
Brasil a vacinação seja proibida devido à 
ausência de casos clínicos. 
A vacinação pode ser uma ferramenta útil em 
surtos, mas deve ser acompanhada de outras 
medidas de controle para evitar a disseminação 
do vírus. A utilização de vacinas DIVA 
(Differentiating Infected from Vaccinated 
Animals) é uma abordagem promissora para o 
controle da doença. 
 
Impacto Econômico 
A influenza aviária tem um impacto 
significativo na economia global, especialmente 
na indústria avícola. Os principais impactos 
incluem: 
✓ Perdas diretas: Mortalidade de aves e 
redução na produção de ovos. 
✓ Custos de controle: Medidas de 
biossegurança, sacrifício de aves infectadas 
e desinfecção de instalações. 
✓ Impacto no comércio internacional: 
Restrições à exportação de produtos 
avícolas de países afetados. 
✓ Custos com saúde pública: 
Monitoramento e controle de surtos, 
especialmenteem casos de transmissão para 
humanos. 
 
Medidas de Controle 
As medidas de controle da influenza aviária 
incluem: 
✓ Vigilância ativa: Monitoramento constante 
de aves domésticas e silvestres para 
detecção precoce do vírus. 
✓ Biossegurança: Implementação de práticas 
rigorosas de higiene e controle de acesso 
em granjas. 
✓ Sacrifício de aves infectadas: Eliminação 
de aves infectadas e suspeitas para conter a 
disseminação do vírus. 
✓ Educação e treinamento: Capacitação de 
produtores e trabalhadores avícolas sobre 
práticas de biossegurança e identificação de 
sinais clínicos da doença.

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