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1 2 3 UM HOMEM CHAMADO ZEMO POR JERONIMO ANDRADE ARACAJU 2014 4 “Esperamos que chegue o dia em que ninguém mais precise falar do Nacional-Socialismo, pois ele terá se tornado o ar que respiramos.” GOEBBELS, Joseph. 5 O objetivo deste livro é aproximar o leitor de uma civilização que, como poucas vezes ocorreu ao longo da História, conseguiu fazer com que todas suas atividades estivessem sempre impregnadas de um caráter superior às outras civilizações. A história a seguir reconstitui de forma ficcional um momento do período denominado de III Reich. É uma época que corresponde ao apogeu da Alemanha nazista e ao governo do Führer Adolf Hitler (1933 – 1945), quando a Alemanha havia se transformado em potencia econômica e militar, dominando vários povos vizinhos, da Europa à África. 6 SUMÁRIO PRÓLOGO............................................................................................................8 CAPÍTULO I O NASCIMENTO DE ZEMO............................................................................15 CAPÍTULO II O ÓDIO DE ZEMO.............................................................................................23 CAPÍTULO III A ASCENSÃO DE ZEMO..................................................................................31 CAPÍTULO IV ZEMO NAS OLIMPÍADAS DE BERLIM.........................................................39 CAPÍTULO V A GUERRA SECRETA DE ZEMO...................................................................56 EPÍLOGO ...........................................................................................................89 GLOSSÁRIO.......................................................................................................96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................98 EXTRA: COLETÂNEA DE CAPAS VARIANTES.......................................................100 7 “Eu juro por Deus este juramento sagrado. Prestarei obediência incondicional a Adolf Hitler... O Führer do Reich e do povo alemão... Supremo comandante das forças armadas... E estarei pronto como soldado valoroso a arriscar a vida a qualquer momento... Por este juramento. Adolf Hitler!... Adolf Hitler!” 8 PRÓLOGO 8 de janeiro de 1946 Vinte e um líderes alemães são julgados por crimes de guerra, o cenário escolhido pelos aliados para julgar os “crimes nazistas” é o Palácio da justiça de Nuremberg. Sentados nos bancos de réus estão alguns dos principais nazistas que um dia já foram chamados de “homens de confiança do Reich”, são eles: Albert Speer, Ministro dos Armamentos; Hermann Göering, Ministro da Aeronáutica e Responsável pela Política Judaica; Rudolf Hess, vice-líder do Partido Nazista; Joachim Von Riblentrop, Ministro de Assuntos Exteriores; Hans Frank, advogado do Führer e Governador-Geral da Polônia ocupada e Karl Olsen, cientista do Reich. Um julgamento similar de crimes de guerra foi conduzido para os líderes japoneses – com exceção do Imperador Hirohito – em Tóquio. Nenhum julgamento de guerra contra os Aliados foi realizado. No Tribunal de Nuremberg, a equipe de promotores formulou acusações sem precedentes no Direito Internacional..., como conspiração, crimes contra a humanidade e contra a paz. Além disso, a lista de delitos inéditos incluía um item arrebatador: o genocídio ou a morte de um povo. Entre os acusados estava um sujeito que outrora já foi o secretario pessoal de Hitler, Rudolf Hess agia como se não houvesse lhe restado um pingo de sanidade mental... Seu olhar parecia perdido, completamente alheio ao processo. O juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos escolhido para chefiar o time de acusadores norte-americanos foi Robert Jackson, ele explicou ao presidente Harry Truman que o aspecto legal pouco importava nessa situação, porque as atrocidades 9 cometidas pelos nazistas eram consideradas criminosas desde os tempos de Caim – personagem bíblico que matou o irmão Abel. O resultado desse raciocínio foi à criação de uma série de acusações, como conspiração e crimes contra a humanidade. __ “Abri o 1º julgamento da história de crimes contra a paz mundial... Implica uma grande responsabilidade.” – disse Robert Jackson. __ “Os erros que buscamos condenar e punir foram tão calculados... Tão nocivos e tão devastadores... Que a civilização não suportaria ignorá-los... Porque ela não sobreviverá a uma repetição deles. Essas quatro grandes nações... Resplandecendo com a vitória, feridas pela injúria... Estão em posição de vingança. Mas, voluntariamente... Submetem seus inimigos cativos ao julgamento da lei. Esse é um dos maiores tributos que o poder jamais concedeu à razão. Se estes são os primeiros lideres de guerra de uma nação derrotada... A serem acusados em nome da lei... Concordamos que aqui devemos presumir que sejam inocentes... E aceitamos a obrigação de provar os atos criminosos... E a responsabilidade desses réus por esses atos. Nosso proposito não é condenar todo o povo alemão. Hitler não pegou o poder pelo voto majoritário, mas se apossou dele... Por uma aliança perversa entre revolucionários... Reacionários e militares. Vocês vão ouvir, hoje e nos próximos dias, a enormidade... E o horror de seus atos. A acusação dará provas inegáveis desses incríveis acontecimentos. Eu me incluo entre os que receberam as histórias mais atrozes... Dessa guerra com suspeita... Ou com cepticismo. Agora, não mais. O relatório dos crimes não omitirá nada do que pôde ser concebido... Por seu orgulho patológico... Sua crueldade e seu desejo de poder. 10 Vocês saberão da repressão aos sindicatos... Da perturbação à igreja, da perseguição aos judeus... Da conversão de mero antissemitismo em deliberado extermínio... De judeus na Europa. Vocês saberão das longas séries de agressões alemãs, conquistas... E quebra de tratados. O terror que se espalhou pela Alemanha. A devastação feita nos territórios ocupados. E vão saber que a verdadeira parte a se queixar nesse tribunal... É a civilização. A civilização pergunta se a lei é tão lenta, a ponto de ser incapaz... De lidar com os crimes dessa magnitude... Cometidos por criminosos dessa importância. Ela não espera poder tornar a guerra impossível. Ela espera que os senhores, com seus atos jurídicos... Coloquem as forças da lei internacional... Seus preceitos, suas proibições... E, acima de tudo, suas sanções... Do lado da paz. Para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os países... Possam ter permissão para viver... Sem permissão de homem algum... Obedecendo a lei.” Após um longo discurso do promotor Jackson... Karl Olsen é o primeiro nazista a sentar-se no banco de réu e diante da suprema corte composta por juízes dos países vencedores – Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e França –, ele levanta a mão direita e jura dizer só a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade para a corte. O promotor de acusação RobertJackson é o primeiro a interrogar o acusado. __ “Dr. Karl Olsen esse é o seu nome?” – “iá” (sim). – “e o senhor é um cidadão alemão nascido em Berlim?” 11 – “iá”. – “no ano de 1899?” – “essas perguntas são realmente necessárias” – disse Olsen. – “responda somente as perguntas sem questionar” – disse o juiz –“iá, eu nasci no ano de 1899 na cidade de Berlim capital da...” – “Por favor, responda só o que eu te perguntar” – disse Robert Jackson. Fazendo um interrogatório lentamente cansativo o promotor Jackson chega aonde ele queria. – “...Então o senhor realmente sabia o que estava acontecendo nos Campos de Concentração, não só o senhor como também todos que faziam parte do Nacional- Socialismo” – “Não é verdade” – disse Olsen. – “Protesto meritíssimo” – disse o advogado de defesa. – “aceito” – falou o juiz. – “o promotor não pode acusar o réu se baseando em respostas precipitadas”. Disse o juiz. – “desculpe senhor juiz” – falou Jackson. – “Nem todo mundo sabia... O senhor não pode generalizar dizendo que todos os partidários e simpatizantes do nazismo sabiam das atrocidades nos campos de concentração. Existiam aqueles que atuavam nos campos e aqueles que trabalhavam no governo. Poucos eram os homens que exerciam cargos de confiança no Reich”. 12 __ “Está dizendo que o senhor não sabia das atrocidades nazistas contra os judeus”. – “não é isso que eu quero dizer. Só estou tentando dizer que Himmler não deixava que alguns homens de cargos inferiores no governo, tivessem conhecimento das atrocidades nos campos”. – “mas você sabia!” – “iá, eu sabia” – disse Olsen. __ “E seus colegas aqui presentes sabiam das atrocidades contra os judeus”. – “Não posso falar por eles”. – “sabiam ou não sabiam?” – com um tom de voz alterado o promotor pergunta a Olsen. – “protesto meritíssimo, o promotor está intimidando o réu, a responder as suas perguntas” – falou o advogado de defesa. – “protesto aceito, senhor promotor nada de intimidação nesta corte aos acusados”. – disse o supremo juiz. __ “Desculpe meritíssimo... Doutor Olsen o senhor disse que nem todo mundo sabia dos extermínios de judeus e de prisioneiros de guerra nos Campos de Concentração. Isso por que Himmler achava melhor manter em segredo as atrocidades, para que futuras acusações contra os nazistas vinhessem à tona se caso os Aliados vencessem a guerra, que foi o que aconteceu, estou certo?” – “iá, o senhor está certo” – disse Olsen. 13 __ “Mas acontece que nem todo mundo concordava com as ideias de Hitler sobre o extermínio de judeus”. – disse o promotor. – “iá, existiam aqueles que discordavam do Führer, mas não tinham coragem de falar diante dele”. – “por quê?” – perguntou o promotor. __ “Ora. Porque todos nós respeitávamos o Führer. Fizemos um juramento de lealdade para com o Führer. E quem desobedecesse as suas ordens eram tidos como traidores do Reich e eram mortos”. __ “Por acaso teve homens que desafiaram Hitler e saíram vivos?” Olsen para por um segundo e responde: __ “... iá, Johan Zemo”. – “Quem?” – perguntou o promotor. – “Johan Zemo foi o orgulho de Hitler, ele se orgulhava de ter criado o nazista perfeito”. – “Desculpe, mas não há registros desse tal de Zemo, não sabemos nada sobre ele”. __ “Isso porque Hitler apagou todos os dados de sua origem, desde o começo Zemo era um assunto extremamente confidencial, poucos de nós sabíamos quem ele era, de onde ele veio ou o que era o „projeto Zemo‟, o nazista perfeito”. __ “E você sabe quem foi Zemo ou o que foi esse projeto” – perguntou o promotor. __ “iá, eu sei”. __ “Então poderia nos dizer quem foi Johan Zemo?” – “iá”. 14 Do outro lado da corte os outros nazistas levantaram-se e ameaçaram Olsen. Se ele revelasse o projeto de Hitler aos juízes – inimigos do Reich: – “Você não pode falar nada para eles Olsen, isso é alta traição, lembre-se do seu juramento ao Führer”. – disse Hermann Goering enquanto os outros nazistas o chamavam de traidor. __ “E então, será que você vai nos contar sobre esse tal projeto Zemo para nós. Lembre- se que a Alemanha perdeu a guerra, o então sonho de 1000 anos do Reich de Hitler não existe mais e você não tem mais nada a perder”. __ “Está bem eu lhes contarei tudo o que sei. Advertirei que será uma longa história”. __ “Não se preocupe temos todo o tempo do mundo para ouvi-la”. – disse o promotor Robert Jackson. E assim começa a história de Zemo. 15 CAPÍTULO I O NASCIMENTO DE ZEMO A história do “nazista perfeito” começa numa noite sombria, onde uma mulher está preste a dar a luz, um menino que no futuro cometerá atrocidades para a criação de uma nova Ordem Mundial. 1903 é o ponto de partida dessa sombria história, tudo começa em Berlim capital imperial do II Reich, governado pelo Kaiser alemão Guilherme II, um monarca da nobreza prussiana. De família pobre, numa pequena casa. A criança nasce em meio ao ódio. Se não fosse pelo médico que o trouxe ao mundo, ela teria sido assassinada minutos após o nascimento pelo próprio pai, um homem cuja razão havia sido destruída pelo álcool, e que culpou a criança pela morte da mãe. O pai desiludido pela morte da mulher suicidou-se no dia seguinte e a criança foi levada a um orfanato pelo médico. No orfanato a criança permanece até os sete anos de idade, quando então foge para as ruas. As noites em que não dormia sob os céus gelados da Alemanha, ela passava na cadeia, presa por pequenos furtos. Com o passar dos anos, o menino teve que aprender a viver nas ruas, ele era um órfão, forçado a roubar o alimento de que precisava pra viver... 16 __ “Volte aqui com esse frango! Volte!” – gritou o policial correndo atrás do menino para prendê-lo. __ “Não gaste saliva! A fome dá asas aos pés dele!” – falou o outro policial. Mas, mesmo como ladrão ele não tinha sucesso! Era muito pequeno e fraco... Um alvo fácil para os meninos maiores! __ “Foi legal ele ter trazido um frango! Pena que é pequeno!” – disse um dos meninos que tomaram o alimento roubado do garoto, enquanto os outros meninos batiam nele. __ “Da próxima vez, traga um maior!” – diziam os meninos que o espancavam. À medida que ele crescia, a maior parte do tempo era passado na cadeia... Por crimes que iam da vadiagem ao roubo! __ “Você de novo?!” – disse um dos carcereiros da prisão. __ “Quando vamos nos livrar de você?!” Quando eles se livravam do menino, ele não melhorava! Dormia em celeiros, estábulos, qualquer lugar onde pudesse se deitar sem ser perseguido! Nesse período o Kaiser alemão Guilherme II havia declarado guerra ao mundo. Com as seguintes palavras: __ “Deus nos criou para civilizar o mundo. Desgraça e morte para todos que resistirem a minha vontade”. O mundo agora estava vivendo a primeira guerra que envolveu nações dos cinco continentes, a “1ª Grande Guerra Mundial”. 17 Em menos de uma semana, as principais nações da Europa passaram de uma “Paz Armada” para uma guerra total. Por consequências, todas as colônias de nações europeias espalhadas pelo mundo começaram também a lutar. Começava a guerra das guerras, como foi chamada a primeira guerra mundial. A grande tempestade da primeira guerra mundial pegou muitos contemporâneos de surpresa... Parecia que o mundo vivia um novo renascimento e que a carnificina dos confrontos em grande escala era coisa do passado. Além dos arames farpados dos campos de batalha, cheirando à morte e à dissolução,estava a “terra de ninguém”. Mais do que simples jargão do front, a expressão tornou-se um dos mais contundentes retratos da primeira guerra mundial. Espalham-se corpos de ambos os lados, alguns deitados, outros enroscados no arame frouxo, onde podem ter ficado por dias. Nenhuma análise posterior... Equipara-se aos testemunhos de quem pisou naquele campo de batalha. Sem aliados, com greves e revoltas internas e a produção industrial comprometida, os alemães se rendem a 11 de novembro de 1918, assinando um tratado de rendição incondicional, encerrando uma guerra que deixou 19 milhões de mortos, causou o colapso de quatro impérios e mudou o mapa geopolítico da Europa e do Médio Oriente. As condições com as quais a delegação alemã concordou às 5h da manhã no dia 11 de novembro de 1918 eram rigorosas. O país foi forçado a abandonar os territórios que tinha ocupado, renunciar a seus ganhos e entregar boa parte de seu maquinário de guerra. 18 Foi um acordo amaldiçoado na Alemanha porque representou uma humilhação óbvia e não trazia uma relação clara com a situação em que o confronto estava quando as negociações começaram – naquele momento, a Alemanha ainda estava bem avançada na França e na Bélgica, o que poderia sugerir que uma derrota não era assim tão eminente. Uma coisa que o armistício de fato conseguiu foi colocar fim definitivo à Primeira Guerra Mundial. Essa era a preocupação primordial dos Aliados, que não pensavam sobre as consequências em longo prazo. Ninguém estava imaginando o que poderia acontecer dali a um ano, muito menos dali a duas décadas. A noticia do armistício foi recebida com festa por toda parte. Houve, porém, quem lamentasse o fim da guerra em um momento em que a vitória parecia tão próxima; outros não enxergaram muitos motivos para comemorar. – “com certeza, está foi à última guerra travada entre as nações civilizadas”, – escreveu o soldado britânico Arthur Wrenche em seu diário, em 11 de novembro de 1918 – dia em que a Alemanha, único dos Impérios centrais que ainda não havia capitulado, finalmente assinou o armistício, pondo fim à Primeira Guerra Mundial. Lido hoje, o comentário parece terrivelmente irônico ou tragicamente ingênuo. No entanto, ele refletia o desejo sincero e a esperança de todos aqueles que haviam visto o confronto se arrastar por boa parte do planeta nos quatro últimos anos: a de que aquele horror jamais se repetisse. Logo em seus primeiros dias, a República de Weimar (nome dado ao governo da Alemanha após o golpe que derrubou o Kaiser e pós-fim ao seu império), 19 foi comprometida pelo ressentimento do povo contra o armistício. O novo governo foi praticamente envenenado desde o começo, em termos de boa parte da opinião pública alemã. O jovem órfão agora era um pobre alemão que vivia numa Alemanha destruída pela guerra. Já adolescente, nas raras ocasiões em que achava trabalho, era sempre nas funções mais braçais e ingratas... __ “Você! Finja-se de vivo! Continue varrendo ou dê o fora!” – disse o patrão dele, um velho gordo e rabugento que estava sempre a humilhar o rapaz. O dono da loja era um empresário judeu cuja filha foi a única pessoa a demonstrar alguma bondade pelo rapaz. Desde que nasceu a sua vida foi um inferno, no orfanato ele era castigado pelas pessoas que trabalhavam lá e era sempre alvo de chacotas pelas outras crianças até fugir e ir morar nas ruas onde tinha que roubar para se alimentar, acabava sempre apanhando dos outros meninos mais velhos. E quando passava as noites na prisão ele pensava: __ “um dia eu serei alguém na vida e quando esse dia chegar à humanidade que sempre mim desprezou vai sentir a minha fúria... Vão sofrer e sangrar”. A primeira e malograda tentativa de Hitler de tomar o poder na Alemanha, aconteceu na cidade de Munique. Ele distribuía pôsteres que declaravam: __ “Proclamação para o povo alemão! O regime dos criminosos de novembro é hoje declarado extinto. Um governo nacional alemão provisório é formado.” Em novembro de 1923, Hitler atacou, escolhendo como base uma cervejaria em Munique. Com a ajuda de Göring, e a “coleção” heterogênea da SA (Tropa de 20 Assalto) de Ernest Rohm, o porão foi cercado, e Hitler irrompeu a fabricação de cerveja, derrubando um tonel de cerveja no chão, atirando para o alto e gritando: __ “A revolução nacional começou. O local está cercado por 600 homens pesadamente armados e ninguém pode sair. O governo da Bavária e o Reich foram depostos e um governo do Reich provisório será formado.” A tentativa de fazer uma revolução e derrubar a República decadente de Weimar é frustrada, e Hitler no desespero de ser preso, tenta cometer suicídio com um tiro na cabeça, ele pensa em tudo que viveu até aquele momento e por um segundo o seu dedo quase aperta o gatilho, e o mundo poderia ficar tranquilo sem a presença de um futuro tirano para as nações democráticas... Mais ele não o faz. Ele Pensa que a Alemanha precisa dele com vida do que sem. Dois guardas alemães entram e com duas espingardas apontadas para a sua cabeça, ele resolve se entregar sem demonstrar nem um tipo de espanto, seu sengue é frio como de uma serpente traiçoeira. Do lado de fora, seus companheiros foram todos presos, ninguém havia fugido e poucos tiveram a coragem de enfrentar a policia. Repórteres haviam sentido cheiro de furo de reportagem e assim como abutres na carniça, eles logo lotaram a frente da cervejaria para ver quem era o responsável pela tentativa frustrada de um golpe contra a república. De cabeça erguida e sem demonstrar arrependimento o líder dos rebeldes nacionalistas posa para as fotos como um modelo de capa de revista... Entre a multidão encontrava-se um jovem, que por alguns segundos, olhou profundamente para o prisioneiro de bigodinho... Um olhou para o outro sem saberem que seus destinos já 21 haviam sido traçados e que num futuro não distante eles voltariam a se encontrarem. O jovem ouviu de um repórter dizer: __ “vejam só... Poucos são os homens que tem a coragem desse sujeito, de querer mudar a política desse país” O jovem ouviu atentamente aquelas palavras do repórter, palavras as quais ele iria ouvir nos meses seguintes dos cidadãos que não falavam em outra coisa, a não ser daquele fatídico golpe fracassado de tomar o poder. Nas ruas não tinha outro assunto para conversar e as opiniões estavam divididas... Quem era comunista apoiava a ideia de um golpe e implantar a ideologia Marxista na Alemanha, já os fascistas pensavam o contrario. E chega o dia do tão aguardado julgamento de Adolf Hitler, o homem que meses atrás havia liderado um possível golpe na cervejaria de Munique. No julgamento, ele está de pé perante o juiz e ouve as acusações que lhe pesam, sem demonstrar nenhum arrependimento, ele calmo como sempre, e com olhares intimidadores, tem o direito a fala concedida. Em sua defesa ele diz que estava fazendo a coisa certa e que aquele julgamento era uma piada, por que, quem deveria estar sentado no banco dos réus deveriam ser os criminosos de 11 de novembro de 1918. Traidores do Reich, aqueles que obrigaram o Kaiser a abdicar e implantaram a República de Weimar, sendo coautores das duras penalidades que o tratado de Versalhes impusera e, roubaram as riquezas da nossa querida alemã. __ “Se um ladrão rouba algo que lhe pertence e você pega de volta, você passa a ser o ladrão?” – perguntou Hitler a corte. 22 (...) depois de quase 3 horas de sessão, Hitler ouve do juiz a sua sentença. Culpado por tentar dar um golpe de estado e derrubar a República... Sua sentença é de cincoanos na prisão sem direito a condicional. Mais ele sairia em nove meses. Tempo o suficiente para escrever o livro que é sua autobiografia intitulada Mein Kampf (Minha Luta), este livro foi lido por poucos e ridicularizado por muitos. Mais quando Hitler chegasse ao poder, ninguém mais iria rir. 23 CAPÍTULO II O ÓDIO DE ZEMO O mundo vive uma crise econômica que iniciou nos Estados Unidos e atingiu toda a Europa, centenas de homens e mulheres em frente à bolsa de valores de Nova Iorque testemunhavam, mas ainda não acreditavam, no desastre do dia 24 de outubro de 1929. A Alemanha foi o primeiro país europeu a sentir os efeitos da crise, sua economia que já havia sido sofrida pelo final da primeira guerra mundial, agora estava totalmente dilacerada e, os pobres alemães de renda baixa são os primeiros a sofrer. As poucas economias que tinham nos bancos se perderam da noite para o dia. Após a quebra da bolsa, bancos e investidores tiveram imensas perdas financeiras. Só que situação dos bancos ainda se agravou mais, devido às enormes somas de dinheiros que foram emprestados aos fazendeiros que, com o inicio da grande depressão, se tornaram incapazes de pagar suas dívidas. Se nas cidades a situação era drástica devido ao desemprego, no campo, ela assumiu ares de uma mendicância angustiante, conforme relatou Oscar Ameringer (1870 – 1943), escritor e político socialista da cidade de Oklahoma, durante uma 24 audiência perante o subcomitê da comissão de Assuntos Trabalhistas da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos: __ “durante os últimos três meses, eu visitei, como já disse, uns 20 estados desse belo país extraordinariamente rico. Eis algumas das coisas que vi e ouvi. Alguns cidadãos de Montana disseram que havia milhares de alqueires de trigo abandonados nos campos porque seu baixo preço mal dava para cobrir as despesas da colheita. Em Oregon, vi milhares de alqueires de maçã apodrecendo nos pomares. Somente as absolutamente perfeitas podiam ser vendidas, por 40 ou 50 caixa de 200 maçãs. Ao mesmo tempo, há milhões de crianças que, por causa da pobreza de seus pais, não comerão maçã alguma nesse inverno. Enquanto estava em Oregon, o Portland Oregonian (jornal diário da cidade de Oregon) lamentava o fato de milhões de ovelhas serem sacrificadas pelos criadores, por não renderem no mercado o suficiente para pagar o seu transporte. Enquanto em Oregon, os urubus comiam carne de carneiro, vi pessoas procurando restos de carne nas latas de lixo de Nova Iorque e Chicago. Conversei com um homem num restaurante em Chicago. Ele me falou da experiência como criador de carneiros. Disse que no outono tinha sacrificado e atirado no Canyon 3 mil carneiros, porque o transporte de um deles custava $ 1,10 dólares, então lucraria menos de um dólar por cabeça. Disse que não tinha recursos para alimentar os animais e não queria deixá-los morrer à míngua. Por isso, cortava-lhes o pescoço e os atirava no Canyon. As estradas do oeste e do sudoeste pulavam de pessoas famintas pedindo carona. As fogueiras dos acampamentos dos desabrigados são visíveis ao longo de todas as estradas de ferro. Vi homens, mulheres e crianças caminhando penosamente pelas estradas. A maioria deles... Eram proprietários de fazendas que tinham perdido... Tudo na recente 25 baixa de preço do trigo e do algodão... Os fazendeiros estão sendo pauperizados pela pobreza das populações industriais, pauperizadas pela pobreza dos fazendeiros. Nenhum deles tem dinheiro para comprar o produto do outro: consequentemente, há excesso de produtos e carência de consumo, ao mesmo tempo e no mesmo país”. – assim relatou Oscar Ameringer. O desemprego fez com que milhões de pessoas, inclusive famílias inteiras, ficassem desabrigadas e passassem a caminhar pelas estradas em busca de oportunidades de sobrevivência. Em 1933, o democrata Franklin Delano Roosevelt (1881 – 1945), se tornou o 32º presidente dos Estados Unidos. Ao contrário de seu antecessor, Roosevelt acreditava que o governo norte-americano era o principal responsável na luta contra os efeitos da Grande Depressão. Durante a campanha eleitoral, Roosevelt havia se comprometido a estabelecer um “Novo Ajuste” para o povo americano. Em seu discurso de posse declarou: __ “A única coisa a temer é o próprio medo”. Em uma sessão legislativa especial, conhecida como Hundred Days (Cem Dias), com o apoio do congresso, ele criou e aprovou uma série de leis, que passou a ser conhecido como New Deal (Novo Acordo ou Novo Ajuste). Elas visavam fornecer ajuda social às famílias e pessoas necessitadas; e, empregos por meio de parcerias entre o governo, empresas e consumidores. 26 Além disso, o novo acordo também reformava o sistema econômico e governamental norte-americano, visando evitar que uma recessão futura ocorresse novamente. Filas de famílias eram formadas esperando por ajuda financeira dos diversos programas de ajuda social que foram criados pelo governo Roosevelt a partir de 1933. Uma fila de desempregados à espera de doações seria a irônica síntese dos Estados Unidos nos anos de crise. Atrás da fila num outdoor lia-se: “os melhores padrões de vida do mundo” e “não existe modo de viver como o americano”. A quebra da bolsa de valores de Nova Iorque se refletiu de maneira generalizada nos demais países do planeta, que ainda se viram diante do abalo tanto do sistema capitalista quanto da democracia liberal. Em muitas nações, a recessão provocada pela Grande Depressão gerou efeitos similares aos dos Estados Unidos, incluindo o fechamento de milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais, além da demissão de milhares de trabalhadores. Politicamente, esses mesmos países assistiram ao surgimento de partidos políticos extremistas, de caráter nacionalista ou de cunho comunista, além de partidos menos extremistas que, em sua grande maioria, prometeriam retirar o país (ou uma dada província/estado) da recessão. Enquanto algumas nações proibiam os partidos extremistas, em outras, eles chegavam ao poder, caso dos nazistas na Alemanha e dos fascistas na Itália. Em pouco tempo, a Europa central que, desde a 1ª guerra mundial, dependia de empréstimos norte-americanos, se viu envolta por cobranças de curto prazo e sem o dinheiro dos Estados Unidos para honrar suas dívidas. 27 Anteriormente, durante toda a década de 1920, o país que vivia sob a República de Weimar e que tinha sido derrotado pela Tríplice Entente, além de enfrentar uma massiva inflação, que gerou um grande aumento da dívida externa entre 1925 e 1930, ainda se viu obrigado a pagar pesadas indenizações de guerra. Mesmo assim, quando a Grande Depressão teve início em 1929, o governo alemão acreditou que cortes em gastos públicos iriam estimular o crescimento econômico do país. Até então, ele confiava que a recessão, inicialmente, iria deteriorar a economia, porém, a melhoria da estrutura socioeconômica do país, se daria sem sua intervenção. Mas quando a recessão chegasse ao seu auge em 1932, a República de Weimar perderia toda a sua credibilidade junto à população, o que facilitou a ascensão de Adolf Hitler ao governo do país e o inicio de um período de crescimento sócio econômico alemão, conhecido como III Reich. O Nacional-Socialismo ou Partido Nazista estava em campanha pelas ruas de Berlim, os partidários saíam pelas ruas marchando e erguendo bandeiras. Na frente da loja onde o jovem órfão trabalhava, os nazistas colavam cartazes racistas afirmando que todo oproblema que a Alemanha estava passando era culpa dos judeus, que a Alemanha só perdeu a guerra por culpa do boicote armado pelos judeus... E quando ele foi perguntar a um oficial da SA, por que eles estavam fazendo aquilo na loja, o oficial lhe respondeu com uma pergunta: __ “Você é alemão ou judeu?”. – e ele responde: __ “Sou alemão” – e então o oficial fala: 28 __ “Então trate de deixar esses judeus e, passe pro nosso lado nos alemães tem que permanece unidos, se juntar a esses judeus é um mau que você faz pra si mesmo, venha se juntar a causa, filie-se ao partido”. Momentos depois passa por ele a filha de seu patrão. Seu nome é Eva, uma garota de beleza rara, na sua frente, ele se sentia como o próprio Adão encantado por tamanha beleza. __ “Eu já estou indo pai!” – disse a garota. __ “Não demore filha... Não quero que você ande por aí sozinha até tarde.” – disse o pai dela. À noite, o rapaz está atarefado, tem de limpar a loja, retirar os cartasses ofensivos e botar o lixo pra fora. Eva era a única pessoa que havia enxergado algo de bom no rapaz, um sujeito que andava sempre sério, nunca havia dado um sorriso, já que, em sua trajetória ele só havia visto tragédias e horrores. Eva tocou no coração dele e o rapaz começava a sentir algo dentro de si, algo que ele não conseguia explicar, algo de estranho que ele nunca tinha sentido... Era algo chamado paixão, uma paixão que lhe derrubou. Eva era uma linda e jovem judia de apenas dezenove anos. Todas as noites ao acabar de botar o lixo pra fora e terminar com os seus afazeres, Eva vinha para lhe fazer companhia. Numa dessas noites ele tomou a iniciativa e revelou a ela o que sentia por ela, achando que ela sentia o mesmo, teve uma decepção, o coração dela já pertencia à outra pessoa. Eva percebeu a cara de arrasado dele, e ela não o reconhecia mas. O ódio que ele tinha esquecido quando conheceu Eva, havia sido recuperado, o rapaz estava totalmente fervendo de raiva, uma raiva 29 descomunal que o deixou fora de si. Eva tentou acalma-lo, mais assim como uma besta selvagem, ele partiu pra cima dela e a acertou com uma pá na cabeça dela e quando ela caiu, ele continuou a golpeá-la. Enquanto batia na pobre moça ele pensava no dia em que a havia visto pela primeira vez... Ele era um sujeito indivisível, visível, invisível e só... Sem ninguém com quem dividir uma visão. Então ela chega se vira para ele e torce seus lábios. Ele olha para eles. Eles formam um sorriso. O nome dela é Eva. Ao seu toque, a realidade em que vive se torna uma memória turva. Se ele derramasse uma gota de água para cada dança com ela, eles encheriam um mar de felicidade. Finalmente encontrou alguém que enxerga o mundo como ele deveria ser. Alguém de sangue puro que perceberá a superioridade mútua e tratará como igual... Que verá nele tudo que realmente é. Mais como ele a vê... Eva, mãe do pecado. E pensar que ele chegou a considerar uma honra ser igual a ela... Forasteiros. Mestiços. Bárbaros. Seja qual for sua raça ou cor... Não faz diferença. Todos eles escondem uma patética noção de harmonia racial e pregam um esquema de diversidade global. Mas, por baixo... São todos iguais. Eles devem ser destruídos. Agora ele sabe qual caminho tomar. Cortar a cabeça da besta... E deixar o mundo seguro para a tirania uma vez mais. Não tolerará mais esse pesadelo sem fim da democracia. A única esperança dele reside em... Destruir seus inimigos. Logo após, ter matado Eva e ter saboreado o seu primeiro momento de... Felicidade. Ele foge deixando para traz o corpo sem vida da única pessoa que podia ter mudado a vida dele para sempre. E caminhando sem rumo pelas ruas de Berlim, ele olha para os lados, pras pessoas em sua volta e percebe que não está sozinho numa Alemanha decadente. Judeus, ciganos, muçulmanos e outras raças dividindo o mesmo 30 espaço que seus compatriotas, daí então ele para pra pensar e se lembra daquele oficial da SA que falou da ameaça judaica e sua conspiração para atacar a pobre Alemanha. __ “Será que ele tem razão!” – pensou. __ “Será que não há como escapar dessa corja judaica traiçoeira, nem nas ruas. Especialmente nas ruas. Como minha terra natal decaiu. Nós já fomos os mestres do mal. Marchamos pelo globo e mostramos nosso poderio. Nações tremeram enquanto o mundo estava à beira da aniquilação. Agora a mentira da democracia, lançada sobre nós pelos inimigos da Alemanha, poluiu nossa virtude. Graças a esses inimigos, a Alemanha foi infestada. Não percebem a ruína que nos causaram? Claro que não. Olhe para eles. Cegos e iludidos com esse monstro chamado democracia”. Então sem destino, sem ter pra onde ir. Entra num beco. Vê uma grande lata de lixo, resolve entrar nela para repousar o seu corpo cansado e botar as ideias no lugar, deitado em meio ao lixo ele pensa a respeito das diversas etnias que se alastrou por toda Alemanha: __ “eles comem meu pão. Bebem meu vinho. Usam minhas roupas. Se aquecem com o meu cobertor. Prefiro me deitar na sujeira, onde estou livre da presença maldita deles... Onde não podem me tocar. Só quando durmo é que posso ser quem almejo. Só Quando sonho, posso ser quem realmente sou.” 31 CAPÍTULO III A ASCENSÃO DE ZEMO Poupanças bancárias, apólices de guerra, pensões – que representavam anos de trabalho e economia – perderam o valor. Responsabilizando o governo pelo desastre, a população arruinada tornou-se mais receptiva aos movimentos que queriam derrubar a República. Com a Grande Depressão, iniciada em outubro de 1929, deixava a mostrar a debilidade da República de Weimar. A crise econômica global fez os alemães perderem a pouca confiança que tinham na democracia. Os partidos extremistas, os comunistas, na esquerda, e dois partidos de direita, os nacionalistas e o Partido Nacional - Socialista Alemão dos Trabalhadores, que visavam à derrubada da República, ganharam forças. Muitos alemães votaram em Hitler não devido às suas ideias, mas por ele ser um adversário forte da República de Weimar. O que esses alemães queriam, acima de tudo, era o fim de uma república que odiavam. Na sua campanha política eleitoral Hitler explicava a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial de forma simples: __ “A vergonha da Alemanha devia-se aos criadores da República, aos „Criminosos de Novembro‟. E por trás deles estava uma conspiração mundial Judaico-Bolchevique.” 32 Antes das eleições Hitler concedeu ao reporte George Sylvester Viereck uma entrevista, em julho de 1932, poucos dias antes da votação. Nessa entrevista o reporte queria saber o que Hitler pensava sobre o socialismo. __ “Por que”, – perguntou o reporte a Hitler. __ „„O senhor se diz um nacional-socialista, já que o programa do seu partido é a própria antítese do que geralmente se acredita ser o socialismo?‟‟ __ „„O socialismo‟‟, – replicou ele agressivo, deixando de lado a xícara de chá. __ „„É a ciência de lidar com o bem-estar geral. O comunismo não é o socialismo. O marxismo não é o socialismo. Os marxistas roubaram o termo e confundiram seu significado. Vou tirar o socialismo dos socialistas. O socialismo é uma antiga instituição ariana e alemã. Nossos ancestrais alemães tinham algumas terras em comum. Cultivavam a ideia do bem-estar geral. O marxismo não tem direito de se disfarçar de socialismo. O socialismo, diferentemente do marxismo não repudia a propriedade privada. Diferentemente do marxismo, ele não envolve a negação da personalidade e é patriótico... Não somos internacionalistas. Nosso socialismo é nacional. Exigimos o atendimento das justas reivindicações das classesprodutivas pelo Estado com base na solidariedade radical. Para nós, o estado e a raça são um só‟‟. Na eleição de 31 de julho de 1932, os nazistas receberam 37,3% dos votos e conquistaram 230 cadeiras no Parlamento. Muito mais do que qualquer outro partido, mas não a maioria. Pressionado, o presidente eleito Paul Von Hindenburg nomeou Hitler como Chanceler, em 20 de janeiro de 1933. Sem ter jamais pretendido governar de acordo com a constituição, Hitler agiu rapidamente para conseguir poderes ditatórias. Aproveitando-se de um incêndio no 33 Reichstag, em fevereiro de 1933, pressionou Hindenburg a assinar um decreto de emergência suspendendo os direitos civis, sob pretexto de que o Estado estava ameaçado pela subversão interna. Depois, usou esses poderes de emergência para prender, sem processo, os deputados comunistas e socialdemocratas. E forçou o Parlamento a aprovar, em março de 1933, uma lei que permitia ao Chanceler legislar independentemente do Parlamento. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. A ditadura nazista estava começando. Em agosto de 1934, morre Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o titulo de Führer. Fortalecido, o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph Goebbels, doutor em humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Entre as ideias mais divulgadas estavam a da superioridade racial do povo alemão (arianismo) e a de que os judeus (povos de origem semita) eram os responsáveis pelos grandes males que afligiam a Alemanha (antissemitismo). Uma das propagandas de Joseph Goebbels era a de que, o povo alemão não precisava de democracia, ele a retratava como uma ideia do mal e que a Alemanha estava pronta para encarar essa maldade, numa de suas propagandas ele afirmava: 34 __ “Diga ao mundo que não temos matéria-prima... E nunca deixe que vejam o que acontece. Dia após dia, noite após noite... Mês após mês. Ano após ano... Temos que ter a clava mais poderosa do mundo. Esqueçam-se das horas, esqueçam-se das condições de trabalho... Esqueçam como dormir. Forjem a clava com sangue e ferro. E deixem a democracia falar de liberdade. Aqui não há liberdade. Aqui não há sindicatos de trabalho. Só o exagero. O Führer lhes diz onde trabalhar, quando trabalhar... Quanto tempo trabalhar... Quanto vale o seu trabalho. Forjem a clava de sangue e ferro. Nós temos uma missão sagrada. Hoje dominamos a Alemanha... Amanhã o mundo”. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava das SS (Tropas de Elite) e da Gestapo (Policia Secreta do Estado) para prender, torturar e eliminar os inimigos do nazismo. No plano econômico, o governo Hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, das indústrias de base (ferro, aço, máquinas e, sobretudo, da indústria bélica). Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos à Alemanha voltou a se equipar militarmente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes. Com o fim do desemprego, o jovem órfão agora tinha arranjado emprego como mensageiro de hotel. A vida dele mudou quando os nazistas chegaram ao poder! Ele se recordava o dia fatídico em que Adolf Hitler visitou a sua cidade! Sua tropa de assalto estava em massa nas ruas prendendo todos os indesejáveis para protegê-lo... __ “Você não é um verdadeiro ariano! Venha comigo!” __ “Ótimo! Ótimo! Ataquem por der Führer!” 35 __ “Achtung! Evacuem as ruas! O desfile esta pra começar! Der Führer em pessoa está a caminho!” – assim os oficias da tropa de assalto limpavam as ruas para a chegada de Hitler. Trabalhando como estafeta de um hotel! E observando pela janela... Vendo- os surgirem aos milhares para dar as boas-vindas a Adolf Hitler, seu Führer! __ “Ele é o exato oposto de mim! Tem poder... E eu não sou nada!” Mais tarde naquela noite, ele levou refrescos ao quarto de Hitler... __ “Vou mesmo vê-lo... De perto!” – assim pensava, se dirigindo ao quarto de Hitler. Quando entrou, o Führer repreendia o chefe da gestapo por deixar um espião escapar... __ “Você falhou com seu Führer! Quem falha comigo, falha com a Alemanha!” – num tom de raiva Hitler dava broncas no chefe da gestapo. __ “Mas mein Führer... Não foi minha culpa! Fiz o melhor que pude!” – respondeu ao Führer o chefe da gestapo. __ “Então o fracasso é o melhor que pode fazer? Seu idiota incompetente! Inepto! Por que não tenho ninguém com quem possa contar? Será que eu preciso criar minha própria raça de arianos perfeitos? Eu poderia ensinar aquele estafeta a fazer um trabalho melhor do que você!” E então, naquele momento, ele se vira... Para o rapaz! __ “Você! Seu joão-ninguém humilde, trêmulo e subserviente! Você é menos do que nada pra mim! Mas eu sou seu líder... Seu Führer! Eu sou Hitler!” Hitler diante dele, fixa seus olhos no rapaz e fala. 36 __ “O modo como olha pra mim! A inveja, a cobiça em seus olhos! O ódio puro e flamejante! Eu conheço essas emoções! Você também odeia a humanidade!” Parado, ele só ouvia Hitler falar a seu respeito, e o que Hitler podia fazer para ajudar ele a ser alguém. __ “Que inspiração isso me traz! Você será minha maior realização! Farei de você o nazista perfeito! Você vai me servir... Será meu braço direito! Jamais fracassará!” O rapaz recebeu um uniforme da tropa de assalto! Foi treinado, exercitado e ensinado dia e noite! Ele até fez o juramento ao Führer. O mesmo juramento que o exército teve que fazer para demonstrar total lealdade ao Führer. __ “Eu juro por Deus este juramento sagrado. Prestarei obediência incondicional a Adolf Hitler... O Führer do Reich e do povo alemão... Supremo comandante das forças armadas... E estarei pronto como soldado valoroso a arriscar a vida a qualquer momento... Por este juramento. Adolf Hitler!... Adolf Hitler!” Um dia, porém, Hitler entrou... E disse: __ “Pare! Você me ouviu? Pare, eu disse!” __ “Mein Führer!” – disse o chefe da gestapo assustado. __ “O que está fazendo?” – perguntou Hitler. __ “Não quero que ele se torne apenas outro reles membro da tropa de assalto! Quero que seja o mal em pessoa! Deste momento em diante, vou coordenar pessoalmente seu treinamento!” Irritado, Hitler da um tapa na cara do chefe da gestapo... Ele sai de repente, voltando minutos depois com uma caixa estranha... 37 __ “Tome! Abra esta caixa! Há um uniforme aí dentro! O vista!” O rapaz entra numa sala e vesti a roupa que Hitler o avia dado. __ “Fique de pé! Observe seu Führer! Veja o que faz um verdadeiro mestre do mal pode realizar! Quando minha criação sair daquela sala, vocês verão um traje como nenhum homem jamais testemunhou! Ele instilará medo nos corações de todos que o contemplarem!” __ “Ele está prestes a sair, mein Führer!” – disse um oficial da gestapo. O rapaz sai da sala, vestindo uma roupa de cor preta parecida com a dos oficiais da SS, só que diferente com uma caveira vermelha estampada no quepe. __ “Perfeito! Um tributo ao meu próprio gênio maligno! Agora você será conhecido como Zemo, O Vingativo... E responderá apenas a mim! Por toda sua vida, você nutriu o ódio em seu peito, e agora tem poder à altura dele! É hora de seu primeiro teste! Quero ver se me servirácompletamente e de bom grado! Seu antigo instrutor fracassou! Não há lugar para o fracasso em meu terceiro Reich! Pegue uma arma! Agora, mostre como se trata alguém imprudente o bastante para me desagradar!” __ “Não, mein Führer... Não!” – o chefe da gestapo implorava a Hitler para não morrer e Zemo sacou uma arma e atirou no homem que Hitler ordenou... Para a surpresa de Hitler Zemo não o mata. __ “Você arrancou todos os botões da gandola dele! Mas por que o deixou vivo?” – Perguntou Hitler a Zemo e ele responde: __ “Morto, ele não terá utilidade! Mas vivo... E tomado pelo medo... Será mais um escravo seu... Obedecerá cada vontade sua!” 38 Zemo tornou-se um fiel agente secreto de Hitler, recebeu treinamento direto do Führer, ele aprendeu a controlar as suas emoções e usar a sua raiva contra os inimigos do estado, ele recebeu treinamento severo, treinou o corpo e a mente até atingir a perfeição. Foi doutrinado a receber ordens diretas do próprio Führer e o seu treinamento militar o garantia em suas missões especiais por todo o mundo. Liderava as caçadas aos impuros que se refugiavam em igrejas, casas de traidores do estado e nas florestas. Judeus, ciganos, comunistas ou quem pensasse contra as ideias nacionais – socialistas do Führer. Hitler dedicava toda a sua confiança a Zemo e, a ninguém mas, Zemo era o seu braço direito, e isso começou a criar ciúmes entre os outros generais e ministros de Hitler. Homens como Goebbels e Himmler se preocupavam com uma possível ameaça que Zemo poderia ser contra o Führer, já que, Hitler depositou muita confiança em Zemo, sem ter certeza quem ele realmente era... Mais isso só o tempo iria dizer. 39 CAPÍTULO IV ZEMO NAS OLIMPÍADAS DE BERLIM Em 1936, a Olimpíada se realizaria em um país marcado pela ideologia fascista: a Alemanha nazista. Em votação realizada em 1931, os membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) escolheram Berlim para sede da XI Olimpíada. A capital da Alemanha recebeu 43 votos contra 16 conferidos a Barcelona e oito abstenções. Ninguém imaginava então que dois anos depois Adolf Hitler e os nazistas subiriam ao poder na Alemanha. Após a ascensão dos nazistas a Alemanha se transformou rapidamente. Com as liberdades individuais restringidas, a Gestapo, a polícia secreta do Estado, estava presente em todas as partes controlando os atos de cada cidadão. As prisões ficaram lotadas de inimigos do regime e uma onda de perseguição foi desencadeada contra as minorias, judeus em primeiro lugar, mas também comunistas e homossexuais. Vozes de oposição se levantaram em várias partes do mundo. 40 __ “Ir a Berlim é aceitar tornar-se cúmplice dos carrascos”, – discursava em 1935 o deputado comunista francês Florimond Bonte se opondo ao racismo e ao anticomunismo nazista. Vários dirigentes esportivos franceses também se uniram à cruzada anti-Berlim. __ “Somos franceses antes de ser esportistas”, – afirmou Louis Rimet, presidente do comitê do Esporte Nacional Francês. Nos Estados Unidos, Ernest Lee Jancke, membro do COI, iniciou uma campanha contra a participação americana. Recebeu apoios importantes, como o do Jornal New York Times e das universidades americanas de LongIsland, Notre Dame e Nova York, que se recusaram a ceder seus atletas para a seleção dos Estados Unidos. Na Europa grupos de simpatizantes da democracia e do socialismo tentaram realizar jogos alternativos para concorrer com os de Hitler: os Jogos Populares de Barcelona. Reuniram-se mais de mil atletas de vários países. Compareceram delegações não oficiais dos Estados Unidos, França e Inglaterra, entre outras. Mas no dia do início das competições teve início a Guerra Civil Espanhola e os jogos foram cancelados. Os nazistas buscaram organizar uma Olimpíada com muita pompa. Além do estádio olímpico, edificaram-se oito instalações esportivas, entre estádios menores, ginásios e o parque aquático com capacidade para 18 mil espectadores. Campanhas do governo educavam a população para o grande evento. As crianças aprendiam lições sobre a Olimpíada nas escolas. Panfletos orientavam as pessoas sobre como receber os visitantes. As avenidas foram enfeitadas com bandeiras brancas e vermelhas. As brancas levavam os coloridos círculos olímpicos. As vermelhas, a cruz suástica... 41 O show de abertura é produzido pela cineasta Leni Riefensthal. Os nazistas superaram-se, fizeram algo de inovador, coisas que até então não se via nas olimpíadas desde que elas surgiram na era contemporânea pelo Barão de Coubertin em 1896. Hitler havia aproveitado os jogos para mostrar ao mundo a superioridade da raça ariana. As olimpíadas de Berlim serviram como apologia ao nazismo. Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista criou campanhas para o culto a personalidade Do Führer! De longe, Zemo observava a multidão que estavam ali não para assistir aos jogos e sim para vê o Führer discursar. Vendo Hitler se pronunciar para as massas, Zemo olha para o público de diversas nações ali reunido e pensa o quanto Hitler é admirado, amado e invejado por milhares. __ “Será que algum dia eu serei assim como ele. Os alemães vão me ver como um campeão. Eu de joão-ninguém acabei mim tornando o braço direito de Hitler.” – assim pensava Zemo. Hitler ao acabar de discursar se senta e fala em voz baixa: __ “Quem deseja a simpatia das massas, deve dizer as coisas mais estúpidas e as mais cruas.” Durante os desfiles das delegações, manifestações nacionalistas exaltadas davam o clima dos jogos. Ao passar pela tribuna, os austríacos fizeram a saudação nazista. Foram muito aplaudidos. Os búlgaros passaram marchando em ordem unida. Mais aplausos. Os franceses fizeram a saudação olímpica, confundida com o gesto nazista, e foram igualmente festejados. 42 Os americanos levaram a mão ao peito e passaram diante do constrangedor silêncio da plateia e das tribunas. Os ingleses simplesmente viraram a cabeça para o camarote das autoridades. Receberam uma estrondosa vaia. Nos estádios germânicos, Hitler encontraria um inimigo inesperado: os atletas negros dos Estados Unidos, comandados por Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro. Owens venceu os 100 e os 200 metros, fazendo em ambas as dobradinhas com outros norte-americanos. Nas eliminatórias para o salto em distancia um acontecimento deixaria claro que ser alemão não era sinônimo de ser nazista. Owens enfrentou o campeão europeu, o alemão Luz Long. Cada atleta deveria alcançar pelo menos 7,15 metros para ir à final. Marca tranquila para o norte-americano. Mas Owens queimou a primeira e a segunda tentativa. Se falhasse na terceira seria eliminado. Tenso, aguardava sua vez de saltar, quando sentiu uma mão no ombro: __ “Eu sou Luz Long. Creio que não nos conhecemos” – apresentou-se o alemão em inglês fluente. __ “Prazer em conhecê-lo” – respondeu Owens bastante surpreso. O diálogo prosseguiu até que Owens já à vontade diante da simpatia do alemão perguntou: __ “O que você acha?” __ “Acho que você se classifica de olhos fechados. Só precisa fazer uma marca na pista alguns centímetros antes da tábua de saltos. Assim evita o risco de queimar e garante a classificação sem problemas”. 43 A dica foi seguida e os dois saltadores se encontraram à tarde na final. Luz Long saltou primeiro: 7,54 metros. O japonês Naoto Tajima em seguida chegou a 7,65. Owens superou os dois com 7,74 metros. Na segunda rodada Long empatou a marca do americano, enquanto Owens a ampliava para 7,87 metros. Na quinta e penúltima tentativa,Long empatou novamente: 7,87. Owens respondeu imediatamente: 7,94 metros. Long queimou sua última chance, mas Owens fez melhor ainda: 8,06 metros, um novo recorde olímpico. De novo sentiu uma mão sobre seu ombro: __ “Parabéns” – cumprimentou Long, sorrindo, diante de 100 mil pessoas em silencio e de Hitler que se preparava para abandonar o estádio. Num gesto de racismo o Führer levanta e sai juntamente com outros partidários. O povo alemão que lotou o estádio aplaude de pé o seu compatriota Luz Long, que recebeu a medalha de prata. Mas o mesmo gesto não é repetido para o americano Jesse Owens que recebeu o ouro e calou a supremacia ariana do ser perfeito. Dentro de uma sala vip construída exclusivamente para acomodar o Führer... Hitler resmungava indignado pela derrota de seu melhor atleta: __ “Quem aquele negro vagabundo pensa que é para chegar aqui e nos fazer papel de ridículo perante o mundo” – disse Hitler com raiva aos seus partidários. __ “Mein Führer, não é o fim do mundo” – falou um chefe da Gestapo. __ “Nos perdemos apenas numa modalidade, ainda temos muito jogo pela frente”. Hitler olha para ele... E diz: 44 __ “Não importa se perdemos uma ou duas modalidades e temos muito jogo pela frente.” __ “Nós alemães somos diferentes das demais raças... Somos a raça perfeita... E a raça perfeita não comete falhas. Somos orgulhosos demais pra aceitar uma única falha se quer” – os demais ali presentes na sala ouviam com atenção as palavras de Hitler. __ “Se aceitarmos uma derrota aceitaremos o fato de que não somos verdadeiramente arianos, descendentes de uma perfeita raça ancestral que dominou este mundo tempos atrás... E jamais iremos permitir que um estrangeiro e principalmente se esse estrangeiro for um negro imundo filho de uma porca negra imunda.” – e Hitler conclui a conversa dizendo: __ “Avisem a todos os técnicos alemães que mandem os seus atletas darem o máximo de si... Não queremos o segundo lugar, exigimos o primeiro pra que o mundo saiba que nós nos fomos incumbidos de mostrar-lhes que raças existem e nos somos a perfeita”. Depois de duas semanas de jogos as olimpíadas de Berlim termina. E a Alemanha é a vencedora no quadro de medalhas. O Führer fez um discurso longo diante do público, formado por gente de toda parte do mundo, anunciando que o evento havia sido um grande sucesso. Na verdade, tudo aquilo não passou de uma grande propaganda do poderio nazista para o mundo... Enquanto isso, os nazistas também emprestavam suas forças à brutal rebelião liderada pelo general Francisco Franco na Espanha. E então... Enquanto o sol ainda queimava o asfalto da cidade, a febre das olimpíadas começou a esfriar. Os repórteres dos outros países iam partindo de Berlim um atrás do outro. 45 Para Hitler, o esporte era como a guerra: o importante era vencer. Os atos de seu governo trouxeram de volta a guerra. Depois de mobilizar a vontade da nação, ele buscou a eliminação do Tratado de Versalhes, a conquista da Europa oriental e a dominação e a exploração das raças ditas inferiores pelos nazistas. Quando tiveram de enfrentar as violações do Tratado de Versalhes e as ameaças de guerra, Inglaterra e França recuaram. Perseguidos pelas lembranças da Primeira Guerra Mundial, os dois países empenharam-se em evitar outra catástrofe. Além disso, havia um certo sentimento de culpa em relação ao Tratado. Acreditando que a Alemanha tivesse sido punida com excessiva severidade, a Inglaterra foi levada a fazer concessões a Hitler. Estadistas britânicos defendiam uma política de apaziguamento – ceder à Alemanha na esperança de que Hitler satisfeito não arrastaria a Europa para outra guerra. Alguns apaziguadores viam no líder alemão um defensor do capitalismo contra o comunismo soviético. Ideia que a propaganda nazista divulgava e explorava com habilidade. Para realizar os objetivos de Hitler a Alemanha tinha de rearma-se. O Tratado limitava o tamanho do exército alemão a 100 mil voluntários, restringira as proporções da Marinha, proibira a produção de aviões militares, artilharia pesada e tanques. Em março de 1935, Hitler declarou que a Alemanha não se julgava mais presa às decisões de Versalhes. Ela restabeleceria o recrutamento militar, construiria uma Força Aérea e fortaleceria sua marinha. A França protestou, sem oferecer muita resistência, enquanto a Inglaterra negociou um acordo naval a Alemanha. Um dos objetivos de Hitler era a 46 incorporação da Áustria ao Terceiro Reich, o que o Tratado de Versalhes proibira expressamente. Mas, no Mein Kampf, Hitler insistia em que a Anschluss (União) era necessária e ordenou que seus generais preparassem a invasão da Áustria. Acreditando que o país não valia uma guerra, França e Inglaterra informaram ao chanceler austríaco, Kurt Von Schuschnigg, que não o ajudariam no caso de uma invasão alemã. Diante das pressões, Schuschnigg renunciou e os nazistas austríacos começaram a assumir o controle do governo. Com o pretexto de prevenir a violência, Hitler ordenou que suas tropas invadissem a Áustria, em março de 1938, foi declarada província alemã por líderes nazistas locais. No mesmo ano Zemo liderava uma expedição alemã para o Tibete. Sua missão: encontrar as origens da raça ariana. Para conseguir esta finalidade, Zemo solicitou a Bruno Steiner, primeiro-sargento da SS a quem tinha total confiança, que fizesse várias medidas naquele local, de crânios e também de nariz (entre eles se acreditava que até o tamanho do nariz judeu era diferente, o que provaria a degradação da raça). Vale lembrar que esta não foi à única expedição organizada com finalidades esotéricas. Outras também foram patrocinadas, mas seus objetivos eram bem diferentes: trazer para o Führer objetos místicos detentores de grande poder ou que dessem dons especiais para aqueles que os usassem, como o Santo Graal e a Lança do Destino, a relíquia que, acredita-se, teria furado o tórax de Jesus na cruz. O grupo foi inicialmente composto por cinco pesquisadores e 20 guardas da SS selecionados por Zemo. Na mesma época também chegava ao país uma expedição 47 japonesa, composta por agentes do exército kwantung (unidade do exército imperial japonês) para pesquisar o país e fazer contato com os habitantes. O líder dessa expedição japonesa no Tibete mantinha secretamente relações diplomáticas com Zemo, conversas altamente confidenciais eram feitas entre esses dois lideres das expedições sem que seus superiores soubessem. Zemo sabia dos planos de dominação do Führer as minorias e uma guerra não tardaria à acontecer e quando essa guerra chegasse, ele ganancioso que era, queria também a sua parte na “Nova Ordem Mundial” de Hitler. Subornando e fazendo acordos secretos com membros do Exército Imperial Japonês e também italiano, Zemo ia aos poucos fazendo alianças para que no futuro ele não fosse mais um subordinado de Hitler e assumisse o seu lugar no Reich alemão. Mesmo exercendo um cargo de grande importância no III Reich, Zemo ainda era um peixe pequeno em comparação com os quatro grandes da Alemanha – Hitler, Goering, Goebbels e Himmler. Nas suas expedições por todo mundo Zemo contava sempre com os melhores agentes da SS que Himmler lhe fornecia. Na expedição ao Tibete, Himmler ordenou que Zemo explorasse a cordilheira Elbrus (cadeia de montanhas próximas do mar Cáspio) e fincar uma bandeira da suástica no topo. Himmler considerava aquelas montanhas como lugar sagrado para os “Deuses Arianos” de acordo com antigos cultos Persas. A repercussão dessa expedição foi grande e havia ordens de altos funcionáriosdo Partido Nazista para que seus membros também se ocupassem com a 48 pesquisa de textos sânscritos e rúnicos, numa tentativa de conseguir pistas que levassem ao descobrimento dos poderes arianos tanto alardeados. Entre os que se interessavam pelos objetivos da expedição estavam nomes como Rudolph Hess, o cientista racista Vacher Von Lapouge, Hans Horbiger criador da teoria do Gelo Eterno e o Dr. Wolfran Sievers. De acordo com certos relatórios, essa expedição deveria incluir “pesquisas de paisagens, clima e geografia” daquele país, além de estabelecer contato com as autoridades locais para a instalação de um grupo representativo por lá. Os produtos adquiridos por Zemo e os demais membros da expedição foram um resumo completo do texto sagrado de Kangyur, uma coleção de textos clássicos escritos em sânscrito que remontam a pelo menos 2.500 anos atrás e que ficaram registrados em 108 volumes. Além disso, trouxeram exemplos de mandalas, muitos outros textos e um suposto documento onde o Dalai Lama reconhecia a Hitler como o líder da raça ariana que conquistara o mundo. Esses documentos foram guardados por Zemo enquanto outros eram conservados pelo próprio Hitler e por Himmler no bunker do Reichtag. Todos os anos, no começo do mês de setembro, é realizada a assembleia do partido nazista em Nuremberg. Dezenas de milhares de partidários se reúnem numa praça. No dia 8 de setembro, foi realizada a assembleia geral do partido nazista na Praça Zeppelin, em Nuremberg. Entre partidários, simpatizantes, militares e civis foram mais de 150 mil pessoas reunidas! Foi de fato um grande espetáculo, que mais lembrava a época de glória do Império Romano. 49 Erguendo cartazes com o emblema da suástica símbolo do nazismo e marchando pela Praça, os alemães saudavam a chegada de Hitler o seu Führer. __ “Heil, Hitler!” __ “Viva Hitler!” Erguendo o braço direito numa postura militar os alemães numa sincronia gritavam com a passagem do poderoso desfile militar do exercito alemão, a Wehrmacht. Blindados, tanques de guerra, caminhões, motocicletas e todo tipo de artilharia pesada desfilavam numa ação ousada. Os nazistas desrespeitaram o Tratado de Versalhes. Que impedia a Alemanha de se erguer novamente como uma potencia militar. Nos céus a Luftwaffe (Força Aérea Alemã), fazia a festa do público com acrobacias da esquadrilha da fumaça alemã. E de repente aparece no céu um dirigível. __ “Oh! Um balão dirigível!” __ “Aquele é o recém-lançado hindenburg!” __ “Bravo!” __ “Notável!” __ “Colossal!” – a multidão foi à loucura com a passagem do dirigível. __ “É esplêndido!” __ “É solene!” __ “Viva!” __ “Nossa! O máximo!” 50 __ “Viva o nazismo!” __ “Bravo, bravo!” __ “Heil, Heil!” De repente aparece o astro principal daquele evento, Adolf Hitler, o Führer do III Reich, a estrela maior do nazismo e ao seu lado Estevam seus ministros Goring, Goebbels e Himmler. No centro da praça eles param e fazem o juramento do Führer. Mas só o Führer faz questão de tirar o chapéu e ficar com a cabeça de fora! Mais, por que será que, em todos os eventos oficiais ele sempre está sem chapéu. Por que será? Deve ser uma artimanha para fixar na memória do público suas características, como o cabelo e o bigode. Provavelmente é ideia de Goebbels, o ministro da propaganda. Só podia ser coisa de marqueteiro. Antes de Hitler iniciar seu discurso uma pausa para o hino ao Führer composição de Joseph Goebbels: “Führer, meu Führer, que me foste enviado por Deus, protege-me e mantém-me vivo por muito tempo. Salvastes a Alemanha da mais profunda miséria, a ti te devo o meu pão de cada dia. Führer, meu Führer, não me abandones”. __ “Viva! Viva ao nazismo!” __ “Sig... Heil!” __ “Sig... Heil!” O público vai ao delírio. Rudolf Hess o secretario do Partido Nazista faz questão de abrir o comício, preparando o palco para Hitler: 51 __ “Eu abro o Congresso do Partido... Em memória respeitosa... A quem passou para a eternidade... O marechal de campo e presidente do Reich, Von Hindemburg. Nós nos lembraremos do marechal de campo como o primeiro soldado da 1ª Guerra Mundial. E lembramos como nosso falecido camarada. Eu cumprimento os eminentes representantes das nações estrangeiras que estão honrando o partido participando do congresso. Em verdade, camaradas, o movimento dá especialmente boas-vindas do exército, que estão agora sob as ordens do Führer. Meu Führer, tu estas cercado por bandeiras e estandartes da nação socialista. Se suas roupas alguma vez apodrecerem, somente então as pessoas entenderão a grandeza de nosso tempo. E irão entender o que você, meu Führer, significa para a Alemanha. Tu és a Alemanha. Quando tu ages, a nação age. Quando tu julgas, o povo julga. Nossa gratidão é a promessa de apoia-lo, na abundância e na escassez, independente do que venha no caminho! Graças à tua liderança, a Alemanha irá alcançar seu objetivo de ser um lar... De ser um lar para todos os alemães por todo o mundo. Tu foste o responsável por nossa paz. Adolf Hitler! Salve a vitória!”. __ “Heil... Heil... Heil...” – assim gritava o público ali presente. Aproximando-se do palco, Hitler toma posse do microfone e faz o que melhor sabe fazer diante das massas. __ “Um ano atrás... Nós servimos, pela primeira vez, neste campo. O primeiro chamado geral de líderes políticos do partido nacional socialista. 200.000 homens trazidos em união. Eles foram trazidos aqui por nada menos que a sua lealdade. Foi a necessidade de nossa gente que nos moveu... E que nos trouxe unidos. Nós lutamos e nos esforçamos juntos. Isso não é compreensível para aquele que não tiveram infortúnio semelhante em sua nação. Parece-lhe intrigante o que instiga estas centenas de milhares em conjunto, o 52 que nos leva a atuar necessidade, sofrimento, privação. Eles não conseguem entender isso como algo que não seja uma ordem estatal. Eles estão enganados. Não é o estado que nos comanda, e sim nós que comandamos o estado. Não é o estado que nos cria, mas nós que criamos nosso estado. Não. O movimento vive. Está em firmes alicerces. E enquanto apenas um de nós puder respirar, ele dará sua energia a este movimento. E o defenderá, assim como nossos camaradas fizeram no passado. Tambores virão diante de tambores, bandeiras virão diante de bandeiras. Grupos virão diante de grupos. E, finalmente, a poderosa coluna desta nação unida conduzirá a nação que um dia foi dividida. Seria pecado se, em alguma ocasião, admitíssemos deixar de fazer aquilo pelo qual sempre lutamos com tanto trabalho, tanta preocupação tanto sacrifício e tanta necessidade. nós não podemos ser desleais com o que nos deu senso e determinação. Nada virá de coisa nenhuma se não for baseada em uma ordem maior. Essa ordem não nos foi dada por um superior terrestre. Ela nos foi dada por deus que criou nosso povo. Esta é a nossa promessa esta noite. Toda hora, todo dia, pensar somente na Alemanha, nas pessoas, no Reich, na nação alemã e no povo alemão. Salve a vitória!” __ “Heil... Heil... Heil... Heil!” __ “Eu sou o nazismo... E o nazismo está em mim! Esta força nasce deste partido, sustentado pela história alemã! Um partido dos alemães... Preocupado em devolver a Alemanha ao povo alemão! Eu sou a última esperança de todos aqueles que perderam tudo... Sou a palavra da salvação! Eu, Hitler vim do povo eu compreendo e luto pelo bem de cada cidadão! Esta geração está cansada. Por isso, eu luto por uma nova forma de existir... Essa é a vontade tempestiva de todos os jovens alemães! A vitória está com Hitler... Porque o povo desejaa vitória! Dessa forma... A nossa Alemanha estará garantindo o futuro dos próximos mil anos!” 53 __ “Heil... Heil... Hitler!” Não há muito que discutir. Este evento todo foi montado como um grande espetáculo para o público. __ “Waaaah!” __ “Heil!” __ “Heil!” __ “Hitler!” __ “Hitler!” __ “Heil!” __ “Hitler!” E como um ator de teatro subindo ao palco para receber a ovação do seu público. O Hitler nada mais é que um astro deste século XX, promovido pelos seus fãs ardorosos. Que estão todos num teatro. Uma nação teatral... Se observar bem, os gestos e o modo de falar de Hitler são todos exagerados e dramáticos. __ “Os ratos com os ratos! Os lobos com os lobos! As raposas com as raposas e os gansos com os gansos... Cada um deles se une com outro da mesma espécie para manter a pureza de sua raça! Jamais haverá um gato que sinta amor por um rato! O ser humano também tem esse dever! Para proteger os indivíduos da raça superior... Temos que manter a castidade e a pureza do nosso sangue!” Exaltado e dramático, Hitler ia discursando para os alemães de forma tão convincente que até mesmo os críticos se convenciam de suas palavras. 54 __ “A raça superior somos nós, o povo germânico! Nós não desejamos ter crianças deformadas misturadas de homem com macaco! É um atentado contra o nosso povo que essa raça inferior... Ou melhor, os judeus contaminem o puro sangue dos alemães se casando com nossos homens e mulheres. A remoção do povo judeu faz parte do plano divino... Eliminar os judeus da face da terra é primordial para construirmos uma sociedade melhor e mais pura...!” E depois de um longo discurso Hitler é aplaudido de pé e aclamado pelos alemães. __ “Heil, Hitler!” __ “Heil, Hitler!” __ “Heil! Heil!” __ “Bravo!” Mais por que ele chama os judeus de raça inferior? Existem tantos judeus de renome... Só que segundo os nazistas o sangue dos judeus é o pior que pode existir. Casar com um deles é se misturar com sangue ruim! Agora o que dizer então do mestre supremo da religião cristã? Jesus Cristo não era judeu?! Na verdade Alfred Rosenberg (1893 – 1946), político e ideólogo do governo nazista. Escreveu que Cristo não era judeu. E sim era um ariano. No seu livro “O Mito do século XX”, publicado em 1930, ele fazia do nazismo uma religião predestinada a rivalizar com o cristianismo e até a sucedê-lo. Num trecho do livro o ideólogo afirmava: 55 __ “Hoje nasce uma nova fé. O mito do sangue, a crença de que ao defendermos o sangue estamos defendendo o ser divino do homem. (...) o sangue nórdico constitui esse mistério que substitui e supera os antigos sacramentos.” E assim que Hitler deixa o palanque, o seu Ministro da Propaganda Joseph Goebbels encerra o comício com um de seus discursos de adoração ao Führer: __ “O brilho da chama do nosso entusiasmo nunca pode ser extinto. Ele sozinho é capaz de propagar a arte inovadora da propaganda política moderna com sua luz e calor. Ele ascende de dentro das pessoas. E de dentro das pessoas ele deve vir para que lá encontre sua força. O poder baseado em armas pode ser uma coisa boa; é, porém, melhor e maisgratificante conquistar o coração de um povo e mantê-lo”. – E com um imenso grito ele diz - “Iremos para onde Hitler nos levar!” __ “Heil...” __ “Heil...” __ “Heil...” __ “Hitlerrr” __ “Hitleerrr...” – A multidão vai ao delírio... E logo em seguida oficiais da SA levantam os estandartes e cantam num coral o hino do partido: __ “Levantem os estandartes, as colunas estão cerradas, a SA marcha como um grande salto pela paz, camaradas lutam contra a frente vermelha e os reacionários marcham com um espirito de união em suas colunas. Camaradas lutam contra a frente vermelha e os reacionários marcham com um espirito de união em suas colunas”. 56 CAPÍTULO V A GUERRA SECRETA DE ZEMO Zemo secretamente planejava a sua tomada do poder no Reich de Hitler, para isso ele armou uma guerra silenciosa, que começa antes de Hitler declarar guerra ao mundo dando inicio a Segunda Guerra Mundial. Em 1º de setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia e, por meio de um ataque rápido e violentíssimo liquidou-a em apenas duas semanas. Dois dias depois da invasão. Chamberlain numa radio de Londres pronuncia ao povo britânico a respeito da invasão de Hitler a Polônia: __ “Hoje de manhã, o embaixador britânico em Berlim... Entregou ao governo alemão um último comunicado... Que dizia que, se não tivéssemos respostas deles até às 11horas... De que estariam prontos para retirar suas tropas da Polônia imediatamente... Haveria um estado de guerra entre nós. Devo lhes dizer... Que não recebemos nenhum documento dessa natureza... E que, em razão disso... Este país está em guerra com a Alemanha.” 57 Em 3 de setembro de 1939, Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha. E assim começava o maior conflito da história da humanidade a Segunda Guerra Mundial. Os primeiros dias da guerra... Foram gloriosos! Sempre que uma cidade era destruída ou saqueada, Zemo estava lá! Onde quer que haja injustiça, tirania e crueldade, Zemo liderava o ataque contra os fracos e indefesos! __ “Continuem atirando! Que o mundo saiba que nada detém Zemo!” Zemo serviu bem ao Führer... À maneira dele. __ “Não! Não! Você não pode levar meu filho! Ele não fez nada! É leal ao Führer!” – Disse uma mulher alemã a Zemo quando ele invadiu a sua casa e acusou seu filho de traição. __ “Bah! O que conta é sua lealdade a mim! Levem-no embora!” Graças à inteligência de Zemo, vários assessores de confiança de Hitler passaram a desaparecer misteriosamente! O poder de Zemo só crescia, sua autoridade perdia somente para a do próprio Hitler! Ao comando de Zemo, cidades caiam e exércitos eram destruídos! Zemo organizou um grupo inteiramente novo de esquadras navais para destruir carregamentos inimigos no mundo todo! Desde o início do conflito, os alemães assombraram o mundo pondo em prática a blitzkrieg (guerra relâmpago) que consistia numa série de ataques rápidos e simultâneos desfechos por canhões de longo alcance, tanques blindados (panzers) e pela Força Aérea Alemã, a Luftwaffe. 58 Foi por meio da blitzkrieg que a Alemanha abateu a Polônia e, em seguida, anexou a porção ocidental do país. Na Inglaterra em 10 de maio de 1940, Neville Chamberlain renuncia ao cargo de primeiro-ministro, sendo substituído por Winston Churchill. Quando Churchill assume o mandato ele logo critica o seu antecessor dizendo: __ “Entre a desonra e a guerra, escolheste a desonra, e terás a guerra”. E na posse de seu mandato como Primeiro-Ministro do Reino Unido Churchill para todos os cidadãos britânicos discursa na sua posse: __ “Que tragédias! Que horrores! Que crime Hitler... E tudo que Hitler representa... Trouxe para a Europa e para o mundo? É sobre essa fundição... Que Hitler pretende construir com ódio... uma nova ordem para a Europa. Mas nada é mais certo... Que todos os traços dos passos de Hitler... Que todas as manchas de seus dedos... Infectados e corrosivos... Serão lavadas e purificadas... E se preciso for, desinfetadas... Da face da terra. Ergam os seus corações... A guerra virá. Das profundezas do pesar e do sacrifício... Renascerá a glória da humanidade”. Com essas palavras Winston Churchill deixa bem claro que iria fazer de tudo para acabar com o reino de horror de Hitler. Em 1940, as forças alemães conquistaram a Dinamarca (9 de abril),
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