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Teníase e cisticercose Aula 2 – Parasitologia 10/10/2018 Classe Cestoda - Taenia solium e Taenia saginata Características Conhecida como solitária, não sendo incomum encontrada em mais de um. A grande maioria são parasitas, por isso possuem características peculiares, como um sistema digestivo reduzido ou até mesmo ausente. Grande parte do corpo desses parasitas são dedicados exclusivamente para reprodução. Uma taenia humana, possuindo 12 metros, possui 11,5 m de estruturas reprodutivas. Vermes achatados dorso-ventralmente Adultos no trato intestinal de vertebrados Sem sistemas digestivo e circulatório Alimentação por absorção de nutrientes (através de todo o corpo) Sistema reprodutor muito desenvolvido Hermafroditas: auto-fertilização ou cruzada Taenia solium e Taenia saginata Nota: existe a taenia asiática que possui o mesmo hospedeiro que a saginata, ou seja o boi. • Fase adulta - homem único hospedeiro normal; • Causa teníase; • Fase larvária (chamada de cisticerco): • T. solium – parasita porco • T. saginata – parasita bovídeos A principal diferença é a cabeça, chamada de escólex, que possuem essas ventosas e como a maioria vive no sistema digestório, essas ventosas servem para grudar na parede. A saginata não possui acúleos (espinhos) Taenia solium • Vermes grandes , forma de fita (1,4 a 4m) - Escólex - 4 ventosas com dupla coroa de acúleos (25 a 50). Estróbilo - 700 a 900 proglotes (onde ficam os ovos), 3 a 6 proglotes eliminados; • Cor – geralmente branca, aspecto leitoso ou amarela ou rosada A medida que o verme vai se desenvolvendo a partir do escolex, novos escolex vão surgindo, e os antigos ficam mais maduros e quando estes estão completamente maduros, são soltos nas fezes. T. saginata • Comprimento - 4 a 12m (maior). Escólex - 4 ventosas – sem acúleos Estróbilo – 1.000 - 2.000 proglotes, desenvolvimento atingido por uns 3 meses, 8 a 9 proglotes desprendem-se por dia. REPRODUÇÃO E CICLO VITAL • Ovos – 2 tênias semelhantes, forma esférica (30 a 40m), com embrióforo (membrana externa) e oncosfera (embrião infectante). O ovo é bem característico pois é redondo e possui uma membrana protetora. Ciclo da T. Saginada (BOI) Proglotes (cerca de 80 mil ovos) são eliminadas nas fezes do homem, que são ingeridas pelo gado, e no suco gástrico destes animais, há a eclosão dos ovos com ativação do embrião, e assim a oncosfera atinge a mucosa intestinal, caindo na circulação sanguínea instalando-se em tecidos conjuntivos dos músculos. E quando o indivíduo se alimenta da carne crua ou malcozida deste gado é contaminado. NOTA: A cisticercose é a ingestão diretamente das problotes ou do ovo, não há o hospedeiro intermediário. Essa característica só ocorre na T soliun, não ocorrendo na T. saginada, e a larva se desenvolve no nosso musculo, como desenvolveria no musculo do porco, só que ocorre no musculo humano, se transformando em larva. Cisticerco – larva jovem • Vesícula translúcida, ovóide ou alongada, cheia de líquido no interior– contém o escólex invaginando a futura tênia; Larvas degeneram ou calcificam, semanas depois Ciclo da T. Solium (PORCO): Proglotes(30 a 50 mil ovos) são eliminados nas fezes e esses ovos são ingeridos pelo porco (ou pelo próprio homem no caso da cisticercose) onde há a eclosão e ativação do embrião no período de 24 a 72 horas. A oncosfera atinge a mucosa intestinal, cai na circulação sanguínea e instala-se no tecido conjuntivo dos músculos (Precisa-se de 3-4 meses para a completa forma larval). Cisticerco = larva que se insista para se esconder do sistema imune Cisticercose = quando a fase larval acontece no humano NOTA: O cisticerco na presença do suco se desenvolve na tenia adulta, que nas fezes entram em contado com o boi Cisticerco- 5 a 20mm, vesícula bem transparente, com Escólex menor. Fim de 60 a 75 dias é infectante para homem, viável na musculatura do porco por vários anos, toda vida. PATOLOGIA • Frequentemente assintomática. Se o individuo está parasitado a muito tempo, pode-se encontrar alguns sintomas relacionados a problemas nutricionais, possuindo como um sinal, o aumento do apetite. • Infecção por T. saginata e T. solium • Alterações da motricidade e redução da secreção digestiva da mucosa; • Perturbações gastrintestinais – dor epigástrica – estômago vazio e passando ingestão alimentos; • Perda de peso, eosinofilia (IgE) de 5 a 34%. Manifestações clínicas: • Dor abdominal, naúseas, astenia, perda de peso, cefaléia, vertigens, constipação ou diarréia. Epidemiologia • Dados Escassos: baixa sensitividade e não especificidade do exame parasitológico de fezes • Estão mais sujeitas à teníase: pessoas que preparam alimentos e provam a carne antes de cozinhar indivíduos que fazem as refeições fora de casa. Baixas condições sanitárias Fatores econômicos, culturais (hábitos alimentares) e religiosos tendem a expor certos grupos de indivíduos em maior ou menor grau. Na culinária tradicional de muitas culturas, há pratos que utilizam carne crua, por exemplo o quibe cru. T. saginata África, América Latina, Mediterrâneo (França), Cáucaso, Ásia Central. -Alta endemicidade: acima de 10% ; Brasil: média endemicidade (0,1-10%); Indivíduos 20-40 anos; Ovos resistem a esgotos; Ordenha: transmissão a bezerros T. solium (não há dado concreto) Cosmopolita, Especialmente África, América Latina, SE Asiático. Brasil: média endemicidade DIAGNÓSTICO DA TENÍASE • Padrão: Exame de fezes – presença de proglotes e ovos. • Diferenciar espécies: forma do proglote – ramificações haste uterina. Descrição da imagem: A T. Saginata é dicotômico e a T. solium possui um ramo que origina vários outros ramos. Outra diferença é a região da troca de material genético, que a T. saginada possui uma protuberância que não é encontrada na T. solium. Controle da cura • Só destruição ou a expulsão do escólex assegura a cura da teníase (observação das fezes por 3-4 meses até encontrar o escoléx); • Observação prolongada após tratamento (4 meses) e Verificar liberação do escólex. TRANSMISSÃO • Poluição do solo e o destino inadequado dos esgotos. Não vivem muito tempo em contato com a agua. CONTROLE • Legislação (notificação dos casos humanos, proibição abates clandestinos) - na região de minas gerais é uma doença de notificação compulsória devido maior incidência; • Vigilância epidemiológica; • Medidas de controle da carne; • Proteção ambiental; • Educação sanitária. A teníase não é uma doença muito importante, pois não desabilita o trabalhador e a cisticercose tem um impacto maior. CISTICERCOSE HUMANA - Causada pelas formas larvárias da Taenia solium VIAS E MODOS DE INFECÇÃO • Heteroinfecção – ingestão acidental de ovos – água ou alimentos, mãos sujas; • Auto-infecção externa – ingestão ovos por indivíduo já contaminado – maus hábitos higiênicos (crianças); • Auto-infecção interna - movimento antiperistálticos ou vômitos – proglotes chegam até estômago. PENETRAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DAS LARVAS • 1 a 3 dias da ingestão – ovos eclodem penetram mucosa intestinal vasos intestinais diversos órgãos: OLHOS E ANEXOS ( retina); SISTEMA NERVOSO (meninges e subst cinzenta do córtex, raros na medula); PELE , MÚSCULOS (raro). ACÃO PATOGÊNICA • SISTEMA NERVOSO: Invasão 1 ou mais cisticercos; • Processo inflamatório formando camada adventícia fibrosa; a inflamação é muito danosa, devido a quantidade de células com capacidade de destruição que destroem o próprio tecido. • Parasita degenera e morre – produtos desintegração da larva = ação tóxica e irritativa; • Formas Convulsivas = não há perda de consciência, alguns pacientes passam por epiléticos; • Dura de 10 ou mais anos = raramente observada cura espontânea; (dependendo da quantidade e do local, quando é no cérebro, também pode ser indicado a retirada cirúrgica) Formas Hipertensivas e Pseudotumorais • sinais hipertensão intracraniana: cefaleia intensa; Vômitos; edema de papila (diminuição de visão e mais tarde cegueira = atrofia nervo óptico);• Formas Psíquicas = acompanha as demais formas clínicas da doença. • GLOBO OCULAR • Aloja-se na retina e exige espaço = provocando descolamento da retina; • Ocorre uma reação inflamatória = formação membrana de proteção; • Sintomas discretos, com ausência da dor; Perturbação visual central ou periférica; • Descolamento da retina ou opacificação, desvios oculares. TECIDO SUBCUTÂNEO E MÚSCULOS (raros) • Provocam reação local e formação de envoltório fibroso e morte (calcificação); • Provocam dores musculares. DIAGNÓSTICO • CLÍNICO – Praticamente impossível; • LABORATORIAL . exame do líquido cefalorraquidiano (alterações em função da reação inflamatória), . exame radiológico (imagens de nódulos calcificados – baixa) EVOLUÇÃO • Neurocisticercose = muito variável podendo permanecer estado latente durante toda vida ou evoluir rapidamente até a morte; • Intra-ocular = cegueira se não tratado (cirurgia ); • Muscular e subcutânea = benigna. Himenolepiase e Hymenolepis nana Hymenolepis nana Apresenta as mesmas características das Taenias. CLASSIFICAÇA0 FILO : Platyelminthes CLASSE : Cestoda FAMILIA : Hymenolepididae GÊNERO : Hymenolepis ESPÉCIES : Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta MORFOLOGIA Verme adulto: 3 a 5 cm de comprimento Escólex: 4 ventosas e uma única fileira de acúleos Estróbilo: 100 a 200 proglotes (mais largos que longos) Ovos: Incolores e transparentes, 2 membranas (externa - delgada e interna - translúcida), 2 mamelões filamentosos e embriã exacanto Larva cisticercóide Hymenolepis nana: HÁBITAT Intestino delgado Principalmente no íleo e jejuno do homem O ciclo monóxeno dentro do próprio homem (sistema gastrointestinal): O homem possui o parasita no intestino, que libera os ovos, esses ovos dentro do próprio intestino, eclodem e se transformam em larvas e continuam o ciclo dentro do próprio sistema intestinal. Não há contato com o ambiente. Alguns fatores podem fazer com que esse ovo ecloda dentro do próprio sistema gastrointestinal, como mudanças do pH, por exemplo. O ciclo heteróxeno (com roedores e insetos): Esses ovos podem ser liberados nas fezes e no ambiente se tornam maduros e são ingeridos por insetos, que são ingeridos por humanos, através da ingesta de restos de insetos, como o costume de mão suja na boca por exemplo. NOTA: o ovo pode eclodir e encontrar a corrente sanguínea e apresentar sintomas em outras partes do corpo, porém é extremamente raro. TRANSMISSÃO Ingestão de ovos , Ingestão de larvas, Autoinfecção interna PATOGENIA • Congestão da mucosa intestinal, pequenas ulcerações, infiltração linfocitária e eosinofilia. •Manifestações clínicas Normalmente assintomático, vômitos, complicações gastrointestinais. • Crianças Agitação, dor abdominal, insônia, perda de peso, irritabilidade, diarréia, raramente ocorrendo sintomas nervosos, representados por ataques epileptiformes, com perda de conciência e convulsões. DIAGNÓSTICO Clínico: Difícil de ser feito sempre que aparecer: crianças apresentando subitamente manifestações abdominais, inquietação ou ataques epileptiformes, é recomendável que se faça um exame de fezes. Parasitológico: Parasitológico de fezes de rotina. Nota: O ovo possui um embrião, fácil de identificar. PROFILAXIA Higiene individual Uso de privadas ou fossas Uso de aspirador de pó (para evitar o contato com os restos do inseto morto) Identificação e tratamento precoce dos doentes Combate aos coleópteros e pulgas existentes em ambiente doméstico. EPIDEMIOLOGIA Cosmopolita, mais prevalência na Europa e na América do Norte. Mais frequente nas regiões de clima temperado (nesses países em regiões mais frias) A incidência aumenta dos 2 aos 9 anos Incide mais nas cidades que nas zonas rurais Incidência maior em creches, escolas, orfanatos
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